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Papa se prepara para ser vacinado e defende medida: "Opção ética"

 

Vaticano anunciou que iniciará uma campanha de vacinação ainda neste mês, com escolha pela marca Pfizer. (FOTO/ Vatican Media/AFP).

O papa Francisco será vacinado contra a covid-19 nos próximos dias, segundo ele mesmo anunciou em entrevista a um canal de TV italiana. “Eu acredito que eticamente todos devem receber a vacina”, afirmou. “É uma opção ética, porque está em causa a tua saúde, a tua vida, mas também a vida de outros.”

Papa Francisco: ‘vírus do individualismo’ é o mais difícil de derrotar

 

'Virus do individualismo' é o mais difícil de derrotar. (FOTO/ CC.O Wikimedia Commons).

O Papa Francisco retoma temas sociais e reflete sobre um mundo atormentado pela pandemia do novo coronavírus em sua nova encíclica, divulgada neste domingo (4). Com o título Fratelli tutti (Todos irmãos), o pontífice pede o fim “do dogma neoliberal” e defende que a fraternidade seja praticada “com atos e não apenas com palavras”.

Por que o Vaticano, coração da Igreja, sedia a maior conferência sobre ateísmo no mundo


O Vaticano receberá nesta semana o mais evento sobre ateísmo do mundo.
(FOTO/Edison Veiga).

Texto | Edison Veiga

Desta terça (28) até quinta-feira (30), o Vaticano, centro espiritual e político da Igreja Católica, sedia um evento inusitado, se considerarmos seus princípios. Trata-se da Understanding Unbelief, apresentada como a maior conferência mundial sobre ateísmo.

Papa Francisco presta solidariedade à família de Marielle



O Papa Francisco telefonou para a mãe de Marielle Franco para prestar solidariedade a ela e à família no início da tarde desta quarta-feira (21), pouco antes do início da missa de sétimo dia da jovem brutalmente assassinada na semana passada. A ligação do pontífice foi anunciada na própria cerimônia e confirmada, pouco tempo depois, pela ONG La Alameda.

Papa Francisco falou ao telefone com a mãe de Marielle. Foi a filha de Marielle que escreveu uma afetuosa carta ao papa”, postou, em suas redes sociais, Gustavo Vera, diretor da ONG amigo pessoal do Papa. Foi o próprio Gustavo, inclusive, que entregou ao pontífice uma carta redigida pela filha de Marielle, Luyara, pedindo para que Francisco rezasse pela família, pelas mulheres e pelo povo negro do Rio de Janeiro.

Ao jornal O Globo, a irmã de Marielle, Anielle Silva, disse que sua mãe, a advogada Marinete Franco, ficou “muito emocionada”.

Ela ficou tão emocionada que não entendeu muito o que ele falou. Ela contou que o Papa disse o nome de Marielle, prestou solidariedade e disse que estava rezando pela família”, afirmou.

Nos últimos dias, o Brasil foi tomado por manifestações em memória da vereadora do PSOL e ativista dos direitos humanos executada no Rio de Janeiro. Atos inter-religiosos foram realizadas ainda em capitais do exterior e o caso de Marielle chegou a ser capa do jornal norte-americano The Washington Post. (Com informações da Revista Fórum).


(Foto: Twitter/ Pontifex).

Papa Francisco denuncia “traidores” corrompidos “pela ambição ou pela vaidade” no Vaticano


A denúncia papal não tem meios termos: no Vaticano existem “traidores” corrompidos “pela ambição ou pela vaidade”, além de complôs que são como um “câncer” a ser erradicado.

Dom De Mérode dizia que “fazer reformas em Roma é como limpar a Esfinge do Egito com uma escova de dentes”, e Francisco, tendo chegado ao seu quinto ano de trabalho nas reformas e ao seu quinto discurso para os votos natalícios aos colaboradores romanos, explica que “uma Cúria fechada em si mesma estaria condenada à autodestruição”.

O Papa Bergoglio, no seu discurso, lembra que a Cúria deve estar aberta ao mundo, e isso é “muito importante superar aquela lógica desequilibrada e degenerada dos complôs ou dos pequenos círculos que, na realidade, representam – apesar de todas as suas justificativas e boas intenções – um câncer que leva à autorreferencialidade”, um mal a ser derrotado porque ele “também se infiltra nos órgãos eclesiásticos e, em particular, nas pessoas que atuam na Cúria”.

