Aos 72 anos, Lula prepara a luta mais heroica de sua vida


(Foto: Reprodução/Brasil 247).


É bom levar a sério a afirmação que Lula já fez chegar aos jornais, segundo a qual pretende exercer seus direitos de candidato a presidente até o fim -- e participar da eleição, caso seja possível vencer obstáculos jurídicos que previsivelmente surgirão pelo caminho.

Para quem imaginava que ele estaria prestes a conformar-se com a ideia de que tem zero chances de colocar seu retrato na urna de 7 de outubro, e no momento apenas faria cenas de teatro na cela de Curitiba antes de providenciar a indicação de um substituto, ele tem enviado sinais de uma orientação mais clara, que pode produzir uma campanha eleitoral muito mais animada e combativa do que se costumava prever até aqui.

A decisão de não baixar a guarda se alimenta de dois fatores. Um é político e reside na constatação, óbvia, de que o nome Lula desfruta de indiscutível apoio popular, confirmado a cada rodada nas pesquisas eleitoral. Num país com uma maioria de presidenciáveis cujo nome o eleitorado ignora ou quase nunca respeita, Lula ocupa um lugar único como memória e como esperança de uma parcela cada vez maior de cidadãos. Quando falam do risco de uma eleição esvaziada como nunca, os pesquisadores só se esquecem que estão falando da ausência de Lula como elemento principal de desânimo e desmobilização. Em vez de perder votos depois da prisão, como se imaginava, ele não para de receber apoio de novas parcelas do eleitorado.

Outro aspecto é jurídico. Com auxilio do advogado Luiz Fernando Pereira, especialista em direito eleitoral, cresce em torno de Lula a visão de que não lhe cabe facilitar o trabalho dos adversários políticos que, depois de uma condenação sem provas, agora querem retirá-lo da campanha de qualquer maneira -- e ainda esperam que contribua para isso.

"Se a legislação eleitoral for respeitada, Lula irá disputar o primeiro turno e terá direito até a aparecer no horário eleitoral," disse o advogado ao longo de um encontro com jornalistas e blogueiros, hoje. O argumento de Luiz Fernando Pereira apoia-se no retrospecto de 146 candidatos a prefeito que, em 2016, enfrentaram uma situação análoga a de Lula em 2018. Condenados em processo criminal, disputaram a eleição protegidos por uma liminar, na esperança de que poderia ser confirmada que poderia ser rejeitada por tribunais superiores após a apuração. No fim das contas, "sete em cada 10 conseguiram confirmar suas candidaturas e hoje permanecem em seus cargos", afirma Pereira.


Não há dúvida de que, diante da parcialidade exibida contra Lula em todas as fases da Lava Jato, a natureza particularmente política de um julgamento envolvendo uma sucessão presidencial estratégica para os destinos da 8a economia do mundo permite encarar a possibilidade de um final feliz para Lula -- e para a maioria dos eleitores brasileiros, como informam as pesquisas -- como o ceticismo devido aos contos de fada. Basta recordar a quantidade de recursos e liminares rejeitadas nas fases intermediárias do processo para calcular o que aguarda Lula nos momentos finais e decisivos. "Para tirar o Lula da campanha, será preciso sujar as mãos", diz o advogado.

Nenhuma destas dificuldades, contudo, permite ignorar o ponto principal.

A decisão de seguir em frente representa não só a reafirmação de sua inocência, a denúncia de uma injustiça histórica. Também equivale a uma demonstração de respeito absoluto pela soberania de um povo que não para de gritar por sua liberdade e sua volta ao governo. Quarenta anos depois de paralisar o ABC -- e depois o país inteiro -- nas greves de trabalhadores, e deixar o Planalto coberto de glórias como ninguém antes de dele, Lula caminha para travar, decide aos 72 anos, aquela que pode ser a luta mais heroica de sua vida. (Com informações do Brasil 247).

Candidatos brancos a deputado federal recebem 216% a mais de verba do que negros


(Foto: Reprodução/Yahoo).

Douglas Belchior, pré-candidato a deputado federal pelo PSOL, questionou o partido sobre a divisão de recursos para as campanhas de negros e brancos. De acordo com a acusação, a agremiação privilegia em recursos as figuras brancas.

