Moradores contestam utilidade do Demutran em Nova Olinda


Menos de vinte e quatro (24) horas depois do prefeito de Nova Olinda, Afonso Sampaio (PSD), autorizar o trabalho pelas vias públicas dos agentes do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), moradores já contestaram a utilidade do órgão.

Um dos mais críticos da operacionalidade dos serviços a ser prestado pelo Departamento de Trânsito no âmbito municipal foi o estudante de design de produto da Universidade Federal do Cariri (UFCA), Márcio dos Santos.

Para o universitário, “Nova Olinda não precisa de um Demutran”, mas “de coerência e transparência nos serviços que buscam ser aplicados”. Ao esmiuçar seus argumentos, Márcio foi taxativo ao afirmar que os serviços a serem prestados pelo órgão é cabível a “cidade grande” e que quando aplicados a uma cidade pequena as ações advindas destas serão aproveitadas “por uma pequena classe”, ao passo que os “que se encontram a margem do centro da cidade sofrerá, será marginalizado e esquecido pelos gestores públicos”.

Ainda segundo ele, o desenvolvimento do município deve passar necessariamente pela oferta “de um bom salário para esses todos” e enfatizou que existe “famílias que sobrevivem com menos da metade de um salário mínimo” e outras “que moram em áreas de risco e insalubres” e outras ainda “com crianças fora da escola”. Ele realça que todos estas pessoas estão esquecidas e indaga “e a gestão para essas pessoas, onde está”?

O universitário destaca que “os gestores deveriam buscar solucionar primeiro os pequenos problemas ou aqueles problemas mais latentes, para que depois pudessem ter argumentos para aplicar um ‘grande serviço para a cidade’”.

A nota foi compartilhada na sua rede social facebook neste sábado, 24, e recebeu dezenas de curtidas e comentários elogiosos a sua postura.

Boas palavras Márcio Dos Santos, São poucas as pessoas do nosso município que assim como você enxerga o social do município, uma cidade antes mesmo de edificações ou seja estruturas físicas é feita de pessoas e essas pessoas precisam de respeito e de pelo menos uma vida digna", disse Miguel Barros(texto retirado tal qual foi postado).

Outro internauta, Adeeh Miranda, foi além e disse “José Márcio pra vereador #2020”.

Ao justificar a operacionalidade do Demutran o prefeito Afonso afirmou ser “necessário mudar o comportamento dos condutores para reduzir os acidentes de trânsito com vítimas fatais” e que “a educação é o caminho para mudar a cultura da imprudência”.

Abaixo integra da nota de Márcio dos Santos

Aos que acreditam que o desenvolvimento de uma cidade pode ser medido por serviços e ações de cidade grande aplicados numa cidade pequena, não se enganem. Pois quando se aplicam essas ações e serviços sempre serão voltados e aproveitados por um pequena classe, e mais uma vez, aqueles que se encontram a margem do centro da cidade sofrerá, será marginalizado e esquecido pelos gestores públicos. Desenvolver uma cidade é fazer dela uma cidade igual para todos.

O desenvolvimento em uma cidade como Nova Olinda, deve ser buscado através de serviços para as populações que são marginalizadas, não significa esquecer a classe média, mas fortalecer as ações para as classes menos privilegiadas. O desenvolvimento deve ser buscado através de um bom salário para esses todos, tem famílias que sobrevivem com menos da metade de um salário mínimo; tem famílias que moram em áreas de risco e insalubres; famílias com crianças fora da escola. Todos eles esquecidos, e a gestão para essas pessoas, onde está?

Os gestores deveriam buscar solucionar primeiro os pequenos problemas ou aqueles problemas mais latentes, para que depois pudessem ter argumentos para aplicar um "grande serviço para a cidade".

Nova Olinda não precisa de um Demutran, ela precisa de coerência e transparência nos serviços que buscam ser aplicados”.

Agentes do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) de Nova Olinda tem serviço autorizado pelo prefeito Afonso Sampaio nesta sexta-feira, 23. (Foto: Divulgação/ Portal do Município).

