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Especialista em realidade virtual cria ‘jogo da empatia’ para diminuir preconceito

Especialista em realidade virtual cria 'ogo da empatia' para diminuir preconceito.
(Foto: Reprodução/Divulgação/Hypeness).


O projeto da especialista em realidade virtual e designer de interação Clorama Dorvillas é tão ambicioso quanto necessário: revolucionar os treinamentos de inclusão e diversidade para funcionários de empresas através da realidade virtual e aumentada e da experiência dos games.

Para fazer realmente o preconceito na relação com clientes diminuir através de tais treinamentos, o projeto de Dorvillas propõe tirar o funcionário da berlinda e ensina-lo não através da acusação e da vergonha, mas sim através da empatia – de literalmente coloca-lo na pele de quem sofre o preconceito.

(Foto: Clorama Dorvillas).

Para isso, ela criou a Debias, sua empresa de realidade virtual aplicada. A ideia é tornar “divertido o teste e o treinamento de preconceito implícito”.

Segundo o site da empresa, o que o projeto faz é “criar testes eficazes e baseado em provas” através da lógica dos jogos. Seu “jogo” foi batizado de Empathetech, e utiliza a lógica dos avatares em um experimento com 32 mulheres brancas, nas quais metade “experimentam” um avatar de pele branca, enquanto a outra metade um avatar de pele negra.

Em seguida, os grupos trocam de avatar, e o experimento revelou que os usuários não só emularam gestuais e hábitos dos avatares de cor de pele diferente, como saíram da experiência com sentimentos empáticos fortalecidos.

(Foto: O ambiente virtual do Empathetech).

Empresas gastam milhões de dólares em treinamentos ineficazes e praticamente inúteis, que podem provocar um efeito contrário e ainda pior”, diz Dorvillas. “Os treinamentos contra o preconceito não devem envergonhar quem participa. As pessoas precisam se sentir bem quando aceitam outras pessoas. Mudar o preconceito não é algo que acontece da noite para o dia, é um comportamento que precisa ser superado. Queremos dar às pessoas a capacidade de trabalhar em um espaço seguro e confortável”, concluiu.

          


Um diferencial de seu projeto é contabilizar progressos e mudanças em longo prazo, a fim de justamente fazer o usuário sentir-se bem, ao invés de envergonhado com a realidade atávica dos pequenos preconceitos que carregamos.




A realidade virtual passou a ser sua ferramenta para mudar o mundo – utilizando-a como meio para que, do virtual, a empatia se torne real. (Com informações do Hypeness).

E se a Tais Araújo não fosse a Tais? Por Pedro Antonio no Curvas e Poesia


Taís Araújo é chamada de macaca na sua página do Facebook e o assunto toma as redes sociais. A polícia se envolve e logo teremos os racistas atrás das grades com todo louvor e aplausos do público. Aí eu pergunto: se a Taís não fosse a Taís, será que teria acontecido da mesma forma? Quantas negras são chamadas de macaca e nada acontece? Muitas, meus amigos, muitas. Mas é preciso que uma atriz global sofra o crime para que ele seja apurado, porque senão, é mais uma macaca na multidão.

Vivemos num país atrasado, o país da "carteirada" onde filho de alguém importante ou um sobrenome de "respeito" burla qualquer processo e passa na frente. Vamos exemplificar: se uma negra que serve o café no camarim fosse chamada de macaca por um ator global, será que teria a mesma repercussão? Provavelmente não. Por aqui, negro e pobre não tem vez e nem voz. Negro na universidade? É cota. Negro na balada? É segurança. Negro correndo na rua? É ladrão fugindo. O táxi não para, mas a viatura chega junto. E se o negro se revolta, dizem que ele está se vitimizando. Tremenda estupidez.

Muitas negras são chamadas de macaca todos os dias, mas só a Maju ganhou uma hashtag. Muitas mulheres têm seus cabelos crespos chamados de esponja, mas só a Taís Araújo teve o direito de ser ouvida. Muitas meninas tiveram suas fotos íntimas divulgadas na internet, mas só a Carolina Dieckmann ganhou uma lei com o nome dela. Muitos meninos negros são expulsos de estabelecimentos, mas precisou ser em uma loja "chique" da Oscar Freire para ganhar repercussão. E agora eu me pergunto: eu que sou uma negra anônima, como eu fico?

Quando “o sofrimento alheio não comove o opressor”, por Nêggo Tom em reposta a Luana Piovani


Caríssima, Luana Piovani!


Li a respeito do seu questionamento sobre que tipo de preconceito a Taís Araújo teria sofrido e se alguém poderia lhe esclarecer melhor. Pois bem! Com o devido respeito que lhe tenho como atriz, pois sou fã do seu trabalho, e como apreciador da sua postura não hipócrita e sempre autêntica diante das câmeras, o que me faz crer que você é o que é, e não "doura pílula", venho por meio deste artigo tentar responder a sua pergunta.



