Greve dos Profissionais do Ensino Ganha Força no Interior

O confronto de ontem entre professores e policiais na Assembleia Legislativa do Estado teve repercussão nacional, mas principalmente onde querem os grevistas: repercutiu no Interior, aumentando a adesão ao movimento e reafirmando a luta da categoria. Nas câmaras municipais do Interior aumentam os discursos de indignação com o Governo do Estado. Na sessão ordinária de ontem na Câmara de Limoeiro do Norte, o vereador Hélio Herbster, que também é professor, lamentou as agressões ocorridas ontem no confronto entre policiais e professores na assembleia legislativa. Para Hélio, o governador, a quem chamou de “Imperador da Capitania do Estado”, quer decretar a falência do sistema educadional da rede pública do Estado do Ceará. Em aparte, o vereador Heraldo Holanda criticou os deputados estaduais votados na região, que estariam (segundo o vereador) coniventes com o governador Cid Gomes. Em Russas, Quixeré, Morada Nova e Tabuleiro, os professores estaduais realizaram novas assembleias para mante a greve.

AO SER QUESTIONADO pelo editor deste blog, o deputado federal Ariosto Holanda afirmou, via twitter, que “a greve é um direito do trabalhador. Sou pelo diálogo como instância por excelência da mediação entre as partes”. Como eu não obtive um posicionamento mais claro do deputado, refiz a pergunta, questionando se o mesmo considerava justa a atual greve de professores estaduais, bem como dos professores do Instituto Federal de Educação do Ceará. Ainda não obtive um segundo retorno do deputado (assim que tiver atualizo no próprio texto). Em sua página no Facebook, o deputado federal José Airton Cirilo considerou “Uma tremenda barbaridade essa violencia contra os professores no Ceará. São inaceitaveis tanta violência. Minha total solidariedade e o meu protesto as atitudes dos policiais”.

EM NOTA, a Assembleia Legislativa classificou que a manifestação como violenta, “de forma explícita, feriu os princípios democráticos e de civilidade que o Poder Legislativo defende”. Além disso, a nota informa que foi apreendida, pelos policiais, uma faca que estava na posse de um dos manifestantes e que uma pessoa que foi ferida por objetos arremessados pelos próprios manifestantes.
 A Secretaria da Educação do Estado (Seduc) também se manifestou por meio de uma nota oficial, em que disse esperar que os professores retornem às suas atividades na escolas para que os estudantes da rede estadual retomem os estudos o mais breve possível.

O IMPASSE: o governador Cid Gomes diz ter propostas para a categoria, mas quer seguir a negociação mediante suspensão da greve. Mas os professores, representados no sindicato Apeoc, pedem que o governador transforme as propostas em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público. De acordo com Cássia Gomes, membro do comando da greve, o objetivo da categoria é evitar que o Governador, Cid Gomes, sancione o projeto votado, ontem, pelos parlamentares, que trata a tabela de vencimento para os profissionais de nível médio.

Cronologia da greve:
5 de agosto – professores iniciam a greve
19 de agosto – manifestação em frente ao Palácio da Abolição
25 de agosto – manifestação na praça da Imprensa
26 de agosto – Tribunal de Justiça do Ceará considera geve ilegal e determina suspensão
 
30 de agosto – Blog Diário Vale do Jaguaribe realiza enquete sobre quem é contra e a favor da greve. O resultado da votação dos internautas ficou 91% a favor e 9% contra a greve.
 
1 de setembro – professores ocupam as dependências da Assembleia Legislativa e entram em conflito com a PM
9 de setembo – após assembleia, professores decidem manter greve
16 de setembo – após mais uma assembleia, decisão é de mante a greve
22 de setembro – representantes da categoria se reúnem com governador.  Cid exige retorno às aulas
23 de setembro – professores não aceitam proposta de Cid e mantém greve
28 de setembro – Governo do Estado envia a Assembleia Legislativa projeto de Lei que cria nova tabela de vencimento para profissionais de nível méio. Centenas de professores fazem vigília no local.
29 de setembro – professores e policiais militares entram em mais um confronto nas dependencias da assembleia. Professores feridos são levados ao hospital. Agressão tem repercussão nacional”.
 
 Fonte: APEOC





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