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Mauro Cid tinha no celular plano de golpe de Estado para impedir posse de Lula e manter Bolsonaro

 

(FOTO | PR).


Um roteiro para um golpe contra a eleição de Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi encontrado no telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, e revelado em reportagem pela revista Veja. O documento, intitulado “Forças Armadas como poder moderador”, detalha um plano no qual os militares seriam convocados para intervir em uma eventual ruptura democrática no Brasil.

O roteiro inclui medidas como a nomeação de um interventor para restabelecer a ordem constitucional e até mesmo a cogitação do estado de sítio.

(FOTO | Reprodução | Revista Veja).


No telefone de Cid, também foi encontrado um segundo documento que menciona essa hipótese. O relatório revela ainda conversas entre Cid e o coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército, considerado um dos principais apoiadores dessa tentativa de golpe, que teria sido cogitada até dezembro de 2022, pouco antes da viagem do ex-presidente aos Estados Unidos. Em uma dessas conversas, Cid sugere que Bolsonaro deveria “dar a ordem” para que as Forças Armadas agissem.

(FOTO | Reprodução | Revista Veja).


A revista lembra que, em uma entrevista anterior, Bolsonaro se referiu a Cid, que está preso há mais de um mês por envolvimentos em um escândalo de fraudes em cartões de vacinação, como “um filho”.

O primeiro passo que o roteiro prevê é o envio de um relatório das supostas irregularidades praticadas pelo Poder Judiciário aos militares.

Ao todo, o roteiro tem oito etapas. Quando recebessem o relatório, as Forças Armadas nomeariam um interventor, que fixaria um prazo para “restabelecimento da ordem constitucional”, diz o documento. As decisões do Judiciário e as ações dos magistrados seriam imediatamente suspensas. O interventor, que teria sob seu comando a PF, poderia suspender todos os atos normativos que ele considerasse “inconstitucionais”.

(FOTO | Reprodução | Revista Veja).


Um das etapas do documento menciona o afastamento dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a justificativa de que eles seriam “responsáveis pela prática de atos com violação de prerrogativa de outros Poderes”. Uma das últimas etapas do passo a passo prevê a convocação de novas eleições, diante do reconhecimento, por parte das Forças Armadas e do interventor, de uma “situação em desacordo com a Constituição”.

Dentro do documento “Forças Armadas como poder moderador”, presente no relatório da PF, que destrincha o celular de Cid, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, alvo frequente do bolsonarismo, é nominalmente citado. O texto diz que ele “nunca poderia ter presidido o TSE, uma vez que ele e Geraldo Alckmin possuem vínculos de longa data”. A frase é uma menção ao fato de o ministro ter sido secretário de Estado do ex-tucano duas vezes, quando ele foi governador de São Paulo. Hoje, Alckmin é vice de Lula.

Prerrogativas pede prisão de militares

O Prerrogativas, grupo de advogados que apoiou Lula na eleição presidencial e que tem uma boa interlocução com o atual governo, defendeu nesta sexta-feira (16), que os militares envolvidos na articulação para o golpe devem ser presos.

Os militares têm que responder a processos administrativos disciplinares e, logo após o devido processo legal, respeito ao direito sagrado de defesa, quando não houver dúvida a respeito da participação deles, eles têm que ser mandados embora bem do serviço público”, diz Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou na quinta-feira (15) o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, a prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Ministro também garantiu o direito constitucional ao silêncio.

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Com informações da Mídia Ninja.

Partidos e ex-ministros defendem instituições contra golpismo de Bolsonaro

 

Em nova afronta à estabilidade democrática, Bolsonaro protocolou no Senado pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes. (FOTO/ Isac Nóbrega/ PR)

Contra o golpismo do presidente Jair Bolsonaro e em defesa das instituições, dez partidos divulgaram notas em defesa da democracia neste domingo (22). Em documento assinado pelo bloco de oposição (leia abaixo), PT, PDT, PSB, Cidadania, PCdoB, PV e Rede prestaram solidariedade aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que também é o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que têm sido atacados por Bolsonaro. Nesta sexta-feira (20), o presidente protocolou no Senado pedido de impeachment de Moraes. Em outro manifesto (também abaixo), MDB, DEM e PSDB também condenaram o ataque de Bolsonaro às instituições.

