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No campo e na cidade, mulheres se unem contra o machismo e a fome; veja como foi o 8 de março

 

Em Feira de Santana (BA), marcha reuniu movimentos populares que seguiram para ocupar a Câmara de Vereadores - @levantepopular.

Mulheres de mais 40 cidades, em todas as regiões do Brasil, marcharam nesta terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher. O lema “Pela Vida das Mulheres, Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome!” deu o tom dos protestos, que não ficaram apenas no discurso.

Além de ocuparem ruas dos centros urbanos, mulheres integrantes de organizações populares articularam a pauta feminista com ações políticas concretas no campo, fortalecendo a luta em favor da terra, da agricultura familiar e contra a violência de gênero.

Casas de acolhimento são inauguradas

Pela manhã em Recife (PE), o Movimento de Mulheres Olga Benário (MMOB) ocupou um imóvel abandonado para a criação de uma Casa de Referência para mulheres vítimas de violência. Batizado de Centro de Referência Soledad Barrett, o local já está de portas abertas para receber mulheres que rompem com o ciclo da violência e precisam de abrigo.

O MMOB inaugurou, também, a Casa de Referência da Mulher Almerinda Gama no centro do Rio de Janeiro (RJ). A iniciativa surge da primeira ocupação organizada pelo Movimento de Mulheres Olga Benário no estado. O imóvel estava vazio havia mais de oito anos, sem cumprir função social, segundo o movimento.

"Com esta ação, o Movimento Olga Benário chama atenção para os números alarmantes de violência de gênero, que apesar de subnotificados já se mostram muito superiores à capacidade de atendimento das ferramentas oferecidas pelo Estado”, disse o movimento em nota.

Câmara e Secretaria estadual ocupadas

Em Porto Alegre (RS), mais de 200 agricultoras ocuparam, na manhã desta terça-feira (8), o pátio da Secretaria Estadual de Agricultura em Porto Alegre. Elas cobram ações do governo do estado para amenizar os impactos da estiagem no Rio Grande do Sul. Já ocorreram conversas com representantes do governo estadual, mas pouco foi feito até aqui, assinalam as mulheres.

“As nossas famílias ainda estão sofrendo com a estiagem. Por isso estamos aqui novamente. Nós precisamos de ajuda urgente, diante de tantos prejuízos causados pela seca”, diz Silvia Reis Marques, produtora e dirigente estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Rio Grande do Sul (MST-RS).

Ainda na capital gaúcha, assentadas e acampadas do MST doaram 4 toneladas de alimentos da reforma agrária. O destino são as cozinhas comunitárias da periferia de Porto Alegre.

A Câmara de Vereadores de Feira de Santana (BA) também foi ocupada pela marcha que saiu da prefeitura da cidade. A ação ocorreu durante uma sessão solene promovida pelo Legislativo municipal. Mais cedo, o ato na cidade baiana teve início com café da manhã feito a partir da produção das trabalhadoras rurais. A mobilização teve a presença de movimentos sociais, partidos políticos, trabalhadoras do campo e da cidade e estudantes.

MTST pede cassação de "Mamãe Falei"

Mulheres do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) realizaram uma ação em repúdio às falas machistas de Arthur do Val, o "Mamãe Falei", sobre as mulheres ucranianas. Em frente à sede do Podemos em São Paulo (SP), mulheres cobraram uma posição do partido, além da cassação do mandato do deputado estadual pela Assembleia Legislativa de São Paulo.

Em áudios gravados pelo parlamentar em viagem à Ucrânia, Arthur do Val afirmou que mulheres ucranianas são "fáceis, porque são pobres", entre outros comentários misóginos e machistas.

O 8 de março no campo

Também na Bahia, cerca de 100 mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a Fazenda Botafogo, área improdutiva de 313 hectares no município de Jussari (BA), com objetivo de promover a reforma agrária. A ação faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, com o lema: Terra, trabalho, direito de existir.

