Não fique dando milho aos pombos




Pessoal, desculpe-me a insistência. O Brasil passa por um dos momentos mais difíceis dos últimos tempos. Penso que é mais que oportuno expor algumas ideias que não é o meu desejo atingir ninguém na sua moral, mas tão somente convidá-los/as a refletir.

A história é fascinante porque é ela que nos permite perceber algo que muitas outras disciplinas não nos outorga, até porque é dela - história e, portanto, dos profissionais que a ela se dedicam - fazer esse tipo de trabalho, qual seja, pensar, analisar, refletir e agir sobre as ações do homem no tempo.

É dever nosso, portanto, se perguntar o porquê de tantas ausências de quem tem mais a contribuir nesse desastroso cenário que foi minado e que foi concluído com desrespeito a vontade da maioria da população no processo eleitoral, com a afronta à constituição federal de 1988, colocando em risco a nossa nova e frágil democracia. Falo de engenheiros (as), advogados (as), juízes (as), arquitetos (as), médicos (as), professores e professoras, até mesmo aqueles que por força maior não estão em sala, mas pela formação é professor, é professora.
 
Muito pouco se viu desses profissionais em relação a se manifestarem acerca do processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff (PT). Seja a favor ou contra. Martin Luther King disse certa vez “O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons”. Levemos ao pé da letra esse chamamento do Luther King e logo perceberemos que não é se omitindo dos debates que o Brasil irá melhorar. Não. Muda-se com atitude, com ação e isso só ocorre com formação de opinião. É preferível que você fale, emita sua opinião, pois nenhuma nação se faz no silêncio. Paulo Freire afirmou “não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”.

Foi por nos manter no silêncio que o Brasil ficou durante muito tempo refém de Portugal. Foi por nos mantermos no silêncio que nosso país passou por vários processos de sucateamento da máquina pública e, por tanto, por momentos de torturas físicas e mentais – a legalização da escravidão, o estado novo e o regime civil-militar dão uma dimensão do que ora falo.

Foi por grande parte de profissionais se ausentarem do debate, não se mobilizarem na organização popular que estamos passando mais uma vez por um período em que a democracia conquistada a duras penas está correndo sérios riscos de ser destruída. Mas ainda é tempo. Não basta ter certificados e mais certificados se o conhecimento não é compartilhado. Anos e anos de estudo se tornarão apenas papeis sem serventia a sociedade e tão somente o reforço de ego profissional. Um ignorante sem acesso à educação é fácil entender e isso pode ser resolvido com acesso à escola, mas o ignorante alfabetizado é triste. Costumo sempre dizer tu podes ter mestrado, doutorado ou phd, mas se não utilizas o conhecimento adquirido para desenvolver a capacidade crítica nas pessoas e não se posicionar ante aos fatos continuará sendo um IGNORANTE.

Não podemos ficar inerte vendo tudo acontecer e ficar alheio. Me entristece muito perceber que estamos à beira de um caos e muitos ausentes, como se estivesse em outro pais. Muitos ainda não acordaram para a vida e talvez quando acordarem pode ser tarde demais. Muitos ainda estão na condição do que fala a música do Zé Geraldo que abaixo reproduzo alguns trechos:

Enquanto esses comandantes loucos ficam por aí
Queimando pestanas organizando suas batalhas
Os guerrilheiros nas alcovas preparando na surdina suas
Mortalhas...

A cada conflito mais escombros
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos

Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça

Dando milho aos pombos....”

Imagem puramente ilustrativa/Divulgação.

Exclusão dos mais pobres se ampliarão com novas regras de Temer para o Bolsa Família



O governo Michel Temer anuncia a criação de uma série de controles e fiscalizações sobre os beneficiários do programa Bolsa Família, cujo resultado maior será a exclusão de parte das atuais 50 milhões de pessoas atendidas pelo programa. Entre as novas regras, será incluída a exigência de Cadastro de Pessoa Física (CPF) para crianças. Serão utilizadas seis bases de dados, que vão ser cruzadas para garantir que as famílias atendidas não obtiveram nenhum valor a mais, mesmo que tenha sido pela realização de trabalhos informais. As informações são do jornal O Globo.

Publicado originalmente na Rede Brasil Atual

Os sistemas utilizados pelo governo para fechar o cerco sobre as famílias serão a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) – que já é utilizado –, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a folha de pagamento do INSS, o Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape), o Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (Gfip) e o Guia da Previdência Social (GPS). A justificativa do governo é evitar fraudes.