“Não é com ações como essas que Bolsonaro se fará respeitar”, diz trecho da nota dos partidos de oposição. “A República se sustenta em três Poderes independentes e harmônicos entre si. É preciso respeitar cada um deles em sua independência, sem intromissão, arroubos autoritários ou antidemocráticos. Há remédios constitucionais para todos os males da democracia”, advertem os partidos de oposição.

Já o MBD, DEM e PSDB falam em “fantasma do autoritarismo”. “É lamentável que em momento de tão grave crise socioeconômica, o Brasil ainda tenha que lidar com a instabilidade política e com o fantasma do autoritarismo”, diz trecho da carta. “O momento exige sensibilidade, compromisso e entendimento entre as lideranças políticas, as instituições e os Poderes”.

Ex-ministros reagem

Também tomaram posição contra as afrontas de Bolsonaro à normalidade democrática dez ex-ministros da Justiça e da Defesa. Eles assinam manifesto dirigido ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), no qual pedem a rejeição do pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Entre os signatários está o senador Jaques Wagner (PT-BA). Nas redes sociais, ele reafirmou que uma eventual admissão do processo de impeachment contra ministro do Supremo Tribunal Federal, neste momento, “surtirá efeitos nocivos à estabilidade democrática” e pode gerar uma “imensa insegurança no espírito de nossa sociedade e negativa repercussão internacional da imagem do Brasil”.

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Com informações da RBA. Leia a íntegra da nota aqui.

O povo brasileiro já resiste ao golpe


Fato mesmo é que o "povo brasileiro", o povão mesmo, ainda não foi as ruas tomar partido nos conflitos que desde 2013 desestabilizam a cena política nacional. (Foto: Mídia Ninja).


Temos aí aquele tipo de palavrinha bonita, que não tem como ter conotação negativa. A resistência é sempre bem-vinda, cercada de certo romantismo. É na resistência que nascem os heróis. “Estar na resistência” é sempre visto como algo positivo, seja a “resistência” comandada pela princesa Leia, a resistência francesa de De Gaulle ou a resistência de Mandela e Malcon X.

É sobre a tal resistência que escrevo, com interesse específico na resistência à brasileira em tempos de golpe. Temos aqui aquele tipo de assunto meio casca de banana, que faz muita gente boa escorregar.

Os intelectuais progressistas costumam cometer dois erros graves sempre que falam sobre “resistência”. Os erros apontam para duas interpretações opostas do fenômeno que possuem a mesma origem: a colonização intelectual, o que na prática nada mais é do que a tentativa de interpretar a realidade brasileira com ideias que foram produzidas em função de outras realidades.
Em síntese os erros são:

1) Diante da ausência de resistência direta, alguns endossam a velha tese da apatia popular. O povo brasileiro seria passivo, indolente, preguiçoso e pouco dado ao ativismo político. Temos aqui um caso patológico de colonização intelectual, pois o modelo de “resistência” é dado pela história das sociedades europeias, pela organização da sociedade civil em partidos políticos, sindicatos, pela ação direta do “povo” nas ruas, pressionando o poder público.
Como o povo não atende ao chamado, a tese da apatia popular surge quase como a consequência lógica de uma expectativa frustrada. Ah, as expectativas, sempre inimigas da análise.

2) Do outro lado, estão aqueles que negando a tese da apatia popular acabam idealizando as ruas, estando sempre à espera da acontecença da revolução. Qualquer movimentação popular nas ruas se torna a antecipação do futuro revolucionário, ainda que seja carnaval ou jogo do Flamengo. Também aqui há colonização intelectual, mas pelo caminho inverso: como o modelo de resistência popular ainda é o europeu, a tentativa, por vezes desesperada, é aplicá-lo ao Brasil, forçando a realidade a se enquadrar na categoria que já está dada.

