Uma bomba de ódio foi armada em torno do julgamento de Lula


Lula. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress).



Independentemente do resultado do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula, pelo Supremo Tribunal Federal, nesta quarta (4), ainda teremos um país na manhã seguinte. Seria importante, portanto, que não agíssemos como se o mundo acabasse após a decisão.

Para quem sofre de problemas crônicos de interpretação de texto, não estou sugerindo panos quentes a nenhum dos lados. O debate deve ser feito com a gravidade e a seriedade que o tema demanda. Mas as poucas pontes de diálogo que restaram após o impeachment de Dilma Rousseff correm o risco de ruir nesse processo, abrindo caminho para o inominável. Diálogo não significa conciliação ou ''acordão'', mas tornar a convivência possível.

As afirmações de generais de pijamas, de que podem promover um golpe militar caso os resultados das eleições de outubro não sejam do seu agrado, não devem ser encaradas como ameaças reais. Afinal, parte considerável das Forças Armadas opera, hoje, dentro de parâmetros democráticos e encara essas declarações estapafúrdias da mesma forma como vemos um tio descompensado no WhatsApp . da família. Mas o espaço que se confere a elas e a consequente reverberação funcionam como um termômetro do nível de respeito às instituições. Que anda baixo, muito baixo.

O próprio Supremo, por sua ação e inação, é um dos responsáveis pela situação de crise institucional que chegamos, ao dar pesos diferentes a crimes semelhantes dependendo do réu, ao se calar quando precisávamos que reafirmasse a Constituição Federal e por passar por cima da mesma Constituição quando bem quis. Por sua covardia e fraqueza nos momentos em que foi chamado a garantir isonomia no tratamento a diferentes grupos políticos à luz da lei, tornou-se cúmplice da zorra que bate à sua porta.

Poderia ter discutido, há muito tempo, a questão da possibilidade de execução provisória da pena após condenação em segunda instância para todos os casos. Mas esperou o processo de Lula cair à sua mesa como uma bigorna, criando tensão para a corte e milhares de outros brasileiros que poderiam ser beneficiados se voltasse o entendimento de prisão após trânsito em julgado.

Enquanto isso, religiosos e parte da mídia inflamam a população, desumanizando o adversário e transformando o jogo democrático em uma luta do bem contra o mal. E políticos inflamam seus eleitores contra jornalistas, progressistas e conservadores, por eles estarem divulgando fatos reais e não as opiniões que convém a esses políticos. Como consequência, pessoas passam a desejar e a festejar a morte daqueles que foram desumanizados e jornalistas sérios passam a apanhar nas ruas porque cismam em não concordar que emoções superam provas.

Neste momento, pessoas decretam a inutilidade não só do parlamento, mas também da própria atividade política – que, teoricamente, deveria ser uma das mais nobres práticas humanas. Outros solicitam que se encontre um ''salvador da pátria'' que nos tire das trevas, sem o empecilho de pesos e contrapesos.

Mas isto é Brasil. E ao clamarem por messias, receberão o anticristo.

A corrupção minou bastante a credibilidade de instituições. Mensalões, Trensalões, Lavas-Jato e a maioria dos escândalos, que permanecem longe dos olhos do grande público, foram relevantes. Mas a incapacidade da classe política de garantir a proteção do emprego da população mais vulnerável e um mínimo de segurança pública para tocar o dia a dia jogaram água no moinho da antipolítica.

A maior parte do povão, a maioria amorfa em nome do qual tudo isso é feito, mas que raramente se beneficia do grosso do Estado, não foi às ruas nem pró, nem contra Dilma Rousseff. Da mesma forma, não irá nem a favor, nem contra prisão de Lula. Continua onde sempre esteve: trabalhando pelo bem-estar de uma minoria e assistindo a tudo bestializado pela TV.

