Confira a lista completa dos deputados cearenses que votaram para barrar a denúncia contra Temer


Depois de reuniões e mais reuniões com parlamentares em Brasília e de distribuir emendas e favores, o presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB), conseguiu na enfadonha noite desta quarta-feira, 02, impedir que a denúncia que pesa contra si não tenha autorização da Câmara Federal para que o Superior Tribunal Federal o investigue.

Os fatos constatados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o tornou o primeiro presidente no exercício do mandato denunciado por corrupção passiva.

A gravidade das denúncias e as provas apresentadas como já eram de se esperar, não causaram nenhum impacto moral e nem ético na grande maioria dos deputados e deputadas que, assim como na sessão do impeachment de Dilma Rousseff (PT) não apresentaram justificativas plausíveis para seus posicionamentos. Até porque eram inexistentes. Não tem como justificar a defesa de quem é indefensável. Não se pode encontrar decência onde não se tem. Não se pode esperar coerência de quem é demagogo (a). Não se pode esperar senso de justiça de quem faz da injustiça seu passaporte para o mundo da política partidária. Não se pode esperar zelo e compromisso com a sociedade de quem tem apego ao poder.

Para barrar a denúncia eram necessários 172 votos. Temer com suas barganhas conseguiu 264. Entre eles, 10 deputados (as) do Estado do Ceará, conforme discriminado abaixo. Dos 22 parlamentares cearenses, apenas Raimundo Gomes de Matos (PSDB) e Adail Carneiro (PP) não compareceram a sessão e não apresentaram justificativas.

Posição dos Deputados Cearenses na votação de investigação de Temer

Adail Carneiro (PP) – AUSENTE
André Figueiredo (PDT) – NÃO
Aníbal Gomes (PMDB) – SIM
Ariosto Holanda (PDT) – NÃO
Cabo Sabino (PR) – NÃO
Chico Lopes (PCdoB) – NÃO
Danilo Forte (PSB) – SIM
Domingos Neto (PSD) – SIM
Genecias Noronha (SD) – SIM
Gorete Pereira (PR) – SIM
José Airton Cirilo (PT) – NÃO
José Guimarães (PT) – NÃO
Leônidas Cristino (PDT) –
Luizianne Lins (PT) – NÃO
Macedo (PP) – SIM
Moses Rodrigues (PMDB) – SIM
Odorico Monteiro (PSB) – NÃO
Paulo Henrique Lustosa (PP) – SIM
Raimundo Gomes de Matos (PSDB) – AUSENTE
Ronaldo Martins (PRB) – NÃO
Vaidon Oliveira (DEM) – SIM
Vitor Valim (PMDB) – NÃO

Com a Câmara impedindo que o STF investigue Temer, o processo só pode ser retomado ao fim de seu mandato e o país segue sendo governado pelo único presidente denunciado por corrupção e com recorde de rejeição.

Notem esses nomes na agenda e lembrem-se de não conduzi-los mais a nenhum cargo eletivo. Eles foram contra você e a favor da corrupção.

Plenário da Câmara Federal por ocasião da votação da denuncia contra Michel Temer (PMDB). Foto : Evaristo Sá/ AFP.

As Dinastias do Poder e a Luta de Classes



A Ciência não é neutra. Nada, aliás, o é. Mas a Ciência, de todas as formas de aquisição de conhecimento, é a mais objetiva e a que tem tido os melhores resultados práticos. Desde 1620, quando foi publicado o livro Novum Organum de Francis Bacon, a estruturação de uma metodologia científica tem propiciado um intenso desenvolvimento da humanidade. A aquisição de conhecimento e sua validação atingiram também a própria Ciência que se critica e reconstrói a todo o momento.

Por Fernando Horta, no GGN - É claro que vivemos um momento de anti-intelectualismo, em que o conhecimento consolidado precisa lutar por legitimidade com vídeos ou notícias apócrifas na rede mundial de computadores. E esta luta é inglória, pois o juiz frequentemente carece de ferramental cognitivo para fazer a função de julgar. Fica tudo na opinião pessoal, como se nada dali em diante pudesse ser verificado.

