Centenas de pessoas vão as ruas de Nova Olinda contra Bolsonaro


Mais de 300 pessoas disseram não a Bolsonaro neste sábado, 29, em Nova Olinda. (Foto: Lucas Nunes).

Centenas de manifestantes saíram às ruas de Nova Olinda, no sul do Estado do Ceará, no início da noite deste sábado, 29, para protestarem contra as ideias retrógradas, conservadoras e que incitam o ódio do candidato à presidência da república Jair Bolsonaro (PSL).

A manifestação foi convocada por universitárias/os, professores/as e ativistas sociais e políticos e ações nas redes sociais. A concentração do ato se deu ao lado da Escola Estadual Padre Luís Filgueiras onde houve a distribuição de adesivos do “Ele não”, cartazes e faixas.
Com perfis, pensamentos, propósitos e preferência partidárias diferentes, o ato seguiu em caminhada e com o microfone disponível pelas principais ruas, passando pela Avenida Perimentral Sul até chegar no calçadão da Prefeitura. Aqui várias falas foram feitas.

Centenas de pessoa em caminhada pelas ruas de
 Nova Olinda. (Foto: Nicolau Neto).
Discorreram a liderança política no município, Aureliano Souza, o ativista social Márcio Santos, os universitários/as Enzzo Lima, Matheus Santos, Ana Karolyne, Kênia Saraiva, Ranielda Bernardes, Willyam Luxo, Alan Cordeiro, o professor e coordenador da Crede 20, Roberto Souza e o professor e ativistas dos direitos civis e humanos das populações negras, Nicolau Neto.

Além de se posicionarem contra as declarações que consideram machistas, racistas, misóginas e homofóbicas feitas pelo candidato do PSL, os/as manifestantes - a grande maioria constituída de mulheres -, frisaram para a importância de se elegerem no próximo dia 7 candidatos e candidatas para o congresso nacional que não apoiem a agenda de Bolsonaro. Segundo Aureliano e Roberto, por exemplo, tão importante quanto saber escolher representantes que não compactuem com essa agenda conservadora e retrógrada a nível de país e de estado, é não lembrar bem dos rostos que promoveram a manifestação pró-Bolsonaro no último final de semana em Nova Olinda para não os condirem mais uma vez a mandatos eletivos.

Enzzo, Matheus, Karolyne, Márcio e Ranielda, Luxo e Kênia reforçaram a importância da manifestação e que ela é o grito daqueles e daquelas que querem a construção de uma sociedade baseada na respeito à dignidade das pessoas.

O professor Nicolau destacou que aquele movimento foi histórico e que estava muito feliz em participar e testemunhar uma aula de cidadania e de politização. Nicolau frisou que o que reuniu pessoas de ideologias e preferência política partidária diversa foi algo maior. “Nos reunimos para conter o avanço do conservadorismo, do retrocesso e do ódio a grupos historicamente marginalizados”, destacando as mulheres (que são maioria), negros (maioria), indígenas e comunidade LGBTTs. Para ele, o posicionamento contrário as declarações do candidato do PSL não se baseia em diferenças de projeto de país, mas porque ela desrespeita os princípios básicos de uma nação que se pretenda democrática. E democracia se constrói e se fortalece com respeito aos direitos humanos. Se faz e se amplia com politização e com cidadania. “Nós queremos viver e conviver em harmonia”, finalizou.

A manifestação contou com cerca de 300 (trezentas) pessoas. Jovens de Altaneira também se fizeram presente. 



Datafolha confirma ascensão de Haddad, que sobe seis pontos e supera Bolsonaro no segundo turno

(Foto: Ricardo Stuckert).

A pesquisa eleitoral do Datafolha, divulgada nesta sexta-feira (28), segue a mesma linha do levantamento anterior, mostrando a evolução da candidatura de Fernando Haddad (PT). O petista subiu seis pontos, indo de 16% para 22%. Jair Bolsonaro (PSL) manteve 28%. No entanto, em eventual segundo turno, a pesquisa anterior apontava empate entre os dois, ambos com 41%. Agora, Haddad está em vantagem com 45% contra 39% de Bolsonaro.

Resultado de todos os candidatos: Jair Bolsonaro (PSL): 28%; Fernando Haddad (PT), 22%; Ciro Gomes (PDT), 11%; Geraldo Alckmin (PSDB), 10%; Marina Silva (Rede), 5%; João Amoêdo (Novo), 3%; Henrique Meirelles (MDB), 2%; Álvaro Dias (podemos), 2%; Cabo Daciolo (Patriota), 1%; Vera Lúcia (PSTU), 1%; Guilherme Boulos (PSOL), 1%; João Goulart Filho (PPL), 0%; Eymael (DC), 0%; brancos ou nulos, 10%.

O Datafolha ouviu 9 mil eleitores entre quarta-feira (26) e sexta-feira (28). O nível de confiança é de 95%, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou menos. (Com informações da Revista Fórum).


Quatro mulheres, quatro visões: como pensam as candidatas a vice presidenta

(Foto: Cauê Gomes).


Sônia Guajajara, candidata a vice-presidência na chapa do PSOL ao lado de Guilherme Boulos, quer criar uma “lista do machismo”. Empresa que não pagar salários iguais para homens e mulheres que ocupam os mesmos cargos será multada. “Vamos penalizar essas empresas. Precisamos de uma ação radical para acabar com isso”, disse Sônia.

