Em
meio à maior crise de abastecimento de água do último século, a população
paulistana enfrenta uma contradição: a capital é atravessada por diversos rios
e possui diversas reservas ao redor. No entanto, estão todos poluídos e
inutilizados.
Durante
décadas, nada foi feito para limpar as águas e agora não só a população da
capital tem que conviver com os rios malcheirosos, como o governo quer impor um
racionamento penoso a todos.
Para
completar, quando vem a tão esperada chuva, a situação só piora, pois é
completamente insuficiente para encher as represas e a sua maior consequência
são as enchentes e, agora, também as quedas de árvores, quase mil apenas em um
mês.
A
situação absurda causou surpresa à pesquisadora da Universidade Stanford, na Califórnia,
Newsha Ajami. “Tem um rio passando na cidade e vocês estão sem água?”,
espantou-se ela.
À
Folha de S. Paulo ela declarou ter ficado surpresa ao chegar em São Paulo e ver
o rio cheio, em meio a uma crise “de seca”. O Estado da California passou por
uma crise semelhante, mas segundo ela própria, realmente não há água no estado;
não chove e os rios estão secos.
Depois
de dez anos de alertas, sem fazer reparos e consertos na rede de abastecimento,
sem investir em novos mananciais e não tratando de boa parte dos recursos
hídricos disponíveis, a crise se instalou. Agora não adianta culpar São Pedro.
A culpa não é da natureza, nem da população, mas dos sucessivos governos
tucanos, que em vinte anos não conseguiram controlar a situação. É preciso reestatizar
a Sabesp e colocá-la sob controle dos trabalhadores, voltando seu funcionamento
para a população e não para os acionistas.
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