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"Incêndios da alma – a beata Maria de Araújo e o milagre de Juazeiro”, da escritora caririense Edianne Nobre é abordado no Enem

 

Edianne Nobre.  (FOTO | Reprodução).


O milagre da hóstia convertida em sangue na boca de uma beata foi tema de uma pergunta da prova de ciências humanas, aplicada no primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022, neste domingo (13).

Na questão, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) associa a crença na conversão da hóstia em sangue — suposto milagre não reconhecido formalmente pela Igreja Católica — ao catolicismo popular.

O texto da questão na prova do Enem é do livro “Incêndios da alma – a beata Maria de Araújo e o milagre de Juazeiro” fruto da tese da escritora juazeirense Edianne Nobre. @dianobre_

Dia Nobre, como é conhecida, é escritora e Ph.D em História. Natural do Cariri cearense, atualmente trabalha em Petrolina, Pernambuco, como professora universitária desenvolvendo projetos ligados à literatura, história, e feminismo.

Publicou dois livros de não-ficção, O teatro de Deus (Ed.UFC, 2011) e Incêndios da Alma, (Multifoco, 2016), tendo recebido três prêmios por este último, incluindo o Prêmio Capes de Teses (2015).

Seu primeiro livro de poemas, Todos os meus humores, foi publicado em junho de 2020 pela Editora Penalux. Participa ainda das Antologias Coletânea VISÍVEIS – I Anuário Filipa Edições e Antes que eu me esqueça – 50 autoras lésbicas e bissexuais hoje (Quintal Edições, 2021).

Em maio de 2021 lançou o livro de ficção No útero não existe gravidade que foi finalista do 3° Prêmio Mix Literário 2021.

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Com informações do No Cariri Tem.


Juazeiro do Norte: ponto de encruzilhada entre a Beata Maria de Araújo e o poder hegemônico

 

Mapa colhido junto ao livro "Miliagre em Juazeiro ", pg. 29, de Ralph Della Cava.

Por Karla Alves, em sua coluna no Blog

Foi neste lugar, povoado cuja sombra dos pés de Juá no centro do vale do Cariri servia de descanso para viajantes que comercializavam nas feiras das prósperas cidades ao redor, onde o cruzamento de um homem branco com uma mulher Preta provocou um "evento explosivo" (Braudel) capaz de redefinir o curso da história local. Neste lugar, um ano após a abolição da escravidão no Brasil (1889), uma mulher Preta chamada Maria Magdalena do Espírito Santo de Araújo (1862-1914), filha de Ana Josefa do Sacramento e de Antônio da Silva Araújo, seria protagonista de um milagre que veio a santificar o homem branco, padre e catequizador local, que havia lhe ofertado a hóstia em comunhão transformada em sangue na boca da beata Maria Magdalena, conhecida como beata Maria de Araújo.