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Posse dos Acadêmicos José Evantuil e Adriano Sousa na ALB/Seccional Regional Araripe no auditório da Escola 18 de Dezembro, em Altaneira. (Foto: João Alves). |
O
auditório da Escola de Ensino Fundamental 18 de Dezembro, em Altaneira, foi
palco na tarde deste sábado, 14, de sessão solene visando empossar o professor
e sindicalista José Evantuil, bem como o poeta e escritor Adriano Sousa na
Academia de Letras do Brasil/Araripe-CE.
O
evento que contou com a participação de parte dos/as acadêmicos e acadêmicas
que compõem a Academia de Letras do Brasil/Seccional Regional Araripe, de
professores/as, homenageados e homenageadas, familiares representantes de
patronos das cadeiras a serem ocupadas pelos empossados, do prefeito Dariomar
Rodrigues (PT) e do Secretário Municipal de Governo, Deza Soares, do
ex-prefeito João Ivan Alcântara, do Controlador Geral do Município que ora
estava como Mestre de Cerimônia, Antonio de Kaci e da imprensa local, oficializou
o assento dos supracitados na academia.
Tanto
Evantuil quanto Adriano apresentaram biografia de seus patronos - Fausta
Venâncio David e Euclides Nogueira Santana -, respectivamente.
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Evantuil por ocasião do discurso de posse na ALB/Araripe. (Foto: João Alves). |
Quanto
a primeira, Dona Fausta como figurou no imaginário do povo altaneirense,
Evatuil trouxe um balanço da sua trajetória que foi do ambiente educacional até
o envolvimento (embora não de forma efetiva e maciça) em grupos políticos do
município.
O
professor conta que Dona Fausta viveu até os 101 anos. Ela nasceu em 12 de
outubro de 1915, em Santana do Cariri e faleceu em 17 de dezembro de 2016 em
Altaneira. Por aqui, Fausta fixou residência no pós emancipação política em
1958, montando em sua morada uma mini escola de apenas uma sala que funcionou
até os anos 90 do século passado. Evantuil relatou que ela chegou a participar
de campanha que culminou na construção da capela de São José, localizada no
centro da cidade e que foi assediada para se envolver na política no grupo de
Frutuoso José de Oliveira, mas que optou pela área educacional. Ela foi
inclusive a primeira professora deste município. Evantuil mencionou que esteve
mais presente na vida dela nos anos que antecederam seu falecimento. “Costumava
fazer visita-la sempre no dia 12 de outubro, dia do seu aniversário”,
finalizou. Para ele, ter Dona Fausta como patrona da cadeira que terá assento é
uma das formas de poder render homenagens a esta figura que sempre teve relação
estreita de prestação de trabalho aos altaneirenses.
De
igual modo, Adriano Sousa trouxe para o auditório da escola que estudou todo o
ensino fundamental um escrito biográfico de Euclides Nogueira Santana, ou
simplesmente “Seu Quido”. Na sua oratória, o poeta que também é presidente da
ALB/Seccional Regional Araripe, mencionou a relação de afinidade de sua família
com seu patrono que começou de forma efetiva em Osasco (SP) quando ele estava
adoentado e Seu Quido o medicou. A família foi ao Hospital das Clínicas, um dos
mais conhecidos do estado e lá o médico de origem japonesa prescreveu a mesma medicação.
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Adriano Sousa no seu discurso de posse na ALB/Seccional Regional Araripe. (Foto: João Alves). |
Adriano
conta também que muito do que sabe de Seu Quido é fruto de sua própria memória
ao ouvir conversas de sua família e de familiares do seu patrono, como o do
irmão Pedro Delvino. Foi inclusive ao lembrar de relatos do irmão de Seu Quido
que pode constatar a vocação deste para a medicina. Na ocasião, Pedro conta que
teve um desmaio e Quido colocou folhas em um recipiente com água e fez com que
ele bebesse, voltando a ficar consciente.
O
poeta destacou a trajetória difícil do patrono até o auge da carreira na
política e na área da saúde. Muito do que fora frisado no auditório já tinha
sido publicado aqui no Blog Negro Nicolau (BNN) em artigo de sua autoria. Na
infância ficou órfão de pai. Fez-se agricultor para auxiliar no sustento dos
dois irmãos mais novos. Iniciou a vida no comercio precário como tropeiro
vendedor de peles, milho, feijão, amendoim, rapadura e fumo. Anos mais tarde
abriu as portas de um comércio varejista no centro da comunidade Santa Teresa.
Assim fez-se conhecido de todos os cidadãos do lugarejo.
Em
1958, ingressou no movimento político que culminou com o desligamento do
Distrito Altaneira do município de Farias Brito-CE. Escreveu o Hino Municipal
de Altaneira e assim deu à mais nova cidade um dos seus primeiros símbolos
cívicos.
Elegeu-se
vereador para a primeira legislatura da cidade de Altaneira. Esteve ao lado de
Altaneira nos momentos mais críticos da vida política daquela gleba.
Enquanto
comerciante da cana-de-açúcar, deu renda aos pais de família que lhe prestaram
serviços; investido de poderes políticos, fez muito sua terra e sua gente a
partir dos tantos projetos que saíram de sua mesa; enquanto farmacêutico,
atendeu os altaneirenses nas tardes quentes e nas madrugadas de chuva. Munido
apenas de estetoscópio, esfigmomanômetro e muita sabedoria, visitava o paciente
e tomava as decisões cabíveis ao momento: medicava com exatidão ou transferia
para o Crato-CE.
Ele
conclui dizendo que um curso de farmácia o fez farmacêutico, mas o povo de
Altaneira o fez médico.
Durante
a sessão solene, os músicos Sebastião Amorim, conhecido popularmente por
Charles Tocador, Cícero Herlândio – o Cícero Cabeludo -, a rezadeira e mestra
da Dança do São Gonçalo, Dona Angelita e Socorro Carneiro, integrante do grupo
religiosa vinculado à Igreja Católica, receberam diploma da Academia pelos
serviços prestados ao município.
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