A polêmica é acompanhada pela novidade na distribuição de recursos pelos partidos. Pela primeira vez na história, doações de empresas estão proibidas e haverá um fundo de R$ 1,716 bilhão, a ser distribuído entre os partidos de acordo com alguns critérios. O primeiro deles é a presença de deputados federais eleitos e os votos válidos obtidos, que teve peso de 83% na destinação do recurso.

Esta determinação privilegiou os maiores partidos, com bancadas significativas em Brasília. O PMDB receberá R$ 215 milhões, ou seja, 12,5% de todo o fundo, e o PT, no segundo lugar, ganhará R$ 199 milhões, quantia equivalente a 11,6% do total. O PSOL ocupa a 19° posição, com R$ 21 milhões, 1,2% do montante do fundo.

Para além da discrepância entre as agremiações políticas, as eleições deste ano suscitaram o debate sobre o privilégio dado pelos partidos políticos às candidaturas de figuras brancas, tanto no espectro político de direita, quanto no de esquerda.

O jornal Estado de São Paulo apurou a candidatura de 7.074 pessoas, autodeclaradas negras ou brancas, para o cargo de deputado federal no pleito de 2014. Apenas duas siglas, PCdoB e PCB, depositaram valor maior na candidatura de figuras negras do que brancas.

Milton Barbosa, um dos fundadores do MNU (Movimento Negro Unificado), diz não se sentir surpreso com a denúncia, porque o negro e a questão racial nunca foram prioridades para os partidos políticos.

Quem prioriza a questão racial são os setores do movimento negro, que têm de se organizar, pressionar e exigir espaços”, afirma.

O estudo registrou 701 candidatos pretos, com arrecadação de R$ 55 milhões, quantia que chega a R$ 78 mil por pessoa. Os pardos, que compõem o grupo racial negro ao lado dos pretos, tiveram 2.229 candidatos, com arrecadação de R$ 209 milhões ao total, o representa o valor de R$ 93 mil por político. O valor médio para as candidaturas negros foi de R$ 90 mil por candidato.

A discrepância torna-se grande quando comparada aos candidatos brancos. Os 4.144 brancos postulantes a um cargo político público arrecadaram a cifra de R$ 1,2 bilhão, o equivalente a R$ 285 mil por campanha. As candidaturas brancas, em média, receberam 216% a mais do que as negras.

Juarez Xavier, coordenador do NUPE (Núcleo Negro de Pesquisa e Extensão), acredita que o incômodo e as denúncias de figuras negras sobre essa desproporção sejam frutos do processo histórico de fortalecimento do movimento negro no Brasil, que passou a enfrentar a política de supremacia branca existente no Brasil.

A partir daí começam a surgir os problemas, em especial nos partidos políticos. Quando o negro era uma linha auxiliar, não havia tantas complicações. Quando o negro, a partir desses últimos 40 anos, começa a formar uma leitura de maioria social, que é um grande mérito político e intelectual do movimento negro, ele mexe na estrutura de percepção da realidade social brasileira.

A morte de Marielle Franco, mulher, negra, LGBT e das periferias do Rio Janeiro, engrossou o discurso de maior diversidade dentro das legendas, em especial as de esquerda. A retórica, contudo, precisa ser convertida em maior investimento para ser efetivada, de acordo com Sueli Carneiro, filósofa e uma das fundadoras do Geledés – Instituto da Mulher Negra.

A diferença entre os valores não é gritante – é o número real, que equivale à importância real que nos dão. É o valor real das nossas candidaturas. Eu acho que a gente mede o compromisso e a efetivação do interesse por uma candidatura negra nesse momento.”

A rede de cursinhos populares Educafro acionou o Ministério Público Eleitoral para os partidos políticos detalharem os recursos destinados a candidaturas negras. Para Frei David, fundador da Educafro, os candidatos negros estão sendo “discriminados” por receberem menos recursos, o que contribui para a manutenção das mesmas figuras no poder, o oposto do que a sociedade almeja.

Isto é bater de frente com o que quer a sociedade brasileira, que quer pessoas novas no cenário político nacional. A Educafro entrou com essa representação para, justamente, quebrar essa tendência doentia de domínio dos coronéis.”

Candidaturas

Além dos recursos, consta-se que os partidos políticos também lançam mais candidatos branco.