Depois, o bispo de Roma advertiu com dureza contra o “perigo” constituído pelos “traidores da confiança” ou pelos “aproveitadores da maternidade da Igreja”. Quem são eles? Bergoglio parece ter presente casos bem precisos: ele os define como “as pessoas que são cuidadosamente selecionadas para dar um maior vigor ao corpo e à reforma, mas – não compreendendo a altura da sua responsabilidade – se deixam corromper pela ambição ou pela vaidade”.

Além disso, quando são “delicadamente afastadas, autodeclaram-se erroneamente mártires do sistema, do ‘papa desinformado’, da ‘velha guarda’… em vez de recitar o ‘mea culpa’”.

O papa, no entanto, não esquece “a grande parte, a maioria de pessoas fiéis que trabalham com louvável compromisso, fidelidade, competência, dedicação e também santidade”.

Depois, explica que a Cúria deve funcionar como uma antena e deve captar as reivindicações, as demandas, os pedidos, os gritos, as alegrias e as lágrimas das Igrejas de todos os continentes, a fim de transmiti-los ao bispo de Roma.

Francisco listou alguns âmbitos de trabalho, começando pela relação com as nações.

A Santa Sé é uma construtora de pontes e, estando a sua diplomacia a serviço, “se empenha em ouvir, em compreender, em ajudar, em levantar e em intervir pronta e respeitosamente em qualquer situação para aproximar as distâncias e para tecer a confiança”.

O único interesse da diplomacia vaticana é “o de estar livre de qualquer interesse mundano ou material”. Também por isso “foi criada a Terceira Seção da Secretaria de Estado”, que se ocupará dos núncios apostólicos, ou seja, dos embaixadores da Santa Sé no mundo.

Depois dos cardeais e prelados, o papa recebeu os empregados da Santa Sé, ao quais pediu desculpas porque “nós – eu falo da ‘fauna clerical’ – nem sempre damos o bom exemplo”. E advertiu: é preciso agir para que, no Vaticano, não haja mais “trabalhos e trabalhadores precários” ou “irregulares”. (Com informações do DCM e do Unisinos).

Papa Francisco durante audiência geral na Praça de São Pedro, no Vaticano 16/11/2016. Reuters/ Alessandro Biachi.

Guerra contra o Papa Francisco é mostrada em reportagem especial


A edição de hoje (24) do Público, um dos principais jornais portugueses, reproduziu reportagem especial do jornalista Andrew Brown, do inglês The Guardian.

Segundo a reportagem, a modéstia e humildade do argentino Jorge Mario Bergoglio fizeram dele uma figura popular por todo o mundo. Mas, dentro da Igreja, as suas reformas têm enfurecido os conservadores e provocado uma revolta.

O homem que há precisamente uma semana fez 81 anos e vive com apenas um pulmão, conforme a reportagem, é o primeiro Papa não europeu dos tempos modernos e tem neste momento em mãos uma Igreja dividida.

E que um dos seus mais ferozes críticos, o cardeal Burke, é o mesmo que serviu de inspiração a uma série de proeminentes figuras laicas de direita nos Estados Unidos, de Pat Buchanan a Steve Bannon ou Newt Gingrich.

Conforme Brown, o Papa Francisco é atualmente um dos homens mais odiados do mundo. E quem mais o odeia não são ateus, protestantes ou muçulmanos, mas alguns dos seus próprios seguidores. Fora da Igreja goza de grande popularidade, afirmando-se como uma figura de uma modéstia e uma humildade quase ostensivas.

Desde o momento em que o cardeal Jorge Bergoglio se tornou Papa em 2013, prossegue a reportagem, os seus gestos prenderam a atenção do mundo: o novo Papa guiou um Fiat, transportou as próprias malas e pagou a conta em hotéis; sobre os homossexuais, perguntou: “Quem sou eu para julgar?”, e lavou os pés de refugiadas muçulmanas.

Dentro da Igreja, porém, Francisco tem desencadeado uma reação feroz por parte dos mais conservadores, que temem que este novo espírito divida a Igreja ou até que a destrua. (Com informações da RBA).

Confira a íntegra da reportagem clicando aqui.

O Papa Francisco atualmente é um dos homens mais odiados do mundo. E quem mais os odeia não são os ateus, protestantes ou muçulmanos, mas alguns dos seus próprios seguidores. (Foto: Reprodução/ Diocese de São Carlos).

Papa Francisco lamenta “triste notícia” da morte de Fidel



O site Revista Fórum publicou neste sábado, 26 de novembro, nota do Papa Francisco lamentando a morte de um dos líderes da Revolução Cubana emitida ao seu irmão e presidente de Cuba, Raúl Castro.

