O
projeto que visa criar um "Programa
de Resgate de Valores Morais, Sociais, Éticos e Espirituais" de
autoria da deputada católica, ex-atriz global e modelo, Myrian Rios (PSD), foi
sancionado pelo governo do estado do Rio.
Sérgio
Cabral não falou sobre o assunto, mas pela defesa da deputada estadual e
missionária da Igreja Católica não há dúvidas quanto ao seu objetivo.
O
mandato de Myrian Rios é marcado pela influência religiosa com destaque para
declarações contra os homossexuais e o direito das mulheres ao aborto.
Em
junho de 2011, Myrian Rios teve um vídeo postado na internet onde se opunha aos
direitos dos homossexuais, dizendo que com isso ela não poderia, por exemplo,
demitir uma babá que abusasse de seu filho, misturando homossexualidade com
pedofilia. A deputada católica ignora que os maiores escândalos de pedofilia
conhecidos na atualidade se deram em instituições religiosas? Cometidas por
padres católicos contra crianças em todas as partes do mundo?
"Digamos que eu tenha duas meninas em casa e
contrate uma babá que mostra que sua orientação sexual é ser lésbica. Se a
minha orientação sexual for contrária e eu quiser demiti-la, eu não posso. O
direito que a babá tem de querer ser lésbica é o mesmo que eu tenho de não
querer ela na minha casa. Vou ter que manter a babá em casa e sabe Deus até se
ela não vai cometer pedofilia contra elas. E eu não vou poder fazer nada".
O
texto da lei pode não dizer exatamente como será executada, mas dá uma dica ao
envolver entidades religiosas na sua aplicação e pelo próprio discurso de Rios.
"O programa deverá envolver diretamente a
comunidade escolar, a família, lideranças comunitárias, empresas públicas e
privadas, meios de comunicação, autoridades locais e estaduais e as organizações
não governamentais e comunidades religiosa (...), que visem a reflexão sobre a
necessidade da revisão sobre os valores morais, sociais, éticos e espirituais",
diz o texto do projeto de lei.
Os objetivos:
“Promover o resgate da cidadania, o
fortalecimento das relações humanas e a valorização da família”, “resgatar os valores da vida”.
Os
esforços da burguesia para “promover a família” e “os valores da vida” são uma
contradição com a realidade. Principalmente com sua própria conduta. Os governo
que diz pretender defender a vida é o mesmo que controla a polícia responsável
pelo caso Amarildo e tantos outros mortos, apenas para falar da violência
policial. Os que querem controlar a vida privada dos cidadãos, são os mesmos
que estão envolvidos em repetidos escândalos e atuam constantemente contra os
interesses desta mesma população, como no aumento das tarifas de ônibus, da
repressão à greve dos professores etc.
A
"moral e bons costumes", que imposta aos cidadãos é uma volta à Idade
Média, é uma enorme opressão contra os cidadão e, principalmente contra as
mulheres. Afinal, que moral é essa? E que bons costumes? Esses conceitos sempre
foram usados para controlar o comportamento da mulher: que ela não fazer sexo
antes do casamento, que deve preocupar-se apenas com as questões do lar, ser
obediente ao seu marido etc. Ou seja, é um termo no qual pode ser encaixada
qualquer opressão às mulheres, limitando ainda mais seus direitos.
O
que vemos é a burguesia se armando por todos os lados. Na moral e nos costumes
enquanto for possível, e na força policial sempre que necessário.
Via
PCO
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