Pra escapar dos dois escorregões, meu objetivo aqui é pensar a resistência nos termos que me parecem adequados à experiência brasileira e pra isso lanço mão de uma categoria fundamental: “imaginário”.

Vários estudiosos da sociedade já utilizaram o conceito imaginário nas suas reflexões. Entre todos esses usos, a definição proposta pelo filósofo grego Cornelius Castoriadis (1922-1997) é que mais me inspira no esforço de interpretar o Brasil contemporâneo. É claro que Castoriadis não estava estudando a realidade brasileira e por isso a reflexão que ele propõe serve como inspiração e não como um modelo rígido a ser aplicado no Brasil.

Em resumo, Castoriadis define o imaginário como uma forma de pensar distribuída socialmente e formada por ideias que “já estão aí há muito tempo”. Essas ideias, por diversos motivos, “funcionaram e funcionam na sociedade”, ganharam adesão popular e passaram a configurar o pensamento das pessoas.

Ao menos na minha avaliação, a resistência à brasileira nestes tempos de golpe está no plano do imaginário e vem se mostrando a única força capaz de retardar o desmonte do Estado brasileiro. Não é porque o povo não está nas ruas, participando dos atos que organizamos com todo amor e carinho, que ele está apático.

E não, não adianta dizer que MTST, MST, CUT, UNE que estavam nas ruas defendendo Dilma e que estão nas ruas defendendo Lula, dão conta daquilo que é o “povo brasileiro”. São movimentos sociais organizados importantes, fundamentais para o nosso experimento democrático, mas possuem capacidade de mobilização bastante reduzida. Isso não é culpa dos dirigentes desses movimentos.

Vivemos hoje, no Brasil e no mundo, tempos de desmobilização. As agendas coletivas não mobilizam mais. As pessoas olham umas para as outras e enxergam mais diferenças que semelhanças. Mas isso é assunto para outra reflexão.

Retomando o fio…

Fato, fato mesmo é que o “o povo brasileiro”, o povão mesmo, ainda não foi às ruas tomar partido nos conflitos que desde 2013 desestabilizam a cena política nacional. Nem os movimentos “coxinhas”, impulsionados pela mídia hegemônica e por movimentos sociais como o MBL, e nem os atos convocados pelos movimentos sociais tradicionais de esquerda foram capazes de mobilizar o “povão”, aquela camada da sociedade que vive com salário mínimo. Até aqui, nas ruas, o conflito foi travado entre frações da classe média.

O povão, povão mesmo, até fez-se presente na cena dos conflitos, nas ruas, vendendo cerveja, bandeiras vermelhas e bandeiras do Brasil, dependendo da ocasião. De bobo, o povão não tem nada. E vejam que não se trata aqui de apatia. Essas pessoas estão ocupadas sobrevivendo, plantando no almoço pra colher na janta. Elas já apanham da polícia todos os dias. A galera não tá afim de levar bala de borracha no lombo e gás de pimenta na cara.

Mas isso não significa que o povão não esteja participando do jogo, pois o jogo não é jogado apenas nas ruas, na ação política direta. O jogo é jogado também no imaginário, e aqui o campo progressista está vencendo, vencendo de lavada, e não é uma vitória pouco importante. Dois fatores apontam para essa vitória.

Fator 01) A sobrevivência política de Lula.

Lula é alvo da maior perseguição midiática da história do Brasil. Os ataques da mídia hegemônica às lideranças populares não são nenhuma novidade. Se nos debruçarmos sobre o Brasil moderno, de 1930 pra cá, veremos a artilharia da mídia hegemônica mirando em Getúlio, Jango, Arraes, Brizola, Dilma e no jovem Lula. Quem não lembra daquele fatídico debate manipulado pela Globo em 1989?