Tenho certeza de que você tem conhecimento que tivemos um período historicamente ordinário no qual seres humanos viviam sob o regime de escravidão. Por acaso isso aconteceu no Brasil também. E também por acaso, esses seres humanos escravizados eram negros trazidos da África em navios chamados "negreiros" e obrigados a trabalhar de graça, dia e noite para os colonizadores europeus. Que por acaso eram brancos. Essas pessoas, Luana, eram vistas e tratadas como verdadeiros animais. Eram acorrentados. Era-lhes privado o direito de ir e vir. Não tinham dignidade. Não tinham escolha. Não tinham liberdade. E caso ousassem a querer ter, eram castigados. Açoitados da forma mais vil e covarde. Isso quando não era-lhes tirada a vida como punição.

Essas pessoas, Luana, eram vendidas como se fossem animais de estimação ou aparelhos de uso doméstico. Por acaso, quem as traficava eram brancos. Essas pessoas, que por acaso eram negras, eram tidas como "sem alma", pelos senhores colonizadores e até mesmo por alguns sacerdotes representantes de Deus da época. Afirmação usada para legitimar a escravidão e os maus tratos a eles destinados. Toda referência à cor negra era usada como ofensa. Negro era um substantivo quase sempre acompanhado de um adjetivo desqualificante. Negro fujão. Negro safado. Negro abusado. Compará-los a um macaco também era uma brincadeirinha comum na época, para desqualificar o indivíduo e igualá-lo a um animal primitivo e de raciocínio limitado.

Luana, não eram poucas as menções pouco elogiosas às características étnicas dos negros. Seus cabelos eram considerados ruins. Cabelo duro. Cabelo carapinha. Seus narizes eram achatados. Nariz de batata. Suas bocas eram grandes. Beiçolas. Seus traços eram marcantes demais. Tudo visando a inferiorização da etnia para que se justificasse cada vez mais a sua exploração e segregação. Ainda hoje, Luana, alguns brancos se utilizam dessas referências para tentar nos ofender. Talvez numa atitude insana e nostálgica de retornar ao passado, onde tudo era permitido e ninguém era punido por isso. Era tão bom poder maltratar as pessoas e não ter que responder por isso. Hoje é tudo muito chato. Nem uma piadinha de preto se pode contar mais. Não posso mais chamar meu coleguinha de escola de Mussum, tição, suco de asfalto. Tá ficando sem graça! Afinal, o sofrimento alheio não comove o opressor.

Você perguntou se ela foi sacaneada na internet, né? Não! Ela não foi apenas sacaneada, Luana. Ela e muitos outros negros foram ofendidos na sua essência. Na sua honra. Na sua autoestima. No seu direito de serem como Deus os fez e com as características que a natureza os abençoou. Você disse que é "blaster sacaneada e xingada na net" e ninguém nunca saiu em sua defesa. Talvez seja porque nunca fizeram piada com a sua cor. Com os seus cabelos. Talvez seja porque nunca lhe dirigiram ofensas racistas nas redes sociais. Talvez seja porque a sua etnia nunca foi escravizada nesse país. Nunca foi explorada, chicoteada, açoitada. Talvez seja porque é considerado normal um branco ser protagonista de uma série de TV ou postar fotos glamourosas no facebook sem que cause estranheza. Afinal, somos um país europeu, não é verdade?

Em suma, Luana, acho esses ataques racistas algo orquestrado, sim. Não pelo PT ou pela esquerda, como os escravocratas modernos disfarçados de democratas querem fazer a sociedade acreditar. A intenção é manter acesa a chama do preconceito racial. Rende polêmicas. Estimula-se hashtags hipócritas do tipo: somos todos fulano. É plataforma política para os aproveitadores. É deleite fascista. Tem sabor de champanhe e caviar para alguns da elite europeia tupiniquim. É crueldade gratuita. É instigar o ódio de uma etnia contra a outra. É fazer com que racistas mais tímidos sintam-se incentivados a praticar a sua estupidez de forma pública e notória. É tentar fazer com que se enxergue com naturalidade o desrespeito ao outro. É tentar intimidar minando a autoestima. É atacar as políticas de afirmação social.

Uma ferida jamais cicatrizará se ficarmos mexendo nela a todo instante. Mas existe uma "junta médica" paralela, cuidando para que essa ferida nunca cicatrize. É a tal novela de época que vira e mexe está no ar, não para contar a história, mas apenas para te fazer lembrar que a senzala um dia abrigou os seus antepassados. E que por sorte você não está lá ainda. É o enredo do folhetim que coloca os negros apenas como personagens de apoio, como se na vida real fossemos apenas serventes da realeza branca do pau Brasil. É o filme publicitário que escolhe e a etnia que julga superior e mais vendável para falar do que é bom e a outra etnia inferiorizada pela patologia de mentes brilhantemente perversas, para falar do que é ruim ou secundário, porque a imagem do negro não é vendável.

