A existência da escrava Anastácia é colocada em dúvida pelos estudiosos do assunto, já que não existem provas materiais da mesma.
Seu
culto foi iniciado em 1968, quando numa exposição da Igreja do Rosário do Rio
de Janeiro em homenagem aos 80 anos da Abolição, foi exposto um desenho de
Étienne Victor Arago representando uma escrava do século XVIII que usava
Máscara de Flandres que permitia à pessoa enxergar e respirar, sem, contudo,
levar alimento à boca.
No
imaginário popular, a Escrava Anastácia era uma escrava de linda de rara
beleza, que chamava atenção de qualquer homem. Ela era curandeira, ajudava os
doentes, e com suas mãos, fazia verdadeiros milagres. Por se negar a ir para a
cama com seu senhor e se manter virgem, apanhou muito e foi sentenciada a usar
uma máscara de ferro por toda a vida, só tirada às refeições, e ainda sendo
espancada, o que a fez sobreviver por pouco tempo, tempo esse durante o qual
sofreu verdadeiros martírios. Quando Anastácia morreu, seu rosto estava todo
deformado. Escrava Anastácia é cultuada tanto no Brasil quanto na África.
Existem
santuários da Escrava Anastácia no Rio de Janeiro, mais precisamente na Rua
Taubaté, 42, Oswaldo Cruz e Rua Couto de Magalhaes, s/n, Benfica.
A Escrava Anastácia (a sua
história):
Nos
meios que militam as lideranças negras, femininas ou masculinas, fala-se muito
sobre quem foi e como teria sido a vida e a história da Escrava Anastácia, que
muitas comunidades religiosas afro-brasileiras, particularmente, as ligadas à
religião católica apostólica romana, gostariam de propor à sua Santidade, o
Papa, para que fosse beatificada ou santificada, dentro dos preceitos e dos
ritos canónicos que regem este histórico e delicadíssimo processo.
Pelo
pouco que se sabe desta grande mártir negra, que foi uma das inúmeras vítimas
do regime de escravidão, no Brasil, em virtude da escassez de dados disponíveis
a seu respeito, pode-se dizer, porém, que o seu calvário teve início em 9 de
Abril de 1740, por ocasião da chegada na Cidade do Rio de Janeiro de um navio
negreiro de nome “Madalena”, que vinha da África com carregamento de 112 negros
Bantus, originários do Congo, para serem vendidos como escravos nesse País.
Entre
esta centena de negros capturados em sua terra natal, vinha, também, toda uma
família real, de “Galanga”, que era liderada por um negro, que mais tarde se
tornaria famoso, conhecido pelo nome de “Chico-Rei”, em razão da sua ousada
atuação no circuito aurífero da região que tinha por centro a Cidade de Ouro
Preto, em Minas Gerais. Delmira, Mãe de Anastácia, era uma jovem formosa e
muito atraente pelos seus encantos pessoais, e, por ser muito jovem, ainda no
cais do porto, foi arrematada por um mil réis. Indefesa, esta donzela acabou
sendo violada, ficando grávida de um homem branco, motivo pelo qual Anastácia,
a sua filha, possuía “olhos azuis”, cujo nascimento se verificou em “Pompeu”,
em 12 de Maio, no centro-oeste mineiro.
Antes
do nascimento de “Anastácia”, a sua Mãe “Delmira” teria vivido, algum tempo, no
Estado da Bahia, onde ajudou muitos escravos, fugitivos da brutalidade, a irem
em busca da liberdade. A história nefanda se repete: Anastácia, por ser muito
bonita, terminou sendo, também, sacrificada pela paixão bestial de um dos
filhos de um feitor, não sem antes haver resistido bravamente o quanto pôde a
tais assédios; depois de ferozmente perseguida e torturada, a violência sexual
aconteceu.
Apesar
de toda circunstância adversa, Anastácia não deixou de sustentar a sua
costumeira altivez e dignidade, sem jamais permitir que lhe tocassem, o que
provocou o ódio dos brancos dominadores, que resolvem castigá-la ainda mais
colocando-lhe no rosto uma máscara de ferro, que só era retirada na hora de se
alimentar, suportando este instrumento de supremo suplício por longos anos de
sua dolorosa, mas heroica existência.
As
mulheres e as filhas dos senhores de escravos eram as que mais incentivavam a
manutenção de tal máscara, porque morriam de inveja e de ciúmes da beleza da
“Negra Anastácia”. (Onde o seu espírito, combate a inveja, ciúmes e a
injustiça).
Anastácia
já muito doente e debilitada, é levada para o Rio de Janeiro onde vem a
falecer, sendo que os seus restos mortais foram sepultados na Igreja do Rosário
que, destruída por um incêndio, não teve como evitar a destruição também dos
poucos documentos que poderiam nos oferecer melhores e maiores informações
referente à “Escrava Anastácia” – “A Santa” (assim, é venerada dentro da
Religião Afro-Brasileira), além da imagem que a história ou a lenda deixou em
volta do seu nome e na sua postura de mártir e heroína, ao mesmo tempo.
Descrita
como uma das mais importantes figuras femininas da história negra, Escrava
Anastácia é venerada como santa e heroína em várias regiões do Brasil. De
acordo com a crença popular, a Escrava Anastácia continua operando milagres.
vlw cara se mto esperto :)
ResponderExcluir