Outra propriedade improdutiva, a fazenda Frutelli, foi ocupada por 500 mulheres em Itabela (BA). A propriedade é pertencente à empresa falida Frutelli culturas Tropicais, que tinha como principal atividade econômica o cultivo de banana, hoje abandonado. O ato denunciou a falta de crédito para as trabalhadoras rurais, o feminicídio, o uso abusivo de agrotóxicos e a fome no Brasil.

Em Estreito (MA), a manifestação foi para denunciar os impactos da Usina Hidrelétrica do Consórcio Estreito Energia sobre famílias de pescadores. Muitas delas ficaram sem casas após a abertura de comportas do empreendimento. Os manifestantes reivindicam ainda uma assembleia coletiva com as famílias afetadas, com acompanhamento e apoio do MST.

Impactos de grandes empreendimentos também motivaram protestos no assentamento Sabiaguaba, em Amontoada (CE). Mulheres, jovens e crianças protestaram, sobretudo, contra prejuízos à agricultura familiar provocados pela instalação de parques eólicos. Além do MST, participaram do ato o Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), com o apoio do Projeto ECO Icaraí.

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Com informações do Brasil de Fato.

Mulheres se mobilizam para a luta contra a ‘política de morte’ de Bolsonaro

 

As mulheres querem adesão de setores mais amplos da sociedade na defesa das pautas feministas. (FOTO/ UBM/Facebook/Reprodução).

Às vésperas do Dia Internacional das Mulheres, nesta terça-feira (8), a União Brasileira de Mulheres (UBM) e a Confederação Brasileira de Mulheres (CBM) lançaram o manifesto “Mulheres contra a política de morte: Bolsonaro nunca mais!”. O objetivo é objetivo é mobilizar e unificar as lutas de 2022 em todo o país.

Conforme o documento, as entidades lutam pela unidade na “construção de um 8 de Março em aliança com setores mais amplos da sociedade: movimento de mulheres, trabalhadoras, juventude, partidos; enfim, com todos os que se associam às pautas democráticas”.

As mulheres são as principais vítimas da violência, do racismo estrutural, da crise sanitária, da política econômica e demais impactos das políticas que têm sido adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro.

As entidades reafirmam a urgência da “luta pela derrubada de Bolsonaro e seu projeto de poder. Esta é tarefa primordial e inadiável do movimento feminista, anti-imperialista, anticapitalista”.

Confira abaixo a íntegra do documento:

Mulheres contra a política de morte: Bolsonaro nunca mais!

Março de 2022 nasce repleto da luta das feministas e perpassado pela força transgressora e de resistência das modernistas e sufragistas. Ano do centenário da Semana de Arte Moderna, movimento vanguardista que contou com forte participação das mulheres, que oportunizou outras formas de leitura do mundo pelas artes. Esse também é o ano em que se completam nove décadas da conquista do direito ao voto pelas mulheres brasileiras. Esses acontecimentos fortalecem o resgate das históricas reivindicações por um mundo de igualdade e contra todas as formas de opressão, principalmente no contexto atual, em que o peso da exploração capitalista e da dominação do patriarcado, associadas ao racismo estrutural, à crise sanitária da Covid-19, à crise política e econômica, nos marcos de um governo de matriz nazifascista, tem significado concretamente para as mulheres, menos direitos, mais violência e pobreza, fome e miséria.

Essa realidade impõe a construção de um 8 de março em aliança com setores mais amplos da sociedade: movimento de mulheres, trabalhadoras, juventude, partidos; enfim, com todos os que se associam às pautas democráticas. Precisamos aliançar com quem se indigna com o fato de que as mulheres compõem o espectro dos 70% da população mais pobres do planeta; com aqueles que não naturalizam que, no Brasil, as mulheres são a maioria dos 51 milhões que viveram abaixo da linha da pobreza nos últimos dois anos, e dos mais de 10 milhões que passam fome.