Não existe vitimismo. Existe um sistema perverso que manipula as pessoas como bem entende, se aproveitando da podridão de sentimentos contida na alma de muitos que se dizem humanos. Não se engane Luana! Quem trata alguém com diferença ou indiferença e preconceito pelo fato desse alguém ser negro, branco, índio, gordo, magro, pobre, rico, gay, hétero, cristão, ateu, flamenguista ou vascaíno, tem sérios problemas. Talvez seja o preconceituoso e o racista quem não mereciam estar no convívio da sociedade. Talvez seja o racista, o mal do qual precisamos nos livrar para construirmos um mundo melhor, mais igual e mais justo. Precisamos nos humanizar. Precisamos ser mais educados e respeitosos com as diferenças. Enquanto não agirmos como seres de fato educados e humanos, sugiro que usemos a hashtag: #SOMOSTODOSPORRANENHUMA!

Saudações!

Sobre Negros e Pardos: O passado que insiste em bater a nossa porta e de cara LISA


Qual a forma mais correta (se é que há) de se classificar à população pela cor ou raça? Por que muitos, em pleno século XXI possuem ainda grandes dificuldades de se identificarem como preto (prefiro me expressar e me identificar enquanto NEGRO)?

Segundo o padrão de classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) há cinco grupos, a saber – indígenas, Preto (Negro), pardos, brancos e amarelos. Discutir, debater, analisar e refletir sobre as relações étnicos-raciais no Brasil não é simplesmente algo esporádico, mas uma necessidade constante visto que a cor da pele ainda se configura (infelizmente), com raríssimas exceções, como aquela que definirá o seu lugar de ocupação nos espaços de poder. Se for branco ou amarelo as condições de acesso são as mais variadas possíveis. Do contrário.....


Mas, voltando a indagação inicial - Por que muitos, em pleno século XXI possuem ainda grandes dificuldades de se identificarem como preto (prefiro me expressar e me identificar enquanto NEGRO)? As respostas que tenho obtido não me surpreende, pois elas retratam fielmente o processo de humilhação e o holocausto pelo qual a população NEGRA passou e ainda passa. Um passado que insiste em bater em nossa porta e de cara LISA, diga-se de passagem – reporto-me a frase outrora dita pelo jornalista Alexandre Garcia, que não nos deixa mentir. “O país não era racista até criarem as cotas”, afirmou ele. Claro que ele deve ter faltado as aulas de História, Filosofia e Sociologia, o que me permite afirmar também que ele não teve e não tem nenhuma base de Direitos Humanos.

Logo, muitos me dizem – Quem quer ser Negro e Negra em um pais onde ele e ela são taxadas como pessoas sem espaços? Onde o papel que exerciam antes de escravos e hoje não são reconhecidos como construtores dessa nação? Quem quer ser negro e negra em um pais onde não se ver na TV, no rádio, nos mais variados espaços de poder essas pessoas exercendo papel de protagonista? Quem quer ser negro e negra em ambiente onde se vai comprar brinquedos para sua filha, seu filho e não encontra bonecos negros, bonecas negras?

Mas há uma luz negra no fim do túnel. Ainda há um fio de esperança quando vemos jovens rompendo com essa visão europeizante e questionando um estereótipo que com certeza nos foi outorgado, mas que não nos serve, não nos simboliza, não nos representa. Jovens que insistem em se autoafirmar e se autorreconhecer como negro, como negra, pois ao contrário dos muitos que afirmei na indagação inicial, buscaram conhecer a história contada pelo viés daqueles que foram oprimidos e ousaram lutar para sair dessa condição. São pessoas que se inspiraram na trajetória de Luisa Mahin, Tereza de Benguela, Dandara, Antonieta de Barros, Carolina de Jesus, Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento, Abdias Nascimento, Oliveira Silveira, Nelson Mandela, Martin Luther King, Zumbi, dentre outros.

Temas como Preconceito, Discriminação, Racismo e a pouca representatividade do negro e do indígena nos espaços de poder ainda persistem porque não há o engajamento da RAÇA HUMANA em promover o debate. O grilhão parece que deixou de existir como objeto material físico de tortura, mas permanece como objeto mental do branco porque insiste em pensar e agir como superior e em muitos casos o negro quando insiste em permanecer calado.

Não se elimina os temas acima elencados com a falácia constitucional “de que todos somos iguais perante a lei” e muito menos com o falso discurso de que somos uma democracia racial. Isso é balela. Essa luta tem que ser DIÁRIA. 

Espetáculo do Pente: atrizes negras discutem preconceito e autoconhecimento



Em comemoração ao mês da Consciência Negra, o Grupo Teatral Embaraça faz circulação de seu primeiro espetáculo, Pentes, pelo Distrito Federal. Na peça, quatro atrizes apresentam cenas que compõem a “saga” de mulheres negras, da negação à afirmação de seus cabelos. O espetáculo tem estreia no Teatro Sesc Garagem, com sessões nos dias 7 de novembro (sábado), às 20h, e 8 de novembro (domingo), às 20h. Os ingressos para as apresentações custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada).

A ideia para a montagem e a criação do grupo surgiu em 2012, em um projeto na Universidade de Brasília, de onde todas as integrantes do elenco eram alunas. Das primeiras apresentações em festivais universitários, o espetáculo cresceu em pesquisa sobre o tema étnico-racial e é apresentado em 2015 com elenco formado pelas atrizes Fernanda Jacob, Tuanny Araújo, Ana Paulo Monteiro e Elisa Carneiro.

