Movimentos Populares irão ocupar Brasília nesta quarta-feira (24)


Movimentos populares apostam que o Ocupa Brasília, série de ações que estão agendadas para quarta-feira, no Distrito Federal, será ainda mais decisivo, após as denúncias contra o presidente golpista Michel Temer, do PMDB.

Do Portal Fórum - Nesta semana, foram divulgados áudios que supõem que Temer teria dado aval aos donos da empresa JBS para silenciar o ex-deputado federal Eduardo Cunha, do PMDB.

A mobilização contra a reforma trabalhista e a reforma da Previdência, que inclui uma marcha e um ato político na capital federal, já estava agendada antes do escândalo.

Mas Josué Rocha, do MTST, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, afirma que o calendário de manifestações está mantido. Para ele, agora os atos ganham contornos pelas diretas já e contra uma saída conservadora, que seriam as eleições indiretas

A gente não pode aceitar. Por isso, a ida para Brasília, além do caráter para barrar de uma vez essas reformas, ela vai ser decisiva para exigir a saída do Temer e eleições diretas”, afirmou Rocha.

Para Ricardo Gebrim, da Consulta Popular, o Ocupa Brasília ganha muita força com a luta pelas diretas já. Ele acredita que esta é a bandeira que pode oferecer uma saída política democrática para a profunda crise política.

Dia 24 ganha uma relevância extraordinária com essa conjuntura. Ele vai ter um papel decisivo. É o momento de fortalecê-lo, massificá-lo e levar o máximo possível de ônibus de toda a parte. A expectativa da Frente Brasil Popular, que organiza o evento junto com as centrais sindicais, é reunir 100 mil pessoas em Brasília”, afirmou Gebrim.

A expectativa da Frente Brasil Popular, que organiza o evento junto com as centrais sindicais e frente Povo Sem Medo, é reunir 100 mil pessoas em Brasília.

Delegações pernambucanas, por exemplo, vão participar das manifestações. Paulo Rocha, do Sintepe, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco, afirma que as mobilizações dão continuidade à Greve Geral, realizada no dia 28 de abril.

É importante fazermos um Ocupa Brasília com a quantidade que expresse a nossa indignação e a força de luta da classe trabalhadora”, diz Rocha.


Além de Brasília, paralisações e mobilizações também são esperadas em outros estados neste domingo e também na quarta-feira.

Foto: Lula Marques/ AGPT

Perito profissional contesta perícia paga pela Folha para salvar Temer



O perito profissional George Sanguinetti contestou a perícia contratada pelo jornal Folha de S. Paulo que afirmou que o áudio da gravação da conversa entre Joesley Batista, dono da JBS, e Michel Temer teria sido editado, o que comprometeria a legalidade das acusações contra Temer.

Do247 - Sanguinetti, que atuou no caso PC Farias, é claro ao afirmar que "não há qualquer alteração no conteúdo de áudio do original gravado". "Sem sinais de montagem ou remanejo na gravação; existe conexão contextual", disse o legista em sua página no Facebook.

Sua conclusão, que usada na noite desse sábado em extensa reportagem do Jornal Nacional que trucidou os argumentos da Folha, agarrados por Michel Temer para permanecer no Poder: "a gravação constante na fita é original, de boa qualidade sonora, com ruídos em alguns trechos. É um todo homogêneo. Com a amplificação dos ruídos de fundo, pode-se verificar que o ambiente onde ocorreu a gravação é o mesmo, do início ao fim".

Leia na íntegra o que disse George Sanguinetti sobre gravação entre Joesley Batista e Michel Temer:

"Laudo pericial de autenticidade da fita gravada com diálogos entre o Presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista. Uma contribuição da Fonética Forense.

Com a divulgação e distribuição da fita gravada (pelo Supremo), foi-me enviada uma cópia, com um pedido de realização de uma Perícia de Autenticidade. Como não foi solicitado sigilo, mantenho o anonimato do requisitante e divulgo o resultado do meu trabalho e de equipe multidisciplinar.