 “EXCELENTÍSIMO SEÑOR RAÚL MODESTO CASTRO RUZ

LA HABANA

AL RECIBIR LA TRISTE NOTICIA DEL FALLECIMIENTO DE SU QUERIDO HERMANO, EL EXCELENTÍSIMO SEÑOR FIDEL ALEJANDRO CASTRO RUZ, EXPRESIDENTE DEL CONSEJO DE ESTADO Y DEL GOBIERNO DE LA REPÚBLICA DE CUBA, EXPRESO MIS SENTIMIENTOS DE PESAR A VUESTRA EXCELENCIA Y A LOS DEMÁS FAMILIARES DEL DIFUNTO DIGNATARIO, ASÍ COMO AL GOBIERNO Y AL PUEBLO DE ESA AMADA NACIÓN.

AL MISMO TIEMPO, OFREZCO PLEGARIAS AL SEÑOR POR SU DESCANSO Y CONFÍO A TODO EL PUEBLO CUBANO A LA MATERNA INTERCESIÓN DE NUESTRA SEÑORA DE LA CARIDAD DEL COBRE, PATRONA DE ESE PAÍS.

FRANCISCO PP”.

Tradução por Nicolau Neto

PRESIDENTE DOS CONSELHOS DE ESTADO E DE MINISTROS DA REPÚBLICA DE CUBA

A HAVANA

Ao receber a triste notícia da morte do seu querido irmão, sua Excelência Fidel Alejandro Castro Ruz, ex-presidente do Conselho de Estado e do Governo da República de Cuba, expresso meus sentimentos de simpatia a você e aos outros parentes do dignatário falecido, assim como ao Governo e ao povo desta nação querida.

Ao mesmo tempo ofereço orações ao senhor para seu relaxamento e confiança para todo o povo cubano e a intercessão materna de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira do país.


Papa Francisco


Rebelião anunciada: Quem são os cardeais rebeldes que acusam o papa Francisco de heresia


Uma rebelião anunciada. Um grupo de cardeais manifestou publicamente preocupação com os ensinamentos do papa Francisco, acusando o pontífice de causar confusão em relação a assuntos-chave para a doutrina católica.

Em carta divulgada nesta semana, os sacerdotes questionam o papa por encorajar a Amoris Laetitia (Alegria do Amor), documento que é uma tentativa de abrir novas portas para católicos divorciados e tornar a Igreja mais tolerante com questões relacionadas à família.

Publicado originalmente no Uol

A rigor, a carta não é nova: os cardeais a enviaram ao papa em setembro, com cinco perguntas específicas que exigem apenas um "sim" ou um "não" como resposta. Eles querem esclarecer o que consideram dúvidas ou imprecisões, no que diz respeito "à integridade da fé católica ".

A novidade é que agora eles decidiram tornar seu questionamento público.

Os religiosos, representantes de setores mais conservadores do catolicismo, sugerem que o papa criou uma "grave desorientação e confusão entre os fiéis". E pedem a ele uma resposta para as "interpretações contraditórias" decorrentes de seu tratado sobre o amor.

Pano de fundo
Assinada por quatro cardeais, a carta representa um sinal claro de dissidência, que reflete o descontentamento dos setores mais conservadores da Igreja.

Dos signatários, três são cardeais aposentados: os alemães Walter Brandmüller e Joachim Meisner e o italiano Carlo Caffarra. O americano Raymond Leo Burke, único que ainda está na ativa, é crítico frequente do papa Francisco.

Eles afirmam que decidiram tornar a carta pública após esperar dois meses por uma resposta do pontífice que nunca chegou.

Mas, por trás da carta, o que se observa é uma rivalidade latente entre setores da Igreja, que já tinha sido esboçada em abril deste ano, quando a Laetitia Amoris foi publicada.

Com 260 páginas, o tratado é um guia para a vida em família e propõe que a Igreja aceite algumas realidades da sociedade contemporânea.

Ao invés de fazer críticas, o documento convida os sacerdotes a tratarem com compaixão, por exemplo, os católicos divorciados que voltam a casar, dizendo que "ninguém pode ser condenado para sempre. "

Trata-se de uma das tentativas mais contundentes do papa Francisco em tornar a Igreja Católica mais aberta e inclusiva para seu 1,3 bilhão de fiéis no mundo.
Alguns religiosos afirmam, no entanto, que a Laetitia Amoris está cheia de imprecisões que dão origem a interpretações contraditórias da doutrina católica.