Em resposta, Ana Amélia (PP), vice de Geraldo Alckmin, do PSDB, descartou punições. “Penso que é melhor educar do que punir. Vamos exaltar essas empresas que têm cartilha de equidade como missão. Educação tem um aspecto muito mais didático na mudança cultural”, defendeu a candidata.

As duas participaram do debate “Mulheres na Política”, promovido pelo El País e o Instituto Locomotiva, em parceria com a ONU Mulheres, na manhã desta sexta-feira 28. Ao lado delas estavam Kátia Abreu (PDT), candidata à vice com Ciro Gomes, e Manuela D’Ávila (PCdoB), companheira de chapa de Fernando Haddad (PT).

Quatro mulheres que disputam para ocupar o Planalto no próximo ano – é a primeira vez que o Brasil conta com tantos nomes femininos em chapas presidenciais. Quatro mulheres diferentes, com ideias e discursos diferentes, cada uma com lutas e perfis.

Manuela e Sônia são bem mais progressistas. E abertamente favoráveis à descriminalização do aborto. “Ninguém é a favor do aborto, o que a gente defende é a vida das mulheres. O Estado tem a obrigação de oferecer um atendimento gratuito e de qualidade”, defendeu Sônia.

Ana Amélia, a mais conservadora de todas elas, prefere deixar o papo para o Supremo Tribunal Federal e respeitar a Constituição – que permite o aborto apenas em casos de estupro, se a gravidez oferecer risco à mulher, ou bebê anencéfalo. Mas até cogita pensar mudanças na lei. “Não é conveniente a prisão da mulher, deveria ser substituída por penas alternativas, talvez trabalho voluntário em creches” afirmou, sob vaias de parte da plateia.

No meio delas, a ruralista Kátia Abreu, que já recebeu o “prêmio motosserra de ouro” das mãos de Sônia, oito anos atrás, e defendeu Dilma Rousseff contra o impeachment, passeia entre os dois campos.

Agradece a participação com a “amiga Manuela” no evento e sai em defesa, por vezes, de Ana Amélia. “Melhor educar do que punir”, interveio em apoio à fala de Ana Amélia sobre formas de obrigar empresas a cumprirem equidade salarial. Ou sobre as vaias à senadora do PP. “Acabamos de ver pontos de intolerância aqui. A posição de Ana Amélia contra o aborto gerou intolerância. Estamos imitando o coiso e o vice-coiso [referência a Jair Bolsonaro], para você como quanto é difícil escapar dessa polarização”, explicou.

Kátia faz o jogo da chapa e repete os mesmos discursos de Ciro: queremos unir o Brasil. “Vamos terminar com as brigas e animosidades de coxinhas e mortadelas. É uma luta para pacificar o País”. Até faz sentido à figura dela – de meio de campo – que só não alcança os discursos mais radicais de Sônia. Enquanto exalta a amizade com Manuela e com petistas, entre eles a própria Dilma, não poupa críticas ao PT ou a Haddad.

Concordo que não nos levou a lugar algum [o impeachment e a polarização], há mais pobreza e desemprego. A polarização é muito nociva. O PT, infelizmente, e tenho bons amigos no PT, não aprendeu que a gente pode ganhar e não levar, e brinca muito na beira do abismo”, disse. “Dilma é mulher séria, correta, trabalhadora, tem espírito público, mas não tinha as condições globais de experiência política, da gestão da política. Faltou o que é muito importante na democracia: diálogo. E Haddad, pelo mesmo motivo, foi reprovado em São Paulo, não pela sua pessoa, mas foi reprovado no primeiro turno como gestor. Brasil não é cadeira para aprendizado, precisa de alguém extremamente preparado”, completou.

Ainda que tenham divergências, todas apostam que o momento de força das mulheres na política não irá retroceder – e deve influenciar todas as áreas da política pública. Apostam na valorização da diversidade e equidade de gênero.

Manuela bate na tecla do aumento de vagas em creches públicas e criação de empregos como as melhores saídas. “É preciso revogar a emenda 95 porque precisamos garantir mais creches e voltar a garantir investimentos. Quando falta Estado, quem fica com a responsabilidade é a mulher", defendeu. “Acredito que a principal responsabilidade de garantia de que a gente continue no mercado tem a ver com políticas públicas. Esse negócio de que mulher é mais afetiva, gosta de cuidar é trololó. A gente cuida porque precisa. Queremos ser igual aos homens que cuidam porque gostam, não porque são obrigados”.

Já Sônia promete uma equipe com 50% de homens e 50% de mulheres nos ministérios. “Assim você garante que as mulheres cuidem de questões públicas, sempre ocupadas por homens”, afirmou a candidata.

Ana Amélia prometeu ser atuante e brigar pelas pautas das mulheres. “Já disse que não serei vice-decorativa e que a agenda das mulheres é uma das prioridades na nossa atuação. A questão cultural é onde reside nosso maior desafio, essa cultura de submissão da mulher às vontades do homem”, disse.

E Kátia Abreu, que afirmou que sua gestão será uma “embaixada das causas da mulher brasileira”, deixou um pedido: “Somos a maioria das eleitoras, se temos só 10% das eleitas, somos as primeiras responsáveis”.

Outro quase consenso é sobre a rejeição ao presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro. “Esse candidato é antidemocrático e inimigo das mulheres. Por isso, ele não, ele nunca”, disse Manuela, dessa vez sob aplausos.

