Em
debate realizado no Simpósio Internacional da Esquerda, na Universidade de São
Paulo, palestrantes apontaram limitações atuais da esquerda na questão
ambiental: indeterminação do conceito de desenvolvimento sustentável, a
cosmologia dos povos indígenas, a urgência de uma nova esquerda, que diferente
da esquerda tradicional, altamente produtivista, se encarregue de
questionamentos mais amplos, como o que envolve o meio ambiente foram alguns
dos principais temas abordados no debate.
São Paulo
- A mesa "Esquerda e o Meio Ambiente", realizada no último dia do
Simpósio Internacional da Esquerda, na Universidade de São Paulo, teve a
participação de Maurício Waldman, Francisco del Moral Hernández, Ana Paula
Salviatti e Gilson Dantas. De pontos de vista distintos os palestrantes
apontaram as limitações impostas pelo capitalismo ao meio ambiente. A
indeterminação do conceito de desenvolvimento sustentável, a cosmologia dos
povos indígenas, a urgência de uma nova esquerda, que diferente da esquerda
tradicional, altamente produtivista, se encarregue de questionamentos mais
amplos, como o que envolve o meio ambiente foram alguns dos principais temas
abordados no debate.
Francisco
Hernández, engenheiro elétrico e ambiental, professor e assessor, que atuou no
painel de especialistas no caso da usina hidroelétrica de Belo Monte, expôs a
influência dos livros marxistas que abordam a temática, como Marxismo e
Ecologia do professor Jonh Bellamy Foster e compartilhou a experiência vivida
junto dos grupos e movimentos organizados em torno da causa ambiental no norte
do país, afetados pelo progresso destrutivo imposto pela lógica de mercado.
Maurício
Waldman, pós doc pela Unicamp, apresentou sua bibliografia e atividade na área
de preservação ambiental desde os anos 70. Waldman apontou as continuidades e
rupturas ocorridas ao longo dos anos no Brasil e no mundo em ações
pró-ambientais, assim como a limitação das condições ambientais encontradas ao
longo do globo.
Ana
Paula Salviatti, mestranda em história econômica pela Universidade de São
Paulo, buscou traçar um paralelo entre as condições de existência dos
trabalhadores e dos meios de produção no âmbito de um capitalismo financeirzado,
através dos mecanismos financeiros desenvolvidos no Protocolo de Kyoto, a
participação de créditos de carbono junto de ativos de petróleo em fundos de
hedge altamente especulados.
Gilson
Dantas, médico de formação, doutor em sociologia pela UNB e editor da revista
Contra Corrente analisou as estratégias e objetivos dos movimentos Occuppy Wall
Street e do movimento ecológico grego que compõe a coligação de esquerda
Siriza. Em entrevista feita com representantes do movimento norte-americano,
Dantas, abordou a heterogeneidade dos integrantes e as condições embrionárias
positivas de um movimento contestatório de forte repercussão, não só no país
como no mundo todo.
Quanto
às manifestações ocorridas na Praça Syntagma, em Atenas, Dantas expôs os
acordos que o movimento ambiental grego esteve disposto a fazer junto da
coligação Syriza colocando mais pontos de proximidade do que de ruptura com
modelos europeus de governo.
Com informações do Carta Maior
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