De acordo com especialistas, os cardeais não escolheram tornar a carta pública agora por acaso. A divulgação aconteceu logo após o vazamento de uma correspondência do papa com os bispos de Buenos Aires, sua terra natal, em que o pontífice sugere uma interpretação do seu tratado, considerado uma "heresia" por um dos cardeais signatários.
Em particular, o polêmico capítulo oito de Amoris laetitia, que fala da possibilidade dos divorciados que voltam a se casar em cerimônias civis, sem conseguir a anulação da união religiosa, receberem a comunhão.

A Igreja proíbe a comunhão de divorciados há séculos, por considerar como "irregular" ou ato de adultério toda tentativa de se constituir um casal após uma separação, a menos que se abstenha de relações sexuais e a convivência seja "como irmão e irmã".

A Amoris laetitia não altera a doutrina, mas abre brechas para que os bispos de cada país a interpretem de acordo com a cultura local e avaliem cada caso.

Para o papa Francisco, há fatores que limitam a "responsabilidade e culpa" do divorciado, então a "Amoris laetitia abre a possibilidade de acesso aos sacramentos da reconciliação e da Eucaristia".

"Não há outra interpretação", informou o pontífice, em sua carta aos bispos argentinos.

Aos olhos do público
A carta dos cardeais dissidentes, divulgada na segunda-feira, questiona o papa especificamente sobre esta questão.

Eles o fazem por meio de dilemas, questões teológicas que exigem uma resposta positiva ou negativa, e que são um mecanismo para tirar dúvidas sobre temas relacionados aos sacramentos ou padrões morais.

O primeiro dilema questiona se, ao contrário do que foi estabelecido por papas anteriores, "agora é possível perdoar" ou "dar a comunhão a uma pessoa que, embora unida por um casamento, vive com outra como marido e mulher", o que contradiz expressamente a encíclica do papa João Paulo II de 1981.

De acordo com os cardeais, a falta de resposta do pontífice a essa e outras quatro questões levou à decisão de tornar a carta pública, diante da sua "consciência de responsabilidade pastoral."
Os sacerdotes negam, no entanto, que se trate de um ataque "conservador" contra setores "progressistas" da Igreja, ou uma "tentativa de fazer política" ou de se rebelar contra o papa.

As entrelinhas políticas
Para os teólogos mais conservadores, os ensinamentos modernos do papa sobre as famílias e divorciados católicos são, em parte, "sacrilégio" e "podem justificadamente ser considerados hereges", como sinalizou Steve Skojec, cofundador e diretor da publicação católica One Peter Five.

Eles veem o tratado como um movimento do pontífice para afrouxar as normas morais que regem os fundamentos da Igreja.

Outros religiosos acreditam, no entanto, que a Amoris laetitia não tem peso suficiente para alimentar uma revolta entre os cardeais, muito menos o vazamento da correspondência do papa com os bispos portenhos.

A verdade é que a carta dos cardeais não é a primeira interpelação ao líder do catolicismo. Em julho, 45 teólogos e sacerdotes assinaram outro documento, dirigido ao Colégio dos Cardeais, exigindo esclarecimentos do papa Francisco.

Questões relacionadas ao divórcio - assim como à homossexualidade, à educação sexual, à desigualdade econômica, à responsabilidade no combate às mudanças climáticas e outros temas sensíveis para a hierarquia católica - vêm expondo a cisão entre o papa e os setores mais conservadores da Igreja.

"O papa não mudou a doutrina, mas abriu as portas para uma maior conexão com os católicos em questões como o divórcio, para que sejam analisados casos individuais", afirma a jornalista Caroline Wyatt, responsável há muitos anos pela cobertura de temas religiosos na BBC.

"Os conservadores dizem, por sua vez, que o papa abre caminho para um futuro caos, ao introduzir a ideia de que uma solução única para todos não deve ser o caminho a seguir dentro da Igreja".

No outro extremo, diz Wyatt, estão os liberais, também infelizes. Mas, neste caso, porque não consideram suficiente o processo tardio de modernização da Igreja: esperam "algo que o papa nunca será capaz de entregar."


O cardeal Raymond Leo Burk, em Roma (Itália), Foto: Alessandro Bianchi/Reuters.

Igreja católica ao invés de pedir perdão ao Padre Cícero o perdoa e o papa envia carta ao Crato


O bispo da diocese de Crato, dom Fernando Panico, divulgou neste domingo, durante missa na Catedral de Crato, que o Padre Cícero Romão Batista foi perdoado pelo Vaticano das punições impostas pela igreja Católica entre 1892 a 1916. A reconciliação é um passo definitivo para a reabilitação de padre Cícero na Igreja Católica.