A implementação de tantos controles burocráticos vai na contramão da intenção anunciada do governo Temer de desburocratizar a relação entre trabalhadores e empresários, por meio da reforma da Consolidação das Leis do Trabalho, e de simplificar o sistema tributário. Além disso, pode ser por si um fator de exclusão das famílias extremamente pobres do programa, já que a inconsistência de dados pode levar ao cancelamento do benefício.

A explicação do governo Temer para inclusão do CPF é evitar que pessoas sejam cadastradas em duas famílias diferentes. Hoje, o sistema já realiza uma conferência baseada no nome, na filiação e no Número de Identificação Social (NIS). Considerando que o programa atende famílias com renda per capita de R$ 170 mensais, a simples necessidade de pagar a expedição do CPF (R$ 7 por documento) pode ser um impeditivo à inclusão no programa.

O uso do Caged, que reúne informações mensais sobre a população empregada e desempregada, busca fiscalizar o ingresso de beneficiários do Bolsa Família que possam ter ingressado no mercado de trabalho e não comunicado a obtenção de nova renda. Já existe regra sobre isso e a família pode ser desligada do programa se não informar a situação. Ainda que haja ingresso no mercado de trabalho, pode-se manter o benefício por dois anos, desde que a nova renda familiar não seja superior a meio salário mínimo per capita.

Desde sua criação o Bolsa Família teve fiscalização. Somente em 2015, 1,3 milhão de cadastros foram anulados, devido a ações dessa natureza. Desde maio, quando Temer assumiu interinamente, foram desligadas 916 mil famílias. Outras 600 mil devem estar fora da folha de pagamento de setembro.

Temer deve promulgar o decreto com as mudanças nos próximos dias. O documento também deve prever que as famílias sejam excluídas do programa após dois problemas de inconsistência dos dados. Atualmente, o desligamento ocorre após três episódios.

Temer justifica que quer maior controle sobre o pagamento do benefício.



“Não tem golpe? Está brincando comigo, companheiro?”, questiona filósofa Marilena Chauí


A filósofa Marilena Chauí se delegou uma “tarefa inglória”, diz ela: demonstrar com argumentos que o impeachment de Dilma Rousseff é um golpe de Estado. Em evento na Universidade de São Paulo, Chauí começou fazendo uma comparação com o golpe civil-militar de 1964: “O que preparou o golpe na época foram o Ipes e o Ibad, que produziram todo o ideário do anticomunismo e da geopolítica na qual o Brasil se insere na área de influência dos Estados Unidos. A isso se incluem os papeis da Fiesp e da Igreja Católica. Esses elementos estão aqui agora: O Instituto Millenium, que produz a ideologia da direita, a Fiesp que continua hoje, e, no lugar da Igreja Católica, os evangélicos”.

Publicado originalmente no Brasileiros

Para contestar aqueles que dizem que um golpe requer o uso da força, Chauí diz que a ruptura democrática pode acontecer por meio de uma conspiração palaciana: “Basta ler Karl Marx, 18 de Brumário”. 

A filósofa também apontou que não há crime de responsabilidade de Dilma que justifique o impeachment, e que será posto em prática um projeto de governo que foi derrotado em quatro eleições.

Para Chauí, os direitos democráticos, liberdade, igualdade e participação, estão sendo “pisoteados” pelo governo Temer. “O coração da democracia é a criação de direitos. Como está a igualdade? Os programas de inclusão e de transferência de renda, com a PEC 241, não receberão recursos acima da inflação por 20 anos. Também não terá ajuste de salário acima da inflação. E a liberdade, como está? A primeira medida do governo Temer foi fechar o Ministério de Direitos Humanos, fechar todas as secretarias de ações afirmativas. E qualquer resistência ao golpe pode ser enquadrada na Lei Antiterrorismo. E a participação? Ela existe na resistência nas ruas mas não tem nenhuma expressão política institucional, ela é barrada pela estrutura políico-partidária e pelo monopólio da informação da mídia”.


Chauí diz também que a República está ameaçada: “A autonomia dos 3 poderes está sendo pisoteada. O Judiciário interfere no Legislativo, o Legislativo no Executivo e o Executivo no Legislativo. Com a perda dos direitos democráticos, a reposição do Brasil à área de influência dos Estados Unidos, que irá nos lançar ao horror do Oriente Médio, não tem golpe? Está brincando comigo, companheiro? Tem golpe, sim!”