Sônia se referiu a ele como “tentativa de domínio do fascismo” e Katia se recusou a falar o nome dele (“o coiso”). Ana Amélia, quando questionada sobre a recente declaração de que não votaria no PT no cenário mais provável de segundo turno – Bolsonaro x Haddad – fugiu do assunto. Só quis enfatizar a confiança de que Alckmin estaria no segundo turno. E que, obviamente, votaria nele. Alckmin tem 8% das intenções de voto, segundo última pesquisa do Ibope. (Com informações de CartaCapital).

Pastores e teólogos evangélicos repudiam Bolsonaro em Carta ao país


(Foto: Reprodução/Brasil 247)


Mais de 2.300 religiosos – pastores e teólogos evangélicos – assinaram a “Carta Pastoral à Nação Brasileira”, em repúdio à tentativa da campanha de Bolsonaro de usar um grupo “neo-pentecostal” e “manipular o nome de Deus” em sua campanha. A carta diz: “Cremos num Deus grande o suficiente para não se deixar usar por formas anticristãs de pensamento e de ação”. E acrescenta: "[afirmamos] Nossa indignação contra toda pretensão de haver um governo exercido em nome de Deus, bem como contra toda aspiração autoritária e antidemocrática".

A carta, publicada pelo jornal Hora do Povo, alerta para o uso indevido e oportunista do 'nome de Deus' e da 'fé do povo' pela campanha do ex-militar e pede para que os brasileiros usem a cidadania na hora do voto. (Com informaçõesdo 247).

Leia a íntegra da carta e os dez primeiros nomes que a assinam:

CARTA PASTORAL À NAÇÃO BRASILEIRA

Nós – pastores e pastoras, e líderes evangélicos das mais diferentes tradições cristãs – vimos à nação brasileira, neste conturbado contexto eleitoral, marcado por polarizações, extremismos e violência, afirmar:

1. Nosso compromisso com o Evangelho do Cristo, personificado na figura de Jesus de Nazaré, que, suportando todo tipo de contradição, injustiça, humilhação e violência, legou-nos o caminho do amor, da paz e da convivência; e promoveu a dignidade humana. Sim, em Cristo, não há direita, nem esquerda, nem homem, nem mulher, nem estrangeiro, nem rico, nem pobre. Também não há distinção de classe, de cor, de nacionalidade ou de condição física, pois, nele, todos somos iguais (Fp 2.1,5-11; Jo 4; Mt 19.14; Is 53.4-7; Rm 10.12; Gl 3.23-29; Cl 3.11; Fp 2.5-8);

2. Nosso renovado compromisso de orar não só pelo futuro mas, sobretudo, pelo presente do país, incluindo seus governantes, neste momento em que o povo brasileiro é convidado a fazer suas escolhas, de tal modo que elas sejam exercidas em paz e pela paz (1Tm 2.2; Rm 13.1-7; Pv 28.9; Mt 7.7-8; Rm 8.26-27; Ef 6.18; 1Ts 5.17; 1Tm 2.1-2; Tg 5.16);

3. Nosso convite para que todos os brasileiros e brasileiras exerçam sua cidadania, escolhendo seus candidatos pelo alinhamento deles com os valores do Reino de Deus, evidenciados na defesa dos mais pobres e dos menos favorecidos, na crítica a toda forma de injustiça e violência, na denúncia das desigualdades econômicas e sociais, no acolhimento aos vulneráveis, na tolerância com o diferente, no cuidado com os encarcerados, na responsabilidade com a criação de Deus, e na promoção de ações de justiça e de paz (Dt 16.19; Sl 82.2-5; Pv 29.2; 31.,9; Is 10.1-2; Jr 22.15-17; Am 8.3-7; Gn 2.15; Rm 8.18-25; Mt 5.6; 25.34-35; Lc 6.27-31; Tg 1.27; 2.6-7);

4. Nossa indignação contra toda pretensão de haver um governo exercido em nome de Deus, bem como contra toda aspiração autoritária e antidemocrática. Afirmamos nossa firme convicção de que o nome de Deus não pode ser usado em vão, ainda mais para fins políticos. Por isso, recomendamos, enfaticamente, que se desconfie de qualquer tentativa de manipulação do nome de Deus (Ex 20.7);

5. Nosso repúdio a toda e qualquer forma de instrumentalização da religião e dos espaços sagrados para promoção de candidatos e partidarismos. Cremos num Deus grande o suficiente para não se deixar usar por formas anticristãs de pensamento e de ação;

6. Nossa denúncia da instrumentalização da piedade e da posição pastoral com objetivo de exercer uma condução do voto. Reafirmamos a liberdade que o cidadão tem de optar por seus candidatos, sem se sentir levado por sentimentos de medo e culpa, frequentemente promovidos por profissionais da religião visando a manipulação política de fiéis (Mt 7.15-20; Rm 16.17-18; 2 Pe 2.1-3; Jo 10.10a);

7. Nossa denúncia de toda e qualquer forma de corrupção, desde aquelas que lesam os cofres públicos às demais travestidas ora de opressão social, ora de conluios e conveniências com a injustiça, com a impunidade e com os poderes estabelecidos (Dt 25.13-16; Pv 11.1; 20.10; 31.9; Is 10.1-2; Jr 22.15-17; Mq 6.11; 7.2-3; Lc 3.12-13);

8. Nossa certeza de que o Reino não está circunscrito à Igreja e de que não pode ser capitaneado por ninguém, seja qual for o cargo que exerça ou credencial que possua (Lc 17.20-21; At 10.34-35);

