Valéria Carvalho: Caminhada pela liberdade religiosa mostra a força e a resistência de todos nós


Valéria Carvalho, do GRUNEC.
(Foto: Reprodução/Facebook).
As ruas Juazeiro do Norte, na região metropolitana do cariri, testemunharam na última segunda-feira, 21, a mobilização de mais de 400 ativistas para reivindicarem o direito de exercerem com liberdade a fé e a religiosidade.

A intolerância religiosa e os preconceitos em relações ao candomblé e à umbanda – religiões de matriz africana -, estão entre as principais bandeiras de luta daqueles e daquelas que, oficialmente, foram pela décima vez expô-las nas ruas.

A caminhada pela liberdade religiosa é uma iniciativa da casa de Candomblé Ilê Axé Omindandereci Mutalegi em parceria com o Grupo de Valorização Negra do Cariri (GRUNEC), após renúncia da oferta de ritual de lavagem das escadarias da Igreja Matriz pela Igreja Católica, ritual que simbolizaria a paz e a harmonia entre as duas religiões.

Valéria Carvalho, integrante do GRUNEC, falou ao Blog Negro Nicolau (BNN) sobre a importância da mobilização e engajamento dos participantes no ato. “Colocar a 10º caminhada na rua esse ano mostra a FORÇA e a RESISTÊNCIA (assim mesmo em caixa alta) de todos nós, especialmente do povo de terreiro”, disse.

O engajamento de Doné Herlânia Batista Galdino, uma das organizadoras do ato, também mereceu a atenção de Valéria. Para ela, o crescimento político de Doné foi o que mais chamou a atenção. “É da gente ficar emocionada”, pontuou.

Em artigo publicado na CartaCapital em maio de 2014 e reproduzido pelo BNN, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL) destacou que “o ataque à umbanda e ao candomblé é também um ataque de viés racista por se tratar de religiões praticadas sobretudo por pobres e negros”. Pontua ainda que “é, antes, uma disputa de mercado”, pois, segundo ele, “o que os fundamentalistas pretendem com os ataques à Umbanda e ao Candomblé é atrair os adeptos - e, logo, o dinheiro deles - para suas igrejas”.

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