Foto: reprodução/youtube.

O crime de Dilma, para a Globo, foi ter uma visão ideológica ‘lulopetista com tempero brizolista’



No dia 31 de agosto de 2013, exatos 3 anos antes do golpe midiático/judicial/parlamentar de 2016, foi publicado um editorial no Globo afirmando que o apoio do jornal ao golpe de 64 foi um erro.

A Globo reconhece o erro mas ao mesmo tempo tenta justificá-lo: outros grandes jornais também apoiaram, havia o temor de que Jango instaurasse uma 'república sindical', 'a intervenção fora imprescindível para a manutenção da democracia', etc.

Por Pedro Breier no Cafezinho

Em um trecho o editorial afirma o seguinte:

A História não é apenas uma descrição de fatos, que se sucedem uns aos outros. Ela é o mais poderoso instrumento de que o homem dispõe para seguir com segurança rumo ao futuro: aprende-se com os erros cometidos e se enriquece ao reconhecê-los.
A Globo, no entanto, não aprendeu com os próprios erros.

Podemos dizer com segurança que a empresa da família Marinho é a grande protagonista do golpe de 2016.

Afinal, sem o seu jornalismo furiosamente antipetista e macartista (não só o jornalismo, mas também através de mensagens subliminares nos seus programas de entretenimento: na minissérie ‘Felizes Para Sempre?’, de 2015, por exemplo. há uma cena em que aparece um quadro de Che Guevara na casa luxuosa de um empreiteiro corrupto, numa clara tentativa de ligar a corrupção à esquerda, quando o perfil de empreiteiros corruptos na realidade está muito mais para eleitor de Aécio Neves); sem a sua parceria com a Lava Jato, utilizando vazamentos seletivos para manipular a opinião pública, tentar interferir na eleição de 2014 e depois derrubar o governo; sem o seu poder de assassinar reputações que intimida deputados, senadores e ministros dos tribunais superiores; e sem a convocação do exército coxinha com cobertura em tempo real das manifestações da direita o golpe não seria possível.

O editorial do Globo de hoje, o dia seguinte ao golpe de 2016, é um festival de cinismo, soberba e ameaças.

Não vem com a mentira do editorial do dia seguinte ao golpe de 1964 - Ressurge a Democracia -, mas começa ameaçando os próximos presidentes: o título é ‘Para que jamais haja outro impeachment’ e o subtítulo ‘A partir de agora, governante que desejar tomar atalhos, e não apenas no manejo do orçamento, para contornar a Carta, sabe o risco que corre’.

No final do editorial fica claro que na verdade não são os governantes que ‘contornam a Carta’ que correm o risco de serem apeados do poder:

A partir de agora, qualquer governante que pense em atalhos à margem da lei, no manejo orçamentário, precisará refletir sobre as implicações de seus atos. O mesmo vale para delírios no campo político-institucional. O fortalecimento não é apenas das cláusulas da responsabilidade fiscal, mas da Constituição como um todo, para desaconselhar de vez projetos bolivarianos como o do lulopetismo. Serve de aviso geral à nação.
O impeachment de Dilma serve para “desaconselhar de vez projetos bolivarianos como o do lulopetismo”.

Não é 'só um aviso geral à nação', mas uma ameaça aos eleitores e próximos presidentes, feita pela auto-proclamada suprema comandante do país, a Globo: ou o governo se alinha ideologicamente aos Marinho ou cedo ou tarde será derrubado.

Neste trecho, todo o cinismo da Globo:

São um feito os dois impeachments (Collor e Dilma), sem rupturas, num continente cuja trajetória é pontilhada de acidentes institucionais e autoritários, à direita e à esquerda, tendo como ligação, entre esses dois campos que se opõem, o nacionalismo, muitas vezes turbinado pelo populismo, como tem sido na tragédia do chavismo e foi na debacle do lulopetismo, com a mais grave desestabilização da economia brasileira na República.
É de notável ineditismo, na América Latina, o fato de esses incidentes institucionais no país serem contornados sem as rupturas clássicas na região.
Uma empresa que apoiou a ditadura militar chamar os governos ‘lulopetistas’ e o chavismo de autoritários é positivamente ridículo.

E afirmar que o impeachment de Dilma se deu ‘sem ruptura’ é um escárnio.