“Preto não pode andar de táxi?” Judoca Rafaela Silva relata abuso policial


Judoca Rafaela Silva relata abuso de policial. (Foto: Divulgação).

Campeã mundial de judô em 2013 e medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, Rafaela Silva relatou ter sido vítima de preconceito nesta quinta-feira (22), no Rio de Janeiro.

A judoca afirma que foi parada por um policial ao pedir um táxi no aeroporto. Segundo ela, o homem só entrou na viatura e foi embora depois de perguntar ao taxista se ele a havia “pegado na favela”.

Na altura do campeonato, chegando no Rio de Janeiro, tive que passar vergonha e descobrir que preto não pode andar de táxi agora. Passaram 4 policiais dentro do carro e ficaram encarando o táxi que eu estava dentro”, começou a relatar em um vídeo publicado no Instagram.

Eu continuei mexendo no celular, fingi que não era nem comigo. Daqui a pouco eles ligam a sirene e mandam o taxista encostar. Levaram o taxista pra um lado, e o outro rapaz bateu com a arma na janela e me chamou do outro lado. Isso com a avenida Brasil inteira olhando, achando que a polícia tinha capturado um bandido”, prosseguiu.

O cara olha pra minha cara e pergunta: ‘trabalha com o quê?’. Falei que não trabalho, sou atleta. ‘Tu é aquela da olimpíada, né? Mora onde?’ Jacarepaguá, estou tentando chegar em casa. O taxista disse que me pegou no aeroporto”, disse Rafaela.

O policial falou: ‘ah tá, pode ir lá então, achei que tu tinha pego na favela (sic)’. Agora preto nem de táxi pode andar que deve estar assaltando, roubando””, concluiu a judoca. (Com informações do EsporteUol).


A indígena Sonia Guajajara pode ser a vice de Guilherme Boulos


Guilherme Boulos, o principal líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), já admitiu que estão bem avançadas as negociações para que ele aceite ser o candidato do PSOL à presidência da República este ano. As conversas avançaram tanto que há semanas um nome vem se fortalecendo dentro do partido para assumir como vice de sua chapa: a líder indígena Sonia Guajajara. As informações são de Anna Virginia Balloussier, da Folha de S.Paulo.

Tudo caminha para Sonia ser a vice”, diz o deputado Marcelo Freixo, um dos entusiastas na sigla da composição que vem sendo tratada, no campo progressista, como uma esquerda “puro sangue”. Ter uma mulher indígena ao lado do líder de um dos maiores movimentos sociais do país foi um dos fatores que animaram também o casal Caetano Veloso e Paula Lavigne, que tem cumprido papel informal de apoiadores de candidaturas esquerdistas – como as de Boulos (presidência) e Freixo (Congresso).

Caetano usou a dupla como sinônimo de coisa boa ao escrever no coletivo jornalístico Mídia Ninja sobre o som do Baiana System, banda que viu no Carnaval de Salvador. “É como se Boulos tivesse sido eleito presidente e Sonia Guajajara vice – e seu mandato estivesse dando certo”.

Ao contrário do coordenador do MTST, ainda sem partido, Sonia, 43, já é do PSOL. Filiou-se em 2011, após deixar o PT, decepcionada com “aquelas alianças lá com a Roseana”. Referia-se ao apoio prometido pelo PT nacional à então governadora do Maranhão, primogênita de José Sarney, dez anos atrás.

É do Estado que vem a tribo de Sonia, os guajajaras. Ela saiu de lá pela primeira vez aos 15 anos, para fazer ensino médio num colégio interno agrícola em Minas, com suporte da Funai -hoje é pós-graduada em Educação pela Universidade Federal do Maranhão e coordena a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).

A ideia inicial, conta Sonia, era se candidatar ao Congresso, que não tem um parlamentar indígena desde o cacique xavante Mario Juruna. Em dezembro, a candidatura teve um “upgrade”: ela lançou uma carta se apresentando como postulante à presidência, endossada pelo Setorial Nacional Ecossocialista do PSOL. Nela, pleiteia espaço para “os povos originários”: “Ocupamos as redes sociais, mas nem por isso deixamos de sofrer racismo, ver nossas lideranças sendo assassinadas, a juventude sem perspectivas, os direitos sendo retirados, os territórios invadidos ou sendo entregues ao agronegócio”.

