Ao
fim de um golpimpeachment da (ex)presidenta Dilma Rousseff e o início de muitas
manifestações protagonizadas pelo povo brasileiro (e quando digo
POVO, é ele mesmo, viu?!) contra a presidência do Michel Temer, venho
aqui falar sobre eleições 2018 (se não rolar uma eleição geral
antes disso!). Em especial, à um futuro candidato à eleição: Jair Bolsonaro.
Reuni aqui alguns, dos muitos motivos, para NÃO confiar seu voto neste futuro
candidato.
Se
você é negro/negra, saiba que quando o ‘ilustre’ candidato foi questionado pela
cantora Preta Gil, no programa CQC, sobre qual seria a sua reação caso um dos
seus filhos tivesse um relacionamento com uma mulher negra, o mesmo respondeu:
‘não vou discutir promiscuidade (pra quem não sabe é: mistura
confusa, desordenada.) com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e
meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambientes como
lamentavelmente é o teu.’
Se
você está se perguntando onde é que está o racismo (Por que, sim, a Procuradoria-Geral
da Republica não soube onde estava! :’( ). Leia o parágrafo anterior
novamente! Agora, foca no significado de promiscuidade. Depois, junte isso
com as 9 (nove) palavras finais da fala dele. Entendeu onde é que está?! Não?
Pois, agora, te pergunto quem fez a pergunta. Preta-Gil, como o próprio nome
diz: Preta. Exemplo de autoconfiança e autoestima negra, e portanto, serve de
muita inspiração para mulheres em auto afirmação negra; filha de um dos mais
renomados cantores da MPB, que também esteve como ministro da cultura no
mandato do ex-presidente Lula. Agora, me explica: Que “ambiente lamentável” é
esse que a Preta viveu? E qual é o “risco” que existe se um filho
dele namorar uma mulher negra? E por que educação significa não namorar
com mulheres negras?
Isso
é racismo, gente! Maquiado? Sim. Mas, independente se está implícito ou explícito
é racismo sim!
Além
de racista, o carinha é SUPER homofóbico. Nem vou citar aqui as inúmeras vezes
que ele teve um discurso homofóbico pois acredito que esse post ficará enorme.
Mas pode-se destacar a mais memorável: existia um projeto muito legal e
construtivo para ser implantado no ensino fundamental, que consistia em
livros didáticos para o combate da homofobia. O atual deputado posicionou-se
totalmente contra, e para completar, em um dos debates sobre o tema, xingou os
ativistas LGBT, e em entrevistas sobre, disse: ‘’O filho começa a ficar
assim, meio gayzinho, leva um couro e muda o comportamento dele. Olha, eu vejo
muita gente por aí dizendo: ainda bem que eu levei umas palmadas, meu pai me
ensinou a ser homem. A gente precisa agir”. Preciso dizer que nas palavras
acima ainda incitaram a violência infantil?!
Para
encerrar, ano passado, durante a premiação do Oscar, a atriz Patricia Arquette
utilizou o momento para proferir as seguintes palavras: "[Dedico] a
toda mulher que já deu à luz, todo cidadão que paga impostos, nós lutamos pelos
direitos de todo mundo. É nossa vez de ter salários igualitários para todos e
direitos iguais para as mulheres nos Estados Unidos". Tais palavras
foram aclamadas pelo público presente e também pelo internautas. Todavia, Jair
posicionou-se diferente: "Eu sou liberal. Defendo a propriedade
privada. Se você tem um comércio que emprega 30 pessoas, eu não posso obrigá-lo
a empregar 15 mulheres. A mulher luta muito por direitos iguais, legal, tudo
bem. Mas eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça você ser
patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma
mulher jovem, o que o empresário pensa? ‘Poxa, essa mulher tá com aliança no
dedo, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade…’ Bonito pra
c..., pra c...! Quem que vai pagar a conta? O empregador. No final, ele abate
no INSS, mas quebrou o ritmo de trabalho. Quando ela voltar, vai ter mais um
mês de férias, ou seja, ela trabalhou cinco meses em um ano"
Oi?
Como assim, Jair? Quando foi questionado sobre a solução, ousou em dizer: "Por
isso que o cara paga menos para a mulher! É muito fácil eu, que sou empregado,
falar que é injusto, que tem que pagar salário igual. Só que o cara que está
produzindo, com todos os encargos trabalhistas, perde produtividade. O produto
dele vai ser posto mais caro na rua, ele vai ser quebrado pelo cara da esquina.
Eu sou um liberal, se eu quero empregar você na minha empresa ganhando R$ 2 mil
por mês e a Dona Maria ganhando R$ 1,5 mil, se a Dona Maria não quiser ganhar
isso, que procure outro emprego! O patrão sou eu"
Como
sei que muitos devem estar se perguntando ‘o que tem de errado?’, e que até
concordam com o que foi dito, vou esclarecer alguns fatos: 1. Mulher não
engravida todos os anos. Atualmente, de acordo com pesquisas realizadas pelo
Ministério da Saúde, as mulheres estão tendo cada vez menos filhos e
engravidando mais tardiamente; 2. O fato do sexo feminino engravidar, nem
deveria entrar nessa discussão; 3. O(as) filho(as) não são responsabilidade
somente da mãe; 4. A circunstância de ser uma pessoa liberal não significa que
mulheres devem receber salários inferiores. 5. Poderia escrever mais inúmeras
linhas argumentando o quanto essa fala é machista, entretanto, esse será assunto
para outro post! ;)
Isso tudo é só a ponta de um iceberg chamado Jair Bolsonaro. Não precisamos de um representante assim! Não mesmo! Digo representante, pois político não é uma palavra bem interpretada nos dias atuais. Concluindo, pense, repense, pense outra vez. Depois, pesquise os antecedentes políticos do candidato, antes de depositar o seu voto nele. Dá trabalho? Óbvio que dá. Mas, te garanto, se você tem pelo menos um pouquinho de senso crítico, vai dormir muito melhor sabendo que nas eleições confiou seu voto em um bom candidato. Aproveite as dicas e já comece colocando em prática nas eleições para prefeito e vereador da sua cidade. O desenvolvimento da democracia agradece essa atitude. E para finalizar, primeiramente, NÃO SEREMOS BOLSONARO 2018! Segundamente, Fora Temer!
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Daiane é aluna do curso técnico em Redes de Computadores na EEEP Wellington
Belém de Figueiredo, em Nova Olinda-Ce, e já está no terceiro ano. Às vésperas
do estágio, a criticidade continua sendo um dos seus fortes e o feminismo uma
das suas bandeiras de luta.