Mas, como diz Jânio de Freitas em sua coluna de hoje na Folha, ‘nenhum golpista já admitiu ser golpista’.

A Globo ainda lembra várias vezes, no editorial, a ligação de Dilma com Brizola, tripudiando, após essa vitória suja, em cima de seu mais feroz combatente. Outro trecho:

No processo contra Dilma, não há acusações de corrupção, mas crimes que têm a ver com a visão ideológica lulopetista, com o tempero brizolista da ex-presidente. Não passou despercebido que, ao se defender no Senado, Dilma Rousseff usou tática do guia Leonel Brizola: nunca responder as perguntas e falar o que quiser.
Mais uma vez fica claro que o crime de Dilma, para a Globo, foi ter uma visão ideológica ‘lulopetista com tempero brizolista’, portanto desalinhada com o que os Marinho querem para o país: neoliberalismo selvagem e a conta da crise paga pelo povo, para que sua fortuna e seus privilégios permaneçam intocados.

O cientista político Moniz Bandeira afirmou, quando recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia, que ‘uma potência é muito mais perigosa quando está em decadência do que quando conquista o seu império’.

Com audiências minguando ano a ano - a internet e o Netflix vão acabar com a televisão como a conhecemos - e a narrativa política sendo disputada por sites progressistas, a Globo é uma potência em decadência.

E provou estar correta a frase de Moniz Bandeira, atuando decisivamente para que estejamos vivendo mais um golpe em nosso país.

Apenas 3 anos depois de afirmar que foi um erro o apoio ao golpe de 64.

Mas em algum momento a decadência será irreversível, e aí uma eventual admissão de culpa por mais um crime contra a democracia será muito pouco.


O fim do monopólio inconstitucional da Globo nas telecomunicações virá, de um jeito ou de outro.


“Vontades falhadas de mudanças”, por Leila Magnólia*


Eu tinha uma comunidade, no antigo Orkut, sobre vontades falhadas de mudança. Não me lembro mais o nome e nem a descrição, mas era sobre a pessoa, de repente, sentir uma necessidade avassaladora de mudança e acabar apenas alterando o perfil do Orkut. Eu mesma fiz isso várias vezes, e continuo fazendo, só que em redes sociais diferentes agora. É claro que não é essa a mudança de que a gente precisa, mas essas atualizações saciam um pouco o desejo por uma nova conduta. Dá pra entender, já que essas ferramentas virtuais são importantes a ponto de que, quando você muda seu perfil nelas, acaba dizendo a todos os outros navegantes que você mudou. A gente acaba se acomodando e fica tudo como está, sem que a mudança real aconteça. Todo mundo se acostumou a se apregoar no Facebook como a pessoa que não é, o que acaba afastando quem somos de verdade do que aparentamos ser. Afinal, se você pode dizer aos seus dois mil amigos (desconhecidos) que é "outra pessoa", que necessidade você tem de ser, de verdade, essa outra pessoa? Ninguém vai saber que você ainda não é, talvez nunca chegue a ser. É difícil ser essa outra pessoa. Não é que seja impossível, mas não vai acontecer de uma hora pra outra e a transição vai doer a ponto de você deitar no chão e espernear de dor. A "outra pessoa" nasce de frustrações, das pequenas tragédias diárias, do trauma de ver situações e pessoas sendo tão diferentes (pra pior) do que a gente gostaria que fossem, de todas as humilhações que nunca superamos, da saudade do que nunca foi, dos desejos que doem porque nunca sabemos se serão realidade.

Por isso, antes de criar uma imagem de alguém que você não é, tente começar pelo mais difícil: seja mesmo essa pessoa. É em nós que a mudança deve principiar, e ela não deve acontecer para que outras pessoas vejam. Deve acontecer, sim, mas pra deixar a gente melhor. Porque a vida já é tão curta e tão cheia de preciosidades que a gente não enxerga. Não enxerga porque é melhor ficar na internet, buscando uma popularidade sem méritos; se achando gostosa por receber comentários vulgares; se achando pegador porque faz esses comentários; medindo amor com falsas declarações; medindo amigos com solicitações para seguir, medindo a própria vida com likes. E as pessoas e seus relacionamentos a cada dia valendo menos.

Acho que não era bem esse o objetivo. Mas é só a minha opinião.


