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Marina pode assumir disputa, mas coligação de Campos tem 10 dias para apresentar novo nome


Com a morte do candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB), a coligação Unidos Pelo Brasil, composta por PPS, PHS, PRP, PPL, PSL e PSB, terá dez dias para escolher outro candidato, caso decida continuar na disputa eleitoral que ocorre em outubro.

Candidata em 2010, Marina obteve 19.33% das intenções de
voto e era a vice mais conhecida na disputa.
Campos morreu hoje (13) em um acidente de avião em Santos, no litoral paulista. A aeronave modelo Cessna 560 XL Citacion, prefixo PR-AFA, caiu por volta das 10h, depois de arremeter na primeira tentativa de pouso. Todos os cinco passageiros e dois tripulantes morreram, entre eles o fotógrafo oficial da campanha e o assessor de comunicação de Campos. A candidata a vice na chapa, Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, não estava a bordo.

Além do presidenciável, morreram no acidente os pilotos Geraldo da Cunha e Marcos Martins, o ex-deputado federal, Pedro Valadares Neto, o cinegrafista Marcelo Lira, o fotógrafo Alexandre Gomes e Silva e o assessor de imprensa da campanha Carlos Augusto Leal Filho.

“Em uma situação de morte, a candidatura pode ser substituída até na véspera do pleito, mas precisa ser informada dez dias depois do fato. Para isso, a coligação precisa fazer uma reunião e as executivas vão decidir, por maioria, se terão ou não candidato e o quem será”, afirma o presidente da Comissão de Direito Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil, Alberto Rollo.

Campos tinha 9% das intenções de voto, segundo a última pesquisa Ibope, e teria direito a dois minutos e três segundos na propaganda eleitoral na TV. A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, era a vice com maior projeção entre os candidatos mais bem colocados. Ela se filiou ao PSB em outubro, depois que a Rede Sustentabilidade, sigla que vinha gestando desde 2013, não conseguiu comprovar a validade das assinaturas necessárias para ser oficializado.

Marina Silva pode assumir disputa, mas ainda não se pronunciou. Partidos da base do presidenciável podem optar por apoiar outro candidato e dividir o tempo de TV



Via Rede Brasil Atual

Campos elogia Lula, critica Dilma, mas não explica sua ´nova política´


Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (26), o pré-candidato do PSB à presidência, Eduardo Campos, mostrou estratégia bem delineada para a disputa de outubro: elogiar os ex-presidentes Lula e FHC, tentar se mostrar o propagador de uma tal nova política e vender a imagem de administrador bem-avaliado. Provocado o tempo inteiro a falar mal de Lula pelo âncora Augusto Nunes (que nutre uma obsessão patológica em promover ataques ao ex-presidente), Campos fugiu do tema, Articulado e bem treinado, saiu-se bem de questionamentos que passaram sem muita resposta: afinal, como vai fazer a tal nova política e “jogar para a oposição” velhas raposas da política como os senadores José Sarney e Renan Calheiros?

Eduardo Campos, pré-candidato pelo
PSB. Foto: Agência Brasil.
O ex-governador de Pernambuco saiu-se com afirmações de efeito, peças de marqueteiro, já repetidas à exaustão neste ano, coisas como “já estejam avisados desde já” (que Sarney e Renan não terão cargos em um eventual governo seu), “é preciso reduzir o número de ministérios pela metade” e “governo bem avaliado pela população conquista apoio no Congresso” (respondendo como faria a tal “nova política” sem alianças com Sarney e Renan).

Sobre Lula, Eduardo Campos mostrou que tentará mostrar que a presidenta DIlma Rousseff e o presidente de honra do PT não são “a mesma pessoa”: ”Sou candidato para ganhar a eleição. Lula não é candidato. Nossa disputa não é com Lula, é com a presidenta Dilma”.

Com uma bancada de entrevistadores variada – indo do conciso e bem-colocado ao quase bajulatório -, Eduardo Campos conseguiu fugir com esperteza de questões espinhosa, como o fato de não ter deixado a “velha política” de lado quando era governador de Pernambuco e também posições pessoais sobre aborto, a legalização das drogas e o casamento gay – contrário a todos.