A iniciativa “realmente fez com que o partido e o próprio Boulos se interessassem”. Daí a ideia de uma chapa conjunta, ainda na “fase de diálogo”, segundo ambos. Em março, o líder do MTST deve cravar se é ou não presidenciável.

Há anos Sonia frequenta o noticiário como porta-voz da causa indígena – que, para ela, nem mesmo o PSOL dá a merecida atenção. “Embora seja o partido que mais defende as minorias, ainda precisa se aprofundar bastante. Em todos os debates, a questão [dos povos originários] é superficial”.

No Rock in Rio 2017, ela subiu no palco a convite de Alicia Keys. Discursou ao som de “Kill Your Mama” (mate sua mamãe), música em que a cantora americana critica a humanidade, que “brinca de Deus” ao devastar a natureza.

No Carnaval do mesmo ano, Sonia posou com a atriz Leticia Sabatela, as duas com pinturas indígenas no rosto, após participarem do desfile da escola de samba Imperatriz Leopoldinense -ela não “vê como afronta, apropriação cultural” quando brancos adotam seus códigos culturais em fantasia, desde que não haja “deboche, caricatura”.

Sonia é fluente nos signos da esquerda brasileira. Para ela, Michel Temer é “golpista”, respaldar a candidatura de Lula é “defender a democracia” etc. Unir-se a personalidades como Caetano e Paula Lavigne, diz, é uma forma de “dar visibilidade” a um assunto que costuma ser escanteado pela opinião pública. “A [cantora] Maria Gadú foi no Maranhão conhecer [uma aldeia], apoiar de alguma forma. Essa articulação com artistas é uma forma de sensibilizar, não ficar só nas redes sociais”. (Com informações da Revista Fórum).


 
"Ocupamos as redes sociais, mas nem por isso deixamos de sofrer racismo, ver nossas lideranças sendo assassinadas, a juventude sem perspectiva, os direitos sendo retirados", afirma Sonia Guajajara. (Foto: YouTube).

Blogosfera de Altaneira: um ambiente masculinizado


O campo das ideias e da tomada de posição através da blogosfera ou incitada por ela é bem recente em Altaneira. Antes, discussões sobre esportes, política e religião - curiosamente aqueles ao qual se ouve a mais tola das informações – que não se discute, pois cada um/a tem o/a seu/sua, era motivo de calorosos debates nas ruas, nas praças, no ginásio poliesportivo e em casa e nas calçadas.

Eu mesmo ficava até altas horas no banco da praça do poliesportivo resenhando o jogo com a galera, mas não só. Falávamos também sobre os temas quentes de alcance nacional, estadual e municipal. É bem verdade que esses espaços elencados nunca deixaram de ser referência para debates. Os de idade mais avançada ainda resistem bravamente ao poder avassalador das redes sociais. Uns porque não curtem, outros porque mesmo aderindo a ela ainda preferem o olho no olho.

Confesso que a relação pessoal ao invés da virtual é a minha preferida, mas me rendi (com os devidos cuidados e receios) desde 2011 ao poder das redes sociais e mais especificamente a divulgação de conteúdos e de temas geradores por meio dela que escrevo ou simplesmente extraio de sites e outros diários eletrônicos confiáveis para o meu blog. Assim como eu, vários outros assim o fazem. Devo dizer que não fui o pioneiro.

O primeiro blog lançado e curiosamente com a terminologia “Altaneira” no nome foi o do advogado Raimundo Soares Filho, em 21 de fevereiro de 2010. Pouco mais de um ano e dois meses depois, lancei o “Altaneira Infoco”. Com o passar dos meses percebi que o nome não me agradava, passando a denominação de “Informações em Foco" e há quase dois anos todos podem ter acesso ao conteúdo compartilhado pelo Blog Negro Nicolau. A ideia de mudar o nome se deu em face de poder, através deste veículo de comunicação contribuir a partir das minhas ações de sentimento de pertencimento, para que outras pessoas se sintam representadas e empoderad@s por negr@s e negros e possam ainda se sentirem como tal, lutando para superar e eliminar um dos maiores canceres do Brasil – o preconceito e o racismo.

