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Combate ao racismo norteia o início do Festival Latinidades



O Festival Latinidades foi criado em 2008 para comemorar o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, celebrado no dia 25 de julho. Realizado em Brasília, é o maior festival de mulheres negras da América Latina. O tema deste ano é cinema negro e a ideia é debater o protagonismo e a representação das mulheres negras no cinema e, ainda, discutir sobre políticas públicas no setor audiovisual.

A programação é vasta e abrange performances, sessões de filmes, conferências com personalidades nacionais e internacionais, exposições, oficinas e shows. O festival ocupa a sala, o foyer e a área externa do Cine Brasília.

A mesa de abertura da quarta-feira (22), teve como tema Cultura e Educação: interações no combate ao racismo e na valorização de identidades negras. Estiveram presentes Cida Abreu, presidente da Fundação Palmares; Mãe Beth de Oxum, yalorixá e musicista; e Cida Bento, psicóloga e coordenadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades.

As palestrantes falaram sobre a importância do cinema na construção de sonhos e histórias de identificação e reconhecimento da população negra brasileira. “A formação da identidade é um cruzamento entre algo que trazemos, que é nosso, e algo que vem de fora. Trazemos não só dessa vida, mas da nossa ancestralidade. Essa identidade se constrói a partir do toque, do contato físico, dessa sensação de pertencimento a um grupo”, afirmou Cida Bento.

Outro tema abordado foi como a tradição oral e outras práticas culturais negras são fundamentais na transmissão de conhecimento, além da importância da mobilização das famílias e dos professores da educação infantil no combate ao racismo e na promoção da cultura negra, respeitando seus trajes, penteados, danças e músicas.

Mãe Beth de Oxum emocionou o público ao cantar e defender as manifestações culturais de Pernambuco. Ela criticou ainda a proposta de redução da maioridade penal, que tramita no Congresso Nacional. “O jovem não pode ser criminalizado porque o Estado não cuida dele. A gente está pautando o genocídio da população negra e mostrando como esse projeto é perverso e racista. Jogar todo mundo numa vala comum, que não melhora ninguém, não é a solução”, defendeu.

As 18h30, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançará a Década Internacional dos Afrodescendentes. Participarão da cerimônia a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Nilma Lino Gomes, e o coordenador do Sistema das Nações Unidas No Brasil, Jorge Chediek. Ainda hoje, às 21h30, haverá show da cantora Elza Soares. O show será transmitido no sábado (25) pela TV Brasil.

Todos os eventos, exceto os filmes, contarão com libras (língua brasileira de sinais) ao vivo para pessoas com deficiência auditiva. O local também é acessível aos cadeirantes.

O evento conta ainda com o projeto Latinidades Sustentável que traz, entre outras ações, bicicletário com iluminação e segurança durante todo o evento, linha de ônibus para o trecho da Rodoviária ao Cine Brasília, coleta seletiva de lixo, varal social – para troca de roupas usadas, oficinas artísticas e um ônibus para recolher descarte de lixo eletrônico, estacionado no local.

O evento é uma realização do Instituto Afrolatinas com patrocínios da Petrobras e do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e segue até o domingo (26).



Com shows, debates e cinemas, será realizado o VIII Festival da mulher afrolatina




Com o objetivo de debater sobre as desigualdades de gênero e raça e dar mais visibilidade à cultura negra, o VIII Festival Latinidades chega à Brasília entre os dias 22 e 26 de julho, se consagrando como o maior festival de mulheres negras do país. Com uma programação extensa de mesas, oficinas, lançamentos literários, feira afro, shows e performances, as ações acontecem no Cine Brasília e no Parque da Cidade. Para as atividades formativas, como palestras e workshops, as inscrições já estão encerradas; para a programação cultural, como apresentações musicais e exibição de filmes, não é necessário realizar inscrição e a entrada é Catraca Livre.

Exposição "Herança Africana" de Angéle Etoundi, integra
a programação.
Em 2015 o festival tem o tema “Cinema Negro” e questiona a representação de mulheres e homens negros no cinema, englobando também questões de gênero e da produção e acesso de cultura pela periferia.

Um dos destaques da programação é o Slam das Minas, batalha de poesia falada exclusiva para mulheres e lésbicas, que acontece dia 24 de julho. Na batalha, as participantes apresentam poema autoral e recebem notas do júri. Todas as participantes ganham um zine-compilação de poetisas do DF e as finalistas são premiadas com brindes especiais.

Elza Soares é uma das mulheres homenageadas, com exibição
do filme "My Name Is Now" e show.
O público também pode conferir o filme “My Name Is Now”, estrelando Elza Soares e, logo na sequência, assistir ao show da cantora, no dia 22 de julho. Outras atrações musicais são Folakemi Quinteto, cantora inglesa com ascendência nigeriana, Tássia Reis, Afro Sambas com Nãnan Matos, entre outras. Para celebrar a realização do festival, também acontece a Festa Latinidades, no Parque da Cidade, com shows de Karol Conka, GOG, Rico Dalasam (SP) e DJs, entre outras atrações, com ingressos a R$ 20.

A exposição “Herança Africana: Retratos das mulheres africanas e afro-colombianas”, da fotógrafa Angèle Etoundi, também integra o festival. As fotografias exaltam a mulher negra em suas diversas possibilidades, da trabalhadora à dona de casa, da sensibilidade à força.