O
terreiro Omo Ilê Agbôula, de culto a Egungun, na Ilha de Itaparica (BA),
recebeu nesta quarta-feira (25/11) o reconhecimento do Conselho Consultivo do
Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan). Com a certificação, o terreiro passa a ser patrimônio cultural
brasileiro, protegido pelo governo federal.
O
Conselho que avalia os processos de tombamento é composto por 23 especialistas
e aprovou por unanimidade o reconhecimento do terreiro Omo Ilê Agbôula, fundado
em 1940 e o primeiro no país a cultuar os Egunguns (ancestrais masculinos).
Para
a ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino
Gomes, o reconhecimento é significativo para toda a sociedade.
“É
uma ação importante para superar a intolerância religiosa. O terreiro faz parte
da cultura brasileira e é positivo para que todos conheçam a história daqueles
que lutaram por liberdade”.
Nilma
afirmou que o momento é propício para se pensar no povo do Axé, que luta para
preservar a sua história. Ela destacou o simbolismo da ação.
“Este
processo diz respeito a três coisas: terra, identidade e resistência. O
terreiro guarda a ancestralidade de um povo e contribui para a preservação da
memória terrena”.
O
conselheiro Luiz Philippe Peres Torelly, relator do processo, disse que o
tombamento serve também como uma medida cautelar contra a especulação
imobiliária na região.
“Atualmente
o acesso é difícil, mas após a construção de uma ponte que vai ligar o
continente à Ilha, o acesso será facilitado. Com o tombamento, o terreiro já
está protegido contra a especulação imobiliária da região, garantindo que
ninguém irá destruí-lo”, concluiu.
Nilma
lembrou da importância do trabalho em conjunto entre o Ministério das Mulheres,
da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e o Iphan, e disse que o tombamento
do terreiro faz parte de uma meta estabelecida no Plano Nacional para
Desenvolvimento dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana
(2013-2015).
O
Iphan publicou no dia 19 de novembro de 2015 uma portaria que atualiza o Grupo
de Trabalho Interdepartamental para Preservação do Patrimônio Cultural de
Terreiro (GTIT), responsável por conduzir os processos de reconhecimento e
tombamento dos terreiros.
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