Pesquisa do GEMAA (Grupo de Estudo Multidisciplinares da Ação Afirmativa), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), resultado de mapeamento das 400 mil candidaturas de aproximadamente 30 partidos diferentes para as eleições municipais de 2016, mostrou maior presença de candidaturas brancas, tanto nos partidos de esquerda, quanto nos de direita. O material evidencia, contudo, maior participação de brancos nas siglas de centro e de direita.

Os partidos que apostaram em mais candidaturas brancas ao legislativo municipal foram o Novo (90%), MDB (60%) e PSDB (58%). Autodeclarados pretos estiveram mais representados no PSTU (37%), PCB (19%) e PSOL (17%).

Rosane Borges, pós-doutora em ciências da comunicação, acredita que a democracia está em crise e que há busca por novas figuras, que consigam também apresentar a diversidade brasileira.

Este enfrentamento e estas instâncias raciais nos revelam que somos um país menos democrático, porque a ideia de democracia pressupõe pluralidade. Ou seja, é preciso que todo mundo, que todos nós possamos definir os destinos de uma coletividade. Quando se acha que só um grupo racial pode definir os destinos de uma coletividade, há desvio do que é o princípio democrático.”

Depois das eleições de 2014, o Congresso Federal ganhou o formato de 71% de homens brancos. As mulheres são quase 10%, enquanto pretos e pardos, que compõem o grupo racial negro, formam 18,5% da câmera – as mulheres negras são 2,2%. Os números são de  Luiz Augusto Campos, sociólogo e professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticas, da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).

Áurea Carolina, vereadora em Belo Horizonte pelo PSOL e pré-candidata a deputada federal, acredita que esta diferença não será alterada sem o maior compromisso das agremiações.

O racismo institucional e o machismo estruturam o sistema político e produzem, no limite, uma sub-representação extremada das mulheres negras nos espaços de poder. Sem ações afirmativas, inclusive na distribuição dos recursos, o círculo vicioso da exclusão racial e de gênero não será quebrado.”

Outro lado

Até o fechamento desta reportagem, nenhum partido político questionado, de direita e esquerda, respondeu aos questionamentos endereçados. Foram interrogados PSDB, MDB, PT, PSOL, PC do B, Democratas e Rede Sustentabilidade.

Em nota, o diretório estadual do PSOL apresentou que foram levados em consideração três pontos para a divisão de recursos: densidade eleitoral (estimativa de votação, coletivos organizados), histórico eleitoral (desempenho em eleições anteriores) e concentração e conflito de base (muitas candidaturas presentes em mesmas localidades menores).

O partido diz também que foi colocada como prioridade a construção de candidaturas LGBTs, femininas e negras. A legenda afirma que, mesmo sem orientação legal, tem orientação interna para destinar 5% do fundo para candidaturas negras. No entanto, não revelou a quantia exata que cada pré-candidato recebeu. (Por Juliana Gonçalves e Pedro Borges, do Alma Preta. Com informações do Yahoo Notícias).

Especialista em realidade virtual cria ‘jogo da empatia’ para diminuir preconceito

Especialista em realidade virtual cria 'ogo da empatia' para diminuir preconceito.
(Foto: Reprodução/Divulgação/Hypeness).


O projeto da especialista em realidade virtual e designer de interação Clorama Dorvillas é tão ambicioso quanto necessário: revolucionar os treinamentos de inclusão e diversidade para funcionários de empresas através da realidade virtual e aumentada e da experiência dos games.

Para fazer realmente o preconceito na relação com clientes diminuir através de tais treinamentos, o projeto de Dorvillas propõe tirar o funcionário da berlinda e ensina-lo não através da acusação e da vergonha, mas sim através da empatia – de literalmente coloca-lo na pele de quem sofre o preconceito.

(Foto: Clorama Dorvillas).

Para isso, ela criou a Debias, sua empresa de realidade virtual aplicada. A ideia é tornar “divertido o teste e o treinamento de preconceito implícito”.

Segundo o site da empresa, o que o projeto faz é “criar testes eficazes e baseado em provas” através da lógica dos jogos. Seu “jogo” foi batizado de Empathetech, e utiliza a lógica dos avatares em um experimento com 32 mulheres brancas, nas quais metade “experimentam” um avatar de pele branca, enquanto a outra metade um avatar de pele negra.