Se poupou Lula, não fez o mesmo com Dilma – chegando até mesmo a subir a retórica e deixar escapar pequenas agressões -, com quem até ontem mantinha relação próxima, de governador aliado. “Quem era a mãe do PAC se tornou a madrinha da inflação, do baixo crescimento, do que está acontecendo na Petrobras”.

Também acusou a presidenta de não enfrentar a corrupção. “Não enfrentou os malfeitos. Teve oportunidade de corrigir os erros e não fez isso. Há um desejo hoje generalizado de mudança”, disse.

Eduardo Campos, que firmou pacto de não-agressão com o tucano Aécio Neves, negou no Roda Viva tal acordo, e buscou parecer diferente do senador mineiro só na forma de “fazer política”, porque o conteúdo do que defendeu (como cortar ministérios, dar vez a um desejo genérico de mudança da população). “Eles (PSDB) vão continuar submetendo o Brasil à divisão que o país já não suporta.”

Via Entrefatos

O que significa Marina como vice de Eduardo Campos?


Dilma ganhou uma boa notícia sem fazer força neste final de semana: a definição de Marina como vice de Campos.

No mundo político, Marina foi o nome menos atingido pelos protestos iniciados em junho passado.

Sabe-se lá por que, ela foi identificada por muitos dos manifestantes como diferente de tudo que estava ali, numa política que subitamente deu merecidos engulhos nos brasileiros.

Eduardo Campos e Marina Silva
O extraordinário favoritismo de Dilma foi desafiado nas jornadas de junho. Os tucanos foram igualmente, como Dilma, objeto de desconfiança e restrições.

Marina foi a exceção.

Uma eleição com ela seria uma coisa. Sem ela, outra, muito mais disputada.

Aconteceu a segunda hipótese. Primeiro, ela não conseguiu colocar de pé seu partido.

Depois, encontrou abrigo numa aliança com Campos. Mas, ainda que tenha muito mais votos que ele, como sucessivas pesquisas mostraram, coube a ela, como ficou definido neste final de semana, um lugar secundário, o de vice.

Vice é vice. Como num campeonato, vale pouco, ou não vale nada.

Nada sugere que Campos seja capaz de deslanchar, com ou sem Marina como vice. Ele teria que estar falando alguma coisa de novo. Poderia repetir frases de Francisco, o papa, sobre a desigualdade. Poderia aparecer com o celebrado livro de Piketty e dizer que ali está o maior desafio do Brasil – a abjeta iniquidade social.

Mas não.

Alguém o viu falando sobre a necessidade de cobrar mais impostos dos ricos, para minorar a distância entre o 1% e os 99%? Não. E ninguém verá.

Bachelet, no Chile, colocou o aumento dos impostos em sua campanha. Nesta semana, avisou que não abre mão deste compromisso.

Campos, enquanto isso, repete platitudes, muitas delas inspiradas em Aécio. Coube a Marina dar um quase cala boca neste namorico entre Campos e Aécio ao lembrar que o PSDB tem cheiro de derrota no segundo turno.

Campos pode não falar nada de novo, mas repetir Aécio é ir da pobreza à extrema indigência eleitoral.

A rigor, nenhum candidato fala nada de relevante a respeito de seus planos. Regulamentação da mídia parece que é exclusividade de Lula, por exemplo.

Quando Aécio falou, prometeu medidas impopulares, algo que com certeza lhe será cobrado nos debates.

A Petrobras parece ter saído da agenda, depois que, primeiro, se viu que a empresa cresceu extraordinariamente nos últimos dez anos. Depois, quando se falou em levar as investigações até o período FHC.

O que temos até aqui um blablablá.

Só que os lugares comuns, quando compartilhados,  favorecem quem está na ponta.

Marina, mesmo com suas frases pomposas e frequentemente sem sentido, poderia atrapalhar Dilma.

Mas vai fazer pouco mais que número, como vice de Campos.

Dilma pode tomar uma taça de vinho neste final de domingo. Deu um passo para a reeleição sem se mexer.

