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Confira o voto de cada parlamentar que salvou Temer na CCJ da Câmara


A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou, no início da noite desta quarta-feira (18), o relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), um dos principais aliados do presidente Michel Temer (PMDB) no PSDB da Câmara.

Foram 39 votos a favor do relatório do tucano (26 contra e abstenção do presidente da comissão, Rodrigo Pacheco) para barrar a denúncia por organização criminosa e obstrução de Justiça apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o peemedebista, que já teve investigação por corrupção passiva suspensa na Casa em 2 de agosto.

Pouco antes da votação, o deputado Beto Mansur (PRB-SP), vice-líder do governo na Câmara, previa um placar de 39 ou 40 votos votos a favor do relatório de Andrada.

Eu tinha uma previsão, hoje de manhã, de 42 votos a 23 e abstenção do presidente”, afirmou Mansur no fim da reunião. Entretanto, com a mudança na liderança do PSB – a deputada Tereza Cristina (MS) foi substituída por Júlio Delgado (MG).

Apesar de ter perdidos votos, o vice-líder afirmou que vai trabalhar para garantir a votação necessária no plenário na próxima quarta-feira (25), quando a votação do relatório está prevista em plenário. Ele também não acredita que o governo perca muitos votos nessa segunda votação.

A oposição, por outro lado, lembra que a tropa de choque de Temer atuou novamente para trocar membros na CCJ e, assim, garantir uma maioria artificial.

Os oposicionistas acusam também o governo de negociar cargos e liberar dinheiro do orçamento para construir o resultado na comissão. Delgado afirmou que, apesar do governo ter “se assutado” e tentado “manobrar para mudar um ou dois votos” para garantir o placar, o resultado já era esperado. “Mas fico satisfeito que o PSB tirou os dois votos ao Temer e garantiu os quatro votos [do partido] pelo prosseguimento”.

Agora, a CCJ deve encaminhar o relatório aprovado na CCJ para o plenário da Câmara, onde deve ser levado a nova deliberação. Para que a denúncia seja arquivada até o fim do mandato de Temer, o governo precisa de ao menos 172 votos. A previsão é que a votação aconteça na próxima terça-feira (24).

Na primeira denúncia, foram 263 votos a favor de Temer em plenário (relembre aqui), placar que o governo e sua base se esforçam para manter, como forma de manter um mínimo de governabilidade nos próximos meses. A principal aspiração do Palácio do Planalto, a cada dia mais dificultada pela crise política, é aprovar a reforma da Previdência.

A seguir, veja como votou cada deputado na CCJ:

VOTOS PRÓ-TEMER:

Alceu Moreira PMDB-RS
Antonio Bulhões PRB-SP
Arthur Lira PP-AL
Beto Mansur PRB-SP
Bilac Pinto PR-MG
Bonifácio Andrada PSDB-MG
Carlos Bezerra PMDB-MT
Carlos Marun PMDB-MS
Cleber Verde PRB-MA
Cristiane Brasil PTB-RJ
Daniel Vilela PMDB-GO
Darcísio Perondi PMDB-RS
Delegado Edson Moreira PR-MG
Domingos Neto PSD-CE
Edio Lopes PR-RR
Edmar Arruda PSD-PR
Evandro Gussi PV-SP
Evandro Roman PSD-PR
Fausto Pinato PP-SP
Francisco Floriano DEM-RJ
Genecias Noronha SD-CE
Hildo Rocha PMDB-MA
José Carlos Aleluia DEM-BA
Juscelino Filho DEM-MA
Luis Tibé AVANTE-MG
Luiz Fernando Faria PP-MG
Magda Mofatto PR-GO
Maia Filho PP-PI
Marcelo Aro PHS-MG
Milton Monti PR-SP
Nelson Marquezelli PTB-SP
Osmar Serraglio PMDB-PR
Paes Landim PTB-PI
Paulo Abi-Ackel PSDB-MG
Paulo Maluf PP-SP
Rodrigo de Castro PSDB-MG
Rogério Rosso PSD-DF
Ronaldo Fonseca PROS-DF
Thiago Peixoto PSD-GO

VOTOS CONTRA TEMER:

Alessandro Molon REDE-RJ
Betinho Gomes PSDB-PE
Chico Alencar PSOL-RJ
Daniel Almeida PCdoB-BA
Danilo Cabral PSB-PE
Fábio Sousa PSDB-GO
Félix Mendonça Júnior PDT-BA
Gonzaga Patriota PSB-PE
Hugo Leal PSB-RJ
José Mentor PT-SP
João Gualberto PSDB-BA
Júlio Delgado PSB-MG
Luiz Couto PT-PB
Major Olimpio SD-SP
Marco Maia PT-RS
Marcos Rogério DEM-RO
Maria Do Rosário PT-RS
Patrus Ananias PT-MG
Paulo Teixeira PT-SP
Pompeo de Mattos PDT-RS
Rocha PSDB-AC
Rubens Bueno PPS-PR
Sergio Zveiter PODE-RJ
Silvio Torres PSDB-SP
Valmir Prascidelli PT-SP
Wadih Damous PT-RJ

(Com informações de Pragmatismo Político).


