Francilene e Amanda desenvolveram em 2014 o projeto "Leitura em Arte" na Biblioteca Arca da Leitura em Altaneira. (Foto: João Alves). |
Conforme
mostrou a Biblioo recentemente, entre janeiro de 2017 e junho de 2018 vinte e
três pesquisadores de campo coletaram dados em 15 estados e no Distrito Federal
sobre as bibliotecas comunitárias. A pesquisa “Bibliotecas Comunitárias no
Brasil: Impacto na formação de leitores” teve como objetivo identificar,
compreender e dar visibilidade ao papel que essas bibliotecas cumprem nos
processos de formação de leitores.
O
estudo, realizado presencialmente em 123 espaços, além de 20 que tiveram seus
dados coletados a distância, mostrou que 86,7% dessas bibliotecas estão
localizadas em zonas periféricas de áreas urbanas em regiões de elevados
índices de pobreza, violência e exclusão de serviços públicos; 12,6 % delas
estão em zonas rurais e apenas; 7% em área ribeirinha; 66,5% das bibliotecas
foram criadas por coletivos, grupos de pessoas do território e movimentos
sociais.
Além
dos dados quantitativos, expressos por meios dos números, a pesquisa também
captou dados qualitativos por meio de grupos focais. Estes mostraram, entre
outras coisas, que as pessoas que frequentam estes espaços não são meros
usuários de uma serviço, mas que elas se sentem integradas às bibliotecas que
frequentam, onde se apropriam do espaço como sendo seu, revela Ester Calland,
professora do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco, e uma
das coordenadoras da pesquisa.
“Uma das coisas que a gente percebeu na
pesquisa foi esse sentimento de pertencimento, de valorização da sua
comunidade. A gente teve vários depoimentos de gente que dizia, ‘olha nosso
bairro só aparecia em páginas policiais, em noticiários que depreciam esse
espaço, que dizem que aqui só tem violência, que aqui só tem marginalidade’. E
com a biblioteca a gente tem a oportunidade, inclusive, de dar notícia a partir
de uma ação positiva”, se alegra. (Com informações do Biblioo Cultural Informacional).
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