A análise é de Paulo Nogueira e foi publicado originalmente no Diário do Centro do Mundo

As estratégias de Dilma, Campos e Aécio



Dilma Rousseff

Em nenhum momento, o governo Dilma Rousseff abandonou as políticas sociais. Pelo contrário, aprofundou-as com o Brasil Sorridente, a manutenção da política de reajustes do salário mínimo e isenções da folha que permitiram a ampliação do mercado de trabalho formal.
Seu problema é a postura política em relação aos movimentos sociais (e não só em relação a eles) e aos sindicatos. Sempre os viu de cima para baixo, ela como um poder concedente, não como uma igual, lembrando muito mais a postura de um Getúlio Vargas do que de um Lula.

Dilma sempre se viu como a defensora dos excluídos, dos setores não organizados – o que é uma característica positiva extraordinária.

Os desassistidos não têm quem os defenda, por vulneráveis são pouco exigentes e, também, extremamente reconhecidos a quem os ajuda.

Já os movimentos organizados são petulantes.

Experimente quebrar lanças em favor de determinado movimento social – ou sindical. Ao final do processo, as lideranças dirão que tudo foi possível devido à sua própria pressão política. Políticos sensíveis à causa jamais concedem; são “obrigados a ceder” graças ao espírito de luta das lideranças do movimento.

É irritante, sim, mas essa petulância é um importante sinal de autoafirmação, daqueles recém chegados ao jogo político. É necessário paciência e maturidade para tratar com eles e acompanha-los em seu processo de amadurecimento, entender e aceitar o jogo político das lideranças.

Dilma não parece ter paciência para esse jogo.

Esse é o busílis da questão, o ponto central de desgaste do estilo Dilma em relação a quase todos os setores organizados da sociedade, de movimentos sociais a empresariais.

No atual estágio de desenvolvimento social brasileiro, há pouco espaço para o estilo concedente de Getúlio. O governante tem que se comportar como o líder articulando forças, tratando as lideranças da sociedade como iguais, sem impor soluções.

Em seu período de governo, Dilma procurou a aliança com os chamados setores produtivos da economia, geradores de emprego e desenvolvimento. Mesmo com todas as políticas em relação ao setor, com a ampliação do crédito público, das compras governamentais, das isenções tributárias, Dilma perdeu a batalha tanto junto ao mercado financeiro como ao empresarial em geral– devido ao seu estilo centralizador.

Com seu discurso de ontem, jogou a toalha em relação à conquista do público empresarial e passou a apostar as fichas nos segmentos populares.

Mas atuou com o mesmo estilo com que contemplou setores industriais: do alto do seu poder de presidente, concedeu aos trabalhadores e miseráveis a correção da tabela do Imposto de Renda, o reajuste do Bolsa Família e a manutenção da política de reajustes do salario mínimo. E tudo isso acompanhado de mudanças radicais na retórica.

Essas mudanças de retórica exigem uma estratégia cautelosa de transição que não foi seguida, para não passar a ideia de oportunismo em um momento crítico da sua candidatura

O discurso tem a vantagem de mostrar que Dilma não está inerte. Rompido o imobilismo, é possível que corrija as vulnerabilidades centrais, a teimosia encruada. Mas, para isso, terá que avançar muito além da retórica e cortar na própria carne –na parte central de seu temperamento e estilo de governar.

A reconstrução da credibilidade passa por mudanças ministeriais, para um Ministério de primeira grandeza, por mudanças no estilo autocrático de gestão, pela criação de instâncias de participação da sociedade dotadas de capacidade efetiva de influir em políticas públicas. E pela capacidade de tratar a chamada sociedade civil organizada – de movimentos sociais a empresariais – como um igual.

Eduardo Campos

Já Eduardo Campos está preso a dilemas complexos.

Sua estratégia inicial era se apresentar como um continuador melhorado do governo Lula. Para ganhar massa eleitoral, no entanto, teve que juntar seus ideólogos nacionalistas aos formuladores mercadistas e antidesenvolvimentistas de Marina Silva.

O discurso popular ficou comprometido e ele passou a dedicar todos os esforços para conquistar o público empresarial.

Não avançou muito. A esta altura, parece claro que os grupos de mídia e os maiores grupos empresariais paulistas fecharam com Aécio Neves.