De modo objetivo, declaro que não há qualquer alteração no conteúdo de áudio do original gravado. Sem sinais de montagem ou remanejo na gravação; existe conexão contextual.

Características do material examinado: trata-se de uma gravação de áudio, contendo como interlocutores o Presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista. Após a análise espectográfica, houve aferição de autenticidade da voz, de cada interlocutor, participante do diálogo e também da autenticidade de toda conversação gravada.


Conclusão do Laudo Pericial de Constatação de Autenticidade de Áudio: a gravação constante na fita é original, de boa qualidade sonora, com ruídos em alguns trechos. É um todo homogêneo. Com a amplificação dos ruídos de fundo, pode-se verificar que o ambiente onde ocorreu a gravação é o mesmo, do início ao fim."


Oposição e equipe de sustentação a Temer concordam que ele perdeu a capacidade de presidir o país


Essa constatação e a expectativa quanto a novas revelações de impacto da Lava Jato são as únicas certezas de parlamentares e analistas em relação à crise atual e seus possíveis desdobramentos. Veja o que mais pode vir por aí.

Do Congresso em Foco - “A governabilidade, com o presidente Temer, está comprometida”, diz a senadora Ana Amélia (PP-RS), vigorosa defensora do impeachment que tirou Dilma Rousseff do Palácio do Planalto. “O governo Temer terminou”, afirma o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), um dos principais nomes do petismo no Parlamento. “Para o Temer agora não dá mais”, concorda Alex Canziani (PTB-PR), importante parlamentar da base governista na Câmara dos Deputados.

Para o jornalista e analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Temer perdeu a capacidade de se manter no cargo “porque não tem mais condições de aprovar a agenda das reformas, que o sustentaria”.

Outra constatação próxima da unanimidade, entre políticos e analistas, é que a Lava Jato continuará assombrando a nação com revelações escabrosas, seja em razão das delações já parcialmente vazadas (como a da JBS), seja pelas delações a caminho, como as do ex-ministro Antonio Palocci e as novas informações prestadas por executivos e acionistas dos grupos Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. Sem falar da temida delação do ex-deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A Lava Jato sai fortalecida”, analisa Ana Amélia. Ela acredita que as gravações envolvendo donos e diretores da JBS e figuras de destaque da política nacional que tentaram de alguma maneira obstruir a operação demonstram que não vale a pena atuar contra a continuidade das investigações. “Isso obrigará todo agente público, daqui pra frente, a evitar criar qualquer problema para a Lava Jato”, prevê a senadora.

Complicado mesmo será construir o mundo pós-Lava Jato, observa o cientista político Ricardo de João Braga. “Vivemos um ambiente confuso e muito pouco auspicioso, em grande parte porque não se vê uma liderança que sinalize esperança para a grande maioria da população. A Lava Jato fez um grande serviço à sociedade, mas transformou toda a classe política em um caldo que azedou. A questão é superar isso”.

Entenda o que se passa no Brasil e outros possíveis desdobramentos da crise política:

O fim do governo Temer – no Congresso, as principais lideranças políticas já não discutem a possibilidade de Michel Temer continuar a presidir o país ou não. A saída dele é dada como certa. A avaliação predominante, tanto na antiga base governista quanto na oposição, é que Temer só não renunciou porque negocia uma rede de proteção junto ao Poder Judiciário e seus aliados políticos. A renúncia, neste momento, poderia equivaler ainda a uma espécie de confissão de culpa.

Temer perdeu condição de governabilidade porque não conta mais com as três bases de apoio que lhe permitiram exercer o cargo de presidente mesmo com enorme rejeição popular: o alto empresariado e o mercado financeiro; o Congresso; e os grandes veículos de comunicação.

