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O pobre de direita ou o metaleiro de direita, quem é mais alienado?



A maioria dos headbangers (ou metaleiros) que conheço são reacionários mesmo. É por essas e outras que costumo brincar que Metal é nome de lixo. Quem nunca jogou uma latinha de cerveja numa lata de lixo reciclável escrito metal? Metaleiro alienado de direita no Brasil transforma o movimento em lixo, mas um lixo reciclável, ou seja, o cara pode abrir a mente se entender que o gênero, em sua raiz, é um movimento de protesto contra a sociedade conservadora.

Do Pragmatismo Político - Um artigo do jornalista Bruno Silvestre no site WikiMetal diz tudo: “Judas Priest, AC/DC, Twisted Sister, Motley Crue e Mercyful Fate são exemplos que fizeram a elite conservadora arrancar os cabelos e não medir esforços para censurá-los”. Dentro do espírito de contestação que o Rock and Roll representa, era para o metaleiro ser, por natureza, no mínimo alguém contra o estabilshment.

No Brasil, infelizmente, há muito nazistinha “bolsominion” e afins propagando que o Metal representa as ideias conservadoras de extrema-direita. Um exemplo disso foi dado pelos caras da banda Tihuana, que ressuscitou uns anos atrás com o hit “Tropa de Elite”. Eles estavam numa pior e se transformaram numa banda decadente cover de Legião Urbana para ganhar uns trocados. Era o Urbana Legion. Onde iam, apresentavam a bandeira do Brasil com discurso coxinha pró-impeachment. Tiveram que sair correndo de muita cidade administrada pelo PT.

Eu vi a figura do roqueiro ser associada à Direita quando estava na Marcha Antifascista, no início desse mês, e os organizadores estavam repassando a rota que faríamos e foi falado sobre a Galeria do Rock.

— Passaremos na frente daquela Galeria do Rock, cheia de reacionários de extrema-direita e vamos vaiar os caras.

Entre os próprios “antifascistas”, havia muita gente no maior visual roqueiro, principalmente punks, o que fez o plano de vaiar a Galeria do Rock soar contraditório.

Chegamos na avenida São João, em frente à galeria, os manifestantes pararam ali e começaram a provocar os roqueiros, que disputavam espaço nas marquises para assistir à manifestação. Eram xingados e a maioria não estava entendendo nada. Alguns davam joia para os manifestantes, apoiando a causa.

Então rolou um protesto dentro do protesto. Metaleiros que estavam lá entre anarquistas, comunistas, GLBTs e o povo da esquerda se juntou e cantou: “caiam na real, o metal não é fascista”, algo do tipo.

Jogo o Metal no lixo quando vejo metaleiros como o Phil Anselmo da banda Pantera terminar seus shows bradando ódio e fazendo saudações nazistas. Mustaine, Tom Araya e Bruce Dickinson são tudo reaça também. É uma pena.

Uns comentários interessantes que li no artigo falavam coisas do tipo: “sou fã do Death Splatter, mas não vou sair por aí empalando as pessoas”. Outro dizia: “pior de tudo é Headbanger com a camiseta do Che Guevara, Fidel Castro ou mesmo do Lula molusco”.

Nunca se esqueçam que o rock nasceu do blues, dos negros, é som de negão. Pode existir White Metal fascista, bandas que defendem a Ku Klux Klan, mas esses caras estão viajando na maionese, usando muita droga estragada e estragando um movimento que nasceu para ser de esquerda.


Que motivos teriam?


Ainda sobre a votação do dia 17 de abril. Dediquei quase todo o dia para acompanhar a sessão que, confesso não esperava um resultado diferente, afinal este foi o congresso mais conservador eleito dos últimos tempos. No entanto, fiquei muito decepcionado com o nível intelectual, moral e ético dos nossos “representantes”. Uma lástima, eu diria.

Mas, por outro lado, percebemos que muitos não tiveram essa mesma percepção, o que é perfeitamente aceitável em época de regime democrático, porém incompreensível ante os fatos apresentados. Um empresário aplaudir os discursos de muitos no domingo é perfeitamente justificável, pois é dos projetos antissociais de deputados que eles mantem seus lucros; Pastores e padres (a grande maioria) se posicionarem a favor dos que votaram a favor do impeachment se justifica, uma vez que pautas conservadoras e homofóbicas são e continuarão sendo aprovadas com o apoio da bancada religiosa e isso lhes satisfaz.  Fazendeiros irem às ruas apoiarem a saída da presidenta é crucial para eles, pois são contra qualquer tentativa – mesmo que minúscula – de reforma agrária e para isso a bancada ruralista lá está para barra-la.  A grande mídia bater todo dia na mesma tecla no desgoverno (contestável é bem verdade) se justifica, uma vez que desde sempre apoiou setores elitistas e retrógrados da sociedade e não faz parte do seu perfil coletar informações sérias e sem seletismo e não se pode esperar muita coisa de filhotes da ditadura civil-miliar.

Imagem puramente ilustrativa/Google.
Agora, que motivo teria setores populares (muito pouco, mas tem), filhos e filhas de agricultores/as para apoiar o impeachment? Será que foram corrompidos por discursos falsos e caluniosos da grande mídia? Talvez sim. Mas a questão é bem mais grave do que parece.

Ver um pobre de recursos econômicos apoiar o impeachment é tão estarrecedor quanto ver um escravizado apanhar e pedir para que seu “dono” bata mais e com mais intensidade (não teve isso, é apenas um exemplo). É tão repugnante quanto ver uma mulher apanhar do seu esposo e não denunciar. É tão horrível quanto ver homossexuais sendo agredido física e moralmente e não tomar nenhuma atitude. É tão agoniante quanto ver uma criança passando fome e nada fazer para ajuda-la. É tão assombroso quanto ver negros e índios continuando sendo massacrados e fingir que o racismo não existe. É tão... É tão... É tão...

Há uma frase de Che Guevara que diz “Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética” e eu digo é uma contradição um pobre ser conservador, retrógrado e elitista. É como se gostasse do seu algoz. Afinal, não dá para entender quem apoie qualquer ato ou ação que faça menção a um regime que cerceava a liberdade.