O medo da população como aposta eleitoral: Alckmin, Bolsonaro e França.


Pré-candidato ao governo de SP  Márcio França e os presidenciáveis Geraldo Alckmin e Jair Bolsonaro.
(Montagem: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil).

Em 12 de maio, Márcio França, sucessor de Geraldo Alckmin no governo de São Paulo, homenageou a cabo da Policia Militar Katia Sastre, que matou um bandido em frente a uma escola infantil no seu período de folga. Uma enquete que chegou à sua equipe mediu que 90% dos entrevistados apoiaram a atitude do governador.

O gesto de França ocorreu em meio à sua pré-candidatura ao Palácio dos Bandeirantes pelo PSB. Ele não é o único a tentar capitalizar com o episódio. A própria Sastre flerta com a possibilidade de deixar a atuação na PM para começar uma nova carreira na política. Ela aceitou se filiar ao PR e deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2018.

À frente nas pesquisas presidenciais nos cenários sem Lula, Jair Bolsonaro não perdeu tempo. Identificado pelos eleitores pelo discurso duro em matéria de segurança pública, o pré-candidato do PSL gravou um vídeo com a PM e seu marido no qual elogia sua atitude, "ainda mais por ser mulher". "Eu acho que protege muito mais a mulher do que a lei do feminicídio uma pistola na bolsa", afirmou.

França, Bolsonaro e a própria Sastre têm motivos para investir eleitoralmente no episódio. Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública calculou o medo da população a partir de um índice em que 0 significa nenhum medo e 1 muito medo de sofrer todos os tipos de violência. A média do temor chega a 0,68 -- sendo que o índice dos 25% que mais medo sentem é de 0,98.

Usando e abusando desse sentimento e dos números recordes de violência, pré-candidatos exploram discurso duros na busca de votos. Além de Bolsonaro e França, o presidenciável tucano Geraldo Alckmin também investiu na estratégia.

Para Renato Sérgio de Lima, sociólogo e diretor presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o descontrole da violência junto com o debate sobre a corrupção eclodiu em um sentimento que algo precisa ser feito, seja o quer for. "Criou-se a tempestade perfeita para que a população ceda a tentações autoritárias. E mais: ceda a discursos salvacionistas, de salvadores da pátria. São lideranças que falam aquilo que as pessoas estão querendo ouvir em função do medo", explica.

Temos quase como um pedido de socorro da população para alguma perspectiva de futuro, de ordem, que ninguém está conseguindo atender. As pessoas estão não só decepcionadas, mas completamente cansadas de um discurso tradicional, de promessa vazia. Aí quando se tem um discurso radical, de direita, que oferece soluções mesmo que extralegais, surge um certo encanto por isso."

Lima classifica o ato de França como "esdrúxulo". "Nenhum governo deveria usar uma situação como a da cabo, que precisou atirar, para fazer propaganda política. Foi um marketing político gigantesco, ele agradou um segmento grande da população e com a grita geral que se deu na imprensa ele acabou sendo conhecido, algo que ele não era. Estava em desvantagem em relação a [João] Doria”, afirma.

Questionado sobre a homenagem à polícia militar, Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, não quis comentar: “Não me cabe, como ministro, autoridade administrativa, contestar atos do governador de São Paulo. Acho que ele tem suficiente discernimento para tomar a decisão que lhe couber. Então eu não vou me posicionar a essa história".

O secretário de segurança pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, assim como o chefe da PM, o coronel Marcelo Vieira Salles, compareceram à homenagem à cabo. 

Salles afirmou a CartaCapital que a homenagem não teve o intuito de passar a imagem de que a polícia que mata deve servir de exemplo. Segundo ele, as forças de segurança devem agir somente em cima do excludentes de criminalidade, como a legítima defesa. “Eu compareci junto ao governador e não houve o condão de celebrar a morte. Foi justamente de apoiá-la. Porque a difusão foi muito grande”.

Após a celebração, ao menos outros dois casos como o dela foram divulgados na mídia. Nenhum deles ficou imune a mortos e feridos.