Durante a homilia na Sé do Cariri, dom Fernando Panico informou que "Hoje, por ocasião da abertura solene da Porta Santa da Misericórdia nesta Catedral de Nossa Senhora da Penha, quero anunciar com alegria, à querida Diocese de Crato e aos romeiros e romeiras do Juazeiro do Norte, um gesto concreto de misericórdia, de atenção e de carinho por parte do Papa Francisco para nós: a igreja Católica se reconcilia historicamente com o padre Cícero Romão Batista".

Segundo a carta, assinada pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, “A presente mensagem foi redigida por expressa vontade de Sua Santidade o Papa Francisco, na esperança de que Vossa Excelência Reverendíssima não deixará de apresentar à sua Diocese e aos romeiros do Padre Cícero a autentica interpretação da mesma, procurando por todos os meios apoiar e promover a unidade de todos na mais autentica comunhão eclesial e na dinâmica de uma evangelização que dê sempre e de maneira explicita o lugar central a Cristo, principio e meta da História”.

A comunicação da reconciliação da igreja com Padre Cícero "é mais que uma reconciliação. É um pedido de perdão da igreja pelo o que aconteceu o sacerdote brasileiro", afirmou Armando Rafael, assessor de comunicação de dom Fernando Panico.

Na mensagem enviada à diocese do Crato, o papa Francisco exalta várias virtudes de evangelizador de Padre Cícero, fundador de Juazeiro do Norte e primeiro prefeito do município.

Sobre a Reconciliação histórica da Igreja Católica com a memória do Padre Cícero Romão Batista

Em longa correspondência enviada ao Bispo Diocesano de Crato, Dom Fernando Panico, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, afirmou que: “A presente mensagem foi redigida por expressa vontade de Sua Santidade o Papa Francisco, na esperança de que Vossa Excelência Reverendíssima não deixará de apresentar à sua Diocese e aos romeiros do Padre Cícero a autentica interpretação da mesma, procurando por todos os meios apoiar e promover a unidade de todos na mais autentica comunhão eclesial e na dinâmica de uma evangelização que dê sempre e de maneira explicita o lugar central a Cristo, principio e meta da História”.

A mensagem lembra, inicialmente, as festas pelo centenário de criação da Diocese de Crato acrescentando “que (essas comemorações) põem em realce a figura do Padre Cícero Romão Batista e a nova Evangelização, procurando concretamente ressaltar os bons frutos que hoje podem ser vivenciados pelos inúmeros romeiros que, sem cessar, peregrinam a Juazeiro atraídos pela figura daquele sacerdote. Procedendo desta forma, pode-se perceber que a memória do Padre Cícero Romão Batista mantém, no conjunto de boa parte do catolicismo deste país, e, dessa forma, valoriza-la desde um ponto de vista eminentemente pastoral e religioso, como um possível instrumento de evangelização popular”.

Lembrando que Deus sempre se serve de pobres instrumentos para realizar suas maravilhas e que todos nós somos “vasos de argila” (2Co 4,7) em Suas mãos, o texto afirma, sem dúvida alguma, que Padre Cícero, pelo seu intenso amor pelos mais pobres e por sua inquebrantável confiança em Deus, foi esse instrumento escolhido por Ele. O Padre respondeu a este chamado, movido por um desejo sincero de estender o Reino de Deus.

Na correspondência constam vários tópicos, dos quais alguns são reproduzidos, a seguir, textualmente:

Mas é sempre possível, com a distância do tempo e o evoluir das diversas circunstâncias, reavaliar e apreciar as várias dimensões que marcaram a ação do Padre Cícero como sacerdote e, deixando à margem os pontos mais controversos, por em evidência aspectos positivos de sua vida e figura, tal como é atualmente percebida pelos fiéis”.

É inegável que o Padre Cícero Romão Batista, no arco de sua existência, viveu uma fé simples, em sintonia com o seu povo e, por isso mesmo, desde o início, foi compreendido e amado por este mesmo povo”.

Deixou marcas profundas no povo nordestino a intensa devoção do Padre Cícero à Virgem Maria” no seu título de “Mãe das Dores e das Candeias” (...) Como não reconhecer, Dom Fernando, na devoção simples e arraigada destes romeiros, o sentido consciente de pertença à Igreja Católica, que tem na Mãe de Jesus Cristo um dos seus elementos mais característicos?