A blogosfera de Altaneira é uma das mais atuantes da região do cariri e não seria nenhuma ousadia dizer do Estado. Todos os dias cidadãos e cidadãs altaneirenses, residentes aqui ou não, podem ter acessos aos mais diversos temas, dos mais simples aos mais complexos e com uma didática capaz de atender a todas as idades.

Tem blog que fala quase que exclusivamente sobre política partidária, seja ela local ou não. Há aqueles que dedicam parte do seu tempo para escrever e compartilhar acerca da religiosidade. O Blog “Ministério Nissi”, administrado e editado pelo servidor público municipal, Vinícius Freire, é o mais forte exemplo. A variedade não para por aí. Aqueles e aquelas que curtem informações referentes aos aspectos científicos e tecnológicos não estão órfão/ã. O "Blog do Professor Paulo Robson" lhes presenteia (não com regularidade diária, mas é perfeitamente entendível). Vale destacar aqui o "Blog A Pedreira", administrado pelo hoje assessor de comunicação da Câmara, Júnior Carvalho, o "Blog do Vereador Professor Adeilton", o "Esporte é vida" que traz notícias acerca do futebol local, editado e administrado pelo presidente da Associação Esportiva Altaneirense (AEA), Humberto Batista e o "Blog Mandíbula de Altaneira" que assim como o do Paulo vez ou outra aparece com alguma informação. Este tem o professor e sindicalista José Evantuil como administrador.

Não se pode esquecer dos diários virtuais institucionais – Blog da Rádio Altaneira FM, Blog da ARCA e Blog da Acontrial e daqueles de iniciativa pessoal, mas que não possuem atualizações.

São mais de 10 portais hospedados na internet, mas o ambiente da blogosfera altaneirense é totalmente masculino. Apenas uma mulher atuou, mas por pouco tempo. Francilene Oliveira, estudante de História (URCA) checou a escrever textos e compartilhar no Blog da Acontrial, mas não mais o fez. Mas porque esta ferramenta ainda é pouco ou quase inutilizada pelas mulheres?

Em um mundo cada vez mais tecnológico e com informações ao alcance em tempo real, ter um blog ou um site se torna cada vez mais importante. Mas qual a razão dessa importância? Se limitar a uma justificativa em específico é cair em um simplismo gritante. Então, que tal criar um ou usar o que você já tem para denunciar maus-tratos a animais irracionais e a pessoas, principalmente crianças e idosos/as? Que tal usar de seu poder de argumentação e escrever sobre o poder que as ‘grandes’ mídias (controladas por poucas famílias e por setores religiosos) tem para manipular pessoas e falsear informações? Ou talvez para ser uma ativista dos direitos humanos, lutando e compartilhando conhecimento acerca das desigualdades que afetam principalmente os grupos que sempre estiveram e ainda estão à margem do poder, como mulheres, mulheres negras, negros, gays, lésbicas, trans..., etc? Já pensou nisso?

A Blogosfera pode ser um caminho para enfrentar as imundices que assola o país. Afinal, conhecimento é algo que precisa ser compartilhado. Conhecimento que não é partilhado é apenas informação acumulada e isso não serve.


Ruas centrais de Altaneira. (Imagem capturada de um vídeo no You Tube).

Demutran - Nova Olinda passa a ter serviços de trânsito


Nova Olinda, na região do cariri, passa a fazer parte da lista dos 50 municípios cearenses que tem o serviço de trânsito municipalizado. Isso porque o Departamento Municipal de Transito (Demutran) quatro agentes deste órgão já iniciaram os trabalhos pelas vias públicas nesta sexta-feira, 23.

Segundo informações colhidas junto ao portal oficial do município, o prefeito Afonso Sampaio (PSD) entregou fardamentos e autorizou a atuação diária dos agentes. A equipe conta com uma mulher.