Em seguida, os grupos trocam de avatar, e o experimento revelou que os usuários não só emularam gestuais e hábitos dos avatares de cor de pele diferente, como saíram da experiência com sentimentos empáticos fortalecidos.

(Foto: O ambiente virtual do Empathetech).

Empresas gastam milhões de dólares em treinamentos ineficazes e praticamente inúteis, que podem provocar um efeito contrário e ainda pior”, diz Dorvillas. “Os treinamentos contra o preconceito não devem envergonhar quem participa. As pessoas precisam se sentir bem quando aceitam outras pessoas. Mudar o preconceito não é algo que acontece da noite para o dia, é um comportamento que precisa ser superado. Queremos dar às pessoas a capacidade de trabalhar em um espaço seguro e confortável”, concluiu.

          


Um diferencial de seu projeto é contabilizar progressos e mudanças em longo prazo, a fim de justamente fazer o usuário sentir-se bem, ao invés de envergonhado com a realidade atávica dos pequenos preconceitos que carregamos.




A realidade virtual passou a ser sua ferramenta para mudar o mundo – utilizando-a como meio para que, do virtual, a empatia se torne real. (Com informações do Hypeness).

Segundo Haddad, novo governo Lula atacará globo, poder dos bancos e irá taxar ricos


(Foto: Reprodução/Brasil 247).

Coordenador do programa de governo da candidatura Lula, Fernando Haddad anunciou que o próximo governo do PT irá atacar com prioridade a concentração dos meios de comunicação, o que significa um confronto direto com a Globo, e a concentração do sistema bancário brasileiro. Além disso, mudará o perfil tributário do país, aliviando a carga sobre os pobres, que são punidos pelo sistema regressivo atual, e cobrando dos ricos, que pagam pouquíssimo imposto no Brasil. Haddad deixou claro que Lula é o candidato do PT, que não há qualquer "plano B" e que o partido está preparado para sustentar a candidatura Lula em todas as instâncias judiciais. 

Haddad concedeu uma entrevista ao jornal Valor Econômico e apontou outros temas prioritários: na área tributária, o programa prevê a criação de um imposto sobre dividendos (o Brasil é o único país do mundo ao lado da Estônia que não tributa impostos sobre os lucros distribuídos a acionistas de empresas), aumentar a alíquota do imposto sobre sobre herança, que é hoje um dos mais baixos do mundo; para implantar um programa de aceleração do crescimento serão usados 10% das reservas cambiais do país (hoje da ordem de R$ 380 bilhões) em projetos de investimento; retomada do Minha Casa, Minha Vida; revogação da reforma trabalhista; mudanças na Previdência Social atacando privilégios e rejeitando o sistema de capitalização ao estilo chileno, que arruinou com os aposentados; ele anunciou também que o tema da ecologia terá grande relevância no programa.

Leia alguns trechos da entrevista a seguir (Com informações do Brasil 247).

Valor: Como está organizado o plano de governo do PT?

Haddad: Tem três dimensões: a econômica, a social e a política. E tem uma quarta, que é a coisa da ecologia, que a gente está dando uma ênfase muito grande.

Valor: Uma análise política conhecida diz que uma força será mais radical quanto mais isolada estiver. O PT poderá fazer a campanha mais isolada de sua história. A proposta é a mais radical?

Haddad: Entendo que a encomenda que o presidente Lula me fez não tinha como pressuposto o isolamento. O pressuposto era a radicalidade da crise, muito agravada pelas medidas de Temer. Um governo claramente anti-nacional e antissocial, que faz todo o peso da crise recair sobre os mais vulneráveis. Em virtude disso, da posição de um governo ilegítimo, a encomenda foi de enfrentar os problemas estruturais para tirar o país da crise. Vamos trabalhar para reunir os partidos de centro-esquerda em torno da candidatura Lula. Agregar.

Valor: O que o plano estabelece sobre os meios de comunicação?

Haddad: Tem dois aspectos em que o programa é radicalmente liberal. Já que você usou o termo radical, estou qualificando a radicalidade. É de uma radicalidade liberal. Quais são? Um deles é concentração dos meios de comunicação. Concentração vertical, horizontal, propriedade cruzada. Vamos propor uma regulamentação que aumente o pluralismo e a diversidade dos meios. Apesar de serem concessões públicas, rádios e TVs sequer têm contrato de concessão com caderno de encargos. Toda concessão pública no Brasil - rodovias, hidrelétricas, linhas de transmissão, distribuidoras, telefonia - todas têm cadernos de encargos.