*Leila é universitária e estuda medicina veterinária no Instituto Federal da Paraíba - IFPB

Em Jogo de cartas marcadas e o golpe consumado resta à resistência



Estava tudo decidido. O jogo onde o povo não deu as cartas não podia terminar bem. Aliás, o povo pouco sabia do que de fato estava acontecendo, a não ser de fatos e mais fatos que foi narrado pela grande mídia. A exceção aqui é a regra, pois muitos só têm acesso às informações por meio da televisão ou do rádio. Internet ainda é um mundo para poucos e ainda assim os poucos não estão preocupados com os rumos políticos do país. Mais uma vez cabe lembrar que a exceção aqui também é a regra.

Pouco se ouviu comentar nas ruas, nos bares, nos demais ambientes que aglomera várias pessoas acerca do momento político em que o Brasil atravessa. Na internet, meia dúzia de pessoas escrevendo, comentando e compartilhando textos e imagens sobre o cenário desastroso que a nós foi imposto, enquanto outras não estavam nem ai. Platão, um dos filósofos gregos mais conhecidos e estudados já dizia “não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam”. Não é que você precisa está constantemente falando de política, especialmente aquela que nos interessa nesse momento – a partidária – mas você enquanto cidadão precisa se interessar por aqueles temas que vai de forma direta e indireta interferir na sua vida e dos que estão ao seu redor. É necessário que tu participes da vida política do teu município, do teu estado e do teu país, pois é dela que vem o sustento teu e da tua família. Nunca é demais lembrar isso.

Mas o que o momento brasileiro pode nos dizer sobre isso? Tudo. Vimos e ouvimos deputados, deputadas, senadores, senadores, a mídia e demais membros da sociedade afirmando que estavam tirando a presidenta de república porque nós - povo - pedimos, clamamos. Não, ao contrário. A grande maioria do povo brasileiro deu a Dilma o poder de dirigir o país. Foram mais de 54 milhões de eleitores que a uma só vez digitaram na urna o direito que a constituição e a democracia lhe deram. Foram esses mesmos eleitores e eleitoras que deram o poder aquele congresso de legislar e fiscalizar as contas da própria presidenta. O povo é consultado e tem o direito de votar para eleger representantes/as, mas é ignorado sobre a possibilidade de tirar ou não um governante. O seu direito acaba quando termina o processo eleitoral. Assim pensam a esmagadora classe política do nosso país e assim agiram com o desastroso impeachment.

Pouco importa se foi seguido o devido caminho. Pouco importa se a defesa da presidenta foi dada a oportunidade de falar. Pois é sabido que a trama já estava armada. Tanto estava que quando em alguns momentos da fala dos agentes da defesa da presidenta o plenário do senado esvaziou-se. Ora, a defesa foi assegurada, mas falar para quem? O princípio constitucional nesse caso foi apenas para cumprir tabela. É como um time de futebol que chega nas últimas rodadas do campeonato sem chances, mas joga para cumprir a regra. A constituição em si não foi obedecida, como alguns pregaram. Ela foi desrespeitada. Mas, como se lá fala do impeachment? Fala, mas este só pode ocorrer se comprovado crime contra a administração pública, crime de responsabilidade fiscal. E nesse caso não houve.

Não é meu objetivo apresentar aqui os argumentos técnicos e jurídicos do afastamento da presidenta Dilma, pois acredito que já repeti muito em outras oportunidades. Tão pouco quero aqui me aventurar mencionado nomes e mais nomes dos autores e atores do golpe. Sim, atores. Porque a novela que eles criaram com narrativas que não refletem a realidade e portando a vontade popular entrará para os livros de história como uma farsa para distrair atenção do eleitorado e construir uma cena política onde eles e elas junto a partes da mídia conservadora possam usufruir do suor de agricultores, agricultoras, negro, negras, indígenas, homossexuais e outros setores marginalizados. Esses grupos sociais serão sem dúvidas os que mais sofrerão com as ações desse governo que ora usurpou sem nenhum pudor o cargo que a ele não foi delegado.

Sempre fui um crítico do governo Dilma. Foi minha candidata no segundo turno e sempre fui admirador das boas ideias das políticas de inclusão social implementada na sua gestão, mas ao mesmo tempo um crítico ferrenho daquelas ações que em nada contribui para desmarginalizar os sempre à margem do poder, mas que tão somente reforçava a política do mais do mesmo. Fui sempre contra a sua falta de ação para realizar as tão sonhadas reformas de base, como a política e a agrária. Mas, nesse caso, eu estou ao lado da justiça. Estou ao lado da democracia e do cumprimento da constituição. Não há terceira via aqui. Há o lado dos querem o bem comum e o lado dos que querem voltar ao poder a qualquer custo, nem que para isso a vontade popular não seja obedecida.

