No
ano de 1978, a ditadura militar prendeu, torturou e assassinou o feirante
Robson Silveira da Luz, acusado de roubar frutas em seu local de trabalho. No
mesmo ano, quatro garotos jogadores de vôlei foram discriminados pelo Clube
Regatas do Tietê e o operário Nilton Lourenço foi morto pela Polícia Militar no
bairro da Lapa, em São Paulo. A reação imediata da juventude negra para os
ataques foi a articulação do Movimento Negro Unificado (MNU), que pedia o fim
da violência policial, do racismo nos meios de comunicação, no mercado de
trabalho e do regime, juntando setores de todos espectros políticos.
A
criação do movimento foi marcada por uma manifestação histórica que reuniu
milhares de pessoas na escadaria do Teatro Municipal de São Paulo, no dia 7 de
julho. Ao longo dos anos de ditadura e depois dela, o movimento foi fundamental
para a resistência e a luta por pautas que fossem em direção ao fim da
discriminação racial no país. O MNU contribuiu com a formulação de demandas do
movimento negro à Assembleia Constituinte de 1988, que deu origem à Constituição
Cidadã.
Com
quase 41 anos, o movimento obteve conquistas importantes como a demarcação de
terras quilombolas, a Lei 10.639, que prevê o ensino da história afrobrasileira
nas escolas, o crescimento - ainda que insuficiente - na quantidade de pessoas negras
nas universidades, e o fortalecimento da consciência racial dos jovens.
Contudo, são muitas as pautas que ainda necessitam de atenção, ainda mais após
a eleição de Jair Bolsonaro, fato que ameaça os avanços conseguidos até o
momento.
O
Brasil de Fato conversou com José Adão Oliveira e Milton Barbosa, que
participam do movimento desde a sua fundação, e com Regina Lucia Santos, no MNU
desde 1996. Eles contam sobre o surgimento do movimento, trazem momentos
importantes e avaliam as perspectivas de luta e resistência diante do governo
Bolsonaro.
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Clique aqui e confira íntegra do diálogo.
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