Pensando nisto, resolvi trazer alguns trabalhos muito bons que tive a oportunidade de acompanhar tanto na última ANPUH (Associação Nacional de Historiadores) como na SBS (Sociedade Brasileira de Sociologia). Ambos os eventos se deram em Brasília na semana que passou. E, junto com a Ciência Política e a Antropologia estão entre as disciplinas que mais tem a dizer no momento atual. E as mais negligenciadas.

Há muito que se fala na tática de consolidação do poder através de laços familiares. No plano geral, a obra de Perry Anderson, “Linhagens do Estado Absolutista”, demonstra a “política de casamentos” como forma de unificação dos Estados Nacionais europeus. No Brasil, o livro de Raymundo Faoro, “Os donos do poder”, em que pese hoje criticado, estabelece uma ligação entre o exercício do poder e as relações interpessoais para se chegar aos postos deste exercício. Faoro argumenta pelo sentido estrutural, mas existem pesquisas que vão nas micro relações.

Ricardo Costa de Oliveira, José Marciano Monteiro, Mônica Helena Goulart e Ana Christina Vanali (todos professores doutores) apresentaram um estudo das relações familiares dos integrantes da Lava a Jato e do ministério de Temer na SBS. Um pequeno fragmento dos seus trabalhos doutorais de mais fôlego. Todos estudam estas relações espúrias, daquelas famílias de “homens bons”, todos ligados ao poder. Há quem pense que é fruto de uma genética privilegiada, afinal todos da família são meritocraticamente destacados. A realidade é que a teia de poderes familiares no Brasil, vai de norte a sul sem muita diferença.

Os pesquisadores mostram, com desprendimento científico, o que advogados sabem (e sofrem), o que os membros honestos dos poderes estão cansados de saber (e calar) e o que a mídia solenemente ignora (porque frequentemente é favorecida) deixando o povo na mais completa ignorância. O poder no Brasil é uma coisa familiar. E não é por acaso que a maior crise institucional no Brasil se dá quando o congresso é composto pela maior quantidade de “herdeiros” e o judiciário, da mesma forma.

Primeiro, é preciso ressaltar que TODOS os integrantes da “Força Tarefa da Lava a Jato”, que tem na figura do Juiz Moro o principal agente acusador, estão entre o 1% mais rico da população brasileira. Mais da metade está entre o 0,1% mais rico, devido aos seus ganhos estatais. Isto apenas para recolocar a questão “antiquada” da luta de classes em seu devido lugar. Em cem anos dirão – com certeza – através de dados e pesquisas, que a Lava a Jato foi o instrumento das elites políticas e econômicas contra os projetos de diminuição da desigualdade no Brasil. Como um “cala a boca e fica no seu canto” dado pelas elites urbanas, com títulos acadêmicos (embora parco conhecimento), brancas, conservadoras e enriquecidas aos “desagradáveis”, aos “insuportáveis” e aos “desnecessários” na visão delas mesmas.

Depois, o trabalho envereda para mostrar que todo o grupo da Lava a Jato (com exceções nada honrosas) são “advindos de famílias em que pais e familiares atuaram e/ou atuam no sistema de justiça, muitos no período da última ditadura militar” (citado do original). O ministério de Temer é ainda pior.

Um ponto interessante, levantado pelos pesquisadores, é o fato de que não apenas Moro e Yousseff estiveram presentes no processo do Banestado (2003-2004), em que as lideranças do PSDB, PP e do PFL (atual DEM) estavam envolvidos em crimes de corrupção e financeiros. Os procuradores Carlos Fernando dos Santos Lima, Januário Paludo e Orlando Martello Junior, que fazem parte da Lava a Jato também estavam naquele processo. E, pasmem, os policiais federais Marcio Anselmo e Érika Mialik também. Yousseff talvez tenha como regra para cada dez anos de ilicitude, uma delação premiada. Algo como “férias merecidas” e o apagamento de seus crimes. Mas o número elevado de membros presentes nas duas operações levanta a tese do esquema organizado. Uma espécie de “gatilho político” que as elites teriam caso o “andar de baixo” resolvesse realmente entender o que é democracia. Uma bomba institucional que ficaria ali latente até poder ser usada politicamente contra quem valesse a pena, por quem tivesse força para usar.

