Menos 500 mil crianças trabalhando no Brasil. Mas
ainda há 1,6 milhão para serem resgatadas
Relatório divulgado hoje pela Organização Internacional do Trabalho aponta o número de
crianças que trabalham em todo mundo caiu um terço desde 2000, de 246 milhões
para 168 milhões. No entanto, a própria OIT admite que a diminuição não é
suficiente para alcançar o objetivo de eliminar as piores formas de trabalho
infantil - os mais penosos e danosos à
saúde, que abrangem metade deste total, até 2016.
A
boa notícia é que cerca de 500 mil crianças deixaram de trabalhar no Brasil em apenas três anos, um progresso que Organização Internacional do Trabalho
destaca como um modelo que deve ser seguido em outras economias.
A
má notícia é que, segundo os dados divulgados pela entidade o número de
crianças em atividades de trabalho caiu de 2,1 milhões para 1,6 milhão, entre
2008 e 2011. Portanto, ainda estamos negando a 1,6 milhão de crianças o direito
de serem crianças e de se formarem no tempo certo para o mundo do trabalho.
Neste
assunto, eu ando na contra-mão de alguns setores do governo, que são flexíveis
às pressões empresariais e concordam com a Lei de Aprendizagem, criada no
Governo Fernando Henrique, prevendo o o início do trabalho, como aprendiz, aos
14 anos.
Se
todo o controle e honradez nos processos de aprendizagem fossem seguidos, até
não seria sempre desastroso. Mas as empresas querem simplesmente enfiar estes
menores no trabalho, exercendo funções produtivas e sem os direitos
trabalhistas dos adultos.
Uma
coisa é auxilio em tarefas do trabalho das famílias, sobretudo na agricultura
familiar. Outra, bem diferente, é estender isso para empresas comerciais e
industriais. Aí, a idade deve passar para 15 ou 16 anos. Não falta jovem para
trabalhar, mas falta empresa que queira, sinceramente, participar de sua
formação e não apenas usá-la como mão de obra barata.
Via
Tijolaço
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