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Antonieta de Barros integrará livro dos heróis e heroínas da pátria

 

(FOTO/ Memorial Antonieta de Barros).

Por Nicolau Neto, editor

2023 começou com algumas mudanças. Dentre elas, a ocupação em postos de poder de homens e mulheres pretas. É sabido que é ocupando espaços de decisão junto a luta constante nas ruas que o racismo estrutural no país pode ser combatido de forma mais eficaz.

Valorizar quem antes de nós lutou para uma educação antirracista é um passo importante. Dentro desse movimento, a jornalista, educadora e política Antonieta de Barros, a primeira deputada preta do país integrará o livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.

Sua luta nas primeiras décadas do século XX incorporou três ideias caras e necessárias e ainda ausentes neste século, a saber: educação de fato para atender a todos, a emancipação e empoderamento feminino e a valorização da história e cultura negra.

Como primeira mulher preta a assumir um mandato popular de deputada estadual em Santa Catarina, ela foi a autora do projeto de lei que criou o Dia do Professor.

A iniciativa de incluir Antonieta no livro é do deputado Alessandro Molon (PSB | RJ). E uma das primeiras ações de Lula (PT) enquanto presidente é esta salutar medida que teve a assinatura da Ministra da Cultura e da Ministra da Igualdade Racial, Margareth Menezes e Anielle Franco, respectivamente.

Antonieta, PRESENTE Sempre. Afinal, como diz a ativista Angela Davis "ao colher o fruto das lutas do passado, vocês devem espalhar a semente de batalhas futuras".

Dia do professor foi criado por Antonieta de Barros, a primeira mulher negra eleita no Brasil

 

Antonieta de Barros. (FOTO/ Reprodução).

Um menino no interior do Maranhão comemora o 15 de outubro, assim como uma menina gaúcha. O dia do professor é celebrado em todo o Brasil. Sabem esses estudantes quem é a extraordinária heroína brasileira que criou a data? Seus feitos, sua história? Sabem os professores destes estudantes algo sobre ela? Ou será que esta personagem fantástica, mulher e negra, foi invisibilizada?

A educação Popular não começa com Paulo Freire, diz Alex Ratts


Ironides Rodrigues ministra aula de alfabetização para jovens e adultos
 inscritos no Teatro Experimental do Negro. Rio de Janeiro, 1945.
(FOTO/Reprodução/Alex Ratts).

Texto | Nicolau Neto

No último dia 19 de setembro o Brasil relembrou o nascimento de Paulo Reglus Neves Freire. O pernambucano mais tarde se tornaria o educador mais conhecido e influente no mundo.

Lançada em DVD história da primeira parlamentar negra


A história da catarinense, que foi primeira parlamentar negra brasileira, começou a circular pelo Brasil em um novo suporte. O DVD do curta-metragem sobre Antonieta de Barros está sendo distribuído gratuitamente, e uma parte está sendo vendida para financiar novas produções.



Desde o começo, o meu objetivo principal foi fazer um bom filme, mas que a história da Antonieta de barros conseguisse circular pelo maior número de lugares e tivesse um maior número de espectadores possível. Quando ficou pronto, a gente não tinha como fazer as cópias e distribuir, então a gente resolveu fazer um financiamento coletivo, foi a primeira experiência nesse formato. A gente atingiu a marca que precisava e conseguimos apoio de pessoas que a gente nem imaginava”, conta a diretora Flávia Person.

O documentário 'Antonieta' é um resgate da trajetória daquela que atuou como educadora, jornalista e política.
Foto: Correio Nagô.

Antonieta de Barros nasceu em Florianópolis em 1901. Formou-se no magistério e abriu sua própria escola aos 22 anos. Quando tinha 34, foi eleita deputada, sendo a primeira mulher no parlamento catarinense e a primeira deputada negra do Brasil, em 1935, apenas três anos depois da conquista das mulheres ao direito de votar no Brasil.

Festivais

Em um ano após estreia, o curta Antonieta participou da Mostra Première do Festival do Rio 2016 e foi um dos destaques da Mostra Brasil do 27º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo.

O filme também participou da seleção oficial dos seguintes festivais brasileiros: 11ª Mostra Cine Ouro Preto; II Curta Lages Mostra de Cinema; 27º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo; VII CachoeiraDoc; 16º Festival Iberoamericano de Sergipe; 16ª Goiânia Mostra Curtas; Festival do Rio 2016; 26º Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro – Curta Cinema; 3º Festival de Cinema de Caruaru; 3º Festival de Cinema de Três Passos; VI Semana Fluminense do Patrimônio; 23º Festival de Cinema de Vitória; 1ª Muestra de Cine Documental CENTRAL-DOC/TLX (Tlaxcala-MEX) e recebeu menção honrosa no 3º Festival de Cinema de Três Passos.

Em novembro, foi exibido na Muestra Internacional de Cine Documental Central – Doc Tlaxcala, no México e selecionado para o Equality Festival, realizado na Ucrânia.

Financiamento coletivo

No mês de abril, mais de 100 pessoas de diversos estados ajudaram a financiar coletivamente, por meio da plataforma Benfeitoria, a produção de cópias do filme para distribuição gratuita a escolas, universidades e pontos de cultura pelo país, com tradução e legendagem em português, inglês, espanhol e francês, e também libras e audiodescrição.

