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Kenia Maria é nomeada pela ONU como defensora dos direitos das mulheres negras no Brasil


No Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, lembrado nesta terça-feira (21), a ONU Mulheres Brasil anunciou a nomeação da atriz, escritora e roteirista Kenia Maria como defensora dos Direitos das Mulheres Negras.

É uma grande satisfação para a ONU Mulheres Brasil receber o voluntariado de Kenia Maria, cuja trajetória de vida tem sido marcada pela valorização da cultura e da arte negra em contraponto ao racismo e às desigualdades de gênero”, afirmou a representante nacional do organismo das Nações Unidas, Nadine Gasman.

CEERT - A decisão da agência da ONU faz parte das ações de apoio à Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024) e à iniciativa global “Por um Planeta 50-50 em 2030: um passo decisivo pela igualdade de gênero”.

Nadine acrescentou que “Kenia tem se dedicado à literatura negra infantil e à defesa das religiões de matriz africana, o que agregará aos debates sobre os direitos das mulheres negras durante a Década Internacional de Afrodescendentes e as ações para acelerar a igualdade de gênero no Brasil em apoio à iniciativa global da ONU Mulheres Planeta 50-50 com paridade de gênero em 2030”.

"O nosso pedido é muito simples.

Queremos apenas que a sociedade

nos trate como humanas."

Sinto uma enorme alegria e satisfação em saber que a ONU Mulheres, juntamente com a Década Internacional de Afrodescendentes das Nações Unidas, tem, em sua agenda estratégica, o objetivo de mobilizar a sociedade para que a enorme demanda das mulheres negras seja ouvida”, declarou Kenia em seu primeiro pronunciamento como defensora.

Tenho fortes razões para acreditar que mudanças estão por vir, e para mim é uma honra ser uma das defensoras desta causa. Na verdade, o nosso pedido é muito simples. Queremos apenas que a sociedade nos trate como humanas. Só isso”, completou.

A artista afirmou ainda que considera urgente trazer debates sobre os desafios das mulheres negras para o dia a dia dos brasileiros. “Estamos gritando através de várias vozes femininas negras, de diferentes setores, idades e histórias, que somos muitas e que necessitamos ser ouvidas”, disse.

Racismo e sexismo no Brasil

No Brasil, vivem 55,6 milhões de mulheres negras, que chefiam 41,1% das famílias de afrodescendentes. Em média, essas trabalhadores recebem 58,2% da renda das mulheres brancas, de acordo com dados de 2015 do Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça.

Duas em cada três mulheres presas são negras num total de 37, 8 mil detentas – número que aumentou 545%, entre 2000 e 2015, segundo o Infopen Mulher.

Entre 2003 e 2013, houve uma elevação de 54% no número de assassinatos de mulheres enquanto houve redução em 10% na quantidade de assassinatos de mulheres brancas. No quadro diretor das maiores empresas no Brasil, as negras ocupam apenas 0,4% dos postos executivos. São apenas duas negras num total de 548 executivos e executivas.

Em resposta aos desafios das afro-brasileiras, a ONU Mulheres está desenvolvendo a estratégia “Mulheres Negras rumo a um Planeta 50-50 em 2030”, articulando compromissos nacionais com o Marco de Parceria das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável 2017-2021, que adota como diretriz o enfrentamento ao racismo e a eliminação das desigualdades de gênero no Brasil.

A cooperação com o país prevê o apoio ao desenvolvimento de políticas públicas, além de ações com empresas e universidades, como estabelecem o Plano de Ação de Durban e o Plano de Ação de Pequim. “A importância das parcerias é fundamental para que de fato a ação tenha volume e promova transformações na vida das mulheres negras brasileiras”, explica Ana Carolina Querino, gerente de Programas da ONU Mulheres Brasil.

Em 2015, a agência das Nações Unidas apoiou a realização da Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver.

Na ocasião, a subsecretária-geral da ONU e diretora-executiva da ONU Mulheres, a sul-africana Phumzile Mlambo-Ngcuka, declarou: “No meu país, na África do Sul, as mulheres são fortes e poderosas. E vejo que aqui no Brasil mulheres negras poderosas e fortes. Na África do Sul, as mulheres estavam à frente na luta contra o apartheid. E aqui no Brasil, as mulheres negras estão à frente da luta contra o racismo”.


Com a nomeação, Kenia Maria se soma ao grupo de mulheres públicas em favor da igualdade de gênero no Brasil, composto por Juliana Paes, defensora para a Prevenção e a Eliminação da Violência contra as Mulheres, e Camila Pitanga, embaixadora nacional da ONU Mulheres.

No Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, lembrado nesta terça-feira (21), a ONU Mulheres Brasil anunciou a nomeação da atriz, escritora e roteirista Kenia Maria como Defensora dos Direitos das Mulheres Negras.
Foto: EBC.


Escola Joaquim Pinheiro de Meneses promove reflexão sobre discriminação racial no ambiente escolar


Visando discutir com crianças e adolescentes várias características relativas a discriminação racial nos ambientes de ensino-aprendizagem, a Escola de Ensino Infantil e Ensino Fundamental EEIEF Joaquim Pinheiro de Meneses, localiza no Sítio Latão, do município de Santana do Cariri, aproveitou o dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial, data instituída pelas Nações Unidas (ONU) em 1960, para tratar sobre. 

Professor Nicolau Neto conversa com crianças e adolescentes da Escola Joaquim Pinheiro de Meneses sobre discriminação racial nos ambientes de ensino-aprendizagem. Foto: Divulgação da Escola.
Para tanto, a escola a partir da professora Régia de Oliveira convidou este professor, blogueiro e ativista das causas negras pelo Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec). Em uma roda de conversa, falamos para um público formado por professores (as), coordenação e alunos e alunas de idade entre 08 (oito) e 16 (dezesseis) anos. Na abertura, realçamos sobre o significado do dia, ao citarmos que este foi criado em referência ao Massacre de Sharpeville (em Joanesburgo, África do Sul). Falamos às crianças e adolescentes que cerca de 20 mil negros protestaram contra uma lei injusta e segregacionista que destinava qual lugar eles poderiam andar – a Lei do Passe e que tropas do exército abriram fogo, ferindo 186 pessoas e matando outras 69.

Em uma linguagem simples e que fosse de compreensão dos estudantes que cursam o ensino infantil e o fundamental I e II, abordamos que a escola é u espaço privilegiado para discussões como a que hora se apresentava, pois é formada por pessoas de condições econômicas diferentes, raças e etnias distintas e onde eles/as podem, se for trabalhado continuamente temas relativos as questões étnico-raciais conviverem em harmonia, com valores e respeito às diferenças. De igual modo, podem ainda se constituírem em um espaço de aprendizado onde os estudantes se relacionem de forma a combaterem a discriminação e o racismo.

Antes, porém, conceituamos as várias discriminações, com enfoque para a racial. Os alunos não só ouviram, mas expuseram suas opiniões e sentimentos. Citaram que sofrem cotidianamente em vários espaços sociais discriminação e elencaram: pela cor da pele, pelo cabelo, por serem magras, baixas e por terem “jeito” de homem mesmo sendo mulher.

Citamos que discutir temas como esse em um momento de reviver lutas é importante, mas tão importante quanto é inseri-las no cotidiano escolar, ao passo que agradecemos a direção e coordenação de EEIEF Joaquim Pinheiro de Meneses, aos professores na pessoa de Régia Oliveira e aos alunos e alunas que nos proporcionaram a alegria de conversar sobre a Luta Contra a Discriminação Racial para a construção de uma ESCOLA para a DIVERSIDADE e PLURALIDADE.

Abaixo mais fotos







21 de Março – Dia Internacional contra a Discriminação Racial


No dia 21 de março de 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular.

Geledés - No bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do exército. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

O Artigo I da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial diz o seguinte:

Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública

O racismo se apresenta, de forma velada ou não, contra judeus, árabes, mas sobretudo negros. No Brasil, onde os negros representam quase a metade da população, chegando a 80 milhões de pessoas, o racismo ainda é um tema delicado.

Para Paulo Romeu Ramos, do Grupo Afro-Sul, as novas gerações já têm uma visão mais aberta em relação ao tema. “As pessoas mudaram, o que falta mudar são as tradições e as ações governamentais”, afirma Paulo. O Grupo Afro-Sul é uma ONG de Porto Alegre, que promove a cultura negra em todos os seus aspectos.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD – em seu relatório anual, “para conseguir romper o preconceito racial, o movimento negro brasileiro precisa criar alianças e falar para todo o país, inclusive para os brancos. Essa é a única maneira de mudar uma mentalidade forjada durante quase cinco séculos de discriminação”.

Cerca de 20 mil negros protestaram em 21 de março de 1960 contra a "Lei do Passe", em Joanesburgo, na África do Sul.