O caso do procurador Carlos Fernando dos Santos Lima é ainda mais constrangedor. Carlos é filho do deputado estadual da ARENA, Osvaldo Santos. Deputado, promotor e presidente da assembleia em 73, apoiador da ditadura militar. Segundo os pesquisadores, Carlos foi casado com Vera Márcia que é “ex-funcionária” do Banco Banestado. E que atuava no banco, nas mesmas agências investigadas pela ação do Banestado, nas mesmas funções investigadas durante todo o período que seu esposo fazia as investigações. Depois, Vera Márcia, ainda casada com o procurador foi transferida para a Agência da Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu, apenas a agência com maior suspeita de fraudes e ilicitudes.

Sobre Moro, os pesquisadores levantam a já conhecida e estanha formação acadêmica “à Jato”, mas se detém em sua esposa. Rosângela Wolff de Quadros “fez parte do escritório de advocacia Zucolotto Associados, em Maringá (...) que defende várias empresas petrolíferas estrangeiras” (cito do original). Afora todas as relações da genealogia de Rosângela com a elite estatal paranaense, os pesquisadores levantam que Rosângela Moro é prima do prefeito Rafael Greca de Macedo e – agora vem a pérola de ironia histórica – “ambos descendem do Capitão Manoel Ribeiro de Macedo, preso pelo primeiro Presidente da Província do Paraná por acusações de corrupção e desvio de bens públicos em instalações estatais”. Para os que não lembram, Greca é o prefeito que tem nojo do cheiro de pobre. Tanto Moro quanto Rosângela Wolff tem parentes desembargadores no Paraná afora as relações com Flávio Arns e Marlus Arns que atuaram como advogados de réus da Lava a Jato. Os pesquisadores falam da “lucrativa indústria advocatícia da Lava a Jato” em que Moro prende, e conhecidos dele e de sua esposa são contratados para tentar soltar os réus. A preços módicos, claro.

Só para não ficar sem falar do vice-presidente, dos trinta e um ministros de Temer, dezessete “apresentaram significativos capitais sociais e políticos familiares nas suas trajetórias” mostrando que “a característica familiar do sistema judicial e do governo do Brasil” está presente em todas as regiões.


É de se entender o motivo de Temer atacar a Ciência no Brasil e em especial as humanidades. Em regimes autoritários, os primeiros ataques são aos historiadores, sociólogos e cientistas políticos. Se dirigem àqueles que têm ferramental para demonstrar a violência, criticar e abrir os processos de poder. Felizmente, ainda temos quem faça pesquisa e Ciência no Brasil. Felizmente não poderão dizer, daqui a cem anos, que a sociedade brasileira não foi avisada do caos a que está sendo levada e de como eram as relações de poder de quem a levou. Não nos furtamos, enquanto cientistas, de demonstrar que a “neutralidade” é uma mentira tão grande quanto a “meritocracia”. É a velha luta de classes em seu viés mais abominável. Travestido de institucionalidade técnica.


De pai para filho: família que está há 196 anos no Congresso prepara dois sucessores


Os deputados com parentes na política são maioria em 21 bancadas estaduais. Todos os representantes do Tocantins e do Rio Grande do  Norte na Câmara são de famílias de políticos. Entre os maiores partidos, o PSD (78%), o PTB (76%), o PDT (74%) e o PMDB (70%) são os que mais reproduzem a prática na atual legislatura. Mas é do PSDB de Minas Gerais que vem o caso de maior longevidade familiar de que se tem notícia no Parlamento de um país democrático. Aos 87 anos, o deputado Bonifácio de Andrada, que está em seu décimo mandato, representa a quinta geração de um clã que começou a trajetória parlamentar em 1821, ainda nas Cortes Portuguesas, em Lisboa. Lá se vão 196 anos.

Do Congresso em Foco - Descendente de José Bonifácio de Andrada, o Patriarca da Independência, o deputado tucano prepara um filho e um neto para sucedê-lo na Câmara. Desde 1894 não houve uma legislatura sequer em que um Andrada tivesse ficado de fora do Congresso.