Nesse contexto, ter opinião virou crime, defender um ponto de vista, delito, abraçar uma ideologia, passível de morte. Ou, em outras palavras, ''fazer política é escroto''. Ou, pior, caminho para o enriquecimento ilícito. Ou seja, espalha-se a percepção de que quem se engaja na política, partidária ou não (porque muitos fazem questão de resumir toda política à partidária), tem interesses financeiros. Porque muita gente não consegue entender que a vontade de participar dos desígnios da pólis não seja apenas por ganho pessoal.

Para piorar, alguns grupos que viviam à sombra de partidos, de um lado e de outro do espectro ideológico, mas principalmente entre os conservadores, se fortaleceram no processo de impeachment. Os partidos e parte da imprensa acharam que estavam reunindo as forças ao seu lado para a guerra. Agora, começaram a perceber que podem sair desse caos como coadjuvantes. Transformados em milícias digitais que operam perfis falsos e páginas voltadas à desinformação e manipulação, esse pessoal não acredita no diálogo, apenas na porrada e na humilhação.

Gritar tudo isso para a nossa bolha nas redes sociais também não resolve. Ou você respira fundo e conversa com quem pensa de outra forma, promovendo a empatia onde ela não existe e concedendo – nessa conversa – o mesmo tratamento que confere aos seus amigos, ou continuaremos vendo exércitos se armarem de cada lado para uma guerra em que apenas as baratas sobreviverão.

Meu medo é que o ódio mútuo esteja consolidado de tal forma que as pessoas já não sejam incapazes de perceber que a discussão não é entre esquerda e direita, mas entre civilização e barbárie.

E, após uma guerra nuclear, restem apenas as baratas.

Baratas que podem se tornar a principal referência política. Baratas que podem ser eleitas para o comando da República. Porque, se por um lado, são asquerosas, por outro, são simples e resistentes.

Estavam lá antes de nós e estarão muito depois de todos irmos embora. (Por Leonardo Sakamoto, em seu Blog).



Um dos maiores fracassos do cristianismo foi ter transformado o sujeito histórico Jesus em um mito, diz professor Tolovi



O Blog Negro Nicolau (BNN) reproduziu na manhã desta terça-feira, 03/04, artigo do frade italiano Alberto Maggi, um dos os maiores biblistas vivos acerca da morte de Jesus Cristo, símbolo da religiosidade cristã.

No texto que teve a tradução do biblista brasileiro padre Francisco Cornélio, Maggi demole duas ideias que estão na base do cristianismo falsificado que os integristas sustentam há séculos, a saber: I - Jesus teria sido morto “pelos nossos pecados” e II - essa seria “a vontade de Deus” e tendo por base essas possibilidades que, para a grande maioria dos fieis passou a ter status de dogmas, o frade italiano propõe, ao analisar o próprio texto bíblico que não morreu pelos “nossos pecados” e sim por enfrentar o sistema e reitera ao argumentar “que Jesus morreu porque confrontou o Templo, um sistema de dominação e exploração dos pobres de Israel”.

Clique aqui e confira as ideias de Alberto Maggi que foi publicado em primeira mão no site Outras Palavras.

Vinicius Freire. (Foto: Nicolau Neto).
A redação do BNN entrou em contato com três especialistas no assunto – os professores Carlos Alberto Tolovi, Jair Rodrigues e Vinícius Freire – para saber suas versões sobre o posicionamento em destaque.

Vinícius Freire, que também é líder do Ministério Nissi em Altaneira, realçou que o tema é complexo, porém concordou em partes com as colocações de Maggi. Segundo ele, “Jesus foi perseguido por combater todo um sistema que existia na época” e que o texto “não tem a intenção de negar o sacrifício de cristo, mas sim, de combater a religiosidade, sobretudo os lucros que a religião gera”. Mas o líder nissiano também não nega que Cristo tenha morrido “pelos nossos pecados”.

Negar que Jesus morreu pelos pecados é negar toda a bíblia, desde as profecias do antigo testamento, até a pregação apostólica contida no novo e também os evangelhos, uma vez que o próprio Jesus faz menção à sua morte em passagens dos mesmos, mas entendo que o texto contextualiza a perseguição farisaica contra Jesus, a partir do momento em que a pregação dEle confrontava os fariseus e toda a estrutura religiosa e até social da época”, pontuou Vinícius.