No último caso, isso ficou claro já na noite de quarta-feira (17) com a cobertura que o mais poderoso grupo de mídia brasileiro, o grupo Globo, deu às revelações derivadas da delação da JBS. Na Globo News, o principal comentarista político da empresa e frequente porta-voz do conglomerado, Merval Pereira, foi adiante ao decretar, em alto e bom som, que Temer não tinha mais condições de presidir o país. Nesta sexta-feira (19), o jornal O Globo pediu a renúncia de Temer em editorial, embora tal posição não seja encampada por outras poderosas empresas de comunicação (como o Estadão, que condenou o comportamento do jornal concorrente).

A perda de apoio do grande empresariado e do mercado financeiro refletiu-se nos movimentos de ontem – quinta, 18 – no câmbio e na bolsa. No Congresso, uma base que chegou a representar 80% da Câmara e do Senado e que já sofria um processo de emagrecimento, desfez-se por completo e saiu a avisar aos interessados que não há mais clima para avançar com os grandes temas da pauta legislativa, como as reformas previdenciária e trabalhista.

O jogo que está sendo jogado de fato é como será a sucessão de Temer”, resume Henrique Fontana.

Cassação pelo TSE – é hoje visto como o cenário mais provável, já que são abundantes as provas de abuso de poder econômico e de irregularidades diversas cometidas pela chapa Dilma/Temer. Como já não há mais razão para o Tribunal Superior Eleitoral dar sobrevida a um governo que perdeu a capacidade de sustentação, os ministros do TSE podem dar maioria ao voto pela cassação, que será apresentado pelo ministro Herman Benjamin. Segundo um influente advogado eleitoral, o voto de Herman, conhecido pela competência jurídica e que dedicou meses à preparação do relatório, será “fulminante”.

O julgamento está marcado para 6 de junho, mas alguns parlamentares defendem que a data seja antecipada. Mesmo que não haja mudança no calendário, poderá ser o caminho mais rápido para encerrar a agonia do governo Temer.

Antônio Augusto de Queiroz, do Diap, diz que não se pode descartar a possibilidade de o TSE dar à questão tratamento semelhante ao aplicado recentemente ao governo de Amazonas. Por entender que não houve vacância no cargo em decorrência da cassação da chapa do governador eleito, a Justiça eleitoral convocou novas eleições. “Só há vacância em caso de renúncia, impeachment, morte ou inaptidão física ou psicológica para o exercício do cargo. Cassação é uma outra situação. Nessa hipótese, ainda que isso não seja o mais provável, o TSE poderia convocar eleição presidencial direta”.

Em qualquer circunstância, Temer recorrerá ao Supremo se a decisão do TSE lhe for desfavorável.

Impeachment – é o caminho mais longo e também o que pode impor maiores prejuízos à economia e a estabilidade político-institucional. Até este momento, oito pedidos de impeachment presidencial foram apresentados.

É grande a torcida, entre políticos e empresários, para que uma outra solução permita evitar que o Brasil volte a passar pelo desgaste e pelo trauma de um novo processo de impeachment, que poderia representar pelo menos três a cinco meses de paralisia do Congresso, com efeitos trágicos sobre os investimentos num país em recessão há mais de dois anos.

Renúncia – pelas razões antes citadas, Temer só renunciará se tiver garantias de alguma proteção, algo que, no atual contexto, esbarra na determinação do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e do ministro Edson Fachin (relator no STF) de levar adiante essa sucessão de tsunamis que ficou conhecida pelo nome de Operação Lava Jato.

O novo presidente – há especulações para todos os gostos, mas não há certeza nem mesmo de que o sucessor de Temer será escolhido pelo Congresso, por via indireta, no prazo de 30 dias após a saída do presidente atual, hipótese prevista no parágrafo primeiro do artigo 81 da Constituição Federal.

A oposição, tendo à frente o PT de Lula e a Rede de Marina, apoiada por vários movimentos sociais e entidades da sociedade civil, tentará pressionar o Congresso a aprovar a proposta de emenda à Constituição do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), pela antecipação da eleição presidencial direta (PEC 227/2016). Hoje, no Congresso, essa PEC está longe de alcançar maioria. A esperança dos seus defensores é torná-la politicamente viável por meio da mobilização da sociedade. Dois fatos indicarão em breve as chances de a ideia prosperar: o sucesso ou fracasso das manifestações por diretas-já marcadas para este domingo, dia 28; e a votação – ou não – da proposta de Miro na terça-feira, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. A CCJ do Senado também tentará votar PEC de teor semelhante, de autoria do senador Reguffe (Sem partido-DF).