Campos tem o apoio da ala influente, mas restrita, ligada ao Banco Itaú, e dos apreciadores de seu estilo de gestão, nada muito além disso. Sua última cartada será a mudança física para São Paulo, para um corpo a corpo com o mundo empresarial.

Para conquistar espaço junto a esse público, cometeu a impropriedade, ontem, de prometer uma meta de inflação de 3%, que, se fosse viabilizada, jogaria o país em uma recessão considerável e acabaria com a conquista do pleno emprego.

Foi uma mudança de retórica tão radical quanto a de Dilma. E, por radical, deverá provocar mais desconfianças do que adesões.

Aécio Neves

Conseguiu fechar acordo com a mídia. Tem apoio do mercado financeiro, dos grupos empresariais paulistas e conseguiu a adesão do ainda influente grupo de financistas de Fernando Henrique Cardoso.

Isolou José Serra trazendo para sua campanha alguns dos principais serristas, como Aloysio Nunes, Alberto Goldmann e o inacreditável Andréa Matarazzo – para cuidar das finanças (!).

Serra tentou uma rabeira no bonde através de balão de ensaio empinado pela colunista Sonia Racy – de que FHC estaria bancando sua candidatura para vice de Aécio. É mais fácil a torcida do Atlético torcer para o Cruzeiro do que consumar-se essa dobradinha.

Nos próximos meses, os grupos de mídia concederão a Aécio algo que sempre foi sonegado quando era adversário de Serra: visibilidade para o modelo mineiro de gestão.

Em 2010, os jornais preferiam falar dos problemas de contabilização de gastos de saúde do que nos avanços ocorridos em alguns setores. Hoje em dia, tecem loas aos avanços na educação.

Aécio terá que enfrentar desafios muito maiores.

Não dispõe de nenhuma proposta efetivamente popular e de nenhum plano para o futuro. Mostra o futuro acenando com o passado do governo Fernando Henrique Cardoso.

No plano econômico, limita-se ao financismo estéril da política monetária – que, em qualquer plano de governo, deveria ser apenas um apêndice, não o ponto central.

Na sua luta com Campos – para passar para o segundo turno – irá aprofundar os ataques a Dilma e a levantar a bandeira do moralismo, auxiliado pela onda denuncista dos grupos de mídia.
Serão as eleições mais vazias de ideias das últimas décadas.

Não haverá nem o tempero de José Serra. Com Serra na parada, pelo menos havia uma bandeira civilizatória em jogo: a soma das mentes democráticas contra aquele que passou a simbolizar as forças mais obscurantistas, totalitárias e inescrupulosas do país.

O nebuloso 2015

Os próximos anos não serão de bonança. Não há mais espaço fiscal para benesses, há o aprofundamento dos déficits externos e a necessidade de corrigir preços represados.
Mais que isso. Por obra dos grupos de mídia, mas muito como consequência dos tempos atuais, se aprofundará o descrédito nas instituições e a sensação de que tudo é corrupção.

Os três candidatos inspiram muito mais desconfianças do que certezas na maneira de administrar esse novo cenário.

No caso de Dilma, há o desafio de recuperação da credibilidade perdida junto aos agentes econômicos, que certamente piorou com o discurso de ontem. Ganham-se eleições sem seu apoio; mas dificilmente se governa com a credibilidade baixa junto a eles.

Os desafios de Aécio e Campos são maiores.

Ambos conseguiram montar alianças políticas e impor-se em seus respectivos estados em cima de acordos de cúpula. Praticamente liquidaram com a oposição, enquadraram as respectivas Assembleias Legislativas e a mídia estadual.

Governar um estado – mesmo um estado complexo como São Paulo – é tarefa facílima para um governador. Até Geraldo Alckmin consegue.

Já o jogo político nacional é muitíssimo mais complexo.

A eleição de qualquer um deles significaria um pesado desafio de montagem das novas alianças, de preenchimento dos cargos na máquina pública e, principalmente, de administração política dos conflitos sociais. E, qualquer um que seja eleito, terá de carregar o pesadíssimo fardo da subordinação ao poder reconstituído dos grupos de mídia em um momento em que as redes sociais atrapalharão o atendimento das demandas midiáticas e de aliados.