O desemprego marca a vida das mulheres do campo, da cidade, das águas e das florestas, totalizando 8,6 milhões delas, com maior repercussão sobre as negras, que viram crescer para 19,8%, a taxa de desemprego em 2021, enquanto em relação às demais mulheres registrou-se um crescimento de 16,8% dessa taxa. As mulheres são, ainda, as maiores vítimas da crescente violência política de gênero. Mesmo presentes em reduzidos espaços de poder, inúmeros são os ataques utilizados para impedir a ação protagonista das mulheres, como assédios, assassinatos, fake news, silenciamentos, invisibilização das discriminações. Tudo isso é parte de um movimento cotidiano que acompanha a crescente misoginia, racismo e LGBTIA+fobia, que tem encontrado no governo Bolsonaro terreno fértil para sua proliferação.

Nesse contexto, é urgente a manutenção e a intensificação da luta pela derrubada de Bolsonaro e seu projeto de poder. Esta é tarefa primordial e inadiável do movimento feminista, anti-imperialista, anticapitalista. Extirpar o paradigma bolsonarista da política significa a possibilidade de construção de vida nova, pautada na defesa das liberdades, dos direitos sexuais e reprodutivo das mulheres, na proteção à saúde e ao trabalho, numa vida sem violência e sem fome. É tarefa que exige das mulheres ação organizada.

Por isso, nosso desafio é ocupar as ruas e as praças brasileiras neste 8 de março, vocalizando os nossos desejos e nossas necessidades na construção de novas formas de estar no mundo, rompendo com as amarras e superando os enquadramentos que lhes são impostos, exigindo, para além do direito de votar e ser votada, condições reais de efetiva participação política, como condição essencial para juntas podermos renovar a luta por uma sociedade justa e pelo fim de todas as desigualdades.

“Sonhe, tenha até pesadelo se necessário for, mas sonhe.”

(Pagu)

 

União Brasileira de Mulheres – UBM

Confederação Brasileira de Mulheres – CMB

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Com informações do Portal Vermelho e da RBA.

Atos do 8M acontecem em todas as regiões do país nesta terça; confira

 

Além da Marcha Mundial das Mulheres, outros movimentos estão organizando atos para o dia 8 de março - AFP.

A Marcha Mundial de Mulheres divulgou a lista preliminar dos locais em que ocorrerão atos no dia 8 de março de 2022, Dia Internacional de Luta das Mulheres. Pela Vida das Mulheres, Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome! é o lema nacional das mobilizações deste ano. Estão previstas manifestações em todas as regiões do país.

Além da Marcha Mundial das Mulheres, outros movimentos estão organizando atos para o dia 8 de março, como o Coletivo de Mulheres da Central de Movimentos Populares (CMP), que estará presente em pelo menos 15 estados. 

Segundo Melayne Macedo, do Coletivo de Mulheres da CMP de Pernambuco, “infelizmente a pandemia agravou o cenário de violência contra a mulher e exige uma maior mobilização social. O discurso de ódio de Jair Bolsonaro também tem se espalhado e faz de nós, mulheres, sermos alvo preferencial dos machistas. Precisamos lutar contra isso. Não somos números, precisamos resistir para existir. A resistência e mobilização das mulheres é uma potência de transformação latente”.

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Com informações do Brasil de Fato. Clique aqui e confira a lista completa.

Blog Negro Nicolau promove roda de conversa com mulheres altaneirenses no Dia Internacional da Mulher

 

Blog Negro Nicolau promove roda de conversa com mulheres altaneirenses no Dia Internacional da Mulher. (FOTO/ Reprodução/ Google Meet).

Por Nicolau Neto, editor

O Blog Negro Nicolau (BNN) promoveu na tarde desta segunda-feira(08), Dia Internacional da Mulher, uma roda de conversa com quatro mulheres altaneirenses. Com o tema “Mulheres: Lutas, Resistência e Múltiplas Vozes”, a roda durou duas horas e ocorreu Via Google Meet.

08 de maio – Dia Internacional da Mulher

 

(FOTO/ Reprodução).

Por Antônio Raimundo, Colunista

Mulheres, parabéns pelo seu dia!

Mulheres, parabéns pela luta permanente pelos seus direitos!

Nas frases acima não há sutilezas, há uma diferença considerável. Dia 08 de março é designado o Dia Internacional da Mulher. Outros dizem: semana das mulheres; ou março, mês das mulheres. A data deve ser observada muito mais como um marco na luta diária pelos direitos das mulheres. Uma luta com muitas vitórias, mas é uma luta permanente que ecoa em busca dos seus direitos, em busca de igualdade, em busca da sua dignidade.