A emenda será aprovada não porque o Congresso quer, mas pela pressão das ruas”, disse Miro ao Congresso em Foco. “Um Congresso que elegeu Eduardo Cunha como presidente da Câmara e botou Temer na Presidência da República, nas condições em que colocou, não terá credibilidade para escolher um presidente”.

Também há dúvidas se o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, por ser investigado na Lava Jato, poderia substituir interinamente Temer. Há quem defenda que lhe faltariam condições não apenas políticas e morais, mas até mesmo jurídicas, para tal (o Supremo já decidiu que réu de ação penal está impedido de substituir o presidente, não analisou ainda o caso de pessoa sob investigação).

Nessa hipótese, aplicando-se o artigo 80 da Constituição, Maia e o presidente do Senado, Eunício Oliveira, outro sob investigação, poderiam ser descartados, assumindo a Presidência da República a ministra Cármen Lúcia, que preside o Supremo Tribunal Federal e é a próxima na cadeia sucessória. Alguns parlamentares de esquerda defendem essa ideia, que também contaria – conforme se especula em Brasília – com firme apoio do grupo Globo. “Carmen Lúcia, como presidente do Supremo, é a mais indicada para conduzir a eleição presidencial direta”, opina o petista Henrique Fontana.

Alex Canziani discorda: “Fazer uma nova eleição presidencial agora é uma loucura. Aí acabamos com o país de vez. A Constituição é clara e prevê a eleição de forma indireta. Essa é a única saída para apaziguar o Brasil”.

Havendo eleição indireta, o nome mais forte no Congresso Nacional neste instante é o do ex-ministro (da Justiça e do Supremo) Nelson Jobim, que teria a vantagem de se relacionar bem com todas as principais forças políticas do país. Setores da base governista também defendem os nomes de Fernando Henrique Cardoso e, com bem menos força, Henrique Meirelles.


O futuro da economia – incógnita das incógnitas, este é o tema que mais preocupa o cientista político Ricardo de João Braga. “Concordemos ou não, com todas as suas dificuldades e mesmo com muita impopularidade, Temer vinha fazendo reformas que correspondem aos movimentos considerados necessários pelos empresários e por aqueles com capacidade de retomar os investimentos nacionais”, pondera ele. “A economia vinha muito mal e começou a melhorar na medida em que o governo atuou no sentido de buscar o equilíbrio fiscal e promover reformas. Temo que as mudanças em curso nos lance numa situação ainda mais desastrosa no campo econômico, sem que seja possível vislumbrar ainda a liderança capaz de trazer alguma estabilidade política, ou seja, aquela que Maquiavel chamaria de príncipe”.

Temer na tela da Globo: principal grupo de comunicação do país já publicou até editorial defendendo a renúncia de Temer.
Foto: Reprodução/ Congresso em Foco.

Direita sacrifica duas torres, Temer e Aécio, para capturar o Rei: Lula


A alvo final é Lula

Aqueles que estão soltando foguetes que nos desculpem, mas não nos colocamos entre os que comemoram, efusivamente, as últimas notícias.

Por Mauro Santayana, em seu blog - Moralmente e por uma questão de princípios, em defesa da democracia, quem está contra os casuísmos e arbitrariedades jurídico-investigativas da Operação Lava Jato no caso de Lula, tem que se manter contra eles também quando atingem o campo adversário.

Até mesmo porque partem, e fazem parte da estratégia, de quem tem apenas um interesse: o seu próprio lado.

Não vemos como solução para o país um impeachment de Temer, a ser conduzido pela figura nefasta da Janaína Paschoal, que já defende essa hipótese para aparecer nos jornais, nem a convocação de eleições indiretas para a Presidência da República para as quais a mídia já especula, significativamente, citando o nome de Sérgio Moro, se “magistrado poderá ser candidato”.