É ora de lastimar mais um golpe no Brasil. Mas é ora também de resistir e não reconhecer esse governo que ai está. É ora de juntarmos forças e irmos à luta. É ora do povo acordar e participar mais da vida política do seu país. Afinal de contas, quem nos representa importa muito.

Conjunto de imagens de atos de resistência ao golpe/divulgação.







Um pouco de História do Movimento Negro



Este texto foi escrito por Milton Barbosa, um dos fundadores do MNU - Movimento Negro Unificado, cuja ação norteou o pensamento dos negros na luta contra o racismo e por seus direitos e que hoje colhem os frutos de todo este trabalho com algumas conquistas obtidas pelo Movimento Negro. É interessante notar que, mesmo escrito em 2005, este é um documento muito atual, que conta parte da nossa História!

Em 18 de junho de 1978, representantes de vários grupos se reuniram, em resposta à discriminação racial sofrida por quatro garotos do time infantil de voleibol do Clube de Regatas Tietê e a prisão, tortura e morte de Robinson Silveira da Luz, trabalhador, pai de família, acusado de roubar frutas numa feira , sendo torturado no 44º Distrito Policial de Guaianases, vindo a falecer em conseqüência das torturas. Representantes de atletas e artistas negros, entidades do movimento negro: Centro de Cultura e Arte Negra – CECAN, Grupo Afro-Latino América, Associação Cultural Brasil Jovem, Instituto Brasileiro de Estudos Africanistas – IBEA e Câmara de Comércio Afro-Brasileiro, representada pelo filho do Deputado Adalberto Camargo, decidiram pela criação de um Movimento Unificado Contra a Discriminação Racial.
Publicado originalmente no sítio Afrodescendentes

O lançamento público aconteceu numa manifestação no dia 7 de julho, do mesmo ano, nas escadarias do Teatro Municipal da Cidade de São Paulo, reunindo duas mil pessoas, segundo o jornal "Folha de São Paulo", em plena Ditadura Militar.

Lançamento Oficial do MNU

Com a criação do Movimento e seu lançamento público, mudamos a forma de enfrentar o racismo e a discriminação racial no país.

Já no dia 7 de julho, participaram entidades do estado do Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa das Culturas Negras – IPCN, Centro de Estudos Brasil África – CEBA, Escola de Samba Quilombos, Renascença Clube, Núcleo Negro Socialista, Olorum Baba Min, Sociedade de Intercâmbio Brasil-África – SINBA.

Cinco entidades da Bahia nos enviaram moções de apoio à manifestação.

Prisioneiros da Casa de Detenção do Carandiru enviaram um documento se integrando ao movimento, denunciando as condições desumanas em que viviam os presos e o racismo do sistema judiciário e do sistema prisional – Centro de Luta Netos de Zumbi.

Participaram do Ato, também, Lélia Gonzales e o professor Abdias do Nascimento.

Para enfrentar o racismo, a discriminação racial, este movimento que se transformou no Movimento Negro Unificado, mudou a forma da população negra lutar, saindo das salas de debates e conferência, atividades lúdicas e esportivas, para ações de confronto aos atos de racismo e discriminação racial, elaborando panfletos e jornais, realizando atos públicos e criando núcleos organizados em associações recreativas, de moradores, categorias de trabalhadores, nas universidades públicas e privadas.

O movimento tirou proveito das divergências conjunturais, mesmo dos setores da burguesia a exemplo dos jornais burgueses como "A Folha de São Paulo" e "O Estado de São Paulo". Articulamos, também, com mídias internacionais favoráveis ao fim da Ditadura Militar e outros setores.

Definimos como princípio a aliança com os setores de esquerda no país que lutavam pelo socialismo e comunismo, pois foi o capitalismo que nos colocou nesta condição, nos seqüestrando em África, nos vendendo para acumular mais valia, nos escravizando para construir riqueza para os colonizadores, nos explorando, após a escravidão, como trabalhadores menos qualificados e de menor remuneração.

Mulheres negras na luta

O negro é um pioneiro em civilização, sendo nos países onde viveu ou vive um criador de cidades, núcleos comerciais, artísticos, sendo que no Brasil realizava desde os trabalhos da lavoura, até os mais sofisticados, como cuidar da mecânica do engenho de açúcar e da saúde do senhor de escravo pelo seu conhecimento milenar de ervas medicinais.