9. Nossa inconformidade com o clima violento que tomou conta do país, o qual foi, também, muito alimentado por lideranças religiosas que, ao invés de pacificarem o povo e abrandarem os discursos, inflamam ainda mais o contexto polarizado em que vivemos (Mt 5.9; 11.29; Lc 6.27-31; Rm 12.19-21; Cl 3.12);

10. Nossa defesa do Estado laico, da liberdade de consciência e de expressão, do direito à vida, à maturidade individual e à integridade, e do pleno direito de exercermos a liberdade religiosa (Jo 8.31-32,36; 2Co 3.17; Gl 5.1.13; Rm 6.22; Cl 1.13);

11. Nosso renovado compromisso de semear perdão onde houver ofensa, amor onde houver ódio, esperança onde houver desespero, luz onde houver trevas, verdade onde houver mentira e união onde houver discórdia, manifestos no respeito e na contínua intercessão a Deus pelo processo democrático brasileiro (Mt 5.9; 18.21-22; Lc 6.27-31; Jo 13.3-5; Rm 12.19-21; Gl 5.13);

12. Nossa união em defesa da vida digna, em sua plenitude, para todas as pessoas, cujo exemplo e potencial maior está em Jesus de Nazaré; e do amor, da paz e da justiça estabelecidos por ele como valores para sua efetivação (Mt 11.29; Jo 10.10; 13.3-5,15; Rm 12.1-2; Fp 2.5-8).

“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.” (2 Co 13.13)

Brasil, setembro de 2018.

Assinam:

1. LUIZ LONGUINI NETO. PASTOR DA IGREJA PRESBITERIANA DO RIO COMPRIDO (IPB).

2. REV. CID PEREIRA CALDAS. PASTOR DA IP BOTAFOGO – RIO DE JANEIRO. PRESIDENTE DO PRESBITÉRIO RIO DE JANEIRO DA IPB. VICE-PRESIDENTE DO SÍNODO DO RIO DE JANEIRO DA IPB. SECRETÁRIO DO CONSELHO DE CURADORES DO INSTITUTO PRESBITERIANO MACKENZIE. 1º SECRETÁRIO DO CONSELHO DELIBERATIVO DO INSTITUTO PRESBITERIANO MACKENZIE.

3. SERGIO RICARDO GONÇALVES DUSILEK. DOUTORANDO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO. UFJF/MG. PASTOR BATISTA. IGREJA BATISTA MARAPENDI. RIO DE JANEIRO-RJ

4. MAGALI DO NASCIMENTO CUNHA. LEIGA METODISTA. JORNALISTA E DOUTORA EM CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO. É COLABORADORA DO CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS.

5. CLEMIR FERNANDES. DOUTOR EM SOCIOLOGIA. ISER. RIO DE JANEIRO.

6. SANDRO XAVIER. DOUTOR. LINGUISTA, TEÓLOGO E PASTOR. PRESBITERIANO. BRASÍLIA – DF

7. RICARDO LENGRUBER. DOUTOR EM TEOLOGIA. IGREJA METODISTA. RIO DE JANEIRO.

8. PAULO LOCKMANN. PASTOR. PROFESSOR. BIBLISTA. BISPO EMÉRITO DA IGREJA METODISTA. EX-PRESIDENTE DO CONCÍLIO MUNDIAL METODISTA.

9. REV. CARLOS ALBERTO RODRIGUES ALVES. PASTOR, JUIZ DE PAZ, PROFESSOR UNIVERSITÁRIO. PASTOR ANGLICANO. IGREJA ANGLICANA EM CURITIBA. CURITIBA

10. CARLOS CALDAS. DOUTOR EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO PELA UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO. PASTOR PRESBITERIANO E PROFESSOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO DA PUC MINAS. PUC MINAS. BELO HORIZONTE

Bolsonaro cai 3 pontos e Haddad sobe cinco e vence em possível 2º turno


(Foto: Reprodução).


A dez dias do primeiro turno, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) voltou a crescer e agora está em situação de empate técnico com o deputado Jair Bolsonaro (PSL), hospitalizado há 21 dias após ser vítima de um ataque a facada durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG).

É o que mostra pesquisa instituto Brasilis realizada nos dias 25 e 26 de setembro. De acordo com o levantamento, Bolsonaro oscilou negativamente 3 pontos percentuais em relação à semana passada e agora tem 27% das intenções de voto. Já Haddad saltou de 17% para 22% no mesmo período, diminuindo para 5 pontos percentuais uma diferença que era de 13. Considerando a soma das margens de erro para cada candidato, o quadro é de empate técnico. A pesquisa está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o código BR-00592/2018 e tem margem de erro de 3,5 p.p. para cima ou para baixo.

"A nova rodada da pesquisa revela um fortalecimento consistente da candidatura de Fernando Haddad. Ao mesmo tempo, há sinais de que Bolsonaro passou a sentir tanto o golpe dos ataques de Alckmin quanto sua ausência da campanha em função da convalescença da facada", observa o cientista político Alberto Almeida, sócio-diretor da Brasilis. O resultado da pesquisa reforça a tendência de segundo turno entre Haddad e Bolsonaro.

Em outro pelotão, aparecem os ex-governadores Geraldo Alckmin (PSDB), com 10% – 3 p.p. a mais do que no último levantamento – e Ciro Gomes (PDT), que oscilou positivamente de 7% para 8%. A ex-senadora Marina Silva (Rede) apresentou oscilação negativa de 1 p.p. e agora tem 5% das intenções de voto. O senador Álvaro Dias (Podemos) e o empresário João Amoêdo (Novo) também apresentaram variação negativa dentro da margem de erro e têm 3% cada. Considerando a margem máxima de erro, esses cinco candidatos estão em empate técnico.