Isso, em um processo a ser conduzido por um congresso majoritariamente golpista, em grande parte também investigado por uma operação cuja autoridade máxima é o próprio “chefe” da República de Curitiba.

A ideia de uma nova campanha pelas Diretas Já é correta, do ponto de vista da lógica democrática.

Mas se formos objetivos e pragmáticos, considerando a atual situação política, retira tempo precioso da oposição, que poderia ser utilizado, caso as eleições se fizessem normalmente em 2018, para que Lula se recuperasse e refizesse — aproveitando a crescente impopularidade do governo Temer e denunciando e esclarecendo as mentiras de que tem sido alvo — sua relação com a opinião pública e seu caminho para a Presidência da República.

Uma eleição agora, mesmo que direta, pode jogar o poder no colo de Jair Bolsonaro, apoiado pela sensação de caos institucional, pela condição de não estar sendo processado pela Lava Jato, e, caso chegue ao segundo turno, como as pesquisas indicam, por uma aliança que abrangeria da extrema-direita a setores mais oportunistas do próprio PMDB e do PSDB, passando pelo “centro” fisiológico dos partidos nanicos conservadores, unida pelo objetivo comum de evitar, a qualquer custo, que o PT e sua “jararaca” voltem à Presidência da República.

Finalmente, a leitura mais correta é de que os principais alvos das mais recentes manobras da “justiça” não sejam nem Temer nem Aécio, por mais implacáveis que sejam, contra ele, os juízes e procuradores.

As acusações contra os dois foram forjadas — já que se tratam claramente de arapucas propositadamente montadas — como forma de abrir caminho, definitivamente, para a condenação de Lula.

A percepção da população de que a Justiça e o Ministério Público estavam sendo totalmente seletivos e parciais no trato dos gregos com relação aos troianos vinha crescendo a olhos vistos nas últimas semanas, e aumentava, na mesma proporção, a popularidade e as intenções de voto do ex-presidente da República, especialmente depois de seu depoimento em Curitiba e da absurda proibição de funcionamento do seu instituto.

Com as acusações contra Temer e Aécio, o antipetismo entrega duas torres para capturar e eliminar o Rei que odeia e persegue, sem êxito, há tanto tempo.

A partir de agora, ninguém pode mais dizer que a Operação Lava Jato só atinge o PT, enquanto afaga seus adversários.

E Lula poderá então, ser condenado “exemplarmente” por Moro, aproveitando-se o caos político que tomará conta do país nas próximas semanas, sendo definitivamente impedido de voltar por via eleitoral ao Palácio do Planalto, tanto agora, em eventuais “Diretas Já”, como em 2018.

10 05 2017 Curitiba PR Brasil o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante Ato jornada pela democracia em Curitiba.
Foto: Ricardo Stuckert.

Transcrição minuto a minuto da conversa de Josley com Temer é feita por Blogue



A conversa do empresário Josley Batista, da JBS, com o presidente Michel Temer, em sua residência no Palácio do Jaburu, é uma peça histórica absolutamente explosiva. Acabo de ouvi-la por inteiro e conforme a ouvia fui resumindo minuto a minuto o seu conteúdo.

Do Blog do Rovai - Além de concordar com Josley de que ele deveria continuar bancando Eduardo Cunha, Temer ouve o empresário dizer que comprava um procurador para ter informações privilegiadas e que precisava da ajuda de Temer pra pressionar Henrique Meirelles, ministro da Fazenda e seu ex-funcionário na JBS, a lhe atender em nomeações.


Temer diz que só indicou Meirelles por conta da relação dele com Josley.

Num dado momento, Josley revela que por conta da boa relação que mantém na mídia conseguiu tirar da pauta a investigação contra a sua empresa. Não deixe de ler este minuto a minuto.

5 min – Começa a conversa. Ambos falam que faz tempo que não veem e coisas do gênero.