Já o professor da URCA Carlos Tolovi foi enfático. “Texto muito bem elaborado. Com o qual concordo plenamente”, disse inicialmente. E aprofundou as ideias do frade ao mencionar que “um dos maiores fracassos do cristianismo do ponto de vista de sua contribuição para a construção de um mundo mais justo e solidário foi ter transformado o sujeito histórico Jesus, um sábio revolucionário, em um mito, para dar sustentação à uma moral colonialista”.

Tolovi - que é doutor em Ciências da Religião pela PUC – SP -, explica como se deu o que ele chama de “o mito do CRISTO”:

Professor Tolovi. (Foto: Reprodução/ WhatsApp).
Aquele que foi crucificado por vontade de Deus e por necessidade dos homens e mulheres em sua busca da salvação”, realça. Ele argumenta que essa narrativa não tem fundamentação ética, mas possui sustentação moral.

Para ele, essa é “uma forma de os seres humanos se utilizarem de um evento histórico revolucionário para elaborarem uma narrativa que sustenta a submissão e legitimação de relações de dominação em nome de Deus. Com isso o cristianismo, em grande parte, passou a adorar o 'deus da moral' constituída pelos valores dos colonizadores”.

Ainda no campo da moral e da ética, o professor universitário ressaltou que “dizer que Jesus sabia que deveria morrer daquela forma por vontade de Deus é tirar do mesmo a dimensão da ética”.  Afinal, ele não teria escolha e, portanto, mérito algum”, frisou.

Para Tolovi, é preciso entender Jesus pelo lado social e como personagem histórico que não só lutou contra um sistema de opressão, mas que buscou a transformação da realidade. “Ignorar que Jesus foi assassinado em nome de um deus que legitimava um sistema de dominação é querer desvincular Jesus dos movimentos revolucionários que buscam a transformação da realidade tendo em vista uma relação de equidade”, finalizou.

Até o fechamento deste artigo o professor e psicólogo juazeirense Jair Rodrigues ainda não havia se manifestado.
___________________________________________________________________________

Vinícius Freire tem graduação com licenciatura plena em História pela URCA (2011), servidor público no município de Altaneira e líder do Ministério Nissi.

Carlos Alberto Tolovi Possui graduação em Filosofia pela Universidade São Francisco - USF (1991), graduação em Teologia pelo Instituto Teológico São Paulo - ITESP (1995) e mestrado em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC (1998). Doutor em Ciências da Religião pela PUC - SP (2016). É professor de Filosofia na Universidade Regional do Cariri - URCA - CE, lotado no Departamento de Ciências Sociais. É diretor presidente da Fundação Arca e coordena o programa de extensão firmado entre a URCA e a ARCA (em Altaneira - CE). Autor do livro: "Mito, Religião e Política - Padre Cícero e Juazeiro do Norte". (Informações colhidas junto ao Lattes).


Jesus não morreu pelos “nossos pecados” e sim por enfrentar o sistema


Cruz (detalhe), Arcabas (Jean-Marie Pitot), Igreja do Espírito Santo e de S. Alessandro Mártir, Arquidiocese de Portoviejo, Equador. (Foto: Reprodução/ Outras Palavras.


Nesta Sexta-Feira da Paixão, Caminho Pra Casa publica artigo exclusivo de um dos maiores biblistas vivos, o frade italiano Alberto Maggi. A tradução é do biblista brasileiro padre Francisco Cornélio. No texto, Maggi demole duas ideias que estão na base do cristianismo falsificado que os integristas sustentam há séculos:  1) Jesus teria sido morto “pelos nossos pecados”;  2) essa seria “a  vontade de Deus”. A versão é insustentável com um exame realista e honesto dos textos bíblicos.  Os Evangelhos são claríssimos: Jesus morreu porque confrontou o Templo, um sistema de dominação e exploração dos pobres de Israel. Jesus não inaugurou o tempo da culpa, mas o da misericórdia e o da vida plena para os pobres. A íntegra do artigo a seguir.

Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados. Essa é a resposta que normalmente se dá para aqueles que perguntam por que o Filho de Deus terminou seus dias na forma mais infame para um judeu, o patíbulo da cruz, a morte dos amaldiçoados por Deus (Gl 3,13).

Jesus morreu pelos nossos pecados. Não só pelos nossos, mas também por aqueles homens e mulheres que viveram antes dele e, portanto, não o conheceram e, enfim, por toda a humanidade vindoura. Sendo assim, é inevitável que olhando para o crucifixo, com aquele corpo que foi torturado, ferido, riscado de correntes e coágulos de sangue expostos, aqueles pregos que perfuram a carne, aqueles espinhos presos na cabeça de Jesus, qualquer um se sinta culpado … o Filho de Deus acabou no patíbulo pelos nossos pecados! Corre-se o risco de sentimentos de culpa infiltrarem-se como um tóxico nas profundezas da psiquê humana, tornando-se irreversíveis, a ponto de condicionar permanentemente a existência do indivíduo, como bem sabem psicólogos e psiquiatras, que não param de atender pessoas religiosas devastadas por medos e distúrbios.

No entanto, basta ler os Evangelhos para ver que as coisas são diferentes. Jesus foi assassinado pelos interesses da casta sacerdotal no poder, aterrorizada pelo medo de perder o domínio sobre o povo e, sobretudo, de ver desaparecer a riqueza acumulada às custas da fé das pessoas.

A morte de Jesus não se deve apenas a um problema teológico, mas econômico. O Cristo não era um perigo para a teologia (no judaísmo havia muitas correntes espirituais que competiam entre si, mas que eram toleradas pelas autoridades), mas para a economia. O crime pelo qual Jesus foi eliminado foi ter apresentado um Deus completamente diferente daquele imposto pelos líderes religiosos, um Pai que nunca pede a seus filhos, mas que sempre dá.

A próspera economia do templo de Jerusalém, que o tornava o banco mais forte em todo o Oriente Médio, era sustentada pelos impostos, ofertas e, acima de tudo, pelos rituais para obter, mediante pagamento, o perdão de Deus. Era todo um comércio de animais, de peles, de ofertas em dinheiro, frutos, grãos, tudo para a “honra de Deus” e os bolsos dos sacerdotes, nunca saturados: “cães vorazes: desconhecem a saciedade; são pastores sem entendimento; todos seguem seu próprio caminho, cada um procura vantagem própria  (Is 56, 11).

Quando os escribas, a mais alta autoridade teológica no país, considerando o ensinamento infalível da Lei, vêem Jesus perdoar os pecados a um paralítico, imediatamente sentenciam: “Este homem está blasfemando!” (Mt 9,3). E os blasfemos devem ser mortos imediatamente (Lv 24,11-14). A indignação dos escribas pode parecer uma defesa da ortodoxia, mas na verdade, visa salvaguardar a economia. Para receber o perdão dos pecados, de fato, o pecador tinha que ir ao templo e oferecer aquilo que o tarifário das culpas prescrevia, de acordo com a categoria do pecado, listando detalhadamente quantas cabras, galinhas, pombos ou outras coisas se deveria oferecer em reparação pela ofensa ao Senhor. E Jesus, pelo contrário, perdoa gratuitamente, sem convidar o perdoado a subir ao templo para levar a sua oferta.