O primeiro ocorreu em uma farmácia no Guarujá, onde um policial militar reagiu a uma tentativa de assalto e disparou contra o ladrão, que morreu. Outro caso foi um assalto a uma padaria no Morumbi, zona sul da capital paulista, em que o policial civil também reagiu a um roubo. Na troca de tiros, ele foi baleado e seu amigo foi morto.

Maurício dos Santos, sargento da reserva que atuava na Corregedoria da PM, afirmou recentemente a Folha de S. Paulo que defende o desarmamento de policiais nos horários de folga. Segundo ele, a medida diminuiria a quantidade de mortes, especialmente nos casos de roubos.

Alckmin não chegou a comentar sobre a homenagem à PM feita por seu ex-vice, mas também tem buscado se consolidar como um presidenciável comprometido com a pauta da segurança, algo natural para quem sempre defendeu o discurso de ordem como governador. O seu objetivo também é tentar captar votos de quem atualmente apoia Bolsonaro.

Sem chegar aos dois dígitos de intenção de votos, segundo pesquisa mais recente do CNT/MDA, ele defendeu facilitar o porte de armas no campo um dia depois de outro presidenciável, Jair Bolsonaro, do PSL, propor a distribuição de fuzis aos produtores rurais.

O número de mortes em conflitos agrários bateu recorde em 2017, com 70 assassinatos --- o maior desde 2003 de acordo com a Pastoral da Terra.

Para Lima, ainda que Alckmin diga ser defensor do Estatuto do Desarmamento, o tucano tenta captar os votos que estão indo para o ex-militar. “Ele busca enfraquecer o discurso do Bolsonaro, fazendo um discurso de centro-direita, tentando ser a alternativa ao Bolsonaro. Ele quer ser aquela centro-direita em que 'as pessoas já sabe o que esperar'”, afirma.

De acordo com o sociólogo, o tucano não tem espaço na centro-esquerda. “Ele disputa o mesmo perfil de eleitor do Bolsonaro porque do centro para a esquerda está congestionado com as opções, então ele tem que fazer seus movimento do centro para direita. É um lance de gerenciamento político nacional

A proposta do tucano e do próprio Bolsonaro para facilitar o porte de armas no campo vai contra com o que pensa Jungmann. “Sempre fui um defensor histórico do Estatuto do Desarmamento e do controle de armas. Se um cidadão comprova a necessidade tem condições psicológicas de ter um porte de arma, eu acho que a lei tem que ser seguida. Agora, acredito eu que quanto mais armas em circulação, maior a possibilidade de acontecer casos de violência dolosa e fatal."

Para Lima, os discursos que alimentam o medo e o ódio ganham espaço em razão da confiança da sociedade no uso da força como resposta eficaz no combate à criminalidade.

"As pessoas aceitam que a violência continue sendo uma das linguagens correntes da nossas relações sociais. É importante que a gente frise, em termos sociológicos, que ela faz parte da história social e política do país desde a sua colonização e nós nunca interditamos nem moral nem politicamente essa violência. A gente aceita. Num descontrole da violência, o medo é um péssimo conselheiro  porque, quando se transforma em terror, paralisa. A partir daí se tem um ambiente propício para oportunistas explorarem e se venderem como salvadores da pátria."

O que falta, afirma o sociólogo, é uma liderança que transforme o tema em um discurso coletivo, uma vez que o que tem sido colocado em pauta são falas no plano individual de armar a população e que a propriedade está acima da vida.

Lima faz críticas sobre a ausente da esquerda do debate da Segurança Pública, que não tem apresentado contrapontos para o discurso mais radical que vem sendo apoiado por parte considerável do eleitorado.

"Os governos do PT foram governos muito tímidos na Segurança Pública, extremamente omissos em conduzir reformas que de fato fizesse a diferença, tanto no plano federal, como no plano estadual. Claro que existem gloriosas exceções, mas no geral, os governos de esquerda dependiam sempre da liderança de um político mais próximo ao tema, como o Eduardo Campos em Pernambuco, e foram deixando essas agendas para setores do tipo Bolsonaro." (Com informações de CartaCapital).