6 min – Temer começa a se vangloriar e diz que a economia está melhorando. E que com 10 meses de governo (parece que foi ontem, diz) já deu pra fazer muita coisa. Temer também fala que antes a oposição dizia que foi golpe e que isso não colou. Depois passou a dizer que a economia não ia se recuperar e voltou a errar, porque a economia melhoraria.

7 min – Temer fala das reformas que está aprovando rapidamente. Josley diz que os juros têm que baixar. Temer diz que isso vai acontecer.

8 min – Josley diz que veio ao encontro de Temer  por 2 ou 3 motivos. E diz que não havia visto Temer desde que ele assumiu a presidência. E que durante este tempo vinha falando com o Geddel.

9 mim – Temer diz que Geddel fez uma bobagem sem consequência nenhuma. E Josley diz que vinha falando também com Eliseu Padilha e que como ele adoeceu ficou sem interlocutor e por isso pediu uma conversa direta com ele. Josley introduz a conversa sobre Eduardo Cunha e pergunta como está relação dele com Temer.

10 min – Temer diz que Eduardo Cunha tentou fustigá-lo, mas que o juiz Sérgio Moro indeferiu 21 perguntas dele que eram pra lhe trucar. Josley diz que dentro do possível fez o máximo que deu. E que zerou tudo que tinha de pendências (dando a entender que pagou propina a Cunha).

11 min – Josley volta a falar que tratava dessas coisas com Geddel, mas que agora que ele está investigado, ficou dificil também conversar com ele sobre isso. Falou sobre os vazamentos do Geddel. E volta a falar que está de bem com o Eduardo e que todo mês estaria cumprindo o acordo. Temer diz claramente que ele tem que manter isso. Josley diz que está segurando as pontas.

12 mim – Josley diz também deu conta do juiz do caso dele de um lado. E do outro também deu conta do juiz substituto. Temer comenta em concordância, “tá segurando os dois”. Josley diz que tem um procurador dentro da Força Tarefa, que está lhe passando informações privilegiadas. E fala que está tentando trocar um procurador. E que “se der conta” tem o lado bom e o lado ruim. Porque o outro pode vir um com raiva e piorar as coisas. Temer vai ouvindo e fazendo comentários em concordância.

13 min – Josley diz que só está contando essa história pra dizer que está se defendendo. Josley fala que o negócio da anistia quase não deu com o Geddel. E Temer faz um comentário quase inaudível sobre líderes partidários e empresários. Parece estar falando sobre o Refis que foi aprovado há pouco para barganhar votos da previdência.

14 min – Fala sobre alguém que trabalhava com Lúcio e que isso teria rendido um Fantástico e um JN.

15 min – Josley fala claramente que a notícia sobre esse caso “quietou” porque ele tem uma boa relação com a imprensa. Ficou um dia ou dois e parou, diz. Neste trecho Josley também conta pra Temer que estaria dando 50 mil por mês (pelo que parece pelo contexto) para um procurador da Lava Jato que lhe passaria informações.

16 min – Pergunta qual a melhor maneira de ele conseguir falar com o Temer. Que antes ele falava via Geddel. Temer responde que a melhor pessoa é o Rodrigo (Maia). Josley então diz que se for alguma que ele precisar fala pra o Rodrigo, mas se for alguma coisa dessas que acabamos de falar, que o procura e vai à noite à casa dele. Fala em 22h30. E diz que aí eles conversariam ns 10 minutinhos, meia horinha.

17min  – Josley pergunta como Temer está com o Henrique (Meirelles). Ambos falam que ele é trabalhador e está indo bem.

18 min – Mas Josley começa a falar que tem discutido coisas com Henrique e que ele diz que não consegue mudar. Como decisões do Cade, do BC e da Receita, entre outras.

19 min – Josley diz que queria ter alguma sintonia com Temer para quando falar com Henrique não acontecer dele dizer que o Temer não quer. Josley diz que indicou um presidente do Cade e Henrique não teria aceitado.