Dia Internacional da Mulher: hoje não é um dia romântico. Hoje é um dia político

 

Na Rússia, em 1917, milhares de mulheres foram às ruas contra a fome e a guerra; a greve delas foi o pontapé inicial para a revolução russa e também deu orígem ao Dia Internacional da Mulher. (FOTO/ Getty Images).

Muitas pessoas consideram o 8 de Março apenas uma data de homenagens às mulheres, mas, diferentemente de outros dias comemorativas, ela não foi criada pelo comércio - e tem raízes históricas mais profundas e sérias.

8 de março, dia de luta feminista por #ForaBolsonaro

 

(FOTO/ Eliane Campos).

Há 111 anos, durante uma conferência socialista, as mulheres propunham a realização de um Dia Internacional da Mulher Trabalhadora. 111 anos depois, no Brasil de 2021, vivendo há um ano sob o caos impulsionado pela pandemia, nos vemos diante da urgência de destacar as origens do 8 de Março como Dia Internacional de Luta das Mulheres. É uma história feminista, trabalhadora e socialista que, ao longo dos anos, tem sido negligenciada e se perdido no tempo, graças aos interesses do mercado.

Dia Internacional da Mulher em Altaneira é marcado por roda de conversa sobre empoderamento


Josyanne Gomes durante roda de conversa sobre empoderamento da mulher. (FOTO/ Nicolau Neto).

Texto: Nicolau Neto

Durante todo o dia de ontem, 08 de maio, Dia Internacional da Mulher, várias cidades do país foram marcadas por manifestações por igualdade de direitos e contra a violência.

Contra Bolsonaro, por Marielle e pela vida, 8M reúne milhares de mulheres pelo Brasil


Festival no Dragão do Mar pelo dia internacional de luta das mulheres contou com rodas de conversas, oficinas, intervenções artísticas e passeata.  (FOTO/ Marcela Tosi).

Milhares de mulheres, espalhadas por todo o Brasil, saíram às ruas durante todo o domingo (08) por igualdade de direitos e contra a violência. Os atos aconteceram em diversas cidades do país desde o início da manhã. Os principais temas foram o fim da violência contra a mulher, fora Bolsonaro e direitos iguais. O assassinato da vereadora Marielle Franco, que completa dois anos no dia 14 de março, também foi relembrado em diversas manifestações.

A mulher na luta pela igualdade de direitos, por Fátima Teles


Fátima Teles é escritora, professora, poeta e colunista do Blog Negro Nicolau.


As sociedades da antiguidade não interpretavam ou organizavam as relações entre homens e mulheres de forma igual. Da mesma forma que havia sociedades poligâmicas onde o homem tinha muitas esposas, haviam as sociedades poliândricas onde a mulher tinha vários esposos. A Ásia é um exemplo dessas duas sociedades.

Dia internacional da mulher com valorização e liberdade, por Fátima Teles


Fátima Teles é escritora, professora, poeta e colunista do Blog Negro Nicolau.

Texto: Nicolau Neto

A professora, escritora, poeta caririense e colunista do Blog, Fátima Teles, escreveu uma poesia para lembrar o Dia Internacional da Mulher. 

Derrotar Bolsonaro nas ruas é a grande tarefa das mulheres


(FOTO/ Mídia Ninja).

As mulheres brasileiras já provaram que estão na linha de frente dos processos de luta e resistência contra a onda conservadora que tomou o governo do país. Os atos de rua que foram convocados às vésperas do primeiro turno da eleição de 2018 com o #EleNão, mostraram a potência do movimento de mulheres ativistas feministas e a sua importância para enfrentar os retrocessos que são impostos ao povo trabalhador.

Movimentos sociais e sindicais divulgam agenda de protestos contra governo Bolsonaro


Primeiro ato será realizado no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, em defesa dos direitos delas, contra o feminicídio e os ataques de Bolsonaro.