Desafio 3 Horas MTB de Altaneira é vencido por João Filho



João Filho é campeão do desafio 3 horas MTB
de Altaneira. (Foto: João Alves).

O ciclista cratense João Filho é Campeão da quinta edição do Desafio 3 Horas MTB de Altaneira realizado na manhã de hoje (04/06) no circuito da Trilha Sítio Poças.

Com o tempo de 03h03min46seg, João filho, da equipe Beto Ciclos TSW completou 10 voltas no circuito de 4,7Km. Apenas os 7 primeiros colocados completaram 10 voltas.

Cícero Custódio do Iguatu foi o vice-campeão, o altaneirense Higor Gomes foi o terceiro colocado. Vanderlei Calista foi o quarto colocado e Welder Adriano ficou na quinta colocação.

O Desafio 3 Horas MTB de Altaneira é considerado como uma dos mais difíceis do Ceará, pois realizado em estilo XCO, muito técnico e que requer muita atenção dos participantes. Dos 85 ciclistas inscritos apenas 62 completaram o Desafio.
O Campeão do ano passado, Beto Santa Cruz, foi o grande homenageado desta edição. Imagens de sua participação no Desafio foram expostas em dois painéis, um atrás do Pódio e o outro na linha de chegada.

A altaneirense Raquel Guedes foi a única ciclista no Desafio, completou 7 voltas no circuito em 03h16min32seg., ficando na 38ª colocação na Classificação Geral.

O evento contou com a coordenação do empresário Carlos Alberto Pereira e a cronometragem através de chips sob a responsabilidade da Cronos Cariri. O público presente acompanhava a classificação em tempo real através de telão e ao final da competição os ciclistas receberam o resultado final através de mensagens eletrônicas.

A Largada e vários momentos do Desafio foram compartilhadas ao longo da competição na rede social Facebook através da página do Desafio e no canal do Garoto Beleza, João Alves, assim como de outros participantes.

O Desafio é organizado pela Associação dos Ciclistas de Altaneira (ACICA), foi patrocinado pelo grupo MegaSom e contou com o apoio de logistas e profissionais liberais da região do Cariri. (Com informações do Blog de Altaneira).

Pedro Henrique é eleito novo prefeito de Santana do Cariri


Pedro Henrique é eleito novo prefeito de Santana do Cariri. (Foto: Reprodução/O Povo).


Pedro Henrique (MDB) foi eleito o novo prefeito de Santana do Cariri com 50,08% dos votos válidos, que equivalem a 5.004 votos. O município é um dos quatro do Estado que realizaram eleições suplementares neste domingo, 2, após os antigos gestores serem cassados pela Justiça Eleitoral.

A pequena cidade de pouco mais de 12 mil eleitores foi a primeira a ter apuração do pleito. O concorrente de Pedro Henrique, Vicente Brilhante (PDT), conquistou 4.989 votos, totalizando 49,92% dos votos válidos. No total, foram 9.993 votos válidos, 103 brancos e 416 nulos.
 
Umari, Tianguá, Frecheirinha e Santana do Cariri são os municípios cearenses que elegeram neste domingo, 3, prefeitos e vice-prefeitos em eleições suplementares, devido à cassação dos mandatos ou indeferimento do registro de candidatura dos eleitos em 2016.

Frecheirinha
Vencedor: Helton Luís (PDT) - 4.934 votos
100% dos votos válidos
Silvinha (PP)
Registro de candidatura indeferido (com recurso)

Tianguá
Vencedor: Dr. Jaydson (PTB) - 22.203 votos
53,23% dos votos válidos
Dr. Luiz (PSD) - 19.114 votos
45,82% dos votos válidos
Zé Terceiro (PEN) - 397 votos
0,95% dos votos válidos

Umari
Vencedora: Neide (PSD) - 2.739 votos
56,9% dos votos válidos
Paula Viana (PHS) - 2.075 votos
43,10% dos votos válidos

Segundo a Agência Brasil, os antigos prefeitos e vices foram barrados por irregularidades nas campanhas, como abuso de poder econômico, condenação por improbidade, baseada na Lei da Ficha Limpa, e compra de votos. (Com informações do O Povo).