O Demutran ainda não está fiscalizando no sentido de aplicar multas a condutores/as de veículos automotores, mas tão somente agindo junto a estes/as no sentido de conscientizá-los/as. Contudo, fixou prazo de 180 dias para que haja a regularização às normas de trânsito e 45 dias para que os veículos estejam em condições legais para trafegar.

Passado esse período, todos (as) estão passíveis de multas. O dinheiro arrecadado dessa fonte deve ser usado para a instalação de semáforos, na melhoria da sinalização e na promoção de educação no trânsito.

Desde de 1998, todos os municípios precisam contar com órgãos que possam gerir o tráfego, mas isso ainda não é uma realidade. No Ceará, apenas 29% dos municípios contam com esse tipo de serviço.

Agentes do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) de Nova Olinda tem serviço autorizado pelo prefeito Afonso Sampaio nesta sexta-feira, 23. (Foto: Divulgação/ Portal do Município).




Temer quer ser presidente em 2019. Mas ficaria feliz com ministério e foro


Representantes e emissários de Michel Temer, aproveitando a nova campanha publicitária do governo federal ''Intervenção federal no Rio: Guerra e você, tudo a ver'', começaram a circular a informação de que o ocupante do Palácio do Planalto passou a ser um nome viável para as eleições presidenciais de outubro.

Logo ele, que continua menos popular que aquela broca mais fininha do dentista.

Diante disso, colegas com boa fé passaram a calcular suas chances, abusando do uso do tempo condicional. Ou seja, se as Forças Armadas entregarem o esperado efeito placebo na capital carioca, se houver geração em massa de empregos formais, se o Brasil não levar outro chocolate alemão na Copa.

Ou se Mercúrio retrógrado fizer com que os brasileiros esqueçam a forma como enxergam Temer. Em outras palavras, um denunciado por corrupção que comprou votos com dinheiro público para escapar; um vice que, ao invés de esperar o desenrolar do processo de impeachment, conspirou contra sua colega de chapa; um homem que no Dia Internacional da Mulher disse que a maior participação do gênero feminino na economia era através da administração do orçamento doméstico; um presidente que mentiu, afirmando que fiscais do trabalho haviam caracterizado escravidão em uma construtora devido à falta de uma mera saboneteira em um chuveiro de um alojamento, escondendo mais de 40 outras irregularidades.

Temer é um político pragmático. A menos que esteja usando alguma droga forte, sabe bem que é mais fácil o tal camelo passar pelo buraco da tal agulha do que ele conseguir se eleger. Sobre esse feito, deixo claro que há dúvidas se o camelo do trecho bíblico é mesmo o animal ou uma tradução da palavra ''corda'' e se a agulha refere-se, na verdade, a uma passagem em um muro. Mas esse questionamento é uma informação completamente irrelevante para o texto, tanto quanto uma análise eleitoral, hoje, com Temer no páreo.

Caso se candidate, dirá que é para resgatar um mínimo de respeito público através da defesa do seu, digamos, ''legado''. Mas é provável que esteja tentando vender alto o apoio da máquina do governo a outro candidato, seja no segundo turno (caso ele resolva sair candidato) ou já no primeiro.

O custo para isso pode ser a garantia de um foro privilegiado para ele, que ficará descoberto sem mandato, diante de pendências criminais. O oferecimento de um ministério, como o das Relações Exteriores pode ajudar ao futuro ex-presidente a não cair nas mãos da Lava Jato na primeira instância e, portanto, estaria de bom tamanho.

Claro que esse combinado teria que ser garantido por baixo do pano, afinal poucos candidatos competitivos gostariam de Temer a menos de 100 metros de distância de suas campanhas. Por outro lado, se ele resolver sair, será o para-raios mais que perfeito, atraindo todas críticas ao seu mandato e aliviando para os aliados.

Particularmente, se eu fosse ele, tomaria cuidado com promessas. Tem gente que garante que vai estar junto até o fim. Mas, quando fareja o poder, abandona qualquer um no meio da rua. Imagino que ele conheça pessoas desse tipo. (Por Leonardo Sakamoto, em seu Blog).

(Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters).

A história das lésbicas que enganaram a Igreja para se casar e que agora inspira filme

Marcela Gracia Ibeas e Elisa Sánches Loriga, em foto de casamento.
(Foto: José Sellier).
Em 1901, Marcela e Mário se casaram na Igreja Católica de São Jorge, na cidade de La Coruña, noroeste da Espanha. Mário tinha sido batizado no mesmo dia, dizendo que era filho de pais ingleses protestantes e que queria se converter ao catolicismo.

O detalhe incrível da história é que Mário, na verdade, era Elisa Sánchez Loriga, disfarçada com conhecimento de Marcela, para conseguirem se casar na Igreja. Até hoje, esse é o único casamento do mesmo sexo conhecido na história da Igreja Católica espanhola. É também um caso pioneiro de união homossexual no mundo.

Agora, a história do casal vai virar filme. "Quando eu penso sobre essas duas mulheres e a coragem de uma delas de se passar por homem, foram muito valentes", afirma Isabel Coixet, realizadora do filme.

Enredo elaborado

Elisa e Marcela Gracia Ibeas se conheceram em meados dos anos 1880 em La Coruña. "Marcela era aluna da escola de magistério. Elisa tinha estudado anteriormente para a mesma carreira e estava trabalhando na escola. Foi então que elas se apaixonaram", conta o escritor Narciso Gabriel, autor do livro Marcela e Elisa, muito além dos homens.

O casal enfrentou objeção da família de Marcela, que a enviou para Madri para que ficasse longe de Elisa. Mas, de acordo com Narciso Gabriel, as duas deram um jeito de continuar a se ver. Nessa época elas teriam planejado o casamento.

Primeiro, Elisa e Marcela simularam que brigaram e que não estavam mais juntas. Além disso, Marcela, estava grávida de um homem não identificado e anunciou que se casaria com um primo de Elisa, chamado Mário, que teria sido criado em Londres.


Então, com corte de cabelo curto e vestida de terno, Elisa se passou pelo rapaz.

Assédio da imprensa e da sociedade

Após o casamento, Elisa e Marcela tiveram pouco tempo de sossego. Uma foto do casal acabou na primeira página do jornal local, La Voz de Galicia, com os dizeres: "Um casamento sem um noivo".

A história se espalhou rápido. "O público mostrou um interesse enorme em saber os detalhes da história, a imprensa competiu para publicar a foto exclusiva. O caso teve uma grande repercussão não só na Galícia, mas também em Madri e na imprensa de outros países, como França, Bélgica e Argentina", contou Gabriel. A Justiça, por sua vez, decretou um mandado de prisão.

Diante do assédio da imprensa e da perseguição da Igreja e da polícia, o casal fugiu para a cidade do Porto, em Portugual.

Elisa e Marcela se mudaram para Portugal, fugindo da justiça espanhola. (Foto: Getty Images).

Em terras portuguesas, Elisa passou a se chamar de Pepe. Sob o disfarce de um casal heterossexual, as duas viveram por dois meses. Nesse período, nasceu a filha de Marcela. Porém, em agosto de 1901, a pedido da polícia espanhola, foram detidas e levadas para a prisão em Portugal.

Segundo Gabriel, o caso começou a ganhar "uma cobertura em Portugal tão espetacular como a que aconteceu na Espanha". Mas, ao contrário das notícias espanholas, a imprensa portuguesa foi favorável ao casal. "A imprensa tomou partido da causa de Marcela e Elisa, assim como parte da sociedade portuguesa e alguns residentes espanhóis do Porto", conta ele.

Apesar de toda essa comoção, Portugal aceitou a extradição do casal, solicitada pela Espanha. Porém, antes de serem enviadas de volta, Elisa foi inocentada da acusação de adulteração de documento e Marcela, de tentar encobrir o crime.

Antes da extradição, no entanto, Marcela e Elisa escaparam. Desta vez, rumo à Argentina, onde, novamente, mudaram suas identidades. Em Buenos Aires, Marcela passou a se chamar Carmen; Elisa assumiu o nome de Maria.