20 min – Josley fala que trabalhou com Henrique quatro anos e que por isso às vezes fica constrangido. Temer diz que uma das coisas que o levou a indicar Meirelles pra Fazenda foi o fato de ele ser amigo de Josley. Volta-se a conversar sobre Eduardo Cunha que teria voltado a cobrar Josley 15 dias antes de ser preso.

21 min – Eu não sei o quanto eu devo ir ao Henrique. E aí Temer autoriza quando ele for pra cima do Henrique dizer que já falou com ele. Ou seja, banca a pressão do dono da JBS para seus interesses empresariais. Aí Josley fala da presidência do Cade.

22 min – Fala da troca da presidência da CDN. E diz que vai pressionar Henrique e sempre dizer que já conversou com Temer.
23 min – Josley diz que o que queria combinar com Temer era isso. De que poderia ir pra cima do Henrique e que quando ele tentasse escapar, dizer que  iria falar com Temer. Para que Henrique Meirelles soubesse que eles têm uma linha direta. Fala de uma operação da JBS com o BNDES. Uma operação que não deu de um jeito, mas deu do outro.

24 min – Josley reclama que o BNDES está problemático. Temer fala que têm servidores que estão com os bens indisponíveis e que por isso eles tão com medo de mexer com qualquer coisa. Mas Temer diz que quando Meirelles escorregar Josley pode dizer que vai falar com ele.

25 – Temer diz que falou naquele dia com Geddel. Josney pergunta como vai começar 2018. Temer diz que mesmo achando que vai melhorar bem a economia, não sabe como vai começar.

26 min – Temer fala que acha que não vai passar a cassação dele porque o pessoal TSE tem consciência política. E que mesmo se cassarem, tem recurso e aí acabou o mandato.
27 min – Josley reclama que os procuradores dão solavancos nele. E que se as coisas continuarem desse jeito iram acabar quebrando ele.

28 min – Josley fala que se não for feito alguma coisa mais dura, esses meninos não iram parar. Falam do Sergio Machado.

29 min – Diz que não conhecia Sergio Machado e que ele o denunciou falando da JBS. Diz que os procuradores fizeram ele falar da JBS.

30 min – Diz que um menino ficou 15 dias na cadeia porque não tinha nada para falar da JBS e que aí acabou falando qualquer coisa. Fala do bloqueio das contas, dos bens e do bloqueio do passaporte.

31 min – Josley diz que foi ao procurador e deu um seguro garantia de 1 bilhão e meio. Josley sugere que Temer crie alguma agenda, alguma coisa.

32 – Se despedem. E Josley diz que se Temer pode pedir o que precisar. E que se for urgente ele vai procurá-lo. E diz que gostou do jeito que fizeram o encontro. Diz que veio sozinho dirigindo o próprio carro.

33 min – Temer diz que não gostou de morar no Palacio do Alvorado. E que prefere o Jaburu, porque lá não conseguia nem dormir. E Temer diz que lá deveria ter fantasma. Josley pergunta como a Dilma conseguia ficar sozinha lá…

34 min – Temer elogia a forma de Josley que diz estar comendo melhor, menos alimentos industrializados….

Base aliada quer renúncia de Temer


 Articuladores políticos do governo foram avisados no fim da noite desta quarta-feira (17) que vários grupos de parlamentares que integram o núcleo duro da base aliada querem a renúncia do presidente Michel Temer.

Do G1 - Segundo o jornal "O Globo", o dono da JBS, Joesley Batista, entregou gravação ao Ministério Público com uma conversa entre ele e Temer na qual eles discutiram a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A Presidência confirmou a reunião, mas negou a tentativa de impedir a delação.
Em uma reunião com conselheiros políticos, na noite desta quarta, o presidente já disse que não tem disposição em renunciar. Além disso, segundo auxiliares, o presidente se defendeu e ressaltou que, em nenhum momento, falou sobre o silêncio de Cunha.

Várias reuniões aconteceram dentro e fora da Câmara durante a noite. Segundo relatos feitos ao Blog por parlamentares da base, o clima é de velório.