Movimentos sociais, entidades representativas da sociedade e centrais sindicais reafirmaram a unidade em defesa das instituições e do Estado Democrático de Direito. A união dos vários segmentos da sociedade é uma resposta a Jair Bolsonaro que compartilhou vídeos de apoio a ato contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, instituições que formam os pilares da democracia e de liberdade.

Mulheres do cariri preparam ato pela vida das mulheres e contra Bolsonaro


Grupo Impulsionar em reunião de planejamento da agenda 8m do cariri. (FOTO/ Nívia Uchoa).


Texto: Nicolau Neto

Movimentos de mulheres e centrais sindicais preparam atos por todo o Brasil contra o presidente Jair Bolsonaro em referência ao Dia Internacional da Mulher. Na região do cariri cearense, a manifestação será realizada no próximo dia 6, com concentração na prefeitura do Crato, a partir das 8h.

Dia da mulher é marcado por ato contra a violência doméstica e feminicídio em Crato


Dia da mulher é marcado por ato contra a violência dompestica e feminicídio em Crato. (FOTO/Divulgação/WhatsApp).

O Dia Internacional da Mulher foi marcado em Crato, na região metropolitana do cariri cearense, por uma marcha em protesto contra a violência doméstica e feminicídios. As principais ruas da cidade foram tomadas na manhã desta sexta-feira, 08,  a começar do Largo da Prefeitura até a Praça da Sé. Esses espaços são os pontos específicos onde mulheres foram assassinadas.

Dia Internacional da Mulher: a origem operária do 8 de Março


Na Rússia, em 1917, milhares de mulheres foram às ruas contra a fome e a guerra; a greve delas foi o pontapé inicial para a revolução russa e também deu origem ao Dia Internacional da Mulher. (FOTO/ Getty Images).

Muitas pessoas consideram o 8 de Março apenas uma data de homenagens às mulheres, mas, diferentemente de outros dias comemorativas, ela não foi criada pelo comércio - e tem raízes históricas mais profundas e sérias.

No dia Internacional da Mulher, mulheres ocupam Jornal O Globo em defesa da democracia



Protesto no Dias Internacional da Mulher, 800 mulheres de diversos movimentos populares ocuparam o parque gráfico do jornal impresso no Rio de Janeiro, que pertence ao grupo Globo Comunicação. O objetivo da ação, iniciada às 5h30 da manhã, é denunciar a atuação decisiva da empresa sobre a instabilidade política brasileira. Elas destacam a articulação da Globo no processo do golpe, desde o impedimento da presidenta Dilma em 2016 até perseguição ao presidente Lula, para inviabiliza-lo como candidato em uma eleição democrática.

Participaram mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, do Levante Popular da Juventude, do Movimento dos Atingidos por Barragens e do Movimento dos Pequenos Agricultores, além de moradoras de comunidades da cidade. “A Globo promove os golpes em pró de seus interesses empresariais, não interessa as consequências para o país. Por isso ela é criminosa. Ela não é inimiga só dos trabalhadores, ela é inimiga de toda a nação”, afirmou Ana Carolina Silva, do Levante Popular da Juventude.

Intervenção contra os direitos

As mulheres também deram visibilidade ao caráter político e contrário aos direitos do povo da intervenção militar no Rio de Janeiro. Com o mote “A Globo promove intervenção para dar golpe na eleição” elas lembram que o próprio golpista Michel Temer declarou que vai suspender o decreto caso tenha maioria na Câmara e no Senado para votar a reforma da Previdência.

Para Maria Gomes de Oliveira, da Direção do MST, se trata de uma questão eleitoral e de um processo de coação social. “A Globo e os articuladores desse processo abordam a intervenção militar no Rio de Janeiro como medida de segurança. Ao mesmo tempo em que ela promove o medo para manter a classe trabalhadora calada, Temer e aliados se aproveitam de um anseio da sociedade para esconder sua estratégia eleitoral”, explica.

