O
Senado aprovou nesta quarta-feira (7) projeto que regulamenta a profissão de
historiador. O PLS 368/09, do senador Paulo Paim (PT-RS), estabelece que o
exercício é privativo dos diplomados em cursos de graduação, mestrado ou
doutorado em História. Os historiadores poderão atuar como professores de
História nos ensinos básico e superior; em planejamento, organização,
implantação e direção de serviços de pesquisa histórica; e no assessoramento
voltado à avaliação e seleção de documentos para fins de preservação.
Aprovado
nas comissões de Assuntos Sociais (CAS); de Constituição, Justiça e Cidadania
(CCJ); e de Educação, Cultura e Esporte (CE),
o projeto recebeu emenda, em Plenário, do senador Alvaro Dias (PSDB-PR)
que retirou do texto original a referência aos locais onde o trabalho do
historiador poderia ser desempenhado.
Discussão
Assim
como Pedro Taques (PDT-MT), o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) votou contra o
projeto. Ele considerou "um profundo equívoco" dar exclusividade em
atividades de ensino e pesquisa, seja em graduação ou pós-graduação, apenas
para quem tem formação em História. Na opinião do parlamentar, a situação cria
"absurdos" como impedir que economistas, sociólogos, diplomatas ou
outros profissionais qualificados ministrem a disciplina, havendo o risco de
"engessar" o ensino da História.
–
[A História] É a investigação sobre a evolução das sociedades humanas que tem
que ser vista sob os mais diferentes prismas. História é política. História é
vida. História é pluralismo. Não pode ser objeto de um carimbo profissional –
argumentou.
Aloysio
Nunes ainda condenou o que chamou de "reserva de mercado" dos
profissionais com curso superior em História e a formação de uma
"República Corporativa do Brasil", onde cada profissão exige
"seu nicho de atividade exclusiva em prejuízo da universalidade do
conhecimento".
Capacitação
Já
a senadora Ana Amélia (PP-RS) defendeu o projeto ao ler relatório do senador
Flexa Ribeiro (PSDB-PA), aprovado na CCJ, em que este declara que "a
omissão do legislador pode permitir que pessoas inabilitadas no exercício
profissional coloque em risco valores, objetos ou pessoas."
O
texto ressalta ainda a relevância do papel do historiador na sociedade, com
"impactos culturais e educativos" capazes de ensejar "a presença
de normas regulamentadoras" da profissão. E conclui que não pode permitir
que o campo de atividade desses profissionais seja ocupado por pessoas de
outras áreas, muitas delas regulamentadas, mas sem a capacitação necessária
para exercer o trabalho.
A
matéria segue agora para votação na Câmara dos Deputados.
Créditos: http://www12.senado.gov.br
Tristeza ser historiador... alias, isso é coisa que não existe no Brasil, e digo que mal mal exista no Mundo, só mesmo se vc escrever livros ou trabalhar numa universidade, aí sim, mas é coisa de 1 em um milhão, tbm é triste ver que o investimento em pesquisas históricas é minusculo perto do investimento em pesquisas de outros assuntos como quimica ou física por exemplo...
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