Aécio acumulou mais experiência nacional com a presidência da Câmara e do PSDB, mas restrita aos acordos de cúpula. Campos restringiu-se ao nordeste.

Lula, com mais facilidade, Dilma com menos, conseguiram estabelecer diálogos com movimentos sociais e permitiram avanços em várias áreas ligadas à inclusão. A panela de pressão não explodiu – inclusive porque as condições da economia facilitaram.

Seja qual for o resultado das eleições, 2015 será ano de muitas emoções.

Até agora, nenhum dos três candidatos conseguiu construir sua utopia para apresentar em forma de plano de governo.

A análise é do Luis Nassif e foi publicado originalmente no Pragmatismo Político

Herdeira do Itaú coordena programa de Campos e Marina


Considerada a “fada madrinha” de Marina Silva, Neca Setúbal, herdeira do Itaú, vai assumir a coordenação do programa de governo de Eduardo Campos (PSB) pela Rede.


Segundo Vera Magalhães, do Painel, ela foi convidada pela ex-senadora no sábado, em sua festa de aniversário em Itu. O PSB indicará um nome para atuar em parceria com a socióloga.

Filha do falecido dono do Banco Itaú, Olavo Setúbal, ela é a segunda de seis filhos homens – parte de uma família que tem fortuna avaliada em R$ 5 bilhões. Além de amiga de Marina Silva, Neca é responsável pela captação de recursos da Rede.

"A Marina (Silva) fala que nós duas viramos amigas porque fomos contra os nossos destinos. Porque era para a Marina ser uma moça pobre do seringal do Acre e eu, uma moça rica da alta sociedade paulistana. Temos uma amizade muito bonita", diz.

As duas se conheceram em 2007, e a amizade cresceu às vésperas da campanha presidencial de 2010, quando o cineasta Fernando Meirelles convidou a empresária para participar de um vídeo em apoio a Marina.

Ela acompanhou a então candidata do Partido Verde (PV) em viagens pelo Brasil, fez doações para a campanha, elaborou um plano de governo na área de Educação e disse ter ficado cada vez mais "impressionada com o carisma e o carinho que Marina desperta".

Via Brasil 247

Os “filhos da esperança” foram adotados pela família do atraso


O “casal benzinho” Eduardo Campos-Marina Silva exibiu-se ontem na televisão.

Um programa até bonitinho, mas absolutamente ordinário em matéria de comunicação.


Francamente, uma fórmula “cult” – cor desbotada, quase preto e branco,  imagens abertas do estúdio, closes intimistas – é muito pouco adequada para um personagem como Eduardo Campos cuja obra administrativa é praticamente desconhecida do país.

Parece ter sido feito, exclusivamente, para dar a ele o aval de Marina, simulando uma longa amizade e intimidade que jamais houve, até o tombo da Rede que a deixou sem legenda para concorrer.

Duvido que tenha tido qualquer consequência como propaganda eleitoral, mas é  curioso que ambos, que devem tudo o que são a Lula, se definam como filhos da esperança.

São, e é exatamente isso que os torna tão frágeis.

Mais até a Campos que a Marina.

Porque o filho da esperança fugiu de casa por ambição.

E foi oferecer-se à adoção pela família do atraso, do conservadorismo.

Por isso sua fala não tem uma palavra sequer contra o que esta gente fez com o Brasil.

Ao contrário, falam em “preservar as conquistas” de todos os  governos.

Tudo são declarações de intenção, daquelas que qualquer político pode fazer.

Marina chega a dizer que o mais importante para o país é “uma agenda” – espero que não aquela do Itaú, comemorando o aniversário do golpe – que possa ser seguida por todos os governos, sem distinção.

Essa agenda, Marina, já existe: é a cartilha econômica que o capital nos impõe, sugando os frutos do trabalho do povo brasileiro e as riquezas deste país.

E a reação do “mercado” contra quem sai, mesmo que só um pouquinho, dela é a prova de quanto é duro e árduo sair deste diktat colonial-financeiro.