A dirigente ressalta ainda que a empresa tem interesses econômicos na Reforma da Previdência. “A globo opera ativamente na política para manter seus lucros e o monopólio sobre a mente das pessoas. No caso da previdência, ela está diretamente ligada à Mapfre Seguros, uma empresa que presta serviços de previdência privada”. Para ela, o momento caracteriza um desvio de função das Forças Armadas. “Tanques e soldados armados com fuzil não resolvem a violência. Os militares deviam cuidar de proteger nossa soberania, inclusive as riquezas como o petróleo, a água, as terras, que o golpista está entregando numa bandeja para o capital internacional”, afirma.

Ana Paula Silva destaca que a taxa de desemprego beira a 12% e, assim com o desmonte de serviços básicos de educação e saúde, são fatores que contribuem para o aumento da violência. “O crime se combate com o desenvolvimento de uma política de segurança e não com intervenção militar. Sabemos que o caminho é crescimento econômico e políticas públicas para o povo, mas para garantir isso precisamos retomar a democracia que perdemos com o golpe. Garantir eleições sem fraude é central para barrar os ataques aos direitos dos brasileiros”, garante a militante.

Decadência

O parque gráfico ocupado é o maior da América Latina. Sua construção foi, em parte, financiada pelo BNDES, com o montante de R$ 217 milhões, em valores atuais. Ele foi projetado para a impressão de 800 mil jornais diários, mas a média de produção do O Globo em 2017 não passa de 130 mil exemplares/dia, segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC). Ou seja, não utiliza nem 50% da capacidade produtiva.

Este lugar é um elefante branco a serviço da desinformação. Com tanto recurso público investido, deveriam ao menos se dignar a fazer um jornalismo de qualidade. Não é à toa que o jornal está em decadência. As trabalhadoras não engolem mais as mentiras e manipulações da Globo”, afirmou.

A ação faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que tem por lema a célebre frase de Rosa Luxemburgo “Quem não se movimenta, não sente as cadeias que a prendem”. (Com informações do Levante Popular da Juventude e do Brasil 247).

Mulheres ocupam Jornal do O Globo. (Foto: Reprodução Brasil 247).




Alunas da Escola Welington Belém de Figueiredo tornam-se destaque nacional



A análise, reflexão e o debate maduro organizado pelas alunas e alunos da Escola Estadual de Educação Profissional Escola Welington Belém de Figueiredo, em Nova Olinda-Ce, acerca do dia internacional da mulher – na última quarta-feira, 08, foi destaque a nível nacional em matéria do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT).

O CEERT é um dos principais sites do país e reproduziu as ações organizadas pelo Grêmio Estudantil da referida escola que, dentre outras, em roda de conversas refletiram acerca de temas importantes como desigualdade de gênero, racismo, a misoginia, violência física e psicológica, representatividade feminina nos espaços de poder, empoderamento feminino, feminismo, machismo, legalização do aborto, os impactos que a reforma da previdência irá causar nas mulheres e lutas dos movimentos feministas no Cariri.

A matéria foi publicada em primeira mão no blog da escola e reproduzida no CEERT na tarde desta segunda-feira, 13.



Por que é injusto igualar mulheres e homens na Previdência



O repúdio à reforma da Previdência proposta pelo governo Michel Temer foi uma das bandeiras erguidas pelas mulheres brasileiras neste 8 de março. Em discussão na Câmara dos Deputados, o projeto iguala as regras da aposentadoria para homens e mulheres ao exigir um mínimo de 65 anos de idade e 25 anos de contribuição para ambos os sexos.

CartaCapital - Se passar, a PEC 287/2016 tende a aprofundar a desigualdade de gênero no País. O regime previdenciário brasileiro é de repartição, solidário. Seu objetivo é provocar um efeito redistributivo, com os jovens contribuintes pagando a aposentadoria dos idosos, por exemplo. O sistema está intrinsecamente ligado ao mercado de trabalho, e uma de suas funções é corrigir desigualdades.

Para pesquisadoras ouvidas por CartaCapital, a reforma da Previdência proposta ignora a histórica desigualdade de gênero presente no mercado de trabalho brasileiro. A taxa de ocupação das mulheres é menor, e elas também recebem salários inferiores. A diferença salarial vem caindo com o tempo, mas essa redução tem sido lenta. De acordo com dados do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015 o rendimento das mulheres equivalia a 76% o dos homens, em média.

