Sesc homenageia com comenda “Mulheres de Fibra” 14 mulheres caririenses


Sesc homenageia com comenda "Mulheres de Fibra" 14 mulheres caririense. (Foto: Reprodução/ ACB).


Em sua 15ª edição o Sesc, unidade de Crato, homenageou a trajetória de vida de 14 mulheres da região do cariri cearense com o prêmio “Mulher de Fibra”. A cerimônia ocorreu no Teatro Sesc Adalberto Vamozi e contou com a participação de familiares e amigos e amigas das “mulheres de fibra”.

A repórter Alana Soares, da Agência Miséria, relatou em detalhes o sentimento daqueles que acompanharam de perto o evento. “Não houve uma pessoa sequer presente na plateia que tenha resistido a emoção que aflora ao ouvir as histórias de vida das 14 mulheres homenageadas”, escreveu.

Alana ainda descreve o que motivou a premiação do Sesc. “Por suas vidas dedicadas a causa maiores que elas mesmas, por suas histórias de altruísmo, dedicação, força e coragem, estas mulheres receberam a comenda”.

O professor e coordenador da Crede 20, Roberto Souza, também deu parecer favorável ao evento e as homenageadas. “Histórias de luta, superação e doação a causas humanitárias marcaram a entrega do Prêmio Mulheres de Fibra do Sesc-Crato”, comentou ao usar a rede social facebook. E concluiu argumentando que foi “com sentimento de alegria” que prestigiou o reconhecimento de suas duas amigas que admira -  Alda Ferreira e Socorro Silva. Segundo ele, o reconhecimento é “por suas vidas dedicadas a fazer o bem”. Alda e Socorro são da Associação Cristã de Base (ACB).

Socorro e seu esposo, Batista, durante cerimônia "Mulheres de Fibra", do Sesc. (Foto: Reprodução/ACB).

O site da ACB pontuou que Maria do Socorro Silva, ora na função de Coordenadora de Desenvolvimento Metodológico e Educacional, foi indicação da própria instituição. “Uma das fundadoras da instituição, com uma história de vida de luta e resistência. Filha de agricultores, cresceu em uma comunidade pobre, conseguiu vencer os obstáculos que vida lhe trouxe. Com muito esforço conseguiu realizar sonhos, como o de estudar e pode fazer isso com seus dois filhos Sandino e Samira que estão formados”, diz texto de Nelzilane, da ACB.

Em sua fala Socorro afirmou “Eu gostaria de dizer que o que nós somos e o que nós fazemos não somos sozinhas. A gente é e a gente faz com a família, com os companheiros de jornada e com os movimentos. Daí porque a perspectiva feminista é luta e uma bandeira nossa, atualmente para nós esse momento é muito importante porque nos valoriza, mas também nos dá grandes responsabilidades”.

Alda Ferreira de Andrade é Tesoureira e membro da Diretoria Executiva da ACB. Uma mulher que venceu as barreiras da vida, ajudou a fundar partidos como o PT (Partido dos Trabalhadores) no Crato e em outros municípios do Cariri e contribuiu na criação do Fórum Araripense de Combate e Prevenção à Desertificação.

Professora Zuleide Queiroz recebe comenda "Mulheres de Fibra", do Sesc. (Foto: Reprodução/ Rede Social Facebook).

Quem também recebeu a comenda foi Zuleide Queiroz. Ela é professora da Departamento de Pedagogia da URCA, membro do Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec) e contribuiu na fundação da Frente de Mulheres dos Movimentos do Cariri.

Na sua rede social ela agradeceu a premiação. Gratidão a todas as mulheres que me ajudaram na conquista deste prêmio! ”, escreveu. 

Confira abaixo a lista das outras homenageadas:

Ana Alencar Pereira: Trabalho Social com Idosos – Sesc Crato
Mª Izabel Lopes Feitosa: Professora – Cadeia Pública do Crato
Francisca Alves de Oliveira: Trabalho Social com Idosos – Sesc Crato
Kenia Quereno de Oliveira Luna Siebra: Empresária do Comércio do Município do Crato – Câmara dos Dirigentes Lojistas
Leide Alencar Jesuíno: Trabalho Social com Idosos – TSI em expansão Centro Pastoral
Lia Limaverde Cabral de Lima: Psicóloga – Idealizadora do Encontro de Cuidadores de Alzheimer do Cariri
Maricélia Meneses de Morais: Instrutora – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial ( Senac Cariri)
Marileide Pires de Holanda: Secretária Geral – Sindicato dos Empregados do Comércio de Crato
Rosa Oliveira Alves: Trabalho Social com Idosos – TSI em expansão (SCAN)
Celiane David Bispo: STTR – Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Crato
Maria Evandete Almeida: Coordenadora de Politicas Publicas de Assaré







                                                                                                        

Conselho Nacional de Educação vota hoje a Base Nacional Comum do Ensino Médio


(Foto: Reprodução).