“A grande romaria do dia de Finados, iniciada pelo Padre Cícero, transmite a dimensão escatológica da existência humana. Pois, como afirma o documento de Aparecida, Nossos povos (...) têm sede de vida e felicidade em Cristo. (...)

Não deixa de chamar a atenção o fato de que estes romeiros, desde então, sentindo-se acolhidos e tendo experimentado, através da pessoa do sacerdote, a própria misericórdia de Deus, com ele estabeleceram – e continuam estabelecendo no presente – uma relação de intimidade, chamando-o na carinhosa linguagem popular nordestina de “padim”, ou seja, considerando-o como um verdadeiro padrinho de batismo, investido da missão de acompanhá-los e de ajuda-los na vivência da sua fé”.

No momento em que a Igreja inteira é convidada pelo Papa Francisco a uma atitude de saída, ao encontro das periferias existenciais, a atitude do Padre Cícero em acolher a todos, especialmente aos pobres e sofredores, aconselhando-os e abençoando-os, constitui sem dúvida, um sinal importante e atual”.

O afeto popular que cerca a figura do Padre Cícero pode constituir um alicerce forte para a solidificação da fé católica no ânimo do povo nordestino (...). Portanto, é necessário, neste contexto, dirigir nossa atenção ao Senhor e agradecê-lo por todo o bem que ele suscitou por meio do Padre Cícero”.

Assim fazendo, abrem-se inúmeras perspectivas para a evangelização, na linha desta recomendação do Documento de Aparecida; “Deve-se dar catequese apropriada que acompanhe a fé já presente na religiosidade popular”. (Documento de Aparecida, 300).

“Ao mesmo tempo que me desempenho da honra de transmitir uma fraterna saudação do Santo Padre a todo o povo fiel do sertão do Ceará, com os seus Pastores, bendizendo a Deus pelos luminosos frutos de santidade que a semente do Evangelho faz brotar nestas terras abençoadas, valho-me do ensejo para lhe testemunhar minha fraterna estima e me confirmar de Vossa Excelência Reverendíssima devotíssimo no Senhor.

*Publicado originalmente no “O Povo” sob o título “Papa Francisco perdoa Padre Cícero e envia carta ao Crato

“...parece que este Papa essencial deixou de existir para a grande mídia”, diz Tarso Genro*




Vamos imaginar uma situação diferente da que aconteceu na semana passada, na qual o Papa asseverou que o capitalismo é uma “ditadura sutil”, que a concentração monopolista dos meios de comunicação impõe “pautas alienantes” e gera um “colonialismo ideológico”, e supor o que ocorreria se o Papa defendesse a redução das funções públicas do Estado, o direito a monopolizar a formação da opinião, o mercado desregulado e o império cultural dos países ricos sobre os países pobres. Convém notar, em primeiro lugar, que as importantes manifestações do Papa tiveram escassos reflexos nas pautas nobres da grande mídia, com exceção da Folha de São Paulo, e só foram expandidas, como informação, pelas “redes” alternativas de comunicação.

Papa Francisco causa alvoroço em setores conservadores
da mídia e da religiosidade. Foto: Reprodução.
Creio que se o Papa tivesse defendido as posições já conhecidas do liberalismo de direita, teríamos o início de uma nova grande campanha contra o setor público, contra os pressupostos de um Estado Social de Direito e, certamente, um novo ciclo de propaganda dos “ajustes”, que tem massacrado as camadas sociais mais pobres de todos os continentes. Se o Papa tivesse adotado as posições já conhecidas da direita liberal, teríamos um novo ciclo de lavagem cerebral, de natureza ideológica, baseada num velho princípio que informou as saídas de crises,  sob governos comprometidos com os mais ricos: na hora de bonança e crescimento concentremos renda, na hora de perdas e recessão distribuímos os prejuízos para baixo.

Parece que todos aqueles colunistas, jornalistas, “especialistas” de plantão da grande mídia, que saudaram a emergência de um Papa que se locomovia de ônibus, que conhecia a vida dos pobres de Buenos Aires, que falava com palavras simples aos seus fiéis, não esperavam que ele fosse o homem que aparentava ser: um homem profundamente religioso, que não escondia as suas convicções de que o ser humano real, este que sofre os tormentos do capitalismo “sem alma”, merece a atenção e o carinho de uma Igreja que promete a salvação na eternidade.