O Grupo Embaraça assina a direção e o texto do espetáculo, com apoio dramatúrgico de Fabrícia Carvalho. As músicas de Pentes tem autoria do Grupo e da banda Protofonia – formada por André Chayb, André Gurgel e Janari Coelho – que toca durante todo o espetáculo. A montagem traz ações cênicas em caráter performativo e interações com a plateia, alternadas entre críticas e momentos lúdicos. Pentes se preocupa com a valorização da beleza negra, explorando histórias do cotidiano das atrizes e depoimentos pessoais para argumentar sobre identidade e identificação social.

Com inspiração nas poetizas e pensadoras contemporâneas Elisa Lucinda, Bell Hooks e Conceição Evaristo, e tendo outras referências do universo negro e até do movimento Black power, o texto é composto por grandes sutilezas que guiam as sensações de quem assiste à montagem, aliado à expressividade da banda Protofonia, que ajuda a criar momentos de diferentes intensidades dramáticas.

Toda a construção do espetáculo é focada em derrubar a imposição da estética branca como ideal de beleza e propor um diálogo em prol da aceitação da diversidade, no qual o cabelo crespo, que hoje ainda é considerado “ruim, feio ou duro”, passe a ser um cabelo como outro qualquer: bonito porque é diferente e singular.

Do Teatro Garagem, a peça segue para apresentações na faculdade IESB Oeste de Ceilândia (17 e 18 de novembro, às 19h e 11h, respectivamente), Espaço Semente do Gama (20 e 21 de novembro, às 20h), Teatro da Praça de Taguatinga (23 e 24 de novembro, às 20h), Casa do Cantador de Ceilândia (25 e 26 de novembro, às 20h) e Espaço Cultural Pé Direito da Vila Telebrasília (28 e 29 de novembro, às 20h). Com exceção das sessões em Ceilândia, que contam com entrada franca mediante confirmação prévia (vide serviço), as demais apresentações têm valor de R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). A temporada é apresentada pelo Fundo de Apoio à Cultura do Governo de Brasília.





Movimentos sociais se articulam para que projeto que torna crime a homofobia volte à pauta no congresso


Movimentos sociais estão trabalhando junto aos parlamentares em três frentes para fazer com que a criminalização da homofobia seja apreciada pelo Congresso Nacional este ano, mesmo com as dificuldades dos grupos contrários ao tema. Depois da notícia divulgada pelo Senado de que o Projeto de Lei Complementar 122 (PLC 122), referente ao assunto, seguiu para arquivamento na última quarta-feira (7), obedecendo ao regimento interno da Casa, entidades como a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais (ABGLT) articulam a realização de um seminário para discutir o assunto em fevereiro.

Segundo o presidente da associação, Carlos Magno Fonseca, existem várias opções a serem avaliadas em substituição ao texto arquivado. Uma delas é a proposta pela senadora Marta Suplicy (PT-SP), de incluir a criminalização da homofobia no projeto do Código de Processo Penal (CPP), em tramitação no Congresso.

Senadora Marta Suplicy (PT-SP) propôs incluir a
criminalização da homofobia no projeto do Código
do Processo Penal.
Outra alternativa é dar andamento a projeto apresentado anos atrás pela deputada Maria do Rosário Nunes (PT-RS), que está parado na Câmara. E a terceira possibilidade é manter contatos com o Palácio do Planalto para que as entidades voltadas à causa solicitem formalmente à presidenta Dilma Rousseff o envio de um projeto elaborado pelo Executivo ao Congresso.

'Promessa de campanha'

Vamos analisar todas as possibilidades, mas esperamos contar com o apoio da presidenta nesta luta. O movimento LGBT votou nela e ouviu, como promessa feita durante o período de campanha, que a homofobia tinha que ser criminalizada. Chegou a hora de pedirmos um envolvimento maior dela em relação ao assunto”, afirmou o presidente da ABGLT.

Embora tenha chamado a atenção dos movimentos que trabalham em defesa das minorias nos últimos dias, o arquivamento do projeto no Senado já era esperado. Para a senadora Ana Rita (PT-ES), presidente da comissão de Direitos Humanos da Casa, os movimentos sociais não devem reclamar, uma vez que o caminho de apresentação de um novo texto, com melhorias na redação, tende a ser bem melhor para a aprovação da matéria – que foi muito alterada nas discussões feitas em 2014.

Isso porque, no último ano, o projeto foi alvo de diversas intervenções provocadas por representantes da bancada evangélica e grupos mais conservadores no Congresso Nacional, que fizeram de tudo para descaracterizar a matéria. “A ideia é manter o PLC 122 arquivado e construir uma nova proposta. Uma proposta que, inclusive, atenda melhor ao próprio movimento LGBT", acentuou Ana Rita.

Emendas ao CPP

A senadora Marta Suplicy considera “um escândalo” o fato de a homofobia ainda não ser considerada um crime no país. Marta apresentou emendas ao projeto do CPP, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, com o intuito de tornar a identidade de gênero e a orientação sexual agravantes de vários crimes. “Vou buscar apoio dos senadores para fazer com que as emendas sejam mantidas”, frisou.

