Há
exatamente um ano, no dia 12 de maio de 2016, a presidente Dilma Rousseff foi
comunicada pelo Senado Federal de que seria temporariamente afastada da
presidência da República. Consumava-se ali o momento mais vergonhoso da
história do Brasil: o golpe de políticos corruptos contra uma presidente
reconhecidamente honesta.
Do
247 - A conspiração, liderada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), hoje o
recordista em inquéritos na Lava Jato, havia avançado na Câmara, "na assembleia de bandidos presidida por um
bandido", como definiu o escritor Miguel Sousa Tavares, ao se referir
a Eduardo Cunha, hoje condenado a 15 anos de prisão, e atingia seu ponto
decisivo no Senado Federal.
Um
dia depois, numa sexta-feira 13, Michel Temer, definido por Antônio Carlos
Magalhães como "mordomo de filme de
terror", hoje delatado por presidir a reunião em que a Odebrecht
acertou uma megapropina de US$ 40 milhões para o PMDB, tomaria posse, nomeando
o ministério mais anacrônico da história do Brasil – do qual vários personagens
notórios, como Geddel Vieira Lima, Romero Jucá e Henrique Eduardo Alves, já
caíram por corrupção, e outros tantos, como Eliseu Padilha, Moreira Franco e
Aloysio Nunes, estão pendurados.
Desde
então, o Brasil viveu o maior retrocesso econômico, social e institucional de
sua história.
Primeiro,
roubaram o seu voto e o de todos os brasileiros que foram às ruas em 2014 – e
não apenas o dos 54 milhões de brasileiros que votaram em Dilma Rousseff.
Afinal, que segurança o eleitor terá em 2018, 2022 ou 2026, se o Brasil ainda
tiver eleições? O golpe mandrake de 2016 deixou claro que a elite brasileira
não tem nenhum apreço por valores democráticos.
No
entanto, os cidadãos brasileiros não foram roubados apenas no voto, que é o
mais elementar dos direitos democráticos. Eles também perderam o seu emprego,
sua renda e seu sustento, com a depressão econômica de Michel Temer e com a
política do "quanto pior, melhor",
colocada em marcha pela dupla Cunha-Aécio, para criar as condições para o
golpe. O Brasil, que conhecera o pleno emprego no fim do primeiro governo
Dilma, saltou de 7 milhões para 14 milhões de desempregados no maior processo
de autodestruição a que uma nação já foi submetida pela sua própria elite.
Em
seguida, depois do estrago, criaram a falácia de que o mercado de trabalho só
iria se recuperar com o fim dos seus direitos trabalhistas, medida já aprovada
na Câmara dos Deputados e em tramitação no Senado. Em breve, será reforçado o
argumento de que a economia brasileira não sairá do buraco se não tomarem
também a sua aposentadoria.
Se
isso não bastasse, lá se foram o Minha Casa, Minha Vida, a Farmácia Popular e
vários programas sociais. Além disso, o Brasil perdeu o respeito internacional,
se tornou um pária entre os vizinhos e até mesmo o orgulho de ser brasileiro
atingiu seu ponto mais baixo.
Michel
Temer, que está no Palácio do Planalto, é reprovado por 92% dos brasileiros,
segundo a Vox Populi. No Datafolha, 85% querem sua saída e exigem diretas-já.
Agora
responda, valeu a pena?
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