O Conselho Nacional de Educação (CNE) vota hoje (4) a Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio. O documento vai definir o conteúdo mínimo a ser ensinado em todas as escolas do país nas escolas públicas e privadas.

A BNCC deverá ter como norte o novo ensino médio, que, entre outras medidas, determina que os estudantes tenham, nessa etapa de ensino, uma parte do currículo comum e outra direcionada a um itinerário formativo, escolhida pelo próprio estudante, cuja ênfase poderá ser em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico.

A versão da BNCC apresentada pelo MEC e em discussão contém a parte comum para todos os estudantes do ensino médio. A pasta discute ainda o mínimo a ser aprendido em cada itinerário formativo, que pode ser escolhido pelos estudantes.

No ano passado foi aprovada a BNCC para o ensino infantil e fundamental. Esse documento já está em discussão em estados e municípios, que deverão definir a aplicação.

A discussão da construção da BNCC foi conturbada. Começou a ser discutida no governo de Dilma Rousseff, e com o impeachment, o documento foi modificado pelo governo de Michel Temer, o que gerou uma série de protestos. (Com informações da Agência Brasil).

Boulos articula frente ampla com partidos de esquerda, movimentos sociais, juristas e artistas


Boulos e Haddad. (Foto: Reprodução/Revista Fórum).

Diante da possibilidade de construção de uma frente de partidos de esquerda sem o PT no Congresso Nacional, o ex-candidato à presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos, procurou dirigentes de PC do B, PSB, PDT, PT e Rede para formar o que chama de frente ampla pela democracia.

A proposta de Boulos é juntar lideranças dos seis partidos e também de movimentos sociais, grupos de juristas e artistas na defesa de temas comuns para atuarem além do Congresso.
Se Boulos tiver sucesso, a frente deverá ser lançada em um ato em São Paulo, no início de 2019, com a presença de nomes como Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede), além dele próprio.
Frente sem PT

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, chegou a ironizar, durante encontro com as bancadas do PT da Câmara e do Senado, em novembro em Brasília, a tentativa de criação de um bloco de oposição a Bolsonaro sem a participação de seu partido.

Frente de esquerda sem o PT ou é miopia ou uma esquerda que não é tão esquerda assim”, disse. (Com informações da Revista Fórum e do Painel, da Folha).

“Questionar as cotas ou é ignorância ou é má-fé”, diz filósofa e escritora Sueli Carneiro


Sueli Carneiro. (Foto: Reprodução/Revista Trip).

Sueli Carneiro é uma das principais lideranças do movimento feminista e negro do Brasil. Filósofa, doutora em educação e escritora, ela milita nesta área há mais de três décadas e é uma das fundadoras do Geledés – Instituto da Mulher Negra, organização que comemora em 2018 trinta anos de fundação.

Por toda sua contribuição na luta contra o racismo e o sexismo, Sueli é uma das homenageadas do Trip Transformadores 2018, premiação que aconteceu na ultima quinta-feira, dia 22 de novembro. Na conversa com o Trip FM, Sueli reflete sobre as particularidades do racismo no Brasil.



Mia Couto: “a pressa em mostrar que não se é pobre é, em si mesma, um atestado de pobreza”


Mia Couto. (Foto: Reprodução/Pensar Contemporâneo).

Trecho de discurso proferido por Mia Couto na abertura do ano letivo do Instituto Superior de Ciências e Técnologia de Moçambique:

A pressa em mostrar que não se é pobre é, em si mesma, um atestado de pobreza. A nossa pobreza não pode ser motivo de ocultação. Quem deve sentir vergonha não é o pobre mas quem cria pobreza.


Vivemos hoje uma atabalhoada preocupação em exibirmos falsos sinais de riqueza. Criou-se a ideia que o estatuto do cidadão nasce dos sinais que o diferenciam dos mais pobres.

Recordo-me que certa vez entendi comprar uma viatura em Maputo. Quando o vendedor reparou no carro que eu tinha escolhido quase lhe deu um ataque. “Mas esse, senhor Mia, o senhor necessita de uma viatura compatível”. O termo é curioso: “compatível”.

Estamos vivendo num palco de teatro e de representações: uma viatura já é não um objecto funcional. É um passaporte para um estatuto de importância, uma fonte de vaidades. O carro converteu-se num motivo de idolatria, numa espécie de santuário, numa verdadeira obsessão promocional.

Esta doença, esta religião que se podia chamar viaturolatria atacou desde o dirigente do Estado ao menino da rua. Um miúdo que não sabe ler é capaz de conhecer a marca e os detalhes todos dos modelos de viaturas. É triste que o horizonte de ambições seja tão vazio e se reduza ao brilho de uma marca de automóvel.