"Para que um dos demais candidatos se torne capaz de ir ao segundo turno, deslocando ou Bolsonaro ou Haddad, é preciso retirar para si, ao menos, 0,8 ponto percentual por dia dos candidatos favoritos a se qualificarem para o segundo turno. Não há sinais consistentes de que isso possa ocorrer", avalia Almeida.

Na simulação de segundo turno entre Bolsonaro e Haddad, o petista aparece à frente por diferença fora da margem de erro: 44% contra 36%. Uma semana atrás, os dois empatavam tecnicamente, com o deputado numericamente à frente por placar de 42% a 40%.

Foram realizadas 1000 entrevistas por telefone em todas as regiões do país nos dias 25 e 26 de setembro. A margem de erro máxima é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, o que significa que, se o questionário fosse aplicado mais de uma vez no mesmo período e sob mesmas condições, esta seria a chance de o resultado se repetir dentro da margem. (Com informações do Brasil 247).

Indígenas buscam mais espaço na política


Telma Taurepang, do PCB, concorre ao Senado pelo Estado de Roraima - terra de Romero Jucá, envolvido em escândalo durante sua passagem pela presidência da Funai. (Foto: Reprodução/Facebook).

O ano de 2017 não foi fácil para os povos originais do Brasil. Com uma canetada, Michel Temer acabou com 347 cargos na Funai – deixando ainda mais abandonados os mais de 800 mil indígenas, de 300 etnias existentes no País.

Por essa mesma época, em abril do ano passado, a socióloga Azelene Kaingang assumiu a Diretoria de Proteção Territorial da Funai. De origem indígena, Kaingang trabalhou junto à LLX, em 2008, para negociar com índios a troca de suas terras por fazendas, carros e salários. E é acusada de violações de direitos indígenas. Para fechar o pacote, Temer ainda atrasou a demarcação de terras a essas comunidades.

No melhor dos mundos para essa população, 2019 começaria com Sônia Guajajara e Guilherme Boulos, do PSOL, subindo a rampa do Planalto. “Temos de contrapor esse modelo econômico baseado na produção, no uso da terra e na exploração das florestas e dos rios. Os projetos de hoje passam por cima das comunidades e não são tão eficientes”, contou a vice de Boulos em entrevista recente a CartaCapital.

“No atual governo, os retrocessos deixaram de ser ameaças e se tornaram casos concretos. Em diversos estados as demarcações de terra foram anuladas”, completou. Guajajara é a primeira indígena a compor uma chapa presidencial. Mas dificilmente tem chances - segundo a última pesquisa Datafolha, a dupla tem só 1% de intenção de votos.

Fora o sonho do Planalto, falta a eles representatividade até mesmo no Congresso. Só o cacique Márcio Juruna, nos anos 1980, conseguiu ocupar o cargo de deputado federal na história desse país. Nunca houve outro representante indígena eleito, seja à Assembleia estadual ou federal. Para piorar, nas últimas eleições,o que se viu foi um aumento da bancada ruralista. Em 2018, eles esperam eleger ao menos alguns de seus 130 candidatos – um recorde de inscrições indígenas.

Telma Taurepang é uma delas. Candidata ao Senado pelo PCB de Roraima, quer ganhar uma cadeira para lutar pelas demarcações e pelos direitos das comunidades tradicionais. “Todos esses que estão na política ou nunca olharam para questões indígenas ou colocaram em segundo plano. Queremos fazer valer os artigos 231 e 232 da Constituição, que nos garantem os direitos às nossas terras, à educação diferenciada, à saúde, moradia”, explica.

A briga pelo Senado no estado tem um velho conhecido: Romero Jucá. Em 1987, quando presidiu a Funai, Jucá reduziu o território dos Yanomami e costurou acordos entre indígenas e madeireiras para explorar florestas nativas.

Ao contrário de Taurepang, nem todos os candidatos de etnia indígena se interessam pelas pautas de proteção ao meio ambiente ou às próprias causas. “Do mesmo jeito que tem indígenas que lutando muito firmemente pela sua origem e historia, que viveram processos de lutas, tem aqueles que não participam desse processo, que não viveram a luta, e estão usando a imagem indígena como negócio”, explicou Francisco Piyãko, candidato a deputado federal no Acre, pelo PSOL, ao colunista Felipe Milanez.

Como pensam os presidenciáveis

Piyãko se indigna com os indígenas favoráveis ao candidato Jair Bolsonaro, do PSL. Aliás, o vice de sua chapa, General Mourão, autodeclarou-se no TSE como indígena. Dias antes, Mourão havia anunciado sua origem indígena, por ter um pai amazonense, sem deixar de citar que “nossa herança da indolência” vem desses povos. Bolsonaro também já cansou de dizer que discorda da política de demarcação de terras, por atrapalharem o agronegócio, ou impossibilitarem a construção de hidrelétricas no norte do país. Ainda assim, há indígenas encantados pelo discurso do militar.

