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Aluna Daiane em resposta a vereadora que promoveu jantar: “quantos livros a senhora deixou de ler”?


Ao compartilhar em seu perfil na rede social facebook artigo publicado no Informações em Foco acerca da notícia em que a vereadora porto-alegrense Mônica Leal (PP) promoveu na última quinta-feira, 31 de março, jantar em comemoração aos 52 anos do golpe militar de 1964, a aluna da rede pública do estado do Ceará Ana Daiane não poupou críticas a parlamentar.

Quando eu penso que a sociedade está perdida pq pessoas foram as ruas, meses atrás, pedido intervenção militar, vem essa vereadora e consegue me surpreender promovendo um jantar para comemorar o golpe! E qual a minha reação?”, questionou inicialmente a aluna. “Um belo de um por que na mente que não me permite pensar logicamente em como um ser humano, pior, uma mulher consegue ter a ousadia de fazer isso!”, disse ela em tom de indignação.

Naquela oportunidade Mônica Leal, que é filha do coronel do Exército Pedro Américo Leal, ex-deputado estadual e ex-vereador e porta-voz do regime militar no Rio Grande do Sul, ao explicar a finalidade do jantar disse “O movimento cívico de 31 de março defendeu a nação brasileira. Foi um movimento democrático, que impediu a implantação do comunismo, combateu a ordem subversiva e a corrupção. Ah, e é importante destacar, que teve o apoio da população brasileira na Marcha da Família com Deus pela Liberdade”.

A discente ao dar destaque a explicação da parlamentar fez diversas indagações -  “... vem cá, senhora vereadora, quantas aulas de história, sociologia, filosofia, geografia e outras tantas a senhora perdeu? Quantas vzs a senhora foi à escola simplesmente esquentar cadeira? Quantas vzs se deixou levar por falsos moralistas ? E quantos livros a senhora deixou de ler, falando sobre ciência política e até mesmo sobre essa época de vergonha do Brasil?” E foi taxativa ao mais uma vez realizar questionamentos a edil. “Senhora vereadora, como tal, não procura saber a história de vida da atual presidenta do brasil? Como mulher, não procura saber o quanto essa época era horrível para tal?”.

Me decepciona ver 'educadores' pedir a ditadura de novo. Me revolta ser representada por pessoas como a senhora. Me revolta saber que no Brasil existe pessoas q nem a senhora. Me magoa cada vez mais, durante todos os anos, pessoas saindo das escolas pensando que a ditadura militar foi boa para o Brasil”, complementou a aluna.

Daiane é aluna do curso técnico em Redes de Computadores na EEEP Wellington Belém de Figueiredo, em Nova Olinda-Ce, e já está no terceiro ano. Às vésperas do estágio, a criticidade continua sendo um dos seus fortes e o feminismo uma das suas bandeiras de luta.

Conheça a vereadora que promoveu jantar para comemorar o golpe de 1964


Um movimento desconexo, distante até daqueles que marcham pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, ganhou força nos últimos tempos. Ganhou grupos nas redes sociais. E adeptos públicos, como a vereadora porto-alegrense Mônica Leal (PP), que participou na quinta-feira, dia 31, de um jantar em comemoração aos 52 anos do golpe militar de 1964.
Vereadora Mônica Leal (PP). 
O jornal Sul21 publicou o convite de Mônica na íntegra:

No dia 31 de março será realizado, às 20h, um jantar comemorativo do Movimento Cívico Militar de Março de 1964. Os participantes são representantes da sociedade gaúcha, militares da reserva e civis. O 31 de março de 1964 foi um movimento cívico militar na história do Brasil onde a sociedade reafirmou seus valores de liberdade, independência e progresso”.

Por telefone, a vereadora explicou que acredita que o aniversário do golpe deve ser comemorado. “O movimento cívico de 31 de março defendeu a nação brasileira. Foi um movimento democrático, que impediu a implantação do comunismo, combateu a ordem subversiva e a corrupção. Ah, e é importante destacar, que teve o apoio da população brasileira na Marcha da Família com Deus pela Liberdade”.

Mônica é filha do coronel do Exército Pedro Américo Leal, ex-deputado estadual e ex-vereador. Sua vida política começou como supervisora no gabinete do pai na Câmara Municipal de Porto Alegre, em 1993, e após 11 anos ela virou sua herdeira política.

É autora do projeto de lei que impede homenagens a personagens históricos que considera subversivos, como Lamarca, Luiz Carlos Prestes e Carlos Marighella, assim como, é contrária a alteração do nome da antiga Avenida Castelo Branco para Avenida da Legalidade e Democracia, aprovada pela Câmara em 2014.

Mônica também tentou retirar do Memorial do Rio Grande Sul o acervo Luta Contra a Ditadura e se mostra insatisfeita com a apuração feita pela Comissão da Verdade, que investigou os crimes militares.

Seu pai, Pedro Américo era o porta-voz do regime militar no Rio Grande do Sul. Costumava afirmar nos jornais e redes de televisão que os militares não praticavam torturas e que faziam milagres para salvar o país.

Mônica perpetua a mesma crença e comemorou com seus pares, cerca de 150 pessoas, na Parrilla del Sur, no bairro Petrópolis, em Porto Alegre.

*Diplomada em comunicação social em Porto Alegre, colabora com publicações como Estadão, UOL, El País, Zero Hora, Sul21, Jornal Já, Caros Amigos e Notícias do Dia. Fez dois documentários: “Em Busca da Terra do Nunca” e “Vênus do Cárcere”.