Valor: Tem parâmetros. Cumprir tantas horas de jornalismo, um percentual de produção própria...

Haddad: A maioria dos quais nem cumprido é. Não tem nem agência para aferir o compromisso das emissoras com diversidade. Sobretudo não permitir que os poderes político e econômico se imiscuam na comunicação, deixando-a a mais livre possível. Compromisso com diversidade, com o contraditório, com liberdade de expressão de camadas vulneráveis, com representatividade étnica. Nada disso tem previsão nas concessões. Mesmo do ponto de vista regional, é tênue o compromisso com temas locais.

Boulos, Ciro e Bolsonaro lançam candidatura. PCdoB defende esquerda unida no 1º turno


(Foto: Reprodução/RBA).

Aberta a temporada de convenções partidárias, que definirão até 5 de agosto os nomes dos candidatos às eleições de outubro, cinco partidos já indicaram seus postulantes à Presidência. Na sexta-feira (20), o PDT confirmou ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes como candidato, o PSC anunciou o ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro e o PSTU, a sindicalista Vera Lúcia. No sábado (21), o Psol reiterou o nome do coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos. E o PSL ratificou neste domingo o deputado Jair Bolsonaro para a disputa.

No Rio de Janeiro, o lançamento da candidatura Bolsonaro acentuou o isolamento do deputado no cenário de disputa. Depois de ver recusadas duas indicações para compor sua chapa, mais uma vez o nome de seu vice ficou em aberto. Convidada, a advogada Janaína Paschoal, coautora do pedido de impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, disse apreciar a indicação mas afirmou que apoiadores de Bolsonaro têm "uma ânsia de ouvir um discurso inteiramente uniformizado" e não confirmou presença na chapa.

O senador Magno Malta (PR-ES) e o general reformado Augusto Heleno (PRB), que chegaram a ser cotados, estiveram no evento. Em sua fala, Bolsonaro defendeu ideias genéricas, como corte e fusão de ministérios, não aumentar impostos e atender a "todas" as demandas da sociedade, além de "pegar pesado" na segurança pública.

Um dia antes, Bolsonaro havia criticado o pré-candidato tucano Geraldo Alckmin pelo pré-acordo firmado com partidos de direita, como DEM, PP, SD e PR, que a mídia tradicional convencionou chamar de centrão. "Ele (Alckmin) juntou a alta nata de tudo que não presta no Brasil ao lado dele", disse Bolsonaro, que lutou para ter ao seu lado esse mesmo bloco de partidos.

Boulos

O candidato do Psol criticou o governo Temer e anunciou como prioridade revogar as medidas "desse governo corrupto". Ao lado da candidata a vice, Sônia Guajajara – do mesmo partido – Boulos também defendeu a liberdade para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Temos um Judiciário que quer decidir no tapetão as eleições de 2018. Nós condenamos a prisão política do ex-presidente Lula, que tem o objetivo de retirá-lo das eleições."

Boulos também cobrou justiça para a vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro em março. "Enquanto não houver justiça, nossa democracia estará manchada", afirmou o candidato, no evento de lançamento, em São Paulo. Ele disse ainda não negociar "nenhum dos nossos princípios" nem fugir de nenhum tema durante a campanha eleitoral.

Ciro

Em evento em Brasília na última sexta-feira (20) o candidato do PDT conclamou à mudança àqueles que não aceitam "colocar uma pedra no peito no lugar do coração". Após flerte fracassado com partidos de direita, que acabaram fechando apoio ao tucano Geraldo Alckmin, Ciro voltou a atacar "plutocratas e agiotas" do mercado financeiro.

Ainda sem um nome como vice, o pedetista atacou Bolsonaro, ao falar de políticos que propõem a solução de problemas complexos com  "golpes a frases feitas", e disse também segurança pública não se resolve com "cultura de ódio e mais violência".