O PLC foi arquivado porque a secretaria-geral da mesa do Senado estabelece que todas as proposições que tramitem há mais de duas legislaturas devem ser arquivadas. A exceção para que possam tramitar por mais uma legislatura é no caso de ser aprovado em plenário um requerimento assinado com o mínimo de 27 senadores pedindo pela continuidade da apreciação. E no final da terceira legislatura, caso não tenha sido observada qualquer decisão, a proposta tem de seguir para o arquivamento. Foi o que aconteceu.

Tramitação exaustiva

Com tramitação prorrogada em função de um requerimento em 2010, a matéria ficou sob apreciação do Senado por oito anos sem aprovação definitiva, mesmo tendo sido cobrada pelos grupos ligados ao setor. Juntando Câmara e Senado, são 13 anos de tramitação da matéria (foi apresentada na Câmara, em 2010). A proposta tem como autora a ex-deputada federal Iara Bernardi (PT-SP) e foi aprovada na Câmara, para encaminhamento ao Senado, em 2006.

De acordo com a secretaria-geral da mesa do Senado, o arquivamento será formalizado até o final deste mês. O seminário que está sendo programado pela ABGLT será realizado em Curitiba.

Grunec Cariri lança nota de repúdio pelas atitudes racistas contra alunos e professores


O Grupo de Valorização Negra do Cariri – Grunec, entidade fundada em abril de 2011 e que representa e luta em favor das questões étnica e raciais na região do cariri cearense, publicou na tarde desta quinta-feira, 11 de setembro, em seu perfil na rede social facebook, nota em que repudia de forma veemente as atitudes consideradas racistas e preconceituosas contra membros, colaboradores e simpatizantes do grupo.


Pela nota fica visível as diversas formas pelas quais alunos, professores, comerciantes e motataxista foram vítimas de agressões morais e racista pela cor da pele negra. Segundo ela (nota), há seis casos, o último se deu em 24 de agosto. Aqui, Ridalvo Feliz e Verônica Isidório, professor e discente, respectivamente, estavam conversando na Praça do Pimenta, em Crato, conversando quando um grupo de pessoas em um veículo Cros Frox, cor prata, passaram a dirigir contra os dois palavras racistas referentes a cor da pele e aos cabelos. Segundo o Grunec  o caso foi levado as autoridades policiais e registrados Boletim de Ocorrência.

Confira os outros 5 casos:

“...2. PEDRO VICTOR ARAUJO: jovem negro, estudante de História da URCA, ameaçado de morte por meio de pichações e mensagens no celular, com palavras do tipo: “morre negro desgraçado”, o que quase o levou a abandonar o curso. Foi necessária muita pressão do movimento para que a direção da universidade tomasse alguma providência. BO registrado, aguardando investigação.

3. UENIA FERREIRA DE LIMA, jovem negra, comerciária, vítima da violência racista, tipificado como injúria, cometida pelo agressor Adriano no dia 30/04/2013 conforme BO 31300288/2013 de 02/05/2013; o agressor, aos berros, desqualificou a jovem no seu ambiente de trabalho, causando-lhe grande constrangimento, inclusive aos que por lá estavam.

4. JOSÉ AIRTON NUNES – negro, moto-taxista, diversas vezes foi constrangido e desmoralizado também no seu ambiente de trabalho, o caso foi registrado na Delegacia de polícia civil e as providências estão sendo encaminhadas junto aos órgãos competentes.

5. JOAO LUIS DO NASCIMENTO MOTA, negro, professor, constrangido e desmoralizado reiteradas vezes no seu ambiente de trabalho (Universidade Regional do Cariri). Na ocasião foi feito manifestações, notas de repúdio.

6. LUCIANO DAS NEVES CARVALHO, negro, professor, que em 29/07/2000, foi agredido por uma autoridade da Casa Legislativa Municipal. Após diversas idas e vinda o caso, depois de 03 meses foi finalmente registrado na Delegacia de Polícia de Crato. Foi necessário, inclusive, a intervenção da Promotoria do Estado e após todos estes anos, fora duas ou três idas ao Fórum nada mais aconteceu. Na ocasião o caso foi tipificado como crime de racismo....”

Para o Grunec  estes são apenas alguns casos que chagam ao conhecimento. “Mas a violência dos xingamentos, das piadas infames contra negros e negras, a exemplo do caso do goleiro Aranha, do Santos, é cotidiana e banalizada como se fosse natural”, diz a nota.

O grupo afirmou ainda que "agressões verbais e/ou físicas não são normais ou naturais. No Brasil, ações como estas são consideradas crimes de racismo segundo a Constituição Federal e leis específicas que pune com penas de até cinco anos de reclusão, além as multas, os crimes resultantes de preconceito e discriminação. Entretanto, a desconstrução do racismo acontece pela educação e atitude holística em que compreende o outro como diferente nunca inferior, nem desigual, porém parte do todo, cuja cidadania é universal, garantindo aos cidadãos direitos civis sociais e políticos

Diante dos fatos aqui explicitados”, o grupo “ reitera com veemência o seu repúdio a tais práticas e sugere que a sociedade possa, no exercício da sua cidadania, somar forças e cobrar dos órgãos competentes ações que promovam a vida com igualdade e justiça”.