Mas o que está acontecendo com Lula desde 2013 é de uma intensidade singular. Os operadores da grande mídia foram para o tudo ou nada e tomaram a destruição da figura pública de Lula como grande objetivo. Mas Lula não morreu e todas as pesquisas mostram que sua popularidade cresce a cada dia. Hoje, Lula partiria pra corrida eleitoral com 30% das intenções de voto, assim, sem campanha. É muita coisa.

É que a manipulação midiática tem limites, meus amigos. Ao se tornar o alvo predileto do golpe de Estado levado a cabo pela aliança entre a mídia hegemônica e o judiciário, Lula tornou-se também o principal antagonista do golpe. E como o golpe é neoliberal, tendo como objetivo o desmonte do Estado, Lula encarnou a imagem do Estado provedor de direitos, que é o valor mais importante no imaginário político brasileiro.

Desde os anos 1930 que o Estado brasileiro tem essa função: prover direitos sociais aos mais pobres, ainda que de forma autoritária, ainda que às custas dos direitos civis e dos direitos políticos. Intuitivamente, a população mais vulnerável entendeu que Michel Temer representa a desregulamentação, o ataque ao Estado e que Lula personifica a função social do Estado.

Juntemos isto à memória recente de que na “Era Lula” a vida estava melhor e entenderemos a sobrevivência política de Lula, mesmo que muitos de seus potenciais eleitores não estejam plenamente convencidos de sua inocência. Tem muita gente que vota em Lula mesmo achando que ele seja corrupto.

Fator 02) A derrota do projeto da Reforma da Previdência.

A Reforma da Previdência é projeto natimorto pela mesma razão que explica a sobrevivência de Lula. Os parlamentares estão com medo de colocar sua assinatura em um projeto que violenta aquele que é o princípio basilar do imaginário político brasileiro: a definição do Estado como agente provedor de direitos sociais.

O povão pode até não tá montando as charmosas barricada nas ruas que tanto embalam os devaneios revolucionários da esquerda brasileira, mas ainda tem título de eleitor, ainda vota e, ao que parece, o golpe não ousou (ou não foi capaz) de alterar o calendário eleitoral.

O que tentei fazer neste texto foi dizer algo simples, talvez até mesmo óbvio: a resistência popular já está acontecendo, mas não na receita das sociedades europeias. A resistência está acontecendo no plano do imaginário, nesse “já está aí há muito tempo”. A resistência é conservadora, no sentido mais básico do termo.

É claro que o imaginário se transforma historicamente, não é fácil e não é rápido, mas se transforma. É isso que a mídia hegemônica, representando os interesses do neoliberalismo nacional e internacional, está tentando fazer.

Cada vez que Gerson Camarotti tenta convencer os garçons brasileiros que a reforma trabalhista irá lhes permitir fazer “trabalho intermitente” em mais de um restaurante, é o imaginário quem está sendo atacado.

Sempre que Fátima Bernardes traz no seu programa uma empreendedora negra que se “libertou da opressão do patrão” abrindo seu próprio negócio, é a imagem da cidadania se definindo pelo trabalho formal que está sendo atacada.

Cada vez que no Fantástico, Lima Duarte e Fernanda Montenegro são representados como símbolos da saúde laboral na terceira idade é a imagem da previdência social pública que está sendo atacada.

Sim, meus amigos, o imaginário também se transforma e as forças motoras do golpe estão apostando todas as suas fichas nisso. Porém, as pesquisas sobre opinião pública sugerem que esse esforço não está sendo eficaz. É que tá tendo resistência. O povo brasileiro já está resistindo ao golpe, do seu jeito, nas suas possibilidades. Se a resistência está aquém da expectativa é porque problema está nas expectativas. (Por Rodrigo Perez Oliveira, na Revista Fórum).

