Tudo
o que a imprensa criticava – com razão – na manipulação dos índices
estatísticos do governo Cristina Krischer, começa a ser praticado pelo governo
Michel Temer.
GGN -
Esta semana, o governo acenou com três boas notícias: a melhoria no índice PMC
(Pesquisa Mensal de Comércio) e PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), medidos pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do IBC-Br (Índice de
Atividade Econômica do Banco Central).
O
fato foi saudado em manchetes de todos os jornais e ajudou a reforçar a ideia
de que o país está à beira da recuperação, e esse movimento poderá ser
comprometido pela não votação da reforma da Previdência.
Trata-se
de uma manipulação que compromete a imagem do órgão, presidido pelo economista
Paulo Rabello de Castro.
A
pesquisa se baseou em estudos que alteraram as ponderações dos diversos
segmentos de comércio e serviços. O correto seria refazer as duas séries a
partir de 2014, com a nova metodologia. Seria a maneira correta de calcular as
variações de janeiro e fevereiro.
Em
vez disso, o órgão só refez 2017. Trata-se de manipulação ampla,
anti-científica. Comparam-se dados de 2017, com a nova metodologia, com dados
de 2016, com a metodologia antiga. É o mesmo que comparar maçãs e laranjas. E
tudo isso sem avisar ninguém, sem apresentar os dados. Apenas hoje, terça,
haveria uma coletiva para anunciar as mudanças.
Como
os dois índices entram na composição do IBC-Br, este índice também sofreu os
efeitos da manipulação.
Como
há técnicos sérios no IBGE, provavelmente começaram a trabalhar na reconstrução
das séries a partir de 2014.
Leve-se
em conta que é a terceira instituição pública, de produção de dados e analises,
a sofrer manipulação por parte de dirigentes colocados pelo esquema Temer. A
segunda é o IPEA. A terceira, a EBC, com esse jornalista inacreditável, Laerte
Rímoli.