Na oportunidade a entidade representativa das questões étnica e raciais no cariri deixa em evidência a sua missão - “lutar contra qualquer forma de preconceito e não poderia deixar passar estes atos vergonhosos sem manifestar a solidariedade étnica aos companheiros: Mota, Luciano, Isaias, Uenia, Pedro Victor, Ridalvo Felix e Veronica Isidório”.

Na luta sempre! Grupo de Valorização Negra do Cariri – GRUNEC”, encerra a nota.

Sobre a série “Sexo e as Negas”: “Ei Globo, não sou tuas nêgas”


O sentimento de indignação me fez refletir sobre essa constante e secular sexualização que é imputada a nós mulheres negras. Uma imagem que há décadas é sustentada pela literatura brasileira, pela mídia e pelas músicas da indústria cultural responsáveis pela construção no imaginário popular dos estereótipos como a negra fogosa, a moreninha da cor do pecado, da mulata tipo exportação entre outros. Quase caí pra trás ao saber da mais nova obra de arte global, mais um duro golpe da mídia racista, a produção do seriado criado por Miguel Falabella, “Sexo e As Negas” parodiando o famoso “Sex and City”.

A série ainda não tem data de estreia, e segundo o autor, a versão acontecerá em Cordovil, no Rio de Janeiro. Consistirá em um quarteto de amigas cariocas composto por uma camareira, uma cozinheira, uma operária e uma costureira, que viverão dilemas e obstáculos para alcançar o seu verdadeiro objetivo que é a conquista de um parceiro sexual.

Mas o que é pior do que ridicularizar a população pobre e negra numa versão tosca de um seriado de mulheres brancas e burguesas, é acreditar que está fazendo a diferença na vida dos negros e negras relegadas ou submetidas a papéis de subalternidade, ao afirmar que através dessa produção a autoestima da população negra vai aumentar, e quem sabe agora haverá uma mudança na televisão brasileira, após 46 anos de existência, onde a trajetória das personagens negras eram as cozinhas e as favelas nos frios cenários das telenovelas.

A questão racial na mídia ainda nos é muito cara, já que segundo Joel Zito, pesquisador e cineasta, em um terço das telenovelas produzidas pela Rede Globo até o final da década de 90 não haviam personagens negros, contrastando com a realidade brasileira, que à época chegava a 50% da população, atualmente os dados apontam que somos maioria mas continuamos invisibilizados nas esferas de poder, nas instituições de ensino, de saúde e no [não] democrático universo midiático.

Se nessa longa trajetória percorrida por Rute de Souza, Léa Garcia, Neusa Borges e tantas outras atrizes renomadas e oriundas do Teatro Experimental do Negro, a emissora nunca abriu espaço para uma ficção seriada apenas protagonizadas por negras, qual será o interesse? Qual é o jogo?

Miguel Falabella já é um velho conhecido das produções que fazem chacota de pobres, mulheres, negrxs, e nordestinxs. Se voltarmos no tempo vamos lembrar de personagens e frases celebres do diretor e produtor. Uma de suas produções ficou muito famosa pelas frases de violência e intolerância como “Cale a boca Magda!” e “Eu tenho horror a pobre”. Será que realmente ele está preocupado em contribuir para uma mudança de olhar diante da população negra e pobre? Acredito que não.

Solange Couceiro de Lima já alertava em seu artigo Reflexo do Racismo à Brasileira “a existência de uma identidade negra deformada e estereotipada presente em diversos produtos da comunicação social”. E se a mídia contribui para uma cultura nacional que fortalece uma imagem que nos estigmatiza, que nos mantêm em um lugar inferiorizado perpetuando o racismo velado no país, é preciso negar esse lugar, esse papel não é nosso.

Não aceitaremos, nem fortaleceremos a herança escravagista onde o nosso corpo negro não tem voz e não tem vez, cabendo apenas a satisfação sexual dos senhores brancos. Lélia Gonzales(1984), refletia sobre o grau de violência simbólica sofrida pela mulher negra, ao mesmo tempo em que é endeusada no período carnavalesco, exerce em seu cotidiano a atividade de empregada doméstica para seu sustento. “É por aí também que se constata que os termos mulata e doméstica são atribuições de um mesmo sujeito”.

Exigimos mais respeito com a nossa vida, com os nossos corpos e nossas escolhas. Enquanto se fantasia e ridiculariza a afetividade de mulheres negras do subúrbio, continuamos morrendo nas maternidades públicas, exterminadas pela polícia racista ou sofrendo com a ausência de direitos que deveriam ser garantidos, e isso não tem graça.

Continuaremos lutando e resistindo para sufocar toda e qualquer produção que contribua para a perpetuação de uma sociedade racista, denunciando e cobrando responsabilidade das emissoras, mesmo as privadas, pois possuem concessões públicas e portanto, deveriam respeitar a população brasileira e a sua diversidade. O horizonte aponta para a urgência da democratização dos meios de comunicação, onde a gente possa não apenas nos enxergar com orgulho, mas onde possamos ver nossas demandas pautadas pela mídia.