O desemprego também as atinge de forma desigual. Como principais responsáveis pelas tarefas domésticas e de cuidados, as mulheres ainda se veem sobrecarregadas com a dupla jornada de trabalho. De acordo com os dados mais recentes do IBGE, referentes ao último trimestre de 2016, o índice de desemprego chegou a 10,7% para os homens e a 13,8% para as mulheres.

Economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Joana Mostafa afirma que, de todos os pontos críticos da proposta, o mais grave é a mudança no tempo mínimo de contribuição para ter direito à aposentadoria. Hoje, para se aposentar por idade é exigido um mínimo de 15 anos de contribuição, para homens e mulheres. Com a reforma, ambos terão que contribuir por 25 anos.

Às mulheres é atribuído socialmente um papel, que é o papel de cuidados: cuidar da casa, das crianças, dos idosos, das pessoas com deficiência. Não importa se ela efetivamente vai executar esses cuidados, se ela é mulher, é atribuído a ela esse papel”, afirma.

Com o aumento da exigência do tempo de contribuição, quase metade das trabalhadoras pode não conseguir se aposentar no futuro. Essa é a estimativa calculada por um grupo de trabalho do Ipea, do qual Mostafa faz parte, que em breve divulgará uma série de notas técnicas sobre a proposta de reforma da Previdência.

A divisão sexual do trabalho faz com que as mulheres tenham mais dificuldade de acessar o mercado formal e, portanto, mais dificuldade de acumular os anos de contribuição. Hoje, 15 anos de contribuição já exclui muita gente. Para as domésticas, por exemplo, é muito difícil. Aumentar para 25 anos vai excluir ainda mais, só os mais estruturados no mercado de trabalho vão conseguir”, afirma a economista.

Ao definir regras iguais para os sexos, o governo argumenta que as mulheres vivem mais que os homens e, ainda, que o “padrão internacional atual” é de igualar ou aproximar o tratamento de gênero na Previdência. “A diferença de cinco anos de idade ou contribuição, critério adotado pelo Brasil, coloca o País entre aqueles que possuem maior diferença de idade de aposentadoria por gênero”, pontuou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na proposta enviada ao Congresso.

A fala de Meirelles se baseia em um relatório sobre aposentadorias pelo mundo, produzido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em artigo publicado no jornal O Globo, a economista e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Lena Lavinas afirma que, em diversos países que integram a OCDE, os sistemas previdenciários foram reformados de modo a enfrentar os determinantes estruturais da desigualdade de gênero.

Suécia, Noruega, Suíça, e em tantos outros países, as mulheres que podem justificar dedicação a filhos e idosos, familiares doentes ou até desemprego de longo prazo receberam créditos (menos tempo de contribuição ou idade mínima menor para aposentar) ou terão suas contribuições ao sistema pagas pelo Estado”, diz Lavinas no artigo, intitulado Armadilhas da igualdade.

O debate sobre a Previdência tem gerado discursos dissonantes entre as mulheres. Algumas feministas defendem idades iguais por avaliarem que a igualdade de gênero deve ser um princípio acima de tudo, em todas as esferas. Esse mesmo grupo, no entanto, concorda com a necessidade de um período de transição para mudanças na Previdência, durante o qual o governo fortaleceria suas políticas públicas de combate às desigualdades.

No Brasil de Temer, porém, nenhuma contrapartida foi feita às mulheres. Tampouco foi proposta a ampliação e a melhoria do sistema de creches, por exemplo. Dados de 2015 do Ministério da Educação apontam que creches públicas e privadas atendem apenas 30,4% das crianças com idade entre 0 e 3 anos.

A economista Hildete Pereira de Melo, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), se diz cética quanto à capacidade dos governos em enfrentar a desigualdade de gênero. “A regra de transição seria muito boa se a nossa experiência histórica não nos mostrasse como é difícil que isso aconteça na vida real. Especialmente neste momento, em que toda a nossa política social está sendo desmontada”, afirma Melo, que edita a revista Gênero, da UFF.