“Há uma grande dívida do estado brasileiro com a população negra”, diz Dep. Juninho



Para marcar o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial (21/03), a Câmara dos Deputados realizou uma Comissão Geral para discutir soluções contra o racismo em áreas como educação, cultura e trabalho. Por indicação da bancada do PSOL, o presidente do PSOL de São Paulo e militante do Círculo Palmarino, Joselício Júnior, conhecido como Juninho, foi à tribuna fazer um pronunciamento em nome do partido.

Se a gente não reconhecer a história de nosso país, marcada por quatro quintos sobre uma das maiores perversidades que a humanidade já produziu. Se a gente não reconhecer que a história desse país sempre foi da manutenção e perpetuação daqueles que estavam no andar de cima, que todos os projetos de transição, seja a independência, o fim da escravidão, a proclamação da República, o fim do Estado Novo, o fim da ditadura civil-militar, sempre foi pelo andar de cima. Então, há uma dívida histórica do estado brasileiro com a população afro descendente. E só é possível, de fato, mudar essas estruturas, tendo mais democracia. Não é com estado de exceção que nós poderemos garantir o avanço”, disse Juninho, após citar um poema de Solano Trindade, o poeta da resistência negra, ao repudiar o avanço de pautas conservadoras e o aumento da violência contra a juventude negra da periferia.


Confira a fala completa de Juninho no site do Psol

Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial Resgata Ideias





A Organização das Nações Unidas (ONU) institui a data de 21 de março, como o dia de luta pela eliminação da Discriminação Racial. O dia resgata a lembrança dos ideais de homens, mulheres e crianças que morreram no “massacre de Sharpeville” ocorrido em Joanesburgo, na África do Sul, durante o regime do Apartheid, por simplesmente buscarem uma sociedade igualitária sem discriminação racial.

Em 21 de março de 1960, em Joanesburgo, na África do Sul, 20.000 pessoas faziam um protesto contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que continha os locais onde era permitida sua circulação. Porém, mesmo tratando-se de uma manifestação pacífica, a polícia do regime de apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada resultando em 69 mortos e 186 feridos.

Precisamos repudiar e denunciar cada vez mais as práticas de discriminação ainda existentes em nossa sociedade! Vamos juntos!

Hélio Santos comenta o 21 de março – Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial




A presença de um órgão do governo central com status de ministério, como a SEPPIR, foi e continua sendo fundamental para a consolidação da cidadania da população negra e, consequentemente, para a efetivação da democracia no Brasil. Vejo a SEPPIR como uma instância decisiva para o verdadeiro desenvolvimento do país. Portanto, nesses 12 anos de vida, seria importante realçar a SEPPIR nessa perspectiva: a de um instrumento que potencializa a possibilidade de um desenvolvimento com sustentabilidade moral. O que ainda não temos aqui no Brasil.

O Dia 21 de março, data internacional celebrada pela ONU, reporta-se ao “Massacre de Shaperville”, denominação dada ao morticínio de 69 negros pelas forças da repressão do apartheid da África do Sul, no já distante ano de 1960. Trata-se de uma data que procura valorizar a vida – bem que antecede a qualquer outra coisa. Aqui no Brasil, em 2012, cerca de 30 mil jovens foram mortos por homicídio. Destes, 76,5% eram negros, aproximadamente 23 mil, o que dá uma média diária de 63 vidas ceifadas absurdamente. Hoje, em 2015, essa média não caiu. Todos os prognósticos apontam para um crescimento. Isso equivale a dizer: temos aqui todos os dias, praticamente, um “Massacre de Shaperville”!

Na comemoração dos 12 anos da SEPPIR eu preferiria comentar sobre políticas públicas inovadoras – como as voltadas para a comunicação e geração de renda. Poderia também falar da consolidação do que já foi arduamente conquistado até aqui. Todavia, a persistirem os atuais níveis de violência, penso no impacto que já se faz sentir nas curvas demográficas que medem a população negra. São vidas de homens ainda jovens que não procriaram e que são ceifadas sem parar.

Portanto, me inspiro em Shaperville para que pensemos – Movimento Negro e SEPPIR – numa ação que reduza a níveis civilizados essa mortandade inaceitável. Exige-se aqui uma política de Estado de cunho multidisciplinar e sistêmico; o que requer diversas ações que têm uma capilaridade complexa, com fôlego suficiente para efetivar o fim dessa doença que arruína o futuro. Além de diversos ministérios que atuarão em conjunto para o sucesso dessa estratégia, será imprescindível a participação dos estados, Ministério Público, meios de comunicação e da sociedade. Enfim, há que se armar uma verdadeira guerra pela paz. Uma paz que dê conta de pôr fim à morte banal do jovem negro brasileiro. É intolerável a manutenção desse quadro.