Como milhares de imigrantes galegos, casal Elisa e Marcela começou uma nova vida em Buenos Aires.
(Foto: Getty Images).
Nova vida na Argentina

Elisa desembarcou na Argentina em 1903, dois anos após o casamento. Pouco tempo depois, chegou Marcela, acompanhada da sua filha.

A vida das jovens em Buenos Aires, a princípio, não parecia ser muito diferente da de milhares de imigrantes galegos que viviam na cidade.

Alguns meses depois, no entanto, a história sofreu uma nova reviravolta. Elisa - que na Argentina tinha o nome Maria - se casou com um homem de origem dinamarquesa. "O casamento não foi feliz e termina mal, entre outras coisas, porque Elisa se recusa a ter relações sexuais com o marido", conta Gabriel. O homem acabou denunciando Maria, dizendo que suas intenções ao se casar com ele eram fraudulentas.

O que aconteceu depois? Elisa continuou vivendo com seu marido dinamarquês? Para onde foram Marcela e sua filha? O desfecho desta história é desconhecido. As pistas das vidas das protagonistas se perderam nesta época, afirma Gabriel. Há apenas um relato de um jornal mexicano, de 1909, dizendo que Elisa havia se suicidado no país.

Verônica e Tiana foram as primeiras mulheres a se casarem no civil na Espanha, em 2005. (Foto: Getty Images).

Apesar de o casamento civil entre homossexuais ser legal na Espanha há mais de uma década, ativistas LGBT no país dizem que ainda hoje há ecos da luta de Elisa e Marcela.

"Uma lei não provoca uma mudança automática na sociedade. Ainda hoje há pessoas que mantêm sua sexualidade em segredo. Outras ainda se casam mas não tiram a licença a que têm direito após o casamento, devido a vergonha ou medo de ser demitidas", fala a socióloga e ativista Inmaculada Mujika Flores.

Mais de cem anos depois, o "casamento sem homem" de Elisa e Marcela continua causando admiração. (Com informações do BBC).

Livro discute crise política brasileira pelo olhar das mulheres


Será lançado no próximo dia 2, às 19 horas, na sede do PSOL, em Fortaleza, o livro “Tem Saída? Ensaios Críticos sobre o Brasil”, da Editora Zouk. A publicação reúne formulações de dezenas de mulheres que buscam apresentar um panorama nacional sobre a situação política brasileira. Na programação, a presença de Helena Vieira (uma das autoras) e de Joanna Burigo (organizadora) que baterão papo com convidados.

A obra, que congrega ativistas de Norte ao Sul do País, ganha forma a partir do entendimento de que as crises pelas quais o Brasil passa são antigas, enraizadas na sociedade brasileira, e remetem à mesma saída: o aprofundamento do projeto democrático desde a base.

No rol de mulheres que compõem a iniciativa, referencia-se Helena Vieira. Única mulher trans a contribuir nesta coletânea, ela é radicada no Ceará e incide politicamente nas pautas relacionadas a direitos humanos. “É preciso resgatar a imaginação como potência política”, anima a autora. Para Helena, esta é uma das saídas possíveis apontadas para as crises que permeiam a esquerda e a política – assunto discorrido no livro.

SERVIÇO

*Sede do PSOL Ceará – Avenida do Imperador, 1397.

*Organização: Winnie Bueno, Joanna Burigo, Rosana Pinheiro-Machado, Esther Solano

*Autoras: Adriana Facina, Avelin Buniacá, Catarina Brandão, Daniela Mussi, Flávia Biroli, Fhoutine Marie, Helcimara Telles, Helena Vieira, Juliana Borges, Jussilene Santana, Laura Astrolábio, Laura Sito, Linna Ramos, Luciana Genro, Luka Franca, Manuela D’Ávila, Marcia Tiburi, Marielle Franco, Sâmia Bomfim, Suzane Jardim, Suelen Aires Gonçalves, Tatiana Roque, Tatiana Vargas Maia. (Com informações do Blog do Eliomar).



Helena Vieira, única mulher trans a contribuir na coletânea.