Bolsonaro aparece, de longe, como o candidato menos interessado em questões ambientais e manter ou preservar os direitos das comunidades tradicionais. De acordo com o Observatório do Clima, Marina Silva, da Rede, e Fernando Haddad, do PT, vem logo atrás da chapa composta por Bolous e Guajajara, que tem o mais completo programa de governo sobre o tema. “PT, PSOL e Rede se interessam mais pelas populações tradicionais. Demonstram uma maior compreensão do caráter estratégico desses ativos socioambientais como estratégia de desenvolvimento para o futuro do país”, explica Marcio Santilli, sócio-fundador do Instituto Socioambiental (ISA).

Marina Silva propôs em seu programa a criação de um fundo de regularização fundiária, para indenizar produtores rurais assentados pelo próprio governo em terras indígenas e devolvê-las a essa população. Também quer tirar da fila as demarcações pendentes na Justiça.

Já o PT garante o compromisso, mas sem soluções, de forma mais genérica. “Promoverá a reforma agrária, a titulação das terras quilombolas e a demarcação das áreas indígenas (...)”, informa o programa de governo do partido. “Houve uma preocupação de encaixar essa questões ao que chamam de ‘transição ecológica’. E, embora seja mais sintético, resumido, vejo uma absorção boa em relação às questões indígenas”, avalia Santilli.

Ciro Gomes (PDT), por outro lado, trata de forma ainda mais genérica, sem firmar qualquer compromisso. E gera apreensão, já que Kátia Abreu, sua companheira de chapa, nunca fez questão de esconder seu envolvimento com o agronegócio. Em um dos debates, no entanto, Ciro afirmou que ela já entendeu a “necessidade de equilíbrio” nesse ponto.

Essa “necessidade de equilíbrio” gera lucro ao país. Segundo relatório do ISA, a comercialização de produtos existentes na biodiversidade brasileira, como açaí, castanha brasileira, erva-mate, amêndoa de babaçu, entre outros, movimentou cerca de 1,5 bilhão de reais entre 2013 e 2016.

E não dá para esquecer a importância ambiental dessas terras. Ainda de acordo com o ISA, metade dos 52 gigatoneladas do estoque de carbono estão armazenados em Unidades de Conservação e em terras indígenas.

Se essas áreas de vegetação nativa cederem lugar ao agronegócio, ou se perderem entre queimadas e desmatamentos, o impacto é óbvio: agravamento do aquecimento global. Além disso, segundo pesquisadores, não fosse pela Amazônia, o sudeste viraria um deserto – a floresta manda umidade para cá e, com isso, provoca chuvas. Imagine, então, quanto custaria ao governo (ou seja, a nós) investir em estratégias ou tecnologias para acabar com a seca. Ou quanto tempo levaria até desfazer o estrago por entregar as florestas brasileiras ao agronegócio – em vez de deixá-las sob os cuidados das comunidades indígenas. (Com informações de CartaCapital).

Nova Olinda se levanta contra o ódio, a arrogância e preconceito de Bolsonaro. #EleNunca


Imagem puramente ilustrativa/Divulgação.
No próximo sábado, 29, no município de Nova Olinda, na região sul do Estado do Ceará, haverá reunião de diversas pessoas com pensamentos e propósitos diferentes, mas todas com mesma finalidade: conter o avanço do conservadorismo, do retrocesso e do ódio a grupos historicamente marginalizados representado por Jair Bolsonaro, candidato do PSL à presidência da república.

O ato que terá concentração a partir das 18 horas, nas proximidades da Escola Estadual Padre Luis Filgueiras, contará com a participação de professores, professoras, estudantes da educação básica e do ensino superior, ativistas sociais e políticos e sociedade civil organizada de Nova Olinda e de Altaneira. A ideia que reunirá pessoas de diferentes correntes ideológicas e políticas é abraçar uma causa maior, a saber, o respeito aos princípios democráticos, as diversidades, nos posicionando firmemente contra todas as ideias que coloquem em xeque as formas saudáveis de convivência.

A candidatura de Bolsonaro é antidemocrática, pois faz claramente uma apologia à violência. Ela é, portanto, intolerante. Defende a tortura. É contra as maiorias sociais (mulheres e negros). Se posiciona abertamente contra os indígenas, vendo-os como preguiçosos. Destila ódio aos povos LGBTTS.

Bolsonaro é uma ameaça ao país, pois suas declarações são recheadas de machismo, de misoginia, de homofobia e de racismo. Nos posicionamos contra a sua candidatura pois ela desrespeita os princípios básicos de uma nação que se pretenda democrática. E democracia se constrói e se fortalece com respeito aos direitos humanos. Se faz e se amplia com cidadania.

Por isso, conclamamos a todos e todas a se fazerem presente neste ato para dizer #EleNão; #EleNunca; #EleJamais. Pela democracia e contra o fascismo.


Em nova pesquisa, Haddad sobe 3 pontos e chega aos 22% de intenção de votos



O Ibope divulgou nesta segunda-feira (24) o resultado da mais recente pesquisa de intenção de voto na eleição presidencial. A pesquisa ouviu 2.506 eleitores entre sábado (22) e domingo (23).

O nível de confiança da pesquisa é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem a realidade, considerando a margem de erro, que é de 2 pontos, para mais ou para menos.

Os resultados foram os seguintes:

Jair Bolsonaro (PSL): 28%
Fernando Haddad (PT): 22%
Ciro Gomes (PDT): 11%
Geraldo Alckmin (PSDB): 8%
Marina Silva (Rede): 5%
João Amoêdo (Novo): 3%
Alvaro Dias (Podemos): 2%
Henrique Meirelles (MDB): 2%
Guilherme Boulos (PSOL): 1%
Cabo Daciolo (Patriota): 0%
Vera Lúcia (PSTU): 0%
João Goulart Filho (PPL): 0%
Eymael (DC): 0%
Branco/nulos: 12%
Não sabe/não respondeu: 6% (Com informações do G1).