Foram os negros escolhidos para serem escravizados, pela diferença física ao europeu e por seus profundos conhecimentos de agricultura e metalurgia (ferro – cobre – prata – ouro – diamantes).

Em termos culturais, os negros foram pioneiros. No período anterior à abolição da escravatura no Brasil, os negros eram as principais figuras na arte nobre (pintura – escultura – literatura – música – teatro).

Na luta política o negro tem sido pioneiro na figura do Movimento Negro Unificado.

No início da década de oitenta transformamos a ação do Movimento Feminista, introduzindo com Lélia Gonzales, Vera Mara e outras, a questão da mulher negra, que sempre foi trabalhadora neste país.

Também no início da década de oitenta, o MNU – SP em aliança com o Jornal Lampião e o Grupo Somos, realizamos ato público e passeata conjunta contra as ações do Delegado Wilson Richetti, que prendia negros, homossexuais e prostitutas de forma humilhante e desrespeitosa na região chamada Boca do Lixo de São Paulo – Zona de Meretrício e denunciamos o racismo, o machismo, desenvolvendo ações que, sem dúvida, são a base da política de diversidade hoje debatida em todo o país.

MNU é base das conquistas atuais

Através dos congressos da SBPC – Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência, o MNU denunciou o racismo na Educação, nos meios de comunicação e, no Congresso da Anistia introduzimos a discussão de que os presos comuns também são presos políticos, pois são empurrados para o crime pelas circunstâncias sociais, políticas e econômicas e, denunciamos a tortura nas prisões sobre os chamados presos comuns, base para a criação de uma política de direitos humanos contra a tortura no Brasil.

No início de dos anos 80, MNU – SP garantiu também, pela primeira vez a fala oficial no Brasil da Organização Para Libertação da Palestina – OLP, através de seu representante Farid Sawan, que atualmente representa os Palestinos no Conselho da SEPPIR – Secretaria Especial de Política da Promoção da Igualdade Racial.

Na década de 80, foi o MNU a organização que realizou as maiores e mais importantes manifestações contra o Apartheid na África do Sul, embora não recebêssemos apoio político ou financeiro da Organização das Nações Unidas – ONU. Criamos comitês nas principais estados do país e realizamos manifestações com milhares de pessoas, contribuindo significativamente para a luta dos nossos irmãos da África do Sul e do Zimbabwe.

Em 1986 realizamos a Conferência Nacional do Negro em Brasília – DF, de onde saiu a proposta de criminalização do racismo e a resolução 68 das Disposições Transitórias Constitucionais, sobre a titulação das terras dos remanescentes de quilombos.

Criação da Lei 10.639

No ano de 1988, no VIII Encontro de Negros do Norte - Nordeste, organizado pelo MNU da região, foram definidas questões que balizaram a atual lei l0.639, que dispõe sobre o ensino da História da África e do negro no Brasil, a orientação educacional que permeou a criação, com certeza do Centro de Educação Unificada – CEU, escola integral, com cultura, arte, lazer (cinema – teatro – sala de música - quadras esportivas), bibliotecas, material escolar gratuito, alimentação e assistência médica,no governo Marta Suplicy na Cidade de São Paulo.

O estado, os partidos políticos, movimentos sindical e popular, tentam separar as conquistas da população negra do movimento negro, carro chefe da nossa luta.O estado e os partidos políticos buscam dominar e manipular nossa população. Os movimentos por equívocos e por terem o racismo introjetado em suas mentes, ações e concepções.

Na revista "O Negro", em 1992, Margarida Barbosa – enfermeira do Hospital das Clínicas da Unicamp – Universidade de Campinas, militante do MNU, atualmente diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp- escrevia sobre a Anemia Falciforme, doença que proporcionalmente atinge mais aos negros, orientando a sociedade e cobrando, a quem de direito, a exigência de políticas públicas referentes a este tipo de doença , pois além desta anemia, há diabetes, hipertensão e outras doenças que proporcionalmente vitimam mais aos negros.

Marcha e homenagem ao Herói Zumbi

O MNU, fortalecendo a proposta do início da década de 70, do Grupo Palmares de Porto Alegre, decidiu na Assembleia Nacional do MNU, em Salvador – BA, no dia 4 de novembro de l978, transformar o 20 de Novembro , no DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA, data da morte de Zumbi , um dos principais comandantes do Quilombo dos Palmares, um exemplo de luta e dignidade para os negros e todos os brasileiros.