É o DNA que empurraram pra cima da gente e a psicologia do cenário. Tal como o filho de carpinteiro tem mais habilidade para mexer com serrote e martelo, o filho de político também tem para a vida pública”, diz Bonifácio. Da família dele saíram 15 deputados e senadores, quatro presidentes da Câmara, oito ministros de Estado e dois ministros do Supremo, além de governadores, prefeitos e vereadores. Já no PT, o caso mais expressivo é o da família Tatto. O deputado Nilto Tatto (SP) tem quatro irmãos políticos: dois são vereadores em São Paulo, um é deputado estadual e outro foi deputado federal. Procedentes de uma família de pequenos agricultores do Paraná, eles se estabeleceram em uma das regiões mais pobres da capital paulista, a Capela do Socorro, onde começaram a militância na Igreja Católica. Dos dez irmãos Tatto, nove são filiados ao PT.

A regra e as exceções

Os três representantes de dez estados no Senado têm ou tiveram parentes políticos. No DEM, de Ronaldo Caiado (GO) e José Agripino Maia (RN), no PDT e no PR, ninguém foge desse perfil. A mesma situação se repete com 19 dos 22  peemedebistas. Já no PSDB, quem tem a árvore genealógica mais enraizada na política é o senador Cássio Cunha Lima (PB), filho do ex-senador Ronaldo Cunha Lima,  pai do deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) e parente de quase uma dezena de outras lideranças.

Quatro senadores escolheram em casa os eventuais substitutos: Acir Gurgacz (PDT-RO) e Ivo Cassol (PP-RO) escalaram o pai como suplente; Eduardo Braga (PMDB-AM), a mulher e Edison Lobão (PMDB-MA), o filho. Todos já  provaram o gostinho de ser senador.

Dez das 13 senadoras também têm parentesco político. Somente Fátima Bezerra (PT-RN), Regina Sousa (PT-PI) e Lídice da Mata (PSB-BA) escapam à regra. Professora, Fátima é a exceção que confirma a regra em seu estado. “Sou a primeira representante de origem popular do Rio Grande do Norte nos últimos 50 anos. Isso evidencia o quanto o tradicionalismo e o patrimonialismo estão presentes na política. A maioria dessas famílias têm o controle dos meios de comunicação e dinheiro. Não é razoável que o parentesco seja traço marcante na nossa política”, critica.


Bonifácio de Andrada representa a quinta geração da família do Patriarca da Independência na Câmara.

Conheça a Campanha “O Brasil é Quilombola, Nenhum Quilombo a Menos” e assine a petição


Dia 16 de agosto talvez seja o dia mais importante para as Comunidades Quilombolas. Será julgado a ADI 3239 ajuizada pelo DEM que pede a inconstitucionalidade do Decreto 4.887/03. Isso significa que caso passe no STF, todos os títulos já expedidos às comunidades quilombolas serão anulados. Por favor, contribuam assinando a petição.


Do Ceert - Em agosto, o futuro de milhões de quilombolas será decidido no Supremo Tribunal Federal (STF).

           

Em 2004, o Partido Democratas (DEM) entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no STF, questionando o decreto 4887/2003 que regulamenta a titulação das terras dos quilombos. O julgamento se estende desde 2012 e será retomado no dia 16 de agosto.

Todos os títulos de quilombos no país podem ser anulados. O futuro das comunidades está em perigo. Novas titulações não serão possíveis sem o decreto. Mais de 6 mil comunidades ainda aguardam o reconhecimento de seu direito.

As comunidades quilombolas são parte da nossa história, do nosso presente e também do nosso futuro.

Assine a petição e diga ao STF que não aceite a ação do Partido Democratas! Junte-se à luta dos quilombolas pelo seu direito constitucional à terra.

O Brasil é quilombola! Nenhum quilombo a menos!

Imagem capturada no vídeo acima.

Quantos negros e mulheres há no judiciário brasileiro?


O judiciário brasileiro é uma casta.

Uma casta conservadora, racista, preconceituosa e, nos últimos tempos, golpista.

Do Cafezinho - A ditadura militar foi substituída pela ditadura da toga.

Assim como os militares, usam a mídia para assumir o controle político do país e, com isso, atenderem os seus próprios privilégios e aqueles da elite a qual prestam serviço.