Agora, com o DVD pronto, mais uma tiragem será vendida por um valor simbólico, R$ 15,00, para financiar ainda mais a distribuição e outras iniciativas da produtora, que comercializa as cópias através do site da Magnólia Produções

Para informações sobre como adquirir gratuitamente é preciso enviar um e-mail para producoesmagnolia@gmail.com 

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Conheça a filha de ex-escravizada que virou deputada e inspira o movimento negro no Brasil



Uma catarinense filha de uma escrava liberta começa aos poucos a ser “redescoberta” nacionalmente como ícone do movimento de mulheres negras. Antonieta de Barros foi a primeira parlamentar negra brasileira, eleita em 1934.

Antonieta de Barros foi a primeira parlamentar negra do Brasil.
Educadora, jornalista e política, Antonieta junta em sua trajetória, na primeira metade do século 20, três bandeiras caras ao Brasil do século 21: educação para todos, valorização da cultura negra e emancipação feminina.

A história de Antonieta inspira movimentos negros e de mulheres em Santa Catarina, onde nasceu, mas aos poucos chega a outros cantos do país.

O documentário Antonieta, da cineasta paulista Flávia Person, lançado no fim de 2015 em Florianópolis, tem previstas várias exibições em março, quando se comemora o mês da mulher. E leva o nome de Antonieta de Barros o prêmio nacional para jovens comunicadores negros criado pela Secretaria da Igualdade Racial do governo federal.

Nascida em 11 de julho de 1901, Antonieta foi a primeira mulher a integrar a Assembleia Legislativa de Santa Catarina e é reconhecida como a primeira negra brasileira a assumir um mandato popular.

Sua mãe, escrava liberta, trabalhou como doméstica na casa do político Vidal Ramos, pai de Nereu Ramos, que viria a ser vice-presidente do Senado e chegou a assumir por dois meses a Presidência da República.

Por intermédio dos Ramos, Antonieta entrou na política e foi eleita para a Assembleia catarinense em 1934, dois anos depois de o voto feminino ser permitido no país – acontecimento que acaba de completar 84 anos.

Antes da política, a educação foi sua grande bandeira.

Graças ao esforço da mãe, ela e a irmã, Leonor, concluíram o que então era conhecido como "curso normal", que formava professoras.

Antonieta se formou em 1921 e, no ano seguinte, fundou o Curso Particular Antonieta de Barros, voltado para alfabetização da população carente e dirigido por ela até sua morte, em 1952.

Ela foi professora de Português e Literatura, e diretora do atual Instituto de Educação.
Criou, ainda, o jornal A Semana e dirigiu o periódico Vida Ilhoa, em Florianópolis. Também assinava crônicas com o nome de Maria da Ilha.

Nunca se casou.

Referência

Quando vim morar em Florianópolis, tinha uma imagem do Sul como uma região branca, que valorizava as influências italiana, alemã e açoriana. Mas descobri essa mulher negra incrível e quis contar a história dela”, diz a cineasta Flávia Person.

Ela foi aos poucos descobrindo quem era a mulher cujo nome aparecia em vários pontos da capital catarinense, de um túnel a uma escola estadual.

Antonieta, o filme, foi selecionado num edital do governo catarinense e ganhou um financiamento de R$ 60 mil.

É todo feito com imagens que Flávia localizou em acervos variados, como os da Casa da Memória de Florianópolis e do Museu da Escola Catarinense, além do baú de fotos da família, cedidas pelo sobrinho-neto de Antonieta, Diógenes de Oliveira.

Personalidades Negras que Mudaram o Mundo: Antonieta de Barros


Educadora, jornalista, escritora e primeira mulher eleita à Assembleia Legislativa de seu Estado, Antonieta de Barros nasceu em 11 de julho de 1901, em Florianópolis, Santa Catarina.

Normalista formada em 1921, fundou no ano seguinte o Curso "Antonieta de Barros", com o objetivo de combater o analfabetismo, "impedindo de gente ser gente", como dizia. Dirigiu este instituto até o final de sua vida. Essa iniciativa foi um marco em sua carreira profissional e abriu-lhe novos horizontes: foi nomeada para a Escola Complementar anexa ao Grupo Escolar Lauro Muller, efetivada na cadeira de Português na Escola Normal Catarinense e professora de Português e Psicologia no Colégio Dias Velho,de onde, entre 1937 e 1945, foi diretora.

Antonieta foi uma educadora e uma jornalista atuante e teve que romper muitas barreiras para conquistar espaços que, em seu tempo, eram inusitados para as mulheres – e mais ainda para uma mulher negra.

Enveredou pela literatura e jornalismo sob o pseudônima de Maria da Ilha, fundou e dirigiu o jornal A Semana (1922/27), foi diretora da revista quinzenal Vida Ilhoa (1930), escreveu artigos para jornais O Estado, Republica e o livro Farrapos de Ideias (1937). Em 1931 começou a militar na política, sendo eleita deputada a Assembleia Estadual Constituinte, em 1935, pelo Partido Liberal Catarinense. No Congresso coube-lhe relatar o Capitulo de "Educação e Cultura" e "Funcionalismo". Em 1947, candidatou-se pelo Partido Social Democrático; suplente, foi convocada para a 1ª legislativa (1947/51). Faleceu em Florianópolis a 28 de março de 1952.

Tornou-se, desse modo, a primeira mulher negra a assumir um mandato popular no Brasil, trabalhando em defesa dos diretos da mulher catarinense.