O Congresso, o Brasil e dois generais


Quem tinha esperança pode ir tirando o cavalinho da chuva. Embora a pesquisa CNI-Ibope tenha mostrado Temer no fundo do poço, com apenas 3% de aprovação, está tudo pronto na Câmara para a rejeição da denúncia que o acusa de organização criminosa e obstrução da Justiça. Com o relator escolhido, José Bonifácio de Andrada, aecista e governista empedernido, embora jurista lustrado, desta vez o governo nem terá o trabalho de aprovar um substitutivo na Comissão de Constituição e Justiça, como na tramitação da primeira denúncia. Ele dará um parecer pela rejeição, que será aprovado pela Comissão e referendado pela maioria do plenário. Tudo na base do jogo rápido. O governo está “zerando todas as pendências” com os deputados, como diria Joesley Batista. Quem tem razão é o general Leal Pujol: os deputados e senadores só ouvirão o Brasil quando (e se) os 77% que rejeitam Temer forem para a rua.

- Se vocês estão insatisfeitos, vão para a rua se manifestar, mostrar, ordeiramente. Mas não é para incendiar o país, não é isso -, disse o comandante militar do Sul em Porto Alegre.

Pujol, ao que parece, não é da mesma corrente do general Mourão, o que defende a intervenção militar se os poderes constituídos não resolverem a crise. Se depender do Congresso, não haverá solução e sim aumento da irritação com os políticos. O Congresso tornou-se um mundo apartado do Brasil real, do Brasil dos brasileiros. São mundos incomunicantes. O Senado se encaminha para peitar o STF e desautorizar o afastamento e o recolhimento noturno do senador Aécio Neves. A Câmara vai novamente garantir a permanência de Temer no cargo, e a sobrevivência de seu governo pautado pela corrupção e a pilhagem até janeiro de 2019. Pois com ele também escapam da acusação de formação de organização criminosa os ministros Moreira e Padilha. Outros membros da organização já estão presos ou já viraram réus: Henrique Alves, Geddel, Eduardo Cunha e Rodrigo Loures.

A expressão que mais ouvi na Câmara esta semana foi a de que a votação da denúncia já está “precificada”. Ou seja, tudo já foi negociado na votação da primeira, embora o governo não tenha resgatado as promissórias. Agora, vai “zerar as pendências” e ganhar de novo. O PSDB, que rachou literalmente ao meio em agosto, agora dará mais votos a Temer do que da primeira vez. Então, não dá para ter ilusões. Dou razão novamente ao general Pujol.

- Se os nossos representantes não estão correspondendo às nossas expectativas, vamos mudar. Há uma insatisfação geral da Nação, eu também não estou satisfeito – disse ele  ressalvando que, pessoalmente,  como militar, não pode ir para a rua. Os que podem, entretanto, seguem apenas reclamando, ou  com seus botões ou nas conversas privadas.  

É ilusória também a expectativa de que, se chegarmos sãos e salvos às eleições de 2018, tudo pode mudar num acerto de contas do eleitorado. Fica claro a cada dia que dificilmente Lula poderá ser candidato. Plano B a esquerda não tem. Haverá um candidatos da direita, alguém que ainda será inventado. Não Doria, não Bolsonoro, que são óbvios demais, despreparados demais para dar conta da agenda que o alto da pirâmide já nos impõe mas quer levar bem mais adiante. A do desmonte do Estado, da entrega das riquezas, da abdicação da soberania, da radicalização da pobreza e da desigualdade, transformando o país numa grande pastagem para o capital predador.


No ponto em que chegamos, no lugar das palavras de um líder, de um condutor em tempo de crise, temos as exortações de dois generais. Ou vamos para a rua, como sugeriu Pujol, ou vamos esperar que se cumpra o desiderato de Mourão, com um golpe militar que varrerá o sistema político, levando junto o que nos resta de democracia. (As informações são de Tereza Cruvinel, colunista do 247).

Reprodução/ 247.

Gráfico interativo mostra os votos dos deputados e os valores das emendas liberadas


A CRISE POLÍTICA que se intensificou no governo após a divulgação do conteúdo de delações de executivos do grupo JBS, em maio, levou Michel Temer a adotar uma estratégia agressiva para se manter na presidência, negociando abertamente cargos e verbas. Denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva no fim de junho, Temer vive agora um momento decisivo: a Câmara dos Deputados analisa se o processo contra ele deve ou não ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Plenário da Câmara Federal. Foto: Reprodução/ The Intercept Brasil.

