III Marcha Regional das Mulheres Negras do Cariri terá como bandeira central Marielle Franco


Marielle Franco. (FOTO/Márcia Foletto/Agência O Globo).

Texto: Nicolau Neto

 Mulheres negras movem o Brasil contra o racismo, o machismo, a violência e pelo bem-viver: nossos passos vem de longe”. É com essa ideia que um conjunto de mulheres do município de Crato e adjacências ligadas a diversos movimentos sociais irão promover a 3ª edição da Marcha das Mulheres Negras do Cariri Cearense.

A primeira Marcha realizada em 2015 reuniu mais e duas mil pessoas que se concentraram em frente à prefeitura do Crato e percorreram algumas ruas até chegarem à Praça da Reffsa. Naquela oportunidade, o movimento foi idealizado pelo Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec), Cáritas Diocesana e Conselho Municipal dos Direitos da Mulher Cratense. O principal objetivo era refletir acerca do combate a violência, o racismo e a desvalorização feminina no mercado de trabalho.

Em 2017, quando da 2ª edição, os temas norteadores foram os frequentes atentados aos terreiros de religiões de matriz africana e afro-brasileira verificados principalmente em Juazeiro do Norte e os velhos problemas crônicos como a desigualdades racial nas instituições de ensino superior e a exclusão de gênero e raça no seio político e social.

Para este ano a bandeira central será Marielle Franco, assassinada de forma covarde no dia 14 de março de 2018 com 13 tiros no Rio de Janeiro juntamente com Anderson Pedro Gomes, o motorista. A execução premeditada da vereadora e ativista dos direitos humanos tinha como objetivo calar uma voz negra, lésbica e política. No entanto, gerou efeito inverso, uma vez que vem surgindo e de forma constante diversas outras vozes, levando adiante sua luta e suas bandeiras.

Segundo a professora Zuleide Queiroz, professora universitária ligada ao Departamento de Educação da Universidade Regional do Cariri (URCA) e ativista pelo Grupo de Valorização Negra do Cariri (GRUNEC), a bandeira central da Marcha é por Marielle, “uma vez que seu corpo tombado trás todas as dores e mortes dos pobres do Brasil: negros e negras, lgbts, mulheres”.

A professora universitária Cícera Nunes, também do Departamento de Educação da URCA, fez um chamado ao evento que ocorrerá no dia 20 do mês em curso com concentração em frente à prefeitura do Crato.

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