‘Botei uma quadrilha ali’, diz senador Telmário Mota ao pedir desculpas a Dilma por ter apoiado golpe


Senador Telmário Mota pede desculpas a Dilma por ter apoiado golpe.
(Imagem capturada do vídeo disponibilizado no final do post).
Único senador a mudar de posição no processo de impeachment que tirou Dilma Rousseff, o senador Telmário Mota (PTB-RR) discursou em plenário nesta terça-feira e se disse arrependido em ter apoiado o golpe.

"Eu, infelizmente, cometi o maior equívoco da minha vida. O maior equívoco político da minha vida foi ter votado a favor desse impeachment, porque agora percebo que botei uma quadrilha ali", discursou.

"Quero até aqui, de público, pedir desculpas, Dilma, porque você foi a melhor Presidenta para o meu Estado. Lamentavelmente, essa quadrilha hoje está sacrificando o meu Estado", acrescentou o parlamentar.

Em sua fala, ele fez duras críticas ao governo Michel Temer pela crise que vive seu Estado com a chegada dos venezuelanos, entre outros problemas locais.

Dois dias antes da votação do impeachment no Senado, em 31 de agosto de 2016, que afastou definitivamente Dilma do poder, Telmário Mota havia dito que a então presidente não havia cometido "nenhum crime" e anunciou seu voto contra o impeachment. Ele mudou de posição no dia 31, no entanto, e votou pelo afastamento. (Com informações do Brasil 247).

            

Desfile da Tuiuti contra o golpe foi tapa na cara da Globo


Com um enredo que começou com a crítica sobre o fim da escravidão, trazendo a questão para os dias de hoje, com a falta de trabalho e a perda de direitos em decorrência do golpe, o desfile na primeira noite da Sapucaí foi um cara na tapa da Globo.

Isso porque mostrou, com transmissão ao vivo da emissora, um Michel Temer vampiro e endinheirado e um grito de 'Fora, Temer' no encerramento, além da crítica às manifestações pelo impeachment de Dilma que foram tão incentivadas pela emissora.

Confira relatos publicados no Facebook:

Por Kátia Gerab Baggio

Parabéns ao Paraíso do Tuiuti!

O samba-enredo e o desfile foram um tapa na cara das direitas brasileiras — e da Rede Globo —, com sua defesa explícita da CLT e da Previdência Social.

No enredo da Tuiuti, as precárias condições de vida dos negros e pobres, e a destruição dos direitos trabalhistas e sociais, significam o atual cativeiro social.

E o último carro foi sensacional, com os representantes do grande capital, os rentistas do mercado financeiro, os batedores de panela de verde e amarelo, os médicos que se insurgiram contra o "Mais Médicos" e o "Vampiro neoliberalista"!

Como disseram os carnavalescos, o samba-enredo e o desfile foram um "grito de resistência"!

Para mim, a escola campeã de 2018!!!

P.S.: E meus parabéns ao carnavalesco Jack Vasconcelos!


Por Pio Redondo       

A Paraíso do Tuiuti arrasou, com imensa adesão do público. Fez história, porque está tendo imensa repercussão aqui e no mundo todo.

O enredo começou questionando o fim real da escravidão, abriu o desfile com negros algemados e trouxe a crítica para os dias de hoje.

Favelas, falta de trabalho, trabalho escravo no campo e as perdas de direitos imposta pelo golpe.

Não poupou nada: Temer vampiro endinheirado, paneleiros e patos e amarelinhos manipulados pelos ricaços. Até neoliberalismo pintou.

No final, um integrante com um Fora Temer.

Ousadia pura, como nunca antes, e na tela da Globo.

O samba começa assim:

"Irmão de olho claro ou da Guiné
Qual será o seu valor? Pobre artigo de mercado
Senhor, eu não tenho a sua fé e nem tenho a sua cor
Tenho sangue avermelhado
O mesmo que escorre da ferida
Mostra que a vida se lamenta por nós dois
Mas falta em seu peito um coração
Ao me dar a escravidão e um prato de feijão com arroz".