PcdoB dá sinais que pode apoiar Ciro Gomes e lançar Manuela ao Governo do Rio Grande Sul


Manuela D'Ávila. (Foto: Maíra Coleho/ Agência O Dia).

O PCdoB já dá sinais de que pode abrir mão da pré-candidatura de Manuela D'Ávila à Presidência da República. A legenda avalia apoiar outro nome, como o do presidenciável Ciro Gomes (PDT), e lançar Manuela ao governo do Rio Grande do Sul.

O líder do PCdoB na Câmara, deputado Orlando Silva (SP), afirmou que o partido conversa e se identifica com Ciro, apesar de manter a pré-candidatura de Manuela, e que aceita reavaliar o quadro em plena campanha eleitoral se houver o risco de nenhum presidenciável de esquerda chegar ao segundo turno da eleição presidencial.

"Se, durante o curso da campanha eleitoral, ficar claro o risco de duas candidaturas conservadoras no segundo turno, inevitavelmente a esquerda vai ser obrigada a avaliar a revisão da tática e eventualmente se concentrar em torno de um nome", disse Orlando Silva, em coletiva de imprensa na capital paulista "Se houver o risco, seria insano se a esquerda não examinasse a hipótese de construção de uma unidade."

Há duas semanas, Ciro e Manuela se encontraram e conversaram sobre o cenário eleitoral. O presidenciável do PDT, disse o parlamentar, tem uma avaliação correta das situações econômica e política do Brasil. "Não temos nenhum motivo para retirar a candidatura da Manuela, mas vamos conversar bastante com o Ciro", declarou.

O deputado avalia que, com base no cenário atual, a campanha no primeiro turno ficará pulverizada em candidaturas próprias de PT, PDT, PCdoB e PSOL. Silva foi um dos deputados que visitaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão, em Curitiba, na última terça-feira, 29. "Senti o presidente Lula embalado e o PT está muito embalado com a ideia de ter uma candidatura do PT", disse.

A estratégia atual do PCdoB, disse Silva, é lançar Manuela para garantir uma boa quantidade de votos à Câmara e ao Senado, superando a cláusula de desempenho. No segundo turno, garante, os partido de esquerda "vão se encontrar". (Com informações do O Dia).

Arraiá do Ribuliço de Altaneira realiza desfile da “Garota Junina” para arrecadar recursos



Ao compartilhar esta imagem, Alexandre Silva, integrante da
agremiação, afirmou ser este o tema 2018 e disse:
"Arraiá do Ribuliço vem para fazer um 

São João de Conquistas!".
A agremiação junina “Arraiá do Ribuliço” do município de Altaneira já está no segundo ano. O período de danças e em competições por municípios vizinhos em festivais é pequeno, mas nada que dois terceiros lugares conquistados não eleve a autoestima de integrantes.

Mas a forte crise financeira que passa o pais, ampliada desde abril de 2016 e, que acabou respingando nos municípios de pequeno porte, fez com que algumas políticas de investimentos fossem revistas. Em  Altaneira, por exemplo, o prefeito Dariomar Rodrigues (PT) já solicitou no programa de rádio “Nas Mãos do Povo” no último sábado, 26, a ajuda para o arraiá:

Quem puder participar dessa festa para ajudar o Arraiá do Ribuliço arrecadar para que o governo invista menos os recursos do município porque esse ano e a gente não se cansa de dizer estamos em crise. Não é vergonhoso. O que tem que ser pedido..... vamos economizar. Fazer mais com menos recurso. Isso é que temos que fazer para dar o direito a essas crianças de divertirem”, disse ele.

Sem poder contar com a ajuda financeira do município, a agremiação ribuliciana já está se rebolando para conseguir dinheiro. A exemplo da Banda de Música Padre David Moreira que desde o início do ano vem promovendo festas dançantes sob a justificativa de obter recursos, assim também o faz este arraiá. Dinheiro em caixa é sinal de que poderão participar de festivais juninos.