O Planalto foi avisado que, se Temer não der sinalização rápida de solução para a crise política, através da renúncia, haverá forte movimento nesse sentido pelos próprios aliados, o que deixaria a situação do presidente insustentável.

Já há parlamentares que avaliam que, se Temer não tomar essa posição, será atropelado e perderá qualquer tipo de influência sobre o processo de sucessão.

Na avaliação de deputados da base, só o fato de Temer ter recebido Joesley Batista reservadamente no Palácio do Jaburu mostra que houve movimento desesperado do presidente, que sofria chantagem explícita de Cunha, inclusive através de perguntas encaminhadas à Justiça Federal.

Se Temer não optar pela saída mais rápida, a renúncia, ele poderia, dizem aliados, sofrer um processo de impeachment ou ter o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitora, que julgará, no mês que vem, a ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.

"A renúncia do presidente passou a ser um imperativo para não agravar ainda mais a crise. O governo Temer acabou hoje", disse ao Blog o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. O partido comanda o Ministério de Minas e Energia.

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), também defende a renúncia de Temer. O partido chefia o Ministério da Educação.


E até deputados do PPS já cobram até a saída do partido do govenro. Atualmente, o PPS tem dois ministros : Roberto Freire (Cultura) e Raul Jungmann (Defesa).


Deputados pedem impeachment de Temer após revelação de áudio em que ele pede para comprar silêncio de Cunha


Após revelação do áudio em que Temer foi gravado dando aval para comprar silêncio de Cunha, deputados federais pediram o impeachment do presidente Michel Temer (PMDB), no plenário da Câmara na noite desta quarta-feira, 17. As informações são do portal UOL.

Do O Povo - O deputado Afonso Florence (PT-BA) foi um dos parlamentares que gritaram pelo impeachment de Temer. "Se isso é verdade, a gravação tem de ser verificada, mas isso incinera o governo, a reforma da Previdência. [Tem de ter] o impeachment imediatamente, fica insustentável. O processo tem de tramitar, mas é inexorável", afirmou.

Quando o grupo de cerca de 20 parlamentares começou a gritar pelo afastamento de Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou a sessão e se retirou do plenário. Questionado por jornalistas, ele limitou-se a dizer que "não há mais clima para trabalhar".

O deputado José Guimarães (PT-CE) disse que já havia motivos para mover um impeachment contra Temer. "Ou se faz isso de abrir o impeachment ou não se faz mais nada no país", declarou.

A denúncia também repercutiu no Senado. No plenário, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) informou que os parlamentares que fazem oposição ao peemedebista estão "começando a discutir a apresentação de impeachment imediatamente" do presidente Michel Temer.


"É um crise gravíssima na história do país", comentou, antes de ler, ofegante, a reportagem publicada pelo jornal "O Globo". O petista anunciou que a bancada iria se reunir para tratar dos termos do pedido.


Instituto Lula será reaberto



O TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), em Brasília, derrubou a decisão de suspender as atividades do Instituto Lula. A nova determinação, uma liminar (provisória), é do desembargador Néviton Guedes.

No dia 9 de maio o juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal Criminal, também em Brasília, havia determinado o fechamento. Ele afirmava que o o Instituto poderia ter sido usado para a prática de crimes.

Do Poder360 - “Assim, em relação ao acusado Luís Inácio Lula da Silva, verifico pelo teor de seu depoimento que o Instituto Lula, mesmo que desenvolva projetos de intuito social, possa ter sido instrumento ou pelo menos local de encontro para a perpetração de vários ilícitos criminais”, disse no despacho.

O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, divulgou vídeo em sua página no Facebook comentando a permissão de reabertura.

O caso gira em torno de uma ação que investiga se Lula obstruiu a Justiça em investigações da Lava Jato. A suspeita é que o ex-presidente tenha tentado comprar o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras.

O ex-presidente lula durante seminário do PT. Foto: Sérgio Lima/ Poder360.