Do The Intercept Brasil - Em busca de maioria no Congresso, apesar do péssimo desempenho das contas públicas que levou inclusive ao anúncio de um polêmico aumento de impostos, o governo abriu a torneira das emendas parlamentares. No jogo político, elas servem para que o deputado diga a seus eleitores que está sendo responsável por melhorias que estão sendo feitas em suas cidades, seus estados.

Para auxiliar o leitor a acompanhar a votação neste contexto, The Intercept Brasil disponibiliza um gráfico em que é possível acompanhar em tempo real a posição de cada deputado e os valores destinados às emendas propostas por ele nos meses de junho e julho deste ano. Foram levantadas emendas pagas e empenhadas (quando o governo se compromete a liberar a verba futuramente). No primeiro caso, já foram desembolsados neste período R$ 799,8 milhões; no segundo, R$ 3,4 bilhões. Os números se referem a dados de 28 de julho e estão sendo atualizados ao longo das discussões. Especificamente para os 513 parlamentares listados para votar nesta quarta, nestes dois meses foram pagos R$729,3 milhões em emendas e foram empenhados R$3.09 bilhões.

Também é possível verificar o termômetro de votos a favor da denúncia. Para que ela prossiga, serão necessários 342. Outro dado disponível é o voto dos deputados na análise do impeachment de Dilma Rousseff.







Confira a lista completa dos deputados cearenses que votaram para barrar a denúncia contra Temer


Depois de reuniões e mais reuniões com parlamentares em Brasília e de distribuir emendas e favores, o presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB), conseguiu na enfadonha noite desta quarta-feira, 02, impedir que a denúncia que pesa contra si não tenha autorização da Câmara Federal para que o Superior Tribunal Federal o investigue.

Os fatos constatados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o tornou o primeiro presidente no exercício do mandato denunciado por corrupção passiva.

A gravidade das denúncias e as provas apresentadas como já eram de se esperar, não causaram nenhum impacto moral e nem ético na grande maioria dos deputados e deputadas que, assim como na sessão do impeachment de Dilma Rousseff (PT) não apresentaram justificativas plausíveis para seus posicionamentos. Até porque eram inexistentes. Não tem como justificar a defesa de quem é indefensável. Não se pode encontrar decência onde não se tem. Não se pode esperar coerência de quem é demagogo (a). Não se pode esperar senso de justiça de quem faz da injustiça seu passaporte para o mundo da política partidária. Não se pode esperar zelo e compromisso com a sociedade de quem tem apego ao poder.

Para barrar a denúncia eram necessários 172 votos. Temer com suas barganhas conseguiu 264. Entre eles, 10 deputados (as) do Estado do Ceará, conforme discriminado abaixo. Dos 22 parlamentares cearenses, apenas Raimundo Gomes de Matos (PSDB) e Adail Carneiro (PP) não compareceram a sessão e não apresentaram justificativas.

Posição dos Deputados Cearenses na votação de investigação de Temer

Adail Carneiro (PP) – AUSENTE
André Figueiredo (PDT) – NÃO
Aníbal Gomes (PMDB) – SIM
Ariosto Holanda (PDT) – NÃO
Cabo Sabino (PR) – NÃO
Chico Lopes (PCdoB) – NÃO
Danilo Forte (PSB) – SIM
Domingos Neto (PSD) – SIM
Genecias Noronha (SD) – SIM
Gorete Pereira (PR) – SIM
José Airton Cirilo (PT) – NÃO
José Guimarães (PT) – NÃO
Leônidas Cristino (PDT) –
Luizianne Lins (PT) – NÃO
Macedo (PP) – SIM
Moses Rodrigues (PMDB) – SIM
Odorico Monteiro (PSB) – NÃO
Paulo Henrique Lustosa (PP) – SIM
Raimundo Gomes de Matos (PSDB) – AUSENTE
Ronaldo Martins (PRB) – NÃO
Vaidon Oliveira (DEM) – SIM
Vitor Valim (PMDB) – NÃO

Com a Câmara impedindo que o STF investigue Temer, o processo só pode ser retomado ao fim de seu mandato e o país segue sendo governado pelo único presidente denunciado por corrupção e com recorde de rejeição.

Notem esses nomes na agenda e lembrem-se de não conduzi-los mais a nenhum cargo eletivo. Eles foram contra você e a favor da corrupção.

Plenário da Câmara Federal por ocasião da votação da denuncia contra Michel Temer (PMDB). Foto : Evaristo Sá/ AFP.