Na noite deste sábado, 02, no Ginásio Poliesportivo, haverá o desfile da “Garota Junina”. Cerca de 10 (dez) meninas de várias localidades do município estarão participando da competição. Em julgamento, estará a simpatia, beleza e uma boa dose de dança nos moldes juninos.

Tão logo seja escolhida a “Garota Junina”, os foliões e as foliãs continuarão no ginásio ao som da banda altaneirense “Forró do Sertão” e de Forró do GG e Forró do Movimento.  Toda a renda com a venda de ingressos (R$ 15,00), bebidas e comidas serão destinadas ao Arraiá do Ribuliço.

O evento tem o apoio do governo municipal por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo.

A partir de hoje Petrobras aumenta preço da gasolina em 2,25%


Petrobras aumenta preço da gasolina em 2,25% nas refinarias. Na imagem, o Posto de Combustível de Altaneira. (Foto: João Alves).

A Petrobras aumentou hoje (2) em 2,25% o preço da gasolina em suas refinarias. De ontem para hoje, o litro do combustível ficou 4 centavos mais caro, ao passar de R$ 1,9671 para R$ 2,0113, de acordo com a estatal.

Em um mês, o combustível acumula alta de preço de 11,29%, ou seja, de 20 centavos por litro, já que em 1º de maio, o combustível era negociado nas refinarias a R$ 1,8072.

O preço do diesel, que recuou 30 centavos desde o dia 23 de maio, no ápice da greve dos caminhoneiros, será mantido em R$ 2,0316 por 60 dias. (Com informações da Agência Brasil).

Falta de combustível no único posto de Altaneira e a “política malandra” de revendedores

Único posto de combustível de Altaneira completa seis dias com estoque zerado. (Foto: João Alves).

A paralisação dos caminhoneiros parece que chegou ao fim. Não sem o Temer, presidente ilegítimo do pais, usar do que ele tem de melhor. Ora usou a força quando baixou decreto autorizativo de forças armadas para atuarem contra as manifestações e desobstruir as estradas, fato que não surtiu o efeito esperado. Tanto que os manifestantes continuaram por mais uns dias na luta.

Ora usou a tática que mais tem lhe marcado desde que usurpou o poder mediante um golpe jurídico-parlamentar-midiático. Retirou dos cofres público e de áreas essenciais (não que a econômica não seja) para baratear o diesel para os caminhoneiros. Isso, repito, não é algo novo. A sua permanência no poder, mesmo rodeado de denúncias graves, é prova disso. Parlamentares garantiram e estão garantido sua estada no palácio do planalto.

O preço do diesel baixou. Isso foi fruto da greve dos caminhoneiros. A gasolina e o gás de cozinha não. Mas para baixar o diesel, Temer teve que encontrar alternativas para compensar essa retirada. Educação e Saúde foram as duas áreas (não se pode esquecer da PEC do Teto que limitou investimentos em várias áreas, inclusive nestas) escolhidas. Consta que irão ser retirados montante equivalente a R$ 200 milhões de universidades (já sucateadas) e do Sistema Único de Saúde - SUS (já a beira da falência).

Essa é a política do (des)governo Temer. Corta em Saúde e em Educação, mas se recusa a enfrentar o problema como se deve. Não rompeu com a prática e os interesses financeiros daqueles que estão à frente da Petrobras.

Mas a paralisação revelou um outro lado. Enquanto caminhoneiros/as estavam em ato para que o diesel fosse barateado, o preço da gasolina continuava nas alturas. O preço do gás de cozinha continuava a um preço exorbitante para os padrões de vida do brasileiro. Muitos, inclusive, e testemunhei caso em Altaneira, tiveram que voltar a cozinhar unicamente a carvão porque o botijão não mais cabia no orçamento.

Enquanto a maioria dos altaneirenses tinham que optar por comprar o botijão ou a alimentação, proprietários e proprietárias de veículos pareciam não entender o quão grave era a situação ou se entendiam ignorava. Filas e mais filas no único posto de combustível do município para abastecer, não importando o preço. Há relatos de que o preço do litro da gasolina chegou a quase R$ 5,00.