PCdoB

A direção do PCdoB se reuniu neste fim de semana e defendeu que a estratégia eleitoral para derrotar a direita nas eleições de outubro é a unidade dos campos progressistas em torno de uma candidatura única. O partido reafirma a luta pelo "restabelecimento da normalidade democrática", pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu direito de candidatar-se à Presidência da República.

Em nota, a legenda, que tem a deputada estadual gaúcha Manuela D’Ávila como pré-candidata ao Planalto, conclama “o PT, PDT, PSB, PSOL e demais forças progressistas a construírem a unidade, já no primeiro turno, para vencer as eleições, derrotar a agenda neoliberal e neocolonial de Alckmin, Temer e Bolsonaro, retirar o Brasil da crise e encaminhá-lo a um novo ciclo de desenvolvimento soberano com geração de empregos, distribuição de renda e direitos”, conforme informa o portal Vermelho.

Em suas páginas nas redes sociais, a deputada federal e dirigente nacional do partido Jandira Feghali (RJ) elogiou a pré-candidatura de Manuela, por pautar a discussão sobre a construção “da unidade das forças políticas para que a gente possa chegar no segundo turno e ganhar as eleições”, afirmou.

PSTU

Vera Lúcia, que substitui José Maria de Almeida após quatro eleições, afirmou que, se eleita, vai estatizar empresas públicas que foram privatizadas, expropriar as 100 maiores e nacionalizar os bancos. Ela ainda se opôs ao pagamento da dívida pública e ao envio de remessas de lucro ao exterior pelas empresas multinacionais. O professor da rede pública Hertz Dias será o candidato a vice.

PSC

O economista Paulo Rabello prometeu um novo sistema de aposentadorias que vai "distribuir din din" à população. Ele também afirmou defender o capitalismo de livre mercado, mas não da maneira que vigora atualmente no Brasil. "Este capitalismo, que é mais do que selvagem, é espúrio, de corporações, de juro alto e imposto escandaloso, isso vai acabar." (Com informações da RBA).



Professor Nicolau Neto é o mais novo integrante da Academia de Letras do Brasil


Professor Nicolau Neto é o mais novo nome da Academia de Letras do Brasil/Seccional Regional Araripe.
(Foto: Lucélia Muniz).

O professor altaneirense, palestrante, blogueiro e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras pelo Grupo de Valorização Negra do Cariri (GRUNEC), Nicolau Neto, é o mais novo nome que fará parte da Academia de Letras do Brasil/Seccional Regional Araripe.

A Academia de Letras do Brasil (ALB) se configura como uma entidade nacional e que está presente em 80% do território brasileiro e com atuação fora do país. No Ceará, ela chegou em 02 de julho de 2016 e já conseguiu empossar 55 (cinquenta e cinco) membros fundadores efetivos e vitalício.

No município de Araripe, a Seccional foi instalada no dia 27 de outubro de 2017 e representa ainda as cidades de Altaneira, Campos Sales, Potengi, Salitre e Santana do Cariri e visa, segundo seu presidente, Adriano Sousa, em artigo publicado no Blog Negro Nicolau (BNN), “registrar tudo o que for digno de registro de agora em diante e resgatar o que nos falta em moral e bons costumes, vividos em outros momentos”.

A ALB/Araripe tornou público um edital de convocação para preenchimento das cadeiras 21, 31, 33 e 35, exigindo dos interessados e interessadas requerimento de inscrição, carta de intenção e currículo. O processo eleitoral ocorreu na tarde deste sábado, 21, tendo sido vedado ao candidato e candidata a presença no local das eleições. O resultado foi divulgado no fim da tarde.

Nicolau Neto pleiteou a cadeira número 33. “Espero colaborar escrevendo e registrando fatos de interesse e de relevância social”, disse em um dos trechos da carta. Ao saber do resultado, Nicolau externou os agradecimentos em suas redes sociais. Segundo ele, postular vaga na ALB é mais do que buscar um reconhecimento pelo que cotidianamente luta e que externa também em forma de textos, se referindo as relações étnico-raciais e os efeitos dela resultantes, como as desigualdades e o racismo. “A ALB/Araripe é uma entidade que visa congregar e difundir a literatura e a cultura brasileira e, de forma particular, a da nossa região e eu, como pessoa negra escritor buscarei também aqui representar vários escritores e escritoras negras, assim como aqueles e aquelas que foram invisibilizados/as no meio cultural, pois estou convencido de que esse é, assim como outros, um espaço a ser ocupado”.