Perdoai e sereis perdoados” (Lc 6,37) é, de fato, o chocante anúncio de Jesus: apenas duas palavras que, no entanto, ameaçaram desestabilizar toda a economia de Jerusalém. Para obter o perdão de Deus, não havia mais necessidade de ir ao templo levando ofertas, nem de submeter-se a ritos de purificação, nada disso. Não, bastava perdoar para ser imediatamente perdoado…

O alarme cresceu, os sumos sacerdotes e escribas, os fariseus e saduceus ficaram todos inquietos, sentiram o chão afundar sob seus pés, até que, em uma reunião dramática do Sinédrio, o mais alto órgão jurídico do país, o sumo sacerdote Caifás tomou a decisão. “Jesus deve ser morto”, e não apenas ele, mas também todos os discípulos porque não era perigoso apenas o Nazareno, mas a sua doutrina, e enquanto houvesse apenas um seguidor capaz de propagá-la, as autoridades não dormiriram tranquilas (“Se deixarmos ele continuar, todos acreditarão nele … “, Jo 11,48). Para convencer o Sinédrio da urgência de eliminar Jesus, Caifás não se referiu a temas teológicos, espirituais; não, o sumo sacerdote conhecia bem os seus, então brutalmente pôs em jogo o que mais estava em seu coração, o interesse: “Não compreendeis que é de vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça a nação toda?” (Jo 11,50).

Jesus não morreu pelos nossos pecados, e muito menos por ser essa a vontade de Deus, mas pela ganância da instituição religiosa, capaz de eliminar qualquer um que interfira em seus interesses, até mesmo o Filho de Deus: “Este é o herdeiro: vamos! Matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança” (Mt 21,38). O verdadeiro inimigo de Deus não é o pecado, que o Senhor em sua misericórdia sempre consegue apagar, mas o interesse, a conveniência e a cobiça que tornam os homens completamente refratários à ação divina. (Por Alberto Maggi   | Tradução: Francisco Cornélio, no Outras Palavras).


_________________________________________________________________________________



Alberto Maggi, biblista italiano, frade da Ordem dos Servos de Maria, estudou nas Pontíficias Faculdades Teológicas Marianum e Gregoriana de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversos livros, como A loucura de Deus: o Cristo de João, Nossa Senhora dos heréticos

Francisco Cornélio, sacerdote e biblista brasileiro, é professor no curso de Teologia da Faculdade Diocesana de Mossoró (RN). Fez seu bacharelado no Ateneo Pontificio Regina Apostolorum, em Roma. Atualmente, está em Roma novamente, para o doutorado no Angelicum (Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino), onde fez seu mestrado

Prefeitura de Aurora-Ce divulga edital de concurso público com mais de 130 vagas



O município de Aurora divulgou no seu sítio eletrônico edital de concurso público para provimento de cargos efetivos do quadro de pessoal do poder executivo.

O concurso tem por objetivo o provimento de 133 (cento e trinta e três) vagas distribuídos nos mais variados graus de escolaridade e será executado pela Universidade Regional do Cariri (URCA), por meio da Comissão Executiva do Vestibular (CEV).

O certame será realizado em três etapas – prova escrita objetiva, provas de títulos e prova prática, sendo que esta última estará direcionada para aqueles e aquelas que almejam concorrer para o magistério, magarefe e auxiliar de magarefe.

O prazo de validade será de dois anos, prorrogável, uma única vez, por até igual período, mediante ato motivado da autoridade competente, condição necessária à prorrogação.

O período de inscrição está compreendido entre os dias 07 a 22 de abril através do site URCA no endereço cev.urca.br. Os salários variam entre R$ 936,00 a R$ 8.000,00.


Prefeitura de Aurora-CE. (Foto: Divulgação).


Altaneirense Ravi Timóteo é terceiro lugar na 5ª Edição da Corrida Santa Cecília em Missão Velha



A quinta edição da Corrida Santa Cecília, uma das maiores do interior do Ceará foi realizada na manhã deste domingo, 1º de abril, em Missão Velha. Dividida em várias modalidade, a prova contou este ano com a presença dos atletas quenianos Elijah Chebonei e Caroline Jepkemei.

O atleta de Altaneira Ravi Timóteo participou da competição na categoria de 14 a 24 anos e percorreu 10 km vindo a figurar em terceiro lugar. Ao Blog Negro Nicolau (BNN), o treinador Tiago Alves afirmou a prova foi muito difícil e que o resultado é muito positivo e representa um crescimento e amadurecimento de Ravi em competições, principalmente nesta que se deu em nível internacional.