Fácil, mesmo, só se bandear para o lado de lá.

Seus aliados, agora, são o Aécio Neves, o Roberto Freire, o Jorge Bornhausen…

Ou são eles que iriam preservar as conquistas da “era Lula”?

Via Tijolaço

Dilma escolhe o adversário



O "cara de pau" só pode ser o governador de Pernambuco
Na festa de comemoração, no dia 10, dos 34 anos de vida, o Partido dos Trabalhadores parece ter tomado uma decisão importante quanto ao rumo da batalha presidencial pela reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Os petistas indicam que farão do governador de Pernambuco, o presidenciável Eduardo Campos (PSB), o principal adversário nessa etapa inicial da corrida eleitoral.

Despida dos rituais da Presidência, Dilma discursou na festa petista com os recursos de um velho truque de palanque. Mandou chumbo na oposição. Mas entre os oposicionistas havia um alvo preciso, Eduardo Campos, ao qual se dirigiu sem dar o nome. Ela falou genericamente aos “pessimistas” descrentes do Brasil.

Eles têm a cara de pau de dizer que o ciclo do PT acabou, que o nosso modelo se esgotou”, atacou a candidata. Quem primeiro desfraldou a bandeira foi Eduardo Campos. Ex-aliado e ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Lula, inscreveu-se com esse prelúdio na lista de presidenciáveis. Na sequência apoiou-se em discursos a respeito de uma “nova política” e outras melodiosas aos ouvidos conservadores.

Fazer de Campos um adversário preferencial não nasce de revanchismo de petistas gerado pela troca de camisa nem é temor do enfrentamento com o tucano Aécio Neves. A razão é outra. Os petistas usam conhecida tática comum em certos momentos do jogo eleitoral. Ela permite ao candidato mais forte escolher o adversário de sua conveniência.

Tudo indica que essa possível opção por Campos tem uma lógica guiada principalmente pelos números das pesquisas. A mais recente, de meados de janeiro, circulou restritamente por não ter sido registrada no Tribunal Superior Eleitoral. Nela há somente uma variação. A pequena queda do tucano de 15% para 13%. O porcentual de Dilma gira em torno dos 43%, onde está empacada. Campos patina em torno de 8%.   

O confronto com o socialismo maroto do PSB mantém o nome de Eduardo Campos no noticiário. Dá mais visibilidade e força uma disputa secundária entre ele e Aécio Neves. Caso Marina Silva assuma a posição de vice na chapa do PSB, como é esperado no partido dele, talvez agregue ao porcentual de Campos votos suficientes para superar o candidato tucano.

A situação de “lanterninha”, a despeito de outros candidatos de menor porte eleitoral, pode não ser uma situação definitiva para o tucano. O PSDB tem potencial de votos. Minas Gerais e São Paulo podem ajudar Aécio a retomar a posição de agora. Entre os eleitores mineiros, ele projeta, com convicção, uma maioria absoluta. E Marina, as pesquisas já mostraram, tem intenções de voto bem razoáveis entre os paulistas. A serem confirmados nas urnas, porém.

Esse tripé do Sudeste, formado pelos três maiores colégios eleitorais do País, decidirá a peleja entre os dois principais adversários de Dilma. Nessa etapa também estará sendo definido o curso da eleição.

Haverá segundo turno? Os números de agora indicam que não. Se a maré mudar, Eduardo ou Aécio teriam mais condições de apagar a estrela do PT em 2014?


A Análise é de Maurício Dias e foi publicado originalmente no Carta Capital

Em discurso no plenário, Gleisi Hoffman classifica Eduardo Campos como “Oportunista” e “Ingrato”



Após deixar o ministério da Casa Civil para pleitear o cargo de governadora do Estado do Paraná, a senadora Gleisi Hoffman (PT) endureceu as críticas contra o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) nesta quarta-feira, 5. Em discurso no plenário, a petista classificou o presidenciável como "oportunista", "hipócrita" e "ingrato", logo após o governador ter chamado o governo Dilma de "mofado".

"Foram manifestações oportunistas. O governador está criticando uma política pública da qual se beneficiou nesses oito anos. Grande parte do sucesso de Pernambuco se deve ao apoio que a União deu", enfatizou a ex-ministra.