Abaixo integra da nota:

Externo aqui a minha gratidão a todos/as da Academia de Letras do Brasil/Seccional Regional Araripe que me honraram com seu voto, possibilitando, desta forma, que eu acedesse a esta renomada Casa para nela ocupar a cadeira de número 33.
Postular esta cadeira da Academia é mais do que buscar um reconhecimento pelo que cotidianamente lutamos e externamos também em forma de textos.
A ALB/Araripe é uma entidade que visa congregar e difundir a literatura e a cultura brasileira e, de forma particular, a da nossa região e eu, como pessoa negra escritor buscarei também aqui representar vários escritores e escritoras negras, assim como aqueles e aquelas que foram invisibilizados/as no meio cultural, pois estou convencido de que esse é, assim como outros, um espaço a ser ocupado.
As academias que lidam com educação, com cultura e com as política sociais são lugares que devem estar representados por grupos que compõem a maioria deste país, mas por razões conhecidas - o racismo institucional é um deles - acabam por serem minorias nesses espaços”.

Além de Nicolau, Altaneira terá a representação da professora Socorro Lino, se juntando ao poeta e escritor Adriano Sousa e ao professor e sindicalista José Evantuil. Socorro Lino pleiteou a cadeira 31 e terá como patrono o poeta Antônio Rodrigues, o Ribuliço. Já Nicolau terá como patrono o mestre da cultura João Zuba.

Para as cadeiras 21 e 35 foram eleitas a professora Lucélia Muniz (Nova Olinda) e Lúcia Castro (Potengi), respectivamente. A primeira terá como patrono o Sr. Neco Trajano e a segunda José Alves Batista.




“Não entendo mesmo de economia", diz Bolsonaro prestes a ser confirmado como candidato


(Foto: Fábio Rodriguez Pozzebom/ Agência Brasil).

Líder nas pesquisas de intenção de voto, Jair Bolsonaro (PSL) terá candidatura oficializada neste domingo, 22. Em entrevista ao O Globo, ele confirmou que não entende de economia.

"Não entendo mesmo. Não entendo de medicina, de agricultura, não entendo um montão de coisa. Acho que temos que ter bom senso para governar". O candidato disse que quem trata do assunto por ele é o economista Paulo Guedes - que, numa referência ao anúncio publicitário, comparou ao Posto Ipiranga - a quem pergunta tudo. "Não tenho vergonha de falar isso não".

"O que a gente quer: inflação baixa, dólar compatível para quem importa e exporta, taxa de juros um pouco mais baixa e não aumentar mais impostos. Só pedi coisa boa".

Bolsonaro defendeu a manutenção da meta de inflação, de 4,5%. Sem lembrar o nome do presidente do Banco Central, afirmou ainda que a ideia de Paulo Guedes é manter Ilan Goldfajn. Bolsonaro reforçou ainda ser contra a taxação das grandes fortunas.

Ele ainda admitiu que partidos do centrão, que estão com Geraldo Alckimin (PSDB), acertem com ele. "O centrão diz que vai bater mesmo o martelo lá para o dia 4 de agosto. Podem acontecer problemas entre eles, e alguém vir para o nosso lado. O atrativo que eu tenho é a popularidade. Mas estou muito tranquilo. Se der zebra, eu vou para a praia".

Porém, ele acredita que a aliança de Alckmin com o centrão o ajuda. "Vou mandar um beijo para ele (Alckmin). Um beijo hétero".

Debates

O candidato afirmou ainda que irá a debates, mas irã falar daquilo que quiser. "Vou dar um tranco de dez segundos e falar o que interessa. Não adianta querer me amarrar numa pauta. Vou responder o que eu quero".

Ele defendeu ainda permissão para os policiais matarem durante operações em favelas. "A lei permite só para o lado do crime. Imagina um soldado na rua em missão da GLO (Garantia da Lei e da Ordem). É surpreendido, tem troca de tiros e acaba morrendo um inocente. É justo levar esse garoto para uma Auditoria Militar para uma condenação de 12 a 30 anos de cadeia? Ele tem que ser responsabilizado por tudo isso? Estamos vivendo em guerra, e nela os dois lados atiram". (Com informações O Povo/ O Globo).