É urgente que as nossas escolas exaltem a humildade e a simplicidade como valores positivos.

A arrogância e o exibicionismo não são, como se pretende, emanações de alguma essência da cultura africana do poder. São emanações de quem toma a embalagem pelo conteúdo.” (Com informações do Pensar Contemporâneo).

Este discurso fora integralmente publicado na obra “E se Obama fosse africano?”

A literatura militante de Lima Barreto


A matéria prima da ficção de Lima Barreto era a realidade que o cercava / Reprodução.

O povo brasileiro com acesso à literatura teve um excelente reencontro com o escritor Lima Barreto em 2017. Em virtude do lançamento da biografia feita por Lilia M. Schawrcz e a edição da Feira Literária de Paraty (FLIP), a obra e a vida do autor carioca ficaram em evidência. Não poderia ter tempo melhor para uma redescoberta. Em uma época em que nos defendemos da naturalização do preconceito, fazer referência a Lima Barreto é um exercício de resistência e uma forma de reacender o papel militante da literatura.

O pensamento hegemônico, na época em que Lima Barreto produziu os seus livros, era o darwinismo social, conceito que justificava cientificamente o racismo. Num claro sinal de autonomia intelectual, o escritor tratou o racismo e o negro na literatura com olhar mais contundente, o que fez ele sair do comum, sobretudo por se autodeclarar um intelectual negro numa cena marcada pela hegemonia europeia. Nascido no final do século XIX, Afonso Henriques Lima Barreto era herdeiro de uma negra alforriada e um tipógrafo, trabalhou no serviço público, teve problemas com o álcool, foi vítima de racismo e, ainda assim, escreveu obras importantes como Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909) e Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915).

A matéria prima da ficção de Lima Barreto era a realidade que o cercava. Ele abordou novos cenários (narrou o subúrbio) e personagens (Isaías Caminha, um jovem negro como protagonista). Combateu a injustiça social, os privilégios da classe política, a violência contra mulher, o planejamento urbano da cidade do Rio de Janeiro e o papel do negro na sociedade brasileira. Deu espaço para os esquecidos e os comuns.

Para ele, a literatura tinha uma missão. Talvez por isso tenha vivido um isolamento artístico, não compondo o cânone literário nacional por um bom tempo. Foi, injustamente, esquecido. Tempos depois, na década de 1950, teve seu primeiro redescobrimento. Francisco de Assis Barbosa escreveu A vida de Lima Barreto (1952) e o resgatou do desprezo literário. Agora, com o livro de Schawarcz, em que é visto como Triste Visionário, ele retoma o fôlego e, sabiamente, continua nos lembrando da missão da literatura neste mundo: nos salvar do preconceito, da injustiça social e combater todo tipo de opressão. (Com informações do Brasil de Fato).

FHC afirma que sai do PSDB se partido integrar governo Bolsonaro


(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil).

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou, em entrevista publicada na revista Veja, nesta sexta-feira (30) que, “se o PSDB virar uma sublegenda do governo, qualquer governo, estou fora”, disse.

FHC disse ainda que “se o PSDB cometer o erro de ser uma sublegenda do governo, acabou. É mais um. Se ele fizer, pelo lado contrário, oposição sistemática estilo PT, também acabou. Ou ele atua realmente como centro radical, na forma como eu defini, ou ele não tem mais sentido”, explicou.

FHC aproveitou a entrevista para fazer autocrítica: “Perdemos a eleição por erros também nossos. Temos de ser capazes de fazer autocrítica. Sobreviver porque vai ter um carguinho, sobrevive-se, mas com migalhas. Não com voto da maioria, não com o coração nem com a mente da maioria. Ah, para que vou me meter nisso a esta altura da vida?”, perguntou.

O ex-presidente elogiou também os movimentos que surgiram nessas eleições como o RenovaBR, de Luciano Huck e o Agora, que teve como um dos fundadores o produtor Alê Youssef: “esses movimentos que apareceram nestas eleições, o Agora, o RenovaBR, o Acredito, são muito importantes, porque é uma nova geração que surge. E chegou o momento em que a geração que estava no mando precisa passar o bastão — não a geração à qual eu pertenço, que já está há muito tempo fora”, sentenciou.

Sobre a possibilidade de endurecimento do regime com a eleição de Jair Bolsonaro, FHC acredita que não é possível: “olha, os dois lados estão inventando fantasmas. Um vê fascismo, o outro acha que o comunismo está à porta. Isso era na época da Guerra Fria, quando o comunismo existia, havia a União Soviética. Onde está isso hoje?”, e completou: “o importante é entender que o momento que vivemos não tem nada a ver com o que ocorreu em 1964. É outro momento. As Forças Armadas não estão pressionando pelo autoritarismo”, encerrou. (Com informações da Revista Fórum).