Vítima de perseguição ideológica, Judith Butler recebe apoio de intelectuais



A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) divulgou nota em apoio à vinda da filósofa Judith Butler ao Brasil, bem como ao exercício de sua liberdade de expor seus argumentos, proposições e discussões que não acreditamos poder ser cerceadas. A visita da intelectual estadunidense, com participação confirmada no colóquio Os fins da democracia – estratégias populistas, ceticismo sobre a democracia e a busca por soberania popular sido criticada ferozmente pelo MBL e pelo ator de cinema pornográfico Alexandre Frota.

De acordo com o comunicado da entidade que congrega 111 programas de pós-graduação em Antropologia, Ciência Política, Ciências Sociais e Sociologia em todo o país, “uma mordaça sobre a fala de Butler é uma ameaça para todos e todas nós, cuja vida acadêmica e intelectual não pode prescindir desta liberdade”.

Ainda segundo a nota, "um trabalho intelectual cuja premissa é a liberdade de pensamento, a possibilidade de crítica, e a capacidade de colocar em debate questões relevantes para o conjunto da sociedade, no entanto, está ameaça por grupos que pretendem impedir a vinda de Butler ao Brasil, a realização do seminário e o livre diálogo de ideias."

Em entrevista ao jornal Extra Classe, editado pelo sindicato dos professores da rede privada do Rio Grande do Sul (Sinpro RS), Butler afirmou que os integrantes do MBL e Frota "estão no meio de um pesadelo de sua própria criação".

O evento é promovido pela Universidade da Califórnia em Berkeley e a USP. Está prevista a participação de professores de diversas outras universidades estrangeiras, como Humboldt Universität, Boğaziçi University, Université de Paris VII e de Universidade de Buenos Aires, entre outras.

Doutora em Filosofia pela Universidade de Yale, professora na Universidade da Califórnia em Berkeley, onde leciona no Departamento de Literatura Comparada e no Programa de Teoria Crítica, Judith Butler é autora de 15 livros, dos quais seis traduzidos no Brasil por diferentes editoras. (Com informações da RBA).

Ao jornal Extra Classe, Butler disse que integrantes do MBL e Frota "estão no meio de um pesadelo 
de sua própria criação". (Foto: Reprodução/ Youtube).

A melhor definição de Jair Bolsonaro circula na internet


Em entrevista concedida à jornalista Mariana Godoy, na RedeTV!, Jair Bolsonaro acabou virando piada ao evidenciar seu despreparo em assuntos econômicos e viralizou nas redes sociais. 

Agora, circula na internet o que tem sido classificado por muita gente como a melhor definição sobre Bolsonaro. E ela vem de Mário Sérgio Vaz, trazido à tona por Állef Diego, conforme reprodução do Brasil 247

"Sobre o Bolsonaro: 

'Ele não entende de economia, não entende de educação, não entende de saúde pública, não entende de história do Brasil, ele não entende de segurança pública, mas ele entende que uma grande parcela da população também não entende, e por isso se aproveita do medo, da desorientação, da indignação e do conservadorismo das pessoas pra prometer tudo que elas querem ouvir'.
- Mario Sérgio Vaz"



(Foto: Reprodução/ Brasil 247).





Jaques Wagner, ex-governador da Bahia, fala em 'construir ponte' com Ciro Gomes


O ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT), apontado como possível substituto de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial de 2018 caso o ex-presidente seja impedido de participar da disputa pela Justiça, afirmou ontem que o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) é um “bom candidato”.

Ciro, que já se apresenta como pré-candidato à Presidência da República, esteve na terça com Wagner em Salvador. Na conversa, o petista defendeu a criação de uma “Marcha pela Civilização” com o objetivo de “combater o obscurantismo”.

Fiquei contente com a visita e com o nosso encontro. Ciro é um grande quadro da política nacional e um bom candidato, que pensa o Brasil a partir de um projeto nacional. A ele pude dizer isso tudo e mais: que a nossa tarefa principal é construir pontes que possibilitem a maior unidade do campo progressista. Nessa tarefa todos são bem-vindos e igualmente importantes. Não podemos somente assistir ao crescimento do obscurantismo, é preciso reagir e juntar o País em um tipo de Marcha pela Civilização”, disse Wagner.

O encontro, segundo a assessoria de Ciro, ocorreu a pedido do petista na sede da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, comandada por Wagner. O pré-candidato do PDT está na Bahia desde ontem para uma série de palestras e entrevistas.


Quando soube que Ciro estava na cidade, Wagner o convidou para um almoço “de amigos”. Os dois foram ministros no governo Lula. Além disso, o partido de Ciro integra a gestão do governador Rui Costa (PT). (Com informações do O Povo/ Agência Estado).

Ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT). (Foto: Agência Brasil).

Por que as ideias de Paulo Freire ainda incomodam?


"Evidentemente, eu fui preso e exilado por causa da ditadura. A ditadura militar de 1964 não só considerou, mas disse por escrito e publicou que eu era um perigoso, subversivo internacional, um inimigo do povo brasileiro e um inimigo de Deus", diz Paulo Freire em entrevista dada à TV Cultura em 1989, quando relembra a perseguição sofrida durante o regime militar.

O educador e filósofo foi preso e ficou exilado durante 16 anos por causa de seus métodos inovadores de educação, com foco na transformação social.

"Meu gosto é que nós todos, brasileiros e brasileiras, meninos e meninas, velhos, maduros tomemos um tal gosto pela liberdade, pela presença no mundo, pela pergunta, pela criatividade, pela ação, pela denúncia, pelo anúncio que jamais seja possível no Brasil a gente voltar àquela experiência do pesado silêncio sobre nós", afirma Freire.