A análise é de Laila Oliveira e foi publicado originalmente no Portal Geledés

As pessoas que fizeram “piada” com uma tragédia no Nordeste


A Justiça Federal do Ceará acatou um pedido do MP para quebrar o sigilo de seis internautas que conseguiram fazer piada com um acidente de ônibus no Ceará, no dia 18, que deixou, até o momento, 18 mortos. O estado em que estavam os corpos dificultou a identificação.

A determinação foi rápida. O Ministério Público coletou dezenas de comentários — dezenas — que podem ser enquadrados como crime de racismo, que prevê de dois a cinco anos de prisão.

 (É preciso lembrar que não há ninguém preso por racismo no Brasil, o que não tira o mérito da decisão, evidentemente).

Comentaristas de grandes portais costumam se dividir, basicamente, em três grupos: os intolerantes; os burros; e os que culpam o PT por todos os problemas do universo, da fase gorda de Elvis Presley à falta de água em Marte. Em comum, o ódio.

O G1, entre outros, deu a notícia. Não por acaso, foi ali que a maioria dos comentários surgiu. Coisas do tipo:

A notícia boa é que esse povo não virá poluir meu RS.”
“Não sabia que existia ônibus no Ceará kkk.”
“Com todo o respeito… 20 eleitores do PT a menos.”
“Nada de valor foi perdido.”

Será que o acidente poderia ter sido evitado se as pessoas (cearenses) tivessem sentados um de cada lado? Vai ver o peso da cabeça chata fez o ônibus tombar… eu tinha 2Kg de mandioca para dar a esse povo… o que eu faço agora?”

Ao repercutir a decisão da Justiça, o G1, cinicamente, desabilitou a caixa de comentários.

Há um consenso entre psicólogos de que qualquer pessoa pode virar um monstro na internet. Inclusive seu vizinho gente fina que leva os filhos para a escola às 6 da manhã.

O anonimato torna tudo possível. Só psicóticos dizem num bar que estão contentes com a morte de crianças. No mundo virtual, a sensação de estar sozinho e protegido faz com que a doença aflore.


Via Pragmatismo Político

Serra plantou ódio e o Brasil colhe preconceito



A campanha conservadora movida pelos tucanos, a misturar religião e política, trouxe à tona o lodo que estava guardado no fundo da represa. A lama surgiu na forma de ódio e preconceito. Muita gente gosta de afirmar: no Brasil não há ódio entre irmãos, há tolerância religiosa. Serra jogou isso fora. A turma que o apoiava infestou a internet com calúnias. E, agora, passada a eleição, o twitter e outras redes sociais são tomadas por manifestações odiosas.

E nós devemos estar preparados, porque Serra fez dessas feras da direita a nova militância tucana. Jogou no lixo a história de Montoro e Covas. Serra cavou a trincheira na direita. E o Brasil agora colhe o resultado da campanha odiosa feita por Serra.

Desde domingo, muita gente já fez as contas e mostrou: Dilma ganharia de Serra com ou sem os votos do Nordeste. Não dei destaque a isso porque acho que é – de certa forma – uma rendição ao pensamento conservador. Em vez de dizer que Dilma ganhou “mesmo sem o Nordeste”, deveríamos dizer: ganhou – também – por causa dos nordestinos. E qual o problema?

E deveríamos lembrar: Dilma ganhou também com o voto de quase 60% dos mineiros e dos moradores do Estado do Rio.E ganhou com quase metade dos votos de paulistas e gaúchos.

Parte da imprensa – que, como Serra,  não aceita a derrota e tenta desqualificar a vitoriosa -  insiste no mapinha ”Estados vermelhos no Norte/Nordeste x Estados azuis no Sul/Sudeste”. O interessante é ver - aqui - a votação por municípios, e  não por Estados: há imensas manchas vermelhas nesse Sul/Sudeste que alguns gostariam de ver todo azulzinho.

No Sul e no Sudeste há muita gente que diz: “não ao ódio”. Se essa turma de mauricinhos idiotas quiser brincar de separatismo, vai ter que enfrentar não apenas o bravo povo nordestino. Vai ter que enfrentar gente do Sul e Sudeste que não aceita dividir o Brasil.

Serra do bem tentou lançar o Brasil no abismo. Não conseguiu. Mas deu combustível para esses idiotas. Caberá a nós enfrentá-los. Com a lei e a força dos argumentos.

Via Escrevinhador

Quem tem medo de mulheres negras de jaleco branco?



Cintia Santos Cunha, estudante de Medicina em Cuba fala
sobre preconceito racial no Brasil.
Reproduzimos abaixo palavras de uma estudante de medicina em Cuba que traduz um sentimento cultural vergonhoso da grande maioria do povo brasileiro sobre o negro, sobre a negra. O artigo foi publicado em primeiro mão no Blog Negro Belchior. Republicado no Carta Maior e, agora, ganha espaço neste blog, o Informações em Foco.