(Com informações do Brasil 247).

Desfile da Tuiuti contra o golpe foi tapa na cara da Globo. (Foto: Reprodução/ Brasil 247).

Pós GOLPE PARLAMENTAR, Dilma fala ao povo brasileiro. Confira o pronunciamento na íntegra



A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (31), em pronunciamento à imprensa e à Nação, que irá recorrer em todas as instâncias contra a fraude do impeachment sem crime de responsabilidade, aprovado pelo Sendo Federal.
Publicado originalmente no seu portal

De acordo com Dilma, trata-se de uma inequívoca eleição indireta, em que “XX senadores substituem a vontade expressa por 54,5 milhões de votos”. A presidenta disse ainda que a os senadores que aprovaram o impeachment rasgaram a Constituição Federal.


Decidiram pela interrupção do mandato de uma presidenta que não cometeu crime de responsabilidade. Condenaram uma inocente e consumaram um golpe parlamentar,” disse.

A interrupção do projeto nacional progressista, inclusivo e democrático que representa não será definitiva, garantiu Dilma. “Nós voltaremos. Voltaremos para continuar nossa jornada rumo a um Brasil em que o povo é soberano.”

A união do campo progressista é sugerida pela presidenta: “espero que saibamos nos unir em defesa de causas comuns a todos os progressistas, independentemente de filiação partidária ou posição política.”


 “Proponho que lutemos, todos juntos, contra o retrocesso, contra a agenda conservadora, contra a extinção de direitos, pela soberania nacional e pelo restabelecimento pleno da democracia.”


Confira a íntegra do pronunciamento:







Golpe 16: O livro da blogosfera em defesa da democracia



Blogueiros, jornalistas e ativistas sociais estão reunidos no livro Golpe 16, recém-lançado pela editora Publisher. A obra revela os bastidores do golpe em curso no país, que tem como objetivo a queda da presidenta eleita Dilma Rousseff. Os artigos apresentados mostram um lado diferente da mídia tradicional, com uma abordagem crítica sobre a construção de um verdadeiro atentado à democracia no Brasil.
Publicado originalmente no Revista Fórum

Organizado por Renato Rovai, o livro oferece textos de Adriana Delorenzo, Altamiro Borges, Beatriz Barbosa, Conceição Oliveira, Cynara Menezes, Dennis de Oliveira, Eduardo Guimarães, Fernando Brito, Gilberto Maringoni, Glauco Faria, Ivana Bentes, Lola Aronovich, Luiz Carlos Azenha, Maíra Streit, Marco Aurélio Weissheimer, Miguel do Rosário, Paulo Henrique Amorim, Paulo Nogueira, Paulo Salvador, Renata Mielli, Rodrigo Vianna, Sérgio Amadeu da Silveira e Tarso Cabral Violin.

Além dos artigos analíticos, Golpe 16 traz ainda uma entrevista com Dilma Rousseff. O prefácio é assinado pelo ex-presidente Lula.

Para mais informações, clique aqui.


Confira trechos dos diálogos gravados entre Romero Jucá e Sergio Machado para conter a Lava Jato


Em diálogos gravados em março passado – e revelados na edição de hoje (23) pelo jornal Folha de S.Paulo, o ministro interino do Planejamento, senador licenciado Romero Jucá (PMDB-RR) sugeriu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que uma "mudança" no governo federal resultaria em um pacto para "estancar a sangria" representada pela Operação Lava Jato. À época, ambos se sentiam ameaçados pela eminente revelação de envolvimentos em casos de corrupção e propina.
Publicado na Rede Brasil Atual

Segundo a reportagem, as conversas, que estão em poder da Procuradoria-Geral da República, ocorreram semanas antes da votação na Câmara que desencadeou o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Machado se mostra preocupado com o envio do seu caso para a PF de Curitiba e chegou a fazer ameaças: "Aí f.... Aí f... para todo mundo. Como montar uma estrutura para evitar que eu 'desça'? Se eu 'descer'...".

