Ela
nasceu Maria José Motta de Oliveira, mas ao se apresentar faz questão de dizer
ou melhor, de cantar: “Muito prazer eu
sou Zezé! Uma mistura de raça e cor, uma vida dura mas cheia de sabor.”
Pelos os versos da música de Roberto de Carvalho e Rita Lee, Zezé Motta se
apresenta e encanta o grande público. É considerada a diva das divas por sua
memorável atuação no filme “Xica da
Silva”, dirigido por Cacá Diegues.
Por sua premiadíssima interpretação, tornou-se uma das atrizes
brasileiras mais conhecidas internacionalmente. São 50 anos de carreira e 70 de
existência, de arte e de luta contra o racismo. Uma mulher de atitude, de
vanguarda e de posicionamento firme diante dos desafios sociais. É criadora e
presidente de honra do Centro de Informação e Documentação do artista Negro
(CIDAN) e em 2005, teve seu nome incluso na lista das 1000 mulheres indicadas
coletivamente ao Nobel da Paz.
Por
sua envergadura artística e política, Zezé Motta é o tema da 4ª edição da Mostra Internacional de Arte
da Mulher Negra. A Mimunegra acontece no dia 27 de dezembro, de 15h às 22h,
no Teatro Dulcina (Rua Alcindo Guanabara, nº 17) no Centro do Rio de Janeiro,
com entrada FRANCA! A programação inclui Exposição Fotográfica de Zezé Motta
assinada por profissionais nacionais e internacionais; Prêmio Divas, concedido
à Renata Felinto (Artes Visuais -SP); Dona Ivone Lara (Música), Aduni Benton
(Teatro), Lia Vieira (Literatura), Eliete Miranda (Dança) e Vovó Maria
(Personalidade); e o encerramento fica por conta do Show Zezé Motta canta Dona
Ivone Lara, com participação especial da inglesa Folakemi.
Durante toda a programação, o público poderá fazer homenagens à Zezé Motta. Um pequeno tablado no foyer do teatro servirá de palco para manifestações como: esquetes, poesias, dança, música ou simplesmente para deixar depoimentos sobre a carreira artística da diva da Mimunegra 2014. A realização do evento tem o apoio da Fundação Cultural Palmares.
Histórico
A
cada edição, a Mimunegra apresenta uma proposta de reflexão sobre o mundo
artístico e a maneira como ele se relaciona com os seus diferentes atores, em
especial com a mulher negra. A proposta das idealizadoras, as atrizes e
produtoras Iléa Ferraz e Jana Guinond, é celebrar a participação da mulher
negra nas artes e com isso, incentivar o fomento de políticas públicas, que
valorizem a trajetória das artistas e produtoras negras. A ideia é proporcionar visibilidade e
impulsionar o mercado artístico brasileiro para gerar mais trabalho na
produção, direção, roteiro e interpretação para um perfil pouco contemplando e reconhecido na grande mídia.
MIMUNEGRA 2011 – Carranca.
A representação das máscaras africanas juntamente com o símbolo da linguagem
cênica, representando a comédia e o drama.
MIMUNEGRA 2012 – Sankofa.
Na língua Akan do povo Akan, que em português significa “volte e pegue” (san –
voltar, retornar; ko – ir; fa – olhar, buscar e pegar). É frequentemente associado
ao provérbio: “Se wo were fi na wosankofa a yenkyi,” que pode ser entendido
como: “Não é errado voltar atrás pelo o que esqueceste”.
MIMUNEGRA 2013 – Diva.
Uma divindade feminina, uma deusa. No sentido figurado é uma mulher muito
bonita. É um substantivo feminino derivado do latim divus (deusa).
MIMUNEGRA 2014 – Zezé Motta
– 70 anos de arte e atitude. É uma homenagem aos feitos artísticos que
enalteceram e orgulham as mulheres negras.