Grande
Otelo, pseudônimo de Sebastião Bernardes de Souza Prata foi um famoso ator e
compositor brasileiro, o qual ficou conhecido principalmente pela sua
participação em filmes e comédias nos anos 1940/1950/'960.
Grande
Otelo nasceu na cidade de Uberlândia, no estado de Minas Gerais (Brasil), sendo
nesse local que conheceu uma companhia de teatro mambembe e foi embora com
eles, com o consentimento da diretora do grupo, Abigail Parecis, que o levou
para São Paulo.
Otelo
então voltou a fugir, e foi parar no Juizado de Menores, onde foi adotado pela
família do político Antonio de Queiroz.
Otelo
estudou então no Liceu Coração de Jesus até a terceira série ginasial.
Participou
na década de 1920 da Companhia Negra de Revistas, que tinha Pixinguinha como
maestro.
Foi
em 1932 que entrou para a Companhia Jardel Jércolis, um dos pioneiros do teatro
de revista.
Foi
nessa época que ganhou o apelido de Grande Otelo, como ficou conhecido.
No
cinema, participou em 1942 do filme "It's All True", de Orson Welles.
Orson
Welles considerava Grande Otelo o maior ator brasileiro.
Otelo
fez inúmeras parcerias no cinema, sendo a mais conhecida a com Oscarito.
Depois
os produtores formariam uma nova dupla dele com o cômico paulista Ankito.
No
final dos anos 50, Grande Otelo apareceria em dupla em vários espetáculos
musicais e também no cinema com Vera Regina, uma negra alta com semelhanças com
a famosa dançarina americana Josephine Baker.
Com
o fim da dupla com Vera Regina, Otelo passaria por um período de crise até que
voltaria ao sucesso no cinema com sua grande atuação do personagens título de
Macunaíma (1969), filme baseadao na obra de Mário de Andrade.
Participou
também do filme de Werner Herzog, Fitzcarraldo, de 1982, filmado na floresta
amazônica.
Teve
cinco filhos, um deles o também ator José Prata.
A
partir dos anos 1960 Otelo passou a ser contratado da TV Globo, onde atuou em
diversas telenovelas de grande sucesso, como "Uma Rosa com Amor",
entre várias outras.
Também
trabalhou no humorístico Escolinha do Professor Raimundo, no início dos anos
1990.
Seu
último trabalho foi uma participação na telenovela Renascer, pouco antes de
morrer.
Grande
Otelo morreu em 1993 de um ataque do coração fulminante, quando viajava para
Paris para uma homenagem que receberia no Festival de Nantes.
Grande
parte do Acervo Grande Otelo, recebido oficialmente pela Fundação Nacional da
Arte (FUNARTE) em dezembro de 2007.
O
acervo de Grande Otelo encontrava-se há vários anos em um apartamento da
Tijuca, guardado em caixas de papelão, nas quais foram descobertos manuscritos,
livros de autoria do ator, e outros com dedicatórias de amigos e personalidades
reconhecidas da cultura brasileira; letras de música compostas por ele e
parcerias, discos em vinil, fitas-cassete com os mais variados conteúdos
(entrevistas, músicas e programas apresentados pelo artista); prêmios e
homenagens (troféus, placas, diplomas e certificados) recebidos durante a sua
carreira, roteiros de cinema, TV, teatro, rádio, shows, partituras, correspondências,
livros, monografias, poemas, fotos, obras de arte, recortes de jornais e
revistas.
O
trabalho de restauração e catalogação do material se iniciou em 2004.
O
material catalogado foi fundamental para o conteúdo do Projeto 90 anos de
Grande Otelo, fornecendo informações inéditas sobre o ator para a biografia
feita pelo escritor Sérgio Cabral, um site, um documentário e um espetáculo
teatral.
Após
o término do projeto, o acervo restaurado, higienizado e digitalizado foi
entregue oficialmente à Funarte.
Grande
Otelo morreu em 26/11/1993 com 78 anos de idade em Paris - França, vítima de
infarto fulminante.