Artefatos da Cultura Negra chega a sua décima edição. O registro é da 9º edição. (FOTO/Nicolau Neto/Arquivo do Blog). |
Texto | Nicolau Neto
O
Congresso Artefatos da Cultura Negra chega a sua décima edição. O evento vem sendo construído em permanente
diálogo com instituições de ensino superior do Estado do Ceará, movimentos
negros, estudantes, professores e professoras da educação básica e
pesquisadodores/as de temáticas ligadas as questões da população negra no
Brasil e em outros países.
Desde
sua primeira edição, em 2009, o artefatos vem se configurando um importante espaço
de formação de docentes, estudantes de graduação e pós-graduação e ativistas
dos movimentos sociais e se tornando um celeiro de produção acadêmica na
temática.
Como disse Henrique Cunha Jr, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), o Artefatos é “o maior evento de pesquisa
sobre população negra do Brasil”. Em 2017, em sua 8ª edição, o professor classificou
o evento como “interdisciplinar” e
lembrou das várias atividades que o constitui como “as economias solidarias, com feira de artesões e vendedores de produtos
da nossa cultura”. Naquele ano foram 1.000 inscrições.
O
primeiro artefatos foi realizado em uma semana com bancas de mestrados e
doutoramentos. Surgiu dentro do Programa de Pós-Graduação em Educação
Brasileira da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, como o nome
“Artefatos da Cultura Negra do Ceará” e visava o compromisso de socializar os
estudos e pesquisa com a temática das relações raciais.
Segundo Cícera Nunes, professora da Universidade Regional do Cariri (URCA), em 2010 o
município de Juazeiro do Norte, no cariri cearense, recebeu uma edição como parte
da atividade do programa de pós-graduação, sendo defendidas a sua tese de
doutorado (Os Congos de Milagres e Africanidades na Educação do Cariri Cearense)
e a dissertação de Kássia Mota (Entre a Escola e a Religião: Desafios para
Crianças de Candomblé em Juazeiro do Norte), hoje professora da Universidade
Federal de Capina Grande (UFCG), campus Cajazeiras (PB).
Professor Nicolau Neto durante oficina na 8º edição do Artefatos na URCA. |
O
evento cresceu, ganhou destaque e grande visibilidade e passou a ser realizado
de forma itinerante. Mas somentenem 2013 é que o congresso é transferido
para a região do cariri, tendo a URCA como núcleo. Nesta universidade ele está alocado
dentro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Relações
Étnico-Raciais (NEGRER) e do Departamento de Educação.
Para
Cícera Nunes o congresso “é uma realização coletiva que agrega instituições de
ensino superior, a exemplo da URCA, UFCA, da Universidade do Tennessee e IFCE
(Juazeiro) e movimentos sociais, com destaque para o Grupo de Valorização Negra
do Cariri (Grunec), a Cáritas Diocesana de Crato e a ONG Aldeias”. Para ela, “o que torna o Artefatos diferente dos demais congressos é que a cada edição
há algo de novo, como por exemplo, o acampamento da juventude em 2016 e a Mostra
de Cinema Africano do Cariri Cearense no ano passado”.
“Não falamos de populações negras, vivemos e
integramos ao nosso fazer ciência em produzir conhecimento aos cotidianos da
população por diversos fatores, sendo o Artefatos da Cultura Negra no Ceara uma
parte da nossa avaliação própria do nosso compromisso social”, destaca o
professor Henrique Cunha Jr.
A
décima edição do Artefatos da Cultura Negra ocorrerá entre os dias 24 e 28 de
setembro com a temática “nossos passados
vem de longe: trajetórias, lutas e resistências negras” e já está recebendo
inscrições para submissão de Simpósios Temáticos. O período de submissão vai
até o dia 15 de junho no site do evento.
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