Que juventude é essa que vota no Bolsonaro?


(Foto: Reprodução/Facebook).


Para além da disparada do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, que subiu 11 pontos e se isolou com 19% na segunda colocação, a pesquisa Ibope divulgada ontem (18) traz um dado que deve acender todas as luzes amarelas de preocupação: Bolsonaro (PSL) lidera a intenção de votos ente jovens com idade entre 16 e 24 anos.

Em números: segundo o Ibope 28% dos jovens com idade entre 16 e 24 anos votam em Bolsonaro; na sequência temos Haddad com a preferência de 18% desta parcela do eleitorado. Este dado é preocupante pois nos revela uma geração que está se formando com base numa mentalidade que não tem apreço pela democracia, ou que acha tudo bem um candidato com inúmeras declarações machistas e de ódio aos LGBT e negros ser o próximo presidente da República.

Cabe perguntar: que juventude é essa que vota em Jair Bolsonaro? Basicamente, e tirando isso por base na idade, é uma molecada que não lê jornal impresso, se informa primordialmente pelas redes sociais e, dentro desta esfera digital, são consumidores assíduos de canais do YouTube, que, como bem sabemos, está repleto de personagens com milhões de seguidores que são alvos de processos por racismo e declarações odiosas aos LGBT. Mas só isso não explica.

A pesquisa não traz uma estratificação de classe desta juventude que declara voto em Bolsonaro, mas podemos a partir dos outros dados da pesquisa intuir. Haddad lidera entre as famílias que recebem 1 salário mínimo, podemos então, intuir que a parcela da juventude deste grupo que vota em Haddad, consequentemente também vota no candidato do PT. Mas isso é cruzamento de dados que pode estar fadado ao erro.

Este número espanta pois, temos, nacionalmente, grupos de luta política organizada voltada para a juventude (UJS, UNE, Junt@s e tantos outros coletivos ao redor do Brasil). Será que a estratégia até aqui usada por estes coletivos está errada, ou seja, não está chegando na parcela da juventude que não está organizada em grupos de ativismo político? E os partidos políticos: por que estes não mais convencem a juventude?

São perguntas, acredito, que merecem profunda reflexão seguida de ação. Pois, pode até ser que o candidato do PSL saia derrotado desta eleição, mas o tipo de mentalidade que está criando corpo na atual geração é que vai ditar as regras e eleições daqui alguns anos. Portanto, temos 28% – esse número é muito alto – de uma geração que não se identifica com os mecanismos de participação proporcionados pela democracia. Se este quadro não for revertido, os debates sobre modelos de democracia – direta, representativa ou participativa – se tonarão completamente inócuos.

Por fim, passado o turbilhão desta eleição, cabe aos partidos políticos repensarem a sua presença nas plataformas digitais. Este se mostra o caminho certeiro na disputa de narrativa e construção de futuras mentalidades, mentalidades que tenham apreço e identificação pela/com a liberdade e não, ao contrário, ou seja, identificação com figura que representam a ruptura da democracia. (Com informações da Revista Fórum).

Centrais se unem para repudiar Bolsonaro, 'anti-trabalhador e antidemocrático'


(Foto: Agência DIAP).

Centrais sindicais brasileiras, cujos dirigentes apoiam diferentes candidatos à Presidência da República, se uniram contra Jair Bolsonaro (PSL). "Repudiamos (o candidato) por sua já conhecida postura contra a organização sindical, portanto, anti-trabalhadores,  por sua postura antidemocrática, intolerante com minorias, que faz apologia da violência, e pela sua conivência com práticas repugnantes, como a defesa de torturadores", afirmam, em nota divulgada neste sábado (22).

Para as centrais, uma possível eleição do presidenciável apontaria um país "marcado pela exploração do trabalhador, pela violência, pelo racismo, pela discriminação, pela repressão, pela dilapidação do patrimônio nacional, pelo desrespeito aos direitos humanos e pelo desrespeito aos direitos democráticos, garantidos na Constituição, e ameaça de retorno a ditadura militar".

Os sindicalistas acrescentam que defendem exatamente o oposto de tudo o que Bolsonaro representa. Por isso, pedem "não" ao candidato, em nome de "eleições democráticas e por dias melhores para o Brasil".


Exposição de fotos explora herança africana no Brasil


Procissão de baianas percorre as ruas de Santo Amaro (BA), a caminho da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação/ (Foto: Maria Daniel Balcazar - Reprodução - Folha de S.Paulo).

Depois de passar parte da infância no Rio, a fotógrafa boliviana Maria Daniel Balcazar, decidiu voltar ao país em 2015 para registrar manifestações da cultura afro-brasileira.

Durante três anos, ela documentou desde o cotidiano de comunidades quilombolas na Bahia até festas e datas comemorativas do candomblé e da umbanda, como o Dia dos Mortos, no Rio.

As imagens deram origem à série "Kilombo", que significa "acampamento" no idioma bantu, e que por aqui ganhou o sentido de comunidade. "Quis recuperar essa noção para simbolizar a união das culturas aqui no Brasil", diz.