O atual ministro concorda que o envio do processo para o juiz Sérgio Moro não seria uma boa opção e o chamou de "uma 'Torre de Londres'", em referência ao castelo da Inglaterra em que ocorreram torturas e execuções entre os séculos 15 e 16. Segundo ele, os suspeitos eram enviados para lá "para o cara confessar".

Por sua vez, Jucá afirma que seria necessária uma resposta política: "Tem que resolver essa p.... Tem que mudar o governo para estancar essa sangria", diz Jucá. Ele acrescenta que um eventual governo Michel Temer deveria construir um pacto nacional "com o Supremo, com tudo". Machado concorda: "aí parava tudo".

Na conversa, eles dizem que o único empecilho no pacto era o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), porque odiaria Cunha. "Só Renan que está contra essa p... porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha. Gente, esquece o Eduardo Cunha. O Eduardo Cunha está morto, p...", afirma Jucá no diálogo gravado.

"O Renan reage à solução do Michel. P..., o Michel, é uma solução que a gente pode, antes de resolver, negociar como é que vai ser. 'Michel, vem cá, é isso, isso e isso, vai ser assim, as reformas são essas'", diz Jucá a Machado.

O advogado do ministro do Planejamento, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que Romero Jucá "jamais pensaria em fazer qualquer interferência" na Lava Jato e que as conversas não contêm ilegalidades.

Leia trechos dos diálogos gravados entre Romero Jucá e Sergio Machado. A data das conversas não foi especificada

SÉRGIO MACHADO – Mas viu, Romero, então eu acho a situação gravíssima.
ROMERO JUCÁ – Eu ontem fui muito claro. […] Eu só acho o seguinte: com Dilma não dá, com a situação que está. Não adianta esse projeto de mandar o Lula para cá ser ministro, para tocar um gabinete, isso termina por jogar no chão a expectativa da economia. Porque se o Lula entrar, ele vai falar para a CUT, para o MST, é só quem ouve ele mais, quem dá algum crédito, o resto ninguém dá mais credito a ele para porra nenhuma. Concorda comigo? O Lula vai reunir ali com os setores empresariais?
MACHADO – Agora, ele acordou a militância do PT.
JUCÁ – Sim.
MACHADO – Aquele pessoal que resistiu acordou e vai dar merda.
JUCÁ – Eu acho que…
MACHADO – Tem que ter um impeachment.
JUCÁ – Tem que ter impeachment. Não tem saída.
MACHADO – E quem segurar, segura.
JUCÁ – Foi boa a conversa mas vamos ter outras pela frente.
MACHADO – Acontece o seguinte, objetivamente falando, com o negócio que o Supremo fez [autorizou prisões logo após decisões de segunda instância], vai todo mundo delatar.
JUCÁ – Exatamente, e vai sobrar muito. O Marcelo e a Odebrecht vão fazer.
MACHADO – Odebrecht vai fazer.
JUCÁ – Seletiva, mas vai fazer.
MACHADO – Queiroz [Galvão] não sei se vai fazer ou não. A Camargo [Corrêa] vai fazer ou não. Eu estou muito preocupado porque eu acho que… O Janot [procurador-geral da República] está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho.
[…]
JUCÁ – Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. […] Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra… Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria.
[…]
MACHADO – Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer].
JUCÁ – Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. ‘Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha’. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.
MACHADO – É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
JUCÁ – Com o Supremo, com tudo.
MACHADO – Com tudo, aí parava tudo.
JUCÁ – É. Delimitava onde está, pronto.
[…]
MACHADO – O Renan [Calheiros] é totalmente ‘voador’. Ele ainda não compreendeu que a saída dele é o Michel e o Eduardo. Na hora que cassar o Eduardo, que ele tem ódio, o próximo alvo, principal, é ele. Então quanto mais vida, sobrevida, tiver o Eduardo, melhor pra ele. Ele não compreendeu isso não.
JUCÁ – Tem que ser um boi de piranha, pegar um cara, e a gente passar e resolver, chegar do outro lado da margem.