Eu já desde muito nova queria fazer Medicina… só que Medicina é um curso impensável para as pessoas de onde eu venho, para as pessoas como eu sou, negra, mulher, pobre, Capão Redondo. Ninguém sonha ser médico lá. Eu insisti que queria fazer medicina.” – Cintia Santos Cunha.

                            

Em seu texto sobre a polêmica dos médicos cubanos no Brasil e a reação de uma jornalista potiguar que escandalizou as redes sociais ao dizer que médicos cubanos pareciam “empregadas domésticas”, e que precisariam ter “postura de médico”, o que não acontecia com os profissionais cubanos, o professor Dennis de Oliveira sintetizou:

“(…) ela expressou claramente o que pensa parte significativa dos segmentos sociais dominantes e médios do Brasil: para eles, negros e negras são tolerados desde que em serviços subalternos. Esta é a “tolerância” racial brasileira.” (Grifo do Informações em Foco).

Essa mentalidade racista que sempre pressupôs o lugar do negro em nossa sociedade, contaminou milhares de jovens estudantes nas últimas muitas gerações. Isso somado ao descaso com a qualidade da educação pública faz com que, em sua grande maioria, jovens negros e/ou pobres sequer sonhem com universidades ou profissões “diferentes” daquelas nas quais percebem seus iguais.

HERDEIROS DE NINA RODRIGUES

A classe médica (e média) que hoje não se constrange em manifestar seu preconceito racial é herdeira de Nina Rodrigues. Racista confesso, o renomado médico baiano tentava dar cientificidade à sua tese sobre as raças inferiores.

Acreditava ele que os negros tinham capacidade mental limitada e uma tendência natural à criminalidade.

No final do século XIX, Nina Rodrigues combatia a miscigenação por acreditar que qualquer mistura poderia degenerar a raça superior branca. Mais ainda, defendia a existência de dois códigos penais: uma para os brancos e outro para as raças inferiores. Esses e outros absurdos podem ser observados em seu livro “As Raças Humanas e a Responsabilidade Penal no Brasil’.

A população negra perfaz mais de 50% da população brasileira, mas entre os formados em medicina o percentual foi de 2,66% em 2010. Na USP, por exemplo, são comuns listas de aprovados nos vestibulares mais concorridos sem sequer um único auto-declarado negro, como foi o caso deste ano de 2013. Isso se repete na Bahia, onde mais 70% da população é negra. Simbólica e triste a foto ao lado,que traz a turma de 2011 da Universidade Federal da Bahia.

A DECLARAÇÃO DE CÍNTIA, DO CAPÃO

Cintia Santos Cunha foi uma exceção. E ao a ouvi-la falar, ao perceber a postura de dignidade que todo ser humano pode – se quiser, carregar, independente de sua profissão, é possível entender o porquê de tanta oposição por parte das classes dominantes em relação à presença dos doutores de pele preta: a descoberta de sua mediocridade.

Médicos, imprensa e Conselho Federal de Medicina corporativistas, reacionários, cínicos e racistas, é para vocês a grande lição deixada pela estudante de medicina em CUBA, Cíntia Santos Cunha, que retornou a Ilha para concluir o curso em Fevereiro de 2014.

É do povo que vocês tem medo! E devem mesmo ter medo! Toda sua riqueza não é suficiente para compensar os mais de 500 anos de opressão.

Assistam e assustem-se!


Deputado João Campos, autor da “cura Gay” quer punir quem paga por sexo




Deputado João Campos (PSDB) foi o autor do projeto da
"cura gay", rejeitado no congresso. 
Autor da "cura gay" quer punir quem paga por sexo

O deputado federal João Campos (PSDB-GO) quer, em seu novo projeto, punir as pessoas que pagam por sexo. O mesmo deputado é o autor do polêmico projeto da “cura gay”.

De acordo com o deputado, a intenção não é punir a profissional do sexo, que “é vítima dessa situação”.

— Nós vamos punir quem comercializa o serviço de sexo, quem paga por isso. Nós sabemos que a sociedade tem uma reprovação a essa atividade.

O projeto ainda precisa passar pela Comissão de Justiça e Cidadania antes de ser votado em plenário.

Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Goiás, Otávio Forte, o projeto é inconstitucional. Ele explica que a lei quer proibir uma conduta moralmente reprovada por alguns, mas que os valores morais variam de pessoa para pessoa.

— A Constituição Federal tem como princípio básico o respeito à individualidade de cada cidadão. Cada cidadão tem o direito de ter sua opção de vida.

A lei brasileira não criminaliza a prostituição. O crime é ter vantagem com a exploração sexual de outra pessoa. (Via Pragmatismo Político).

Vamos nós

O deputado tucano mais uma vez demostra que não está no legislativo federal para construir projetos que de fato venha a contribuir com uma sociedade justa e igualitária. Depois de um projeto falsário, preconceituoso e homofóbico da “Cura Gay”, ele vem como mais esse que não leva em consideração a liberdade corporal das pessoas. Não é punindo quem paga por sexo que a situação das “prostitutas” irão se resolver. A questão é estrutural, envolve investimentos na área da educação e da geração de emprego.