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O Che da Capa da Veja: Arqueologia de um Plágio



A capa da Veja é um plágio do grupo da ultra direita Virtous-Planet dos Estados Unidos, que tem a imagem protegida por direitos autorais.

O problema é que esta imagem protegida pelo grupo anti-comunista é também uma cópia de outra imagem recentemente protegida por direitos autorais – o retrato bicolor de Che do artista irlandês Jim Fitzpatrick (1967).


O problema é que a imagem bicolor também é uma cópia da fotografia de Alberto Kurda, que tirou o retrato mais famoso, mais compartilhado, mais amado e mais odiado da história.

Ainda bem que Korda era comunista e pouco se importava com os direitos sobre sua imagem Guerrilheiro Histórico, nem mesmo com a fama que o artista irlandês levou a custas de sua fotografia. Para ele, a livre circulação ajudou a reforçar as lutas marxistas e anti-imperialistas mundo afora.

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Korda gostava mesmo era de fotografar mulheres bonitas.  Mas, segundo ele mesmo comentou, o comandante Fidel decretou uma coisa ainda mais bonita que beleza feminina: a revolução.

O que lhe rendeu fama não foi a bela silhueta feminina, mas a barba, a boina e o olhar de um guerrilheiro em um funeral.

No fim da vida, Korda decidiu começar a processar aqueles que faziam uso comercial e lucrativo de sua fotografia. Foi assim que processou e ganhou contra a Smirnoff. O dinheiro foi todo doado a um hospital de Cuba.


Jim Fitzpatick também passou a proteger a imagem para uso comercial e igualmente doa o dinheiro para o bem comum.

Se quiser usar a imagem de um guerrilheiro, faça isso para lutar pelas causas coletivas. Usos comerciais combinados com intenções reacionárias – como o caso da revista Veja – merecem o nosso repúdio e a devida punição.


Autoria, aberta ou protegida, deve ser sempre reconhecida. Este post é uma homenagem a Korda, que fotografou a imagem mais compartilhada do mundo. E que segue inspirando a todos nós, inclusive na luta contra a Veja e outros veículos que reproduzem o ódio.

A foto acima é de Julio Etchart