José
Serra, que sabe que não pode tirar farofa em cima do leilão de Libra, porque as
regras do tempo de Fernando Henrique Cardoso davam muito menos do dinheiro do
petróleo ao Brasil, está chovendo no molhado nas críticas ao que disse a
Presidenta Dilma Rousseff.
Ele
publica em seu facebook um texto intitulado “a falácia de Dilma”, tentando
provar que o Governo vai receber menos
do que a presidente diz.
Serra
coloca uma tabela onde, espertamente – repare as marcas em amarelo, no original
– não inclui o valor dos impostos na parcela que fica com a União.
E
os impostos (seta vermelha que coloquei), seu Serra, ficam com quem? Imposto de
Renda e CSLL ficam com a sua avó torta? Vai me desculpar se não sou gentil como
devia, mas tenho horror a “espertinhos”.
Ele,
que diz que as contas de Dilma são um truque de Malba Tahan – mexeu comigo, meu
herói de infância – não devia dizer isso do professor Júlio Cesar de Melo e
Souza, aliás amigo de Monteiro Lobato, o defensor do nosso petróleo.
Lá
no final, para não sair lambrecado como na “aula para crianças” em quem que
errou nas contas, Serra concede que “Incluindo os impostos, que qualquer
atividade paga, teríamos 52,89 reais (não é reais, Serra, são dólares!)” . Como
o petróleo vale 100 dólares e custa 30 retirá-lo, a percentagem é calculada
sobre 70 dólares. “chegamos a 75,6%, perto de 10 pontos percentuais abaixo do
número apresentado por Dilma”, diz Serra.
Bem,
eu já publiquei o vídeo aqui, mas como tenho paciência com gente teimosa e mais
disposição ainda em tratar com gente que não fala a verdade, transcrevi a fala
da Presidenta e vou sublinhar, para ajudar mais ainda:
“Ele
(o regime de partilha) tem um mérito. Esse mérito, eu acho que não foi bem
avaliado, que é o fato de que parte importante, significativa, das receitas
produzidas no campo de Libra ficarão com o governo federal. E que, portanto,
isso demonstra o grau de atratividade do campo de Libra. Se 75% de toda a
receita é do governo federal, dos Estados e Municípios. E, do restante, no
caso, dez por cento é da Petrobras, que entrou com 40%, porque 40% de 25 é 10
(por cento).
Está
bom, Serra, ou quer que a gente desenhe?
Vou
ajudar um pouco mais: se a o Estado fica com 75%, sobram 25% para o consórcio
e, como disse Dilma, a Petrobras tem 40% destes 25, são dez!
Como
eu sei fazer contas e sobretudo, sei falar a verdade, aponto que naqueles 75,6
estão contados os dividendos à União dos lucros da Petrobras, mas isso é
compensado por outras receitas menores – o bônus de assinatura de R$15 bilhões, as taxas de retenção de áreas,
os licenciamentos, etc – que são e serão pagos pelo consórcio ao Governo.
Se
Dilma quisesse inflar os números, poderia ter colocado aí que, daqueles 30
dólares de custos, uma boa parte ficará nos cofres públicos, em impostos e
contribuições pagos nos salários dos trabalhadores e na aquisição obrigatória
de conteúdo nacional nos equipamentos, plataformas e navios, coisa que quando importávamos
tudo não se recolhia.
Mas
não precisa.
O
governo do seu ex-padrinho Fernando Henrique, agora tio do Aécio, era tão ruim
que basta pouco para ser melhor que ele.
Da
próxima vez, faça as contas direitinho, preste atenção no que é dito e quando escrever,
lembre-se que o nome é Petrobras, não Petrobrax, viu?
Via
Tijolaço
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