Nas memórias do grande diretor John Huston está transcrita uma carta do magnífico escritor B.Traven, autor do precioso, entre outros, “Tesouro de Sierra Madre”,  que se tornou película dirigida por Huston e cujo personagem principal foi encenado por Humphrey Bogart. O escritor, que duvidava da seriedade de intenções dos que queriam transformar seu livro em filme diz, na carta citada por Huston: “Em Hollyhood todo mundo pensa unicamente em dinheiro e em novos contratos, ninguém pensa em fazer algo extraordinariamente grande.”

Fazer “algo extraordinariamente grande”, mesmo se os tortuosos caminhos da História venham, depois  -independentemente da vontade daqueles seres humanos especiais-  desviar o curso da sua intencionalidade ética. O Papa deve ter pensado algo parecido, quando deu as declarações que afrontaram aqueles que, além de deter um poder extraordinário pela sua riqueza material, controlam a formação das opiniões a seu respeito. E o fazem porque subjugam o “direito humano à comunicação”, como diz aqui o nosso professor Pedrinho Guareschi, colocando as emoções a serviço da acumulação sem trabalho e profanando  os corpos na chama irracional do consumismo.

A Europa das Luzes teve capacidade de combinar, por um certo tempo, a emergência da cultura democrática com o escravismo; depois, fez conviver a democracia política com o colonialismo e seus massacres; hoje, depois do curto reinado social-democrata -na mesma Europa-  a Alemanha, nação devedora do Século passado que jamais pagou suas dívidas de guerra, dá um passo trágico: faz da Grécia, estuprada pelo nazismo, a Câmara de tortura do capital financeiro. Nós, seres não especiais, dizermos isso que o Papa disse, é o trivial. O não-trivial é o Papa dizer isso, que ele disse, e a grande mídia praticamente censurar suas mensagens.

Parece que, de repente, o essencial do que é o Papa, um ser humano solidário com os pobres e que  desafia o capitalismo a ser verdadeiramente democrático, que não teme ser taxado de “esquerda” -parece que este Papa essencial-  deixou de existir para a grande mídia, que o tratará, agora, como já fez um apressado colunista da mesma Folha, como um populista-peronista. O Papa, que não teve seu coração nem sua mente forjados pela direita midiática escapou do controle ideológico do neoliberalismo, e disse: sois seres humanos, não sois mercadorias. Não aceitem isso que aí está, façam algo extraordinariamente grande!

*Tarso Genro foi governador do Estado do Rio Grande do Sul, prefeito de Porto Alegre, Ministro da Justiça, Ministro da Educação e Ministro das Relações Institucionais do Brasil.

A geração que não sonha e nem sabe o que é sonhar por Mônica Francisco*



Mais uma semana, e um turbilhão de acontecimentos ainda em fase de digestão. É assim nesses dias acelerados, em que tudo parece acontecer ao mesmo tempo e nos faz pensar ainda mais na nossa necessidade de buscar, na medida do possível, um ponto de equilíbrio.

A visita do papa e sua conversa com os movimentos sociais na Bolívia, a visita de Dilma à Rússia, o Brics, a mandioca, o vídeo do Emicida e o linchamento de Cleidenilson no Maranhão.

É assim que as notícias que deveriam nos fazer corar ou, nas atuais circunstâncias, enfiar a cabeça em buraco e nunca mais sair de lá, como o linchamento de Cleidenilson, suspeito de ter realizado um roubo, passam, como tudo.

O linchamento de Cleidenilson nos humilha, nos atravessa como lança. Até onde podemos ir em nosso grau de desumanização e aniquilação total do outro? É isso que queremos?

É assim que caminharemos, relativizando que se a polícia ou o Estado agissem, não precisaríamos chegar a tal ponto. Hoje, pela manhã, bem cedo, vi um menino na rua, em uma caçamba, catando material reciclável.

Suas pequenas mãos, àquela hora, ainda bem friozinho (ele estava sem casaco) catavam com a precisão de quem desde cedo já lida com o traçado. Não aguentei. Parei, peguntei nome e idade, porque não estava na escola, enfim, que era bom pensar na escola, no futuro. Fiquei pensando nos meus filhos, bem mais velhos, ainda curtindo o quentinho da cama, e agradeci à Deus.

Seu nome, Lucas, idade, 13 anos, vindo há pouco da roça, engrossa as fileiras da família na catação ou garimpagem, como queiram. Falei que ele deveria estudar, e ele disse que a família já estava procurando escola para ele.

Perguntei em que parte do Borel ele vivia e me armei para a pergunta final.

Inquiri-o sobre pensamentos de futuro, falei rápido, porque já havia me detido um tempinho ali com ele. O que você quer ser, quais seus sonhos para o futuro?