***

MACHADO – A situação é grave. Porque, Romero, eles querem pegar todos os políticos. É que aquele documento que foi dado…
JUCÁ – Acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta, pura, que não tem a ver com…
MACHADO – Isso, e pegar todo mundo. E o PSDB, não sei se caiu a ficha já.
JUCÁ – Caiu. Todos eles. Aloysio [Nunes, senador], [o hoje ministro José] Serra, Aécio [Neves, senador].
MACHADO – Caiu a ficha. Tasso [Jereissati] também caiu?
JUCÁ – Também. Todo mundo na bandeja para ser comido.
[…]
MACHADO – O primeiro a ser comido vai ser o Aécio.
JUCÁ – Todos, porra. E vão pegando e vão…
MACHADO – [Sussurrando] O que que a gente fez junto, Romero, naquela eleição, para eleger os deputados, para ele ser presidente da Câmara? [Mudando de assunto] Amigo, eu preciso da sua inteligência.
JUCÁ – Não, veja, eu estou a disposição, você sabe disso. Veja a hora que você quer falar.
MACHADO – Porque se a gente não tiver saída… Porque não tem muito tempo.
JUCÁ – Não, o tempo é emergencial.
MACHADO – É emergencial, então preciso ter uma conversa emergencial com vocês.
JUCÁ – Vá atrás. Eu acho que a gente não pode juntar todo mundo para conversar, viu? […] Eu acho que você deve procurar o [ex-senador do PMDB José] Sarney, deve falar com o Renan, depois que você falar com os dois, colhe as coisas todas, e aí vamos falar nós dois do que você achou e o que eles ponderaram pra gente conversar.
MACHADO – Acha que não pode ter reunião a três?
JUCÁ – Não pode. Isso de ficar juntando para combinar coisa que não tem nada a ver. Os caras já enxergam outra coisa que não é… Depois a gente conversa os três sem você.
MACHADO – Eu acho o seguinte: se não houver uma solução a curto prazo, o nosso risco é grande.

***

MACHADO – É aquilo que você diz, o Aécio não ganha porra nenhuma…
JUCÁ – Não, esquece. Nenhum político desse tradicional ganha eleição, não.
MACHADO – O Aécio, rapaz… O Aécio não tem condição, a gente sabe disso. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB…
JUCÁ – É, a gente viveu tudo.

***

JUCÁ – [Em voz baixa] Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem ‘ó, só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca’. Entendeu? Então… Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.
MACHADO – Eu acho o seguinte, a saída [para Dilma] é ou licença ou renúncia. A licença é mais suave. O Michel forma um governo de união nacional, faz um grande acordo, protege o Lula, protege todo mundo. Esse país volta à calma, ninguém aguenta mais. Essa cagada desses procuradores de São Paulo ajudou muito [referência possível ao pedido de prisão de Lula pelo Ministério Público de SP e à condução coercitiva ele para depor no caso da Lava Jato].
JUCÁ – Os caras fizeram para poder inviabilizar ele de ir para um ministério. Agora vira obstrução da Justiça, não está deixando o cara, entendeu? Foi um ato violento…
MACHADO -…E burro […] Tem que ter uma paz, um…
JUCÁ – Eu acho que tem que ter um pacto.
[…]
MACHADO – Um caminho é buscar alguém que tem ligação com o Teori [Zavascki, relator da Lava Jato], mas parece que não tem ninguém.

JUCÁ – Não tem. É um cara fechado, foi ela [Dilma] que botou, um cara… Burocrata da… Ex-ministro do STJ [Superior Tribunal de Justiça].

Publicações de gravações revelam que Jucá pode ter sido um dos principais articuladores do golpe dado para safar a si e aliados de denúncias.