Para elucidar seu argumento, Tiago mencionou o grande nível que teve a corrida com o pódio na categoria geral sendo formado, segundo ele, “por um dos melhores atletas do Brasil, Márcio Leão e Marcos Antônio, ambos da equipe do Cruzeiro, primeiro e terceiro lugar, respectivamente”. A medalha de prata ficou com o queniano Elijah Chebonei.

Pelo regulamento, além da medalha e troféu, Ravi trouxe para a Altaneira como prêmio um celular.

Ravi Timóteo conquista terceiro lugar na V Edição da Corrida Santa Cecília, em Missão Velha. (Foto: Tiago Alves).


Chuva enche pontes no Distrito São Romão, em Altaneira, e aulas são suspensas


Chuva enche ponte e aulas são
suspensas no Distrito São Romão.
(Foto: Reprodução/Facebook).

Pancadas de chuvas que caem em Altaneira desde às 1h50min desta segunda-feira, 02/04, causou impacto nas estruturas das estradas carroçais que dão acesso à Escola de Ensino em Tempo Integral Joaquim de Morais, no Distrito São Romão, em Altaneira.

Segundo anúncio divulgado na conta da própria escola no facebook, as aulas estão suspensas por hoje por que “as pontes estão cheias e a chuva continua”. Elas são as principais vias de acesso de estudantes, professores e demais servidores.

Até o fechamento desta matéria, no site da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) o município de Altaneira figura entre os dez primeiros em índices pluviométricos. Entre às 07h00 do dia primeiro de abril e às 07h00 desta segunda foram computados 65 mm. O tempo permanece fechado e a chuva ainda continua a banhar os altaneirense.

As águas que caíram (e ainda cai) hoje já foram o suficiente para superar as que vieram durante todo o mês de março. Este rendeu apenas 10 mm. 


“Há uma escalada protofascista no Brasil”, diz Ciro Gomes



No Senado francês, em Paris, o presidenciável Ciro Gomes, do PDT, comentou a situação política brasileira e os disparos contra a caravana do ex-presidente Lula.

Há uma escalada protofascista no Brasil, animada fundamentalmente na Internet”, avalia. “Ela é estimulada por alguns quadros da política brasileira. Uma parte relevante da direita brasileira começa a fazê-lo, mesmo sem uma vontade explícita de que isso aconteça”.

O pré-candidato à presidência participou de vários eventos na Europa. Na passagem pela França, Ciro Gomes concedeu uma entrevista à RFI.

Parte [da direita] é protofascista mesmo, e outra parte permite isso, veja o exemplo do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que, ao invés de pura e simplesmente condenar [o ataque à caravana de Lula], que é o que se impõe a qualquer democrata, afirmou como primeira reação que o PT está colhendo o que plantou”, acrescentou. “Nada justifica isso, por mais antagonismo que haja. Eu, por exemplo, tenho muitos antagonismos recentes com parte da burocracia do PT e com parte de seu comportamento estratégico, mas não é razoável aceitar que a bala, a pedra e a violência substituam o argumento no debate político”.

Ciro Gomes afirma que não é possível ainda dizer se [o ataque] foi ou não um crime político. “É preciso que nós não nos antecipemos. O que devemos fazer é pedir pressa e eficácia na apuração. Imediatamente uma fração da direita fala em armação. Não podemos deixar que um fato dessa gravidade, com motivações tão potencialmente graves, tenha sua investigação atrapalhada”, avalia. “Se foi de fato um atentado com intenção ainda que sem sucesso de matar o ex-presidente, temos aí uma coisa absolutamente grave, num país que tem 64.700 homicídios nos últimos doze meses e onde a escalada do crime organizado produz uma impunidade de quase 92%”.

Na medida em que o banditismo começa a puxar o enfrentamento com o poder político, isso significa um conjunto de ideias e valores. (...) É o crime organizado se sentindo mais empoderado. É preciso exigir que as autoridades apontem e punam os culpados”, sinaliza.