Após duas décadas da morte do educador popular, as ideias dele voltaram a ser consideradas perigosas. O título de Patrono da Educação Brasileira de Paulo Freire vai ser colocado em discussão no Congresso Nacional.

Desde 2013, nos protestos liderados por grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL), manifestantes vestidos de verde e amarelo ostentavam faixas pedindo fim à “doutrinação marxista” e um basta a pedagogia de Freire nas escolas.

O ódio contra o educador culminou em um abaixo-assinado online pela revogação da lei 12.612, de 2012, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, que concedeu o título a Freire. O documento atingiu as 20 mil assinaturas necessárias para se converter em sugestão legislativa e vai ser debatido no Senado Federal.

Para o professor da USP, Dennis de Oliveira, a rejeição ao legado do educador pernambucano reflete o aumento do conservadorismo no Brasil:

Há toda uma ação de extrema direita conservadora muito forte e o campo da educação, nesta situação em que vivemos hoje, tem sido o campo em que ainda há resistência progressista. Uma parte dos meios de comunicação de massa, infelizmente, aderiu a essa visão golpista e direitista, enquanto na educação a gente ainda tem iniciativa de professores e educadores que tentam formar o pensamento crítico”, opina.

Em 1963, Paulo Freire elaborou um projeto inédito e ousado: alfabetizar jovens e adultos em 40 horas. O novo método aplicado em Angicos, no Rio Grande do Norte, era baseado na experiência de vida e nas distintas realidades das pessoas. Para o educador, aprender sobre o mundo coexiste com a aprendizagem das palavras.

Em vez de cartilhas, ele trabalhava conceitos da realidade. Para um trabalhador rural que pouco cultivou as letras, mais do que juntar as sílabas e compreender que está escrito ‘tijolo’, por exemplo, era necessário entender quem faz o tijolo, quem são os que constroem as casas e quem são os donos delas.

O professor Oliveira trabalhou com Freire em 1989, quando o educador pernambucano foi nomeado secretário de Educação no Município de São Paulo, na gestão de Luiza Erundina.

A frente da pasta, Freire vinculou o EJA, projeto de educação de jovens e adultos, à secretaria da educação. A preocupação do professor era com uma educação emancipadora, libertadora e de consciência crítica.

"Suas obras são reproduzidas em várias línguas, é uma referência internacional no campo da educação, da pedagogia e do pensamento filosófico. Ele propõe você pensar em uma estratégia de ação, junto com os movimentos sociais, em que você respeite a diversidade de saberes e conhecimentos", diz.

Os ensinamentos de Paulo Freire reverberam ainda hoje nos movimentos populares pelo Brasil e pelo mundo. Um deles é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que tem a educação popular como uma das bases da militância, segundo a coordenadora do setor de educação, Rubneuza Leandro.

"Paulo freire foi um dos grandes sistematizadores da educação popular, é uma concepção de educação em que ele coloca que a libertação do oprimido está com ele. Não é um iluminado que vem para libertá-lo, é no próprio oprimido que está a chave para a libertação e dentro dessa perspectiva de problematizar o que traz a opressão. E nisso, ele traz o elemento de classe: se tem um oprimido, é porque tem um opressor", expõe.

No Senado, a sugestão legislativa será debatida na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa. A relatoria está a cargo da senadora Fátima Bezerra (PT - RN).

Educadores e entidades de todo o país já se movimentam para manter o nome de Paulo Freire como Patrono da Educação Brasileira. O manifesto de defesa, organizado pelo Instituto Paulo Freire, também angariou mais de 20 mil assinaturas na Internet. (Por Rute Pina, no Brasil de Fato).

Educador ficou exilado durante 16 anos, durante a ditadura militar, devido seus métodos inovadores de educação, com foco na transformação. (Foto: Reprodução Brasil de Fato).

Jair Bolsonaro se estrepa ao responder sobre economia e bomba nas redes



Em entrevista concedida à jornalista Mariana Godoy, na RedeTV!, Bolsonaro é questionado sobre assuntos econômicos, só fala besteiras e bomba nas redes, além de ter suas respostas contestadas pela apresentadora.

No trecho em questão, Godoy entrega a Bolsonaro uma pergunta feita por um telespectador a respeito do “Tripé macroeconômico”. O pré-candidato responde à pergunta indiretamente e desconversa dizendo que quem vai falar por ele sobre economia é o seu possível ministro da Fazenda.

Mariana então pergunta se ele já está montando uma equipe e se já está “pensando em alguns nomes”. Logo em seguida, o deputado responde: “O que o pessoal exige de mim de entendimento em economia, então teria que exigir o conhecimento em medicina: eu vou indicar o ministro da Saúde. Tem que ter um entendimento em questão de Forças Armadas: vou indicar o ministro da Defesa. O entendimento na questão da agropecuária: vou indicar o ministro da Agricultura. Então é um exagero nessa parte aí. Você pode ver, dos cinco presidentes militares, qual deles era formado em economia? Nenhum. E trouxeram o Brasil da 49ª para a 8ª economia do mundo”.

Nesse momento, a apresentadora confronta a resposta de Bolsonaro a respeito dos números que ele dá sobre a economia no período do regime militar: “Oi? Não, eles deixaram o Brasil com muita inflação, fizeram a dívida externa do tamanho que ficou…”.

O deputado então dá uma resposta falando sobre e inflação e emenda com outro assunto, comentando a infraestrutura construída nos anos do regime.

O vídeo com o trecho que possui mais compartilhamentos no Twitter foi divulgado pelo vereador do Rio de Janeiro, David Miranda (PSOL), adversário político de Bolsonaro. (Com informações da Revista Fórum).

Jair Bolsonaro concede entrevista a Mariana Godoy. (Foto: Reprodução/Revista Fórum).