O importante era abastecer. O preço era secundário. A procura foi intensa por dois dias seguidos e no último sábado, 26, o estoque zerou. Já são seis dias que não há combustível no posto, fazendo com que as pessoas se desloquem até Nova Olinda quando há informações de que lá tem gasolina.

O importante era abastecer. O preço era secundário. Vale repetir. Essa política da oferta e da procura parece que caiu como uma luva e o jeitinho malandro emergiu com toda força em Altaneira das “desgraças” alheia. Sem gasolina nos postos e precisando abastecer seu veículo, proprietários/as se veem obrigados a abastecer pelo preço de revendedores/as. Algumas pessoas chegaram a mencionar que quem conseguiu comprar combustível em excesso está revendendo a preço de R$ 10,00 e até de R$ 12,00.

O brasileiro e em especial o altaneirense conseguiu se superar e demonstrou que a solidariedade e o sentimento de classe inexistiram com a greve e conseguiu nesses dias comprar todo o estoque de um produto por um preço mais caro da história. Não contente, ainda compraram de revendedores por preços mais caros ainda. O único sentimento que se percebeu foi o da ganância, do eu sozinho. Talvez um "malandro é malandro e mané é mané", como bem cantou o Bezerra da Silva sirva para o momento.

Conceição Evaristo confirma que irá formalizar sua candidatura à Academia Brasileira de Letras


Conceição Evaristo será homenageada no Prêmio Mestre das Periferias e receberá R$ 30 mil.
(Foto: Bárbara Lopes/Agência O Globo).

A escritora Conceição Evaristo confirmou nesta terça-feira que pretende entregar sua carta de candidatura à Academia Brasileira de Letras (ABL) até o fim desta semana. A autora foi anunciada ainda como homenageada do primeiro Prêmio Mestre das Periferias, que acontece em agosto, e vai receber R$ 30 mil.

No último dia 21, Ancelmo Gois já revelava em sua coluna que a escritora pretendia formalizar a candidatura. Uma petição online criada em apoio à eleição da autora para a ABL já ultrapassou as 18 mil assinaturas.

— Essa campanha tem me sustentado e motivado a seguir com a candidatura. Ver essa movimentação me fortalece — disse Conceição.

Para a autora, vencedora do Prêmio Jabuti com o livro "Olhos d'água", postular a cadeira nº 7 da Academia, deixada pelo cineasta Nelson Pereira dos Santos, é mais do que buscar um reconhecimento pela sua obra.

— A ABL congrega e difunde a literatura brasileira, e eu, como escritora negra que representa vários escritores e escritoras negras, acredito que esse é um espaço a ser ocupado. Estamos nos candidatando a um lugar que, como todos os lugares da política e da cultura, são lugares dos negros, que devem estar representados.

Além da coleta de assinaturas, foi criada uma página em apoio à escritora e vão ocorrer "tuitaços" com a hashtag #ConceiçãoEvaristoNaABL nos dias 7 e 20 de junho. A campanha foi criada pelo Observatório de Favelas em parceira com a Redes da Maré e o Instituto Maria e João Aleixo — responsável pelo Prêmio Mestre das Periferias que irá homenagear ainda o ativista indígena Ailton Krenak, o líder quilombola Negro Bispo e, em memória, a vereadora Marielle Franco.

Segundo Piê Garcia, coordenadora de comunicação do Observatório de Favelas, existe uma dívida história em relação aos negros no Brasil, evidentes em espaços como a ABL. Apesar de ter sido criada por um negro, Machado de Assis, a instituição nunca elegeu uma mulher negra como imortal em seus 120 anos de existência.

— Eleger a Conceição, além do reconhecimento de sua obra literária, é uma iniciativa de reparação desse nosso histórico escravocrata numa instituição ocupada massivamente por homens brancos — afirmou Piê — E essa é uma ótima oportunidade de prestigiar alguém com a grandeza que ela tem, além de mostrar o quanto representatividade é algo importante. (Com informações do O Globo).