Ciro Gomes não acredita, porém, que a escalada de violência no Brasil possa adiar o processo eleitoral em 2018. “Evidentemente que a nossa baixíssima tradição democrática e o momento em que estamos, do nosso ponto de vista, sob um golpe de Estado, permitem especulações de toda natureza porque as instituições centrais já foram golpeadas e há uma certa incapacidade das autoridades judiciais do país de impor esta ordem do Estado de direito democrático”, afirma.

Mas para que isso acontecesse [adiamento das eleições], deveria existir um poder, que não parece existir na nossa realidade contemporânea, capaz de subjugar as regras da Constituição. No passado foi uma interrupção militar, e hoje, diga-se, a bem da verdade, os militares têm se comportado com grande profissionalismo”.

Pouco importa o que eu defenda [em relação à candidatura de Lula], o ideal para o País é que todos nós pudéssemos nos apresentar, independentemente de nossa linha partidária, e que o grande juiz fosse o povo, depois de um generoso e fraterno debate que nos permitisse ajuizar o grave e complexo problema socioeconômico do país e as formulações de estratégia”, considera.

Entretanto há uma lei em vigor no Brasil, a lei da Ficha Limpa. E ela é de uma transparência absoluta, que não permite dubiedade na interpretação. A lei diz pura e simplesmente que o cidadão ou a cidadã, condenados em segundo grau de jurisdição, fica sem o direito de ser candidato(a). Portanto, é flagrante que o Lula não será candidato”, afirma. (Com informações de CartaCapital).


Ciro Gomes: a internet emula o fascismo. (Foto: Wikimedia).

Por trás do verdadeiro mecanismo de corrupção do Brasil



Cartografia das redes de corrupção estabelecidas no Brasil entre 1987 e 2014 a partir dos escândalos divulgados na imprensa Luis Alves, Pós Doutorando na USP.


Anões do Orçamento, Dossiê Cayman, Pasta Rosa, Máfia dos fiscais, compra de votos para a reeleição. À parte a CPI do Banestado, que voltou a ganhar destaque ao ser mencionada de forma caricata na série O Mecanismo, da Netflix, os muitos escândalos de corrupção que assolaram o Brasil após a redemocratização parecem estar fadados ao esquecimento. A sucessão de eventos, crimes, personagens, investigações, bem como as parcas condenações fazem com que a realidade brasileira de combate à corrupção seja difícil, para não dizer quase impossível, de acompanhar. Um projeto de pesquisa da USP, no entanto, aposta na ciência da computação para tirar esses casos do ostracismo, revelar o verdadeiro mecanismo de funcionamento das redes de corrupção no país e, no futuro, até prever como são formadas essas redes.

Na trama do Brasil real não há um personagem principal que lidera um grande esquema de desvio de dinheiro público, como por vezes ronda a imaginação popular. Mas, sim, uma rede bem engendrada de relacionamentos da qual foram mapeados 404 nomes – entre políticos, empresários, funcionários públicos, doleiros e laranjas –, de pessoas envolvidas em 65 escândalos de corrupção entre 1987 e 2014. “Essas redes criminosas operam de forma similar ao tráfico de drogas e às redes terroristas”, explica Luiz Alves, pós-doutorando no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP, em São Carlos, e um dos cinco pesquisadores do projeto.

A investigação foi feita com base em escândalos de corrupção divulgados na grande imprensa a partir de 1987. “Antes disso, não temos documentação sobre corrupção. O que não significa que não existia, mas sim, que não havia uma imprensa livre para expor os casos”, explica Alves. O resultado da pesquisa foi publicado em janeiro no artigo The dynamical structure of political corruption networks (A estrutura dinâmica das redes de corrupção política), no Journal of Complex Networks. E chamou atenção do prestigioso MIT Technology Review, que colocou o artigo na lista das publicações mais provocantes do período. (Por Regiane Oliveira, do El País).