Ele parou (o único momento em que parou de catar durante a conversa), olhou para um ponto imaginário, demorou alguns segundos e disse que queria ser empresário.

Saí, as lágrimas desobedientes apareceram, e fui, rumo ao meu destino e pensando na miséria de nossos dias, nos homens de terno escuro e religiosos, que nunca pensarão em promover a possibilidade de um futuro para Lucas.

Ao fazer a pergunta, queria provocar Lucas à pensar que é possível sonhar. Sua demora em falar do seu desejo de futuro é o espelho do que fizeram a essa geração e a constatação do nosso fracasso como sociedade, geração que não sonha, nem sabe o que é sonhar.

A nossa luta é todo dia. Favela é cidade. Não aos Autos de Resistência, à GENTRIFICAÇÃO, à REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL, ao RACISMO, ao RACISMO INSTITUCIONAL, ao VOTO OBRIGATÓRIO, ao MACHISMO, À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER e à REMOÇÃO!”

*Membro da Rede de Instituições do Borel, coordenadora do Grupo Arteiras e Consultora na ONG ASPLANDE. (Twitter/@ MncaSFrancisco).



O Mundo dos “Anti-Papa Francisco”



O que existe de mais atrasado, reacionário, vulgar na cena brasileira se reuniu em torno do discurso de Francisco na Bolívia.

Olavo de Carvalho, Silas Malafaia e Reinaldo Azevedo saíram dando tiros pouco cristãos no papa.

Papa faz discurso progressista e desagrada mídia fajuta e religiosos retrógrados.
Não surpreende, dadas as diferenças abissais de visão de mundo deles.

O que causa estranheza é o tom de choque dos que atacaram o papa. É como se Francisco tivesse dito o que disse – essencialmente, uma crítica à desigualdade – pela primeira vez.
Ridículo.

Francisco chegou ao Vaticano falando o que falou na Bolívia.

Você pode julgar alguém pela qualidade do que diz e faz, ou pela falta de qualidade.

Ou pode também julgar pela reação que provoca.

É um tributo a Francisco o veneno que escorreu de OC, Malafaia e Azevedo.

Problema teria sido eles aplaudirem.

Compare os dois mundos, o de Francisco e o de seus críticos.

Qual é mais cristão? Qual deriva dos ensinamentos de Cristo? Qual estende os braços para os pobres, os miseráveis, os excluídos? Qual impõe limites aos predadores, aos gananciosos, aos adoradores do dinheiro?

Coloquemos as coisas assim: você preferiria viver num mundo com a cara de Fracisco ou num mundo com a cara de Malafaia?

Olhemos para os anti-Franciscos.

Olavo de Carvalho é financiado pela plutocracia para defender seus interesses. Vive num dolce far niente nos Estados Unidos, entre um hang out e outro com Lobão e incursões ao Facebook e ao Twitter.

Silas Malafaia explora gente inocente para viver uma vida opulenta. Prega o exato oposto de Cristo: a intolerância.

Em torno dele cresce um cansaço, uma irritação tão profunda que provocou júbilo nacional, recentemente, uma sugestão para que fosse procurar uma rola.

Reinaldo Azevedo é pago para escrever (e agora falar) coisas do interesse da plutocracia. Como todos os outros pagos para fazer aquilo, vive das migalhas que os plutocratas deixam para seus serviçais.

Para ele, particularmente, devem ter descido pesado as palavras de Francisco sobre a mídia.

Não é possível desqualificá-las pelo método usual e primitivo: é coisa de petralha. (Tolstoi não se gabava de haver escrito Guerra e Paz e Ana Karenina. Aliás, se questionava. Mas Reinaldo Azevedo julga poder receber um Nobel por ter alegadamente criado a palavra petralha.)

Francisco condenou o monopólio da mídia, um novo tipo de “colonialismo ideológico”.

Quem sabe agora, com o endosso papal, o governo se anime a colocar na agenda a regulação da mídia, algo tão importante para a sociedade brasileira?

Francisco é um exército de um homem só.

Como tal, inspira tantos outros. Pouco antes de sua visita à América do Sul, a CNBB, num documento, produziu uma extraordinária ofensiva contra a “politização da Justiça”.

Alguém falou em Lava Jato, em Moro etc?

Virou “abstração”, disseram os bispos, o ideal de imparcialidade da Justiça.

Francisco e seus garotos dizem as coisas como elas são, e por isso são tão preciosos.

Atraem ódio, mas isso faz parte da vida de quem, como eles, combate o bom combate.