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Para entender o dia de finados no calendário católico: Os rituais fúnebres na Grécia Antiga




As honras aos mortos na Antiguidade foram forte influência para a instituição do Dia dos Fiéis Defuntos no calendário católico. Este dia tem como objetivo relembrar os fiéis falecidos, com uma série de homenagens e ritos religiosos. Na Grécia Antiga, a morte também era alvo de rituais fúnebres, trazendo o pesar da perda e a memória do falecido.

1. Era obrigação dos filhos providenciar os funerais dos pais, seguindo toda a tradição. O morto era preparado com muito cuidado, sendo lavado e untado com óleo perfumado e envolto em vestes brancas para ser exposto em um leito solene. Ao seu redor, vasos com perfume. Na boca do morto, era comum colocar uma moeda, que serviria de pagamento ao barqueiro do Mundo Inferior, Caronte.

2. O velório (exposição do morto, em grego, "próthesis") costumava durar um ou dois dias, nos quais mulheres e homens lamentavam pela perda do falecido. Era comum as mulheres arrancarem seus cabelos em mostra de pesar. Havia uma prescrição legal para o cortejo: ele deveria ser realizado antes do nascer do sol. Os sepulcros ficavam fora da cidade, alinhados à estrada.

3. A cremação foi mais comum durante a época homérica. Na época clássica, era vista como exceção, sendo aplicada aos soldados mortos em batalha. O enterro era realizado colocando o defunto diretamente na cova ou dentro de um sarcófago. Juntamente com o morto eram enterrados objetos que lhe serviram quando vivo, como por exemplo, armas, estatuetas, ânforas, entre outros.


4. Ao fim da cerimônia, era necessário purificar a casa onde se deu o óbito. Como homenagem, eram realizados banquetes e sacrifícios que se repetiam no terceiro e no trigésimo dia após o enterro.

Na imagem abaixo, a cena de uma próthesis (velório). Esta placa funerária (c. 520-510 a.C.) feita em terracota era usualmente encontrada nas paredes das tumbas. As almofadas embaixo da cabeça do morto evitavam que o mesmo ficasse com a boca aberta durante a exposição. Na parte debaixo da placa, uma corrida de bigas, tema recorrente na arte funerária da Ática. A corrida evoca os jogos funerários em honra dos heróis lendários, tal como descrito no livro 23 da "Ilíada", quando Aquiles homenageia Pátroclo, seu amigo morto em batalha. Atualmente esta placa se encontra no Metropolitan Museum of Art, em Nova York.