É por isso que eu sou cética. E digo: vamos manter a desigualdade. Neste caso, a desigualdade é a possibilidade que as mulheres têm de não ter uma vida ainda mais sofrida. Esta é uma bandeira que deixa algumas de nós mudas. Elas pensam: ‘sempre fiz um discurso pela igualdade, e de repente saio pela desigualdade'. Sim, porque não tem jeito! Vivemos em uma sociedade patriarcal e o mercado de trabalho é extremamente desigual. Então vamos para a briga”, convoca Melo.

Professora do departamento de Demografia e Ciência Atuariais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Luana Myrrha concorda. “Igualdade de gênero na Previdência sem que haja igualdade de gênero na sociedade, principalmente no mercado de trabalho e nos afazeres domésticos, tende a penalizar ainda mais as mulheres", afirma. "Creio que um período de transição seria uma boa proposta, mas a pergunta que fica é: qual seria esse período? As distorções nos salários e nos trabalhos domésticos estão longe de serem corrigidas.”

Homens e mulheres estão, de fato, dividindo mais as tarefas, mas a diferença ainda existe. Somando o serviço doméstico e o trabalho remunerado, as mulheres trabalham, em média, 7,5 horas a mais que os homens por semana. É o que aponta estudo divulgado nesta semana pelo Ipea, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE.

Coautora do artigo A questão previdenciária: simulações quanto à igualdade de gênero - vantagem para a Previdência Social e desvantagem para a mulher, publicado em 2016, a professora da UFRN afirma que a antecipação de cinco anos na aposentadoria das mulheres está absolutamente de acordo com a realidade brasileira.


A sobrecarga da dupla jornada é uma realidade na vida das brasileiras, então o ‘bônus’ de cinco anos a menos para as mulheres requererem as suas aposentadorias me parece justificável”, diz Myrrha. “A missão da Previdência é garantir proteção ao trabalhador e sua família, por meio de uma política previdenciária solidária, cujo objetivo é promover o bem-estar social. Diante da sua definição, acho que a previdência precisa considerar as diversas desigualdades presentes na sociedade brasileira. Desconsiderar as desigualdades é descaracterizar o objetivo dessa política.”

No cariri cearense, mulheres foram às ruas para, dentre outras pautas, dizer não a reforma da previdência. Foto: Divulgação.

Temer vira piada internacional com seu discurso no Dia Internacional da Mulher


Revista Fórum - A infeliz fala do presidente Michel Temer no Dia Internacional da Mulher, de certa forma um tanto quando blindada pela mídia tradicional brasileira, não passou despercebida na imprensa mundial. Neste momento, Temer é motivo de chacota em várias regiões do mundo pois grandes jornais escancararam a falta de senso de seu discurso em “homenagem” às mulheres no dia 8 de março.

Tenho absoluta convicção, até por formação familiar e por estar ao lado da Marcela [Temer], do quanto a mulher faz pela casa, pelo lar. Do que faz pelos filhos. E, se a sociedade de alguma maneira vai bem e os filhos crescem, é porque tiveram uma adequada formação em suas casas e, seguramente, isso quem faz não é o homem, é a mulher”, afirmou o peemedebista. Como se já não bastasse, ainda disse que a mulher tem uma grande participação na economia do país porque é “capaz de indicar os desajustes de preços em supermercados” e “identificar flutuações econômicas no orçamento doméstico”.
A norte-americana CNN, por exemplo, destacou as críticas que as mulheres brasileiras fizeram após o discurso. “Presidente brasileiro é criticado ao elogiar as habilidades das mulheres no supermercado”.

Já o espanhol El País foi mais direto: “O presidente do Brasil reduz o papel da mulher à casa e ao supermercado”.

O inglês The Independent, por sua vez, classificou a fala de Temer como “sexista”.

O jornal alemão Frankfurter Allgemeine também não perdoou: “Especialistas em trabalho doméstico, crianças, compras: Michel Temer só quis fazer um cumprimento às brasileiras no Dia das Mulheres. Mas a tentativa do presidente brasileiro saiu pela culatra”, diz a manchete.