Professor Nicolau Neto é o mais novo integrante da Academia de Letras do Brasil


Professor Nicolau Neto é o mais novo nome da Academia de Letras do Brasil/Seccional Regional Araripe.
(Foto: Lucélia Muniz).

O professor altaneirense, palestrante, blogueiro e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras pelo Grupo de Valorização Negra do Cariri (GRUNEC), Nicolau Neto, é o mais novo nome que fará parte da Academia de Letras do Brasil/Seccional Regional Araripe.

A Academia de Letras do Brasil (ALB) se configura como uma entidade nacional e que está presente em 80% do território brasileiro e com atuação fora do país. No Ceará, ela chegou em 02 de julho de 2016 e já conseguiu empossar 55 (cinquenta e cinco) membros fundadores efetivos e vitalício.

No município de Araripe, a Seccional foi instalada no dia 27 de outubro de 2017 e representa ainda as cidades de Altaneira, Campos Sales, Potengi, Salitre e Santana do Cariri e visa, segundo seu presidente, Adriano Sousa, em artigo publicado no Blog Negro Nicolau (BNN), “registrar tudo o que for digno de registro de agora em diante e resgatar o que nos falta em moral e bons costumes, vividos em outros momentos”.

A ALB/Araripe tornou público um edital de convocação para preenchimento das cadeiras 21, 31, 33 e 35, exigindo dos interessados e interessadas requerimento de inscrição, carta de intenção e currículo. O processo eleitoral ocorreu na tarde deste sábado, 21, tendo sido vedado ao candidato e candidata a presença no local das eleições. O resultado foi divulgado no fim da tarde.

Nicolau Neto pleiteou a cadeira número 33. “Espero colaborar escrevendo e registrando fatos de interesse e de relevância social”, disse em um dos trechos da carta. Ao saber do resultado, Nicolau externou os agradecimentos em suas redes sociais. Segundo ele, postular vaga na ALB é mais do que buscar um reconhecimento pelo que cotidianamente luta e que externa também em forma de textos, se referindo as relações étnico-raciais e os efeitos dela resultantes, como as desigualdades e o racismo. “A ALB/Araripe é uma entidade que visa congregar e difundir a literatura e a cultura brasileira e, de forma particular, a da nossa região e eu, como pessoa negra escritor buscarei também aqui representar vários escritores e escritoras negras, assim como aqueles e aquelas que foram invisibilizados/as no meio cultural, pois estou convencido de que esse é, assim como outros, um espaço a ser ocupado”.

Abaixo integra da nota:

Externo aqui a minha gratidão a todos/as da Academia de Letras do Brasil/Seccional Regional Araripe que me honraram com seu voto, possibilitando, desta forma, que eu acedesse a esta renomada Casa para nela ocupar a cadeira de número 33.
Postular esta cadeira da Academia é mais do que buscar um reconhecimento pelo que cotidianamente lutamos e externamos também em forma de textos.
A ALB/Araripe é uma entidade que visa congregar e difundir a literatura e a cultura brasileira e, de forma particular, a da nossa região e eu, como pessoa negra escritor buscarei também aqui representar vários escritores e escritoras negras, assim como aqueles e aquelas que foram invisibilizados/as no meio cultural, pois estou convencido de que esse é, assim como outros, um espaço a ser ocupado.
As academias que lidam com educação, com cultura e com as política sociais são lugares que devem estar representados por grupos que compõem a maioria deste país, mas por razões conhecidas - o racismo institucional é um deles - acabam por serem minorias nesses espaços”.

Além de Nicolau, Altaneira terá a representação da professora Socorro Lino, se juntando ao poeta e escritor Adriano Sousa e ao professor e sindicalista José Evantuil. Socorro Lino pleiteou a cadeira 31 e terá como patrono o poeta Antônio Rodrigues, o Ribuliço. Já Nicolau terá como patrono o mestre da cultura João Zuba.

Para as cadeiras 21 e 35 foram eleitas a professora Lucélia Muniz (Nova Olinda) e Lúcia Castro (Potengi), respectivamente. A primeira terá como patrono o Sr. Neco Trajano e a segunda José Alves Batista.




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