Para Balcazar, é raro ver países que conservaram a herança de povos africanos no cotidiano como o Brasil. "Já vivi em Trinidad e Tobago e na Guiana, por exemplo, e não vi manifestações tão intensas quanto as brasileiras", conta.

Entre os lugares visitados, ela destaca as cidades de Santo Amaro, na Bahia, onde fotografou uma procissão de baianas até as escadarias da igreja de Nossa Senhora da Purificação, e de Sete Lagoas, em Minas Gerais, onde conheceu as congadas.

A exposição, que reúne 32 fotos feitas em dez cidades, fica no Centro Cultural Justiça Federal (avenida Rio Branco, 241, na região central do Rio) até 14 de outubro. A entrada é gratuita. Mais informações neste site.

Até o final de 2018, a fotógrafa vai lançar um livro com o ensaio, editado pelo fotógrafo americano David Alan Harvey, da agência Magnum. O volume está na pré-venda por US$ 52 (R$ 215) no site da editora. (Com informações do CEERT)/Folha de S.Paulo).

Centro de Educação Básica de Nova Olinda conquista 7 medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia


Centro de Educação Básica de Nova Olinda conquista 7 medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica. (Foto: Reprodução/ Frame Produções).

O Centro de Educação Básica (CEB) do município de Nova Olinda, na região sul do Estado do Ceará, conquistou 7 medalhas, sendo quatro de ouro, na 21º edição da Olímpiada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).

A coordenadora do CEB, a professora Wiliane Lopes, foi a primeira a noticiar e a circular a informação que segundo ela tomou conhecimento nesta quinta-feira, 20. “Os dados são bem significativos e nos deixa orgulhosas do empenho de todos e todas que participaram do exame”, disse.

Para a professora de Geografia Jaqueline Diniz os resultados denotam um avanço expressivo. “Além das de ouro, conquistamos também duas de prata e uma de bronze”, ressaltou.

As (os) estudantes demonstraram estarem radiantes com os resultados e a meta da escola e ampliar o número de conquistas na próxima edição.

A OBA vem distribuída em quatro níveis: I (do 1º ao 3º anos), II (4º e 5º anos), III (do 6º ao 9º anos) e IV (do 1º ao 3º anos do Ensino Médio). Os exames são compostos por dez perguntas, sendo sete de astronomia e três de astronáutica.

O CEB conquistou os resultados no nível III com Ana Larissa Lopes dos Santos, David Nogueira Landim Rufino, Flávio Henrique Matos da Costa, Monique Evelin Alencar Brandão e Ràvilla Soares Almeida, todas (os) do sexto ano e, Gustavo Ruan Hermógenes e Maria Eduarda Souza Alencar, ambos do nono ano, distribuídas da seguinte forma:

Ouro
Ana Larissa (6º Ano)
David Nogueira (6º Ano)
Maria Eduarda (9º Ano)
Rávilla Soares (6º Ano)

Prata
Gustavo Ruan (9° Ano)
Monique Evelin (6º Ano)

Bronze
Flávio Henrique (6º Ano)



Tico Santa Cruz crava: Ciro é opção mais segura no segundo turno


Com Ciro, o segundo turno seria mais tranquilo, acredita Tico. (Foto: Léo Canabarro).

Tenho absoluta certeza de que sou uma das poucas vozes a insistir em racionalizar a questão do antipetismo que poderá decidir a próxima eleição.

Dizem os petistas que insistir nesse discurso é reviver a síndrome de “Regina Duarte”. Preciso dizer que Regina Duarte estava com medo de perder seus privilégios quando apontou para Lula. Estou aqui ponderando uma estratégia que possa rebater o crescimento e a consagração do fascismo.

Fernando Haddad subiu, segundo o Ibope, mas sua rejeição também. Na mesma medida em que Bolsonaro crescerá a cada movimento adiante do PT.

Isso não quer dizer que proponha aqui que o PT recue. Respeito o partido e seu candidato. Apenas uso este espaço a título de registro para posteridade de que me posicionei em prol de uma terceira via - Ciro Gomes -, que teria um pouco mais de folga no segundo turno, por possuir menor rejeição que o petista.

O antipetismo está nesse momento pulverizado entre várias candidaturas: Marina Silva, Álvaro Dias, Amôedo, Alckmin, Meirelles. Também se encontra concentrado nos brancos e nulos. Ao somar todos estes candidatos e variáveis, é preciso considerar que o cenário é muito ruim quando ele se aglomerar.

Claro que acho muito romântico se falar em coragem para enfrentar Bolsonaro sob a tutela do PT, derrubar o golpe e seguir a vida democrática. Mas considero também que teremos mais quatro anos de um partido envolvido em escândalos, precisando se defender dos ataques, com uma parcela grande da população infeliz com sua eleição e um clima de guerra no ar.

Não tenho a pretensão de levar ninguém a mudar de voto. Continuarei acreditando que essa eleição para o campo progressista pode ser vencida com mais eficiência e segurança pelo viés de uma candidatura alternativa ao PT.

Caso Haddad passe para o segundo turno, terá meu voto, não por acreditar que seja o melhor caminho. Sei que o candidato é um homem honrado e um belo quadro. Mas minha opção escora-se na absoluta rejeição a Bolsonaro.

Sendo bem honesto, e sabendo que os leitores tem ciência de meu compromisso com a honestidade, preferiria experimentar um novo formato da esquerda no poder que não fosse pelas mãos do Partido dos Trabalhadores.

No primeiro turno, vou lutar para que assim seja. Com todo o respeito. (Com informações de CartaCapital).