Em seguida, o pré-candidato à presidência rebateu as palavras da senadora. "A gente faz uma crítica política, para discutir a macroeconomia e a pessoa vem com ataque pessoal, com desaforo".

Os ataques fazem parte do período pré-eleitoral que devem movimentar os bastidores da política nos próximos meses quando ocorrerão as articulações para formalizar alianças nas esferas nacional e estadual.

O PSB entregou os cargos que tinha no governo federal para lançar a candidatura do atual presidente do partido Eduardo Campos. O mesmo movimento de entrega de cargos se deu em Pernambuco por parte do PT. Na ocasião, houve uma aproximação do partido de Campos com o PSDB, ex-opositor do governo.


Via O Povo

Marina quer mostrar poder. Eduardo, cooptar os tucanos, já



Nos jornais de hoje, Eduardo Campo se esmera em negar que a convocação, para o final da semana, de uma reunião “exclusiva” do PSB para tratar de candidaturas estaduais – sem a presença de Marina Silva – signifique que há um impasse entre ele e os marinistas em torno do apoio à reeleição de Geraldo Alckmin.


Há.

Eduardo Campos não mira apenas o que Marina Silva poderia lhe transferir de votos. Até porque esta é uma dúvida que pesquisa alguma, até agora, garantiu que seja muito.
Poderá, sim, ser mais se ela for a vice.

Esse, porém, não é o trunfo do governador pernambucano, mas da ex-senadora acreana. É com essa única carta que ela joga o jogo de poder dentro de uma aliança que é, antes, um ajuntamento eleitoral, muito embora fiquem com uma conversa “programática” para boi dormir.

Já as cartas que Campos tem de organizar são outras.

Tem de administrar as ambições de Marina – o que já é, por si ó, uma tarefa hercúlea – como precisa avançar no processo de atração, já no primeiro turno, do tucanato para sua candidatura.

Porque, se não o fizer, a máquina tucana – sobretudo em São Paulo, já que em Minas está manietado pelo poder de Aécio sobre o PSB local – tem força residual suficiente para manter Aécio em segundo, e não ele próprio.

Hoje, na Folha, Janio de Freitas faz um croquis desta situação.  De, aliás, de “nova política” tem tanto quanto todos estamos vendo.

Marina, Eduardo etc.
Janio de Freitas

O choque de objetivos se complica e se acirra entre Marina Silva e Eduardo Campos no PSB. Os grupos de ambos acusam a existência apenas de intrigas da imprensa, mas Eduardo Campos e sua corrente partiram para iniciativas que os recuperem da noticiada perda de força na sua relação com Marina Silva. Tudo sugere, porém, que as iniciativas adotadas não levarão ao resultado pretendido, e, sim, à permanência mais agravada do choque.

A maneira como Eduardo quis invalidar a recusa de Marina a apoiar a recandidatura de Geraldo Alckmin –doou ao PSDB uma secretaria e um cargo de segundo nível no governo de Pernambuco– nem arranhou a intenção da Rede de lançar candidato próprio em São Paulo. E, atraindo peessedebistas de Aécio Neves para a sua candidatura, leva o comando nacional do PSDB a reagir com a proibição de acordos estaduais sem a sua concordância prévia. O que pode trazer danos indiretos ao PSB em outros Estados.

O entendimento com o PSDB de Pernambuco, sem entendimento a respeito com Marina, teve a desculpa de ser ato do governo. Já a planejada reunião, na próxima sexta-feira, de dirigentes do PSB sem a participação de Marina, tem, por si só, um ingrediente inegável de animosidade. E vai muito além disso, com os já antecipados propósitos de acelerar o compromisso de apoio à recandidatura de Alckmin e cravar Marina Silva como candidata a vice de Eduardo Campos.

Por ora, o pretendido avanço da corrente de Eduardo Campos parece pouco para demover Marina Silva de suas posições e propósitos. Mas suficiente para criar novos embaraços na relação em que Eduardo Campos ainda está por demonstrar algum ganho com sua apressada criação do PSB-Rede.


Via Tijolaço