No ano de l988, realizamos importantes manifestações no mês de maio contra a Farsa da Abolição, na cidade do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e outras. Em 20 de novembro de l995, realizamos a Marcha do Tricentenário da Imortalidade de Zumbi , a Marcha Zumbi dos Palmares, Contra o Racismo, Pela Igualdade e a Vida, em Brasília – DF, com a participação de mais de 30.000 pessoas.

Em São Paulo, no início de novembro de 95, realizamos uma grande manifestação com mais de 800 pessoas, no Consulado Americano contra a Pena de Morte e Pela Libertação de Múmia Abu Jamal, antigo dirigente do Partido dos Panteras Negras, preso e condenado à morte injustamente numa farsa reconhecida internacionalmente. Múmia Abu Jamal, como Nelson Mandela, é um exemplo para a humanidade, na luta contra o racismo, pela liberdade e a vida, um campeão de direitos humanos. O MNU, tem colaborado com campanhas internacionais pela defesa de sua vida e pela sua libertação.

MNU e remanescentes de quilombos

Os remanescentes de quilombos com a participação do MNU, realizaram o I Encontro Nacional dos Remanescentes de Quilombos, em novembro de 95, fortalecendo a relação do movimento negro urbano com a área rural, dando uma nova qualidade ao movimento negro do Brasil. Esta intervenção do MNU junto aos remanescentes de quilombos, teve início em 1980 através do MNU-SP no Cafundó, região de Sorocaba, tendo também, o MNU atuado a partir de meados de 80 junto aos Calungas, em Goiás e, o MNU-BA no início da década de 90, na região do Rio das Râs.O MNU atua junto a quilombos em Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Maranhão.

A partir do final dos anos 70, elaboramos o conceito Raça e Classe, desenvolvendo uma teoria política para garantir as ações práticas. Há um leque de propostas que estamos propondo aprofundar num Congresso do Negro Brasileiro em novembro de 2006.
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Hoje a direita busca golpear com violência a esquerda no Brasil, se aproveitando de erros de concepção desenvolvido por setores oportunistas e aparelhistas do campo majoritário do Partido dos Trabalhadores, que se aliaram com forças retrógradas da sociedade brasileira para buscar garantir seus projetos imediatistas, tentando aparelhar o estado brasileiro, como já haviam feito com setores importantes do movimento sindical.

MNU e Política Partidária

Este mesmo campo político, supostamente de esquerda, tem como prática cooptar quadros dos movimentos, tenta esvaziar os movimentos sociais, isolar setores que lhes são críticos, implantando uma política de subserviência e compadrio.

Estão sendo atacados pelos grandes capitalistas, que são os verdadeiros donos da privatização do estado, como se o PT, estivesse inventando a corrupção na máquina do estado e no parlamento burguês, majoritariamente composto por verdadeiros bandidos, ladrões inveterados, que usam todos os métodos para garantir a exploração da grande maioria da população.

Não podemos cair no canto da sereia. Temos que novamente cumprir nosso papel de vanguarda da luta da população negra e pobre e, desmascarar es ta farsa.

Ao mesmo tempo devemos estabelecer uma nova relação com os setores de esquerda, que em sua maioria tentam nos usar, querendo nos impor de forma colonialista seus programas nascidos e desenvolvidos no coração da Europa.

O conhecimento é universal e, os brancos, que tem sua matriz na Europa, mentem na história. Não existe cultura ou raça superior.

Esta é a nossa principal luta. Construir não apenas um programa partidário, ou de nação, mas construir um novo processo civilizatório..

O tigre não precisa dizer que é Tigre

Setores de direita do movimento negro, composta em sua maioria por ONGS, algumas inclusive, que se beneficiavam da proximidade com o Governo Lula e, hoje, diante do forte ataque ao governo em questão, já se sentem seguras para anunciar desde já a p ossível aliança com um suposto novo governo a ser eleito, um governo tucano e, tentam usar a população negra escorados em financiamentos vindos particularmente da Fundação Ford, e se arvoram de movimento negro autônomo e independente e, convocam uma marcha para dia diferente da data convocada pelos movimentos nacionais e outras entidades, com história comprovada na luta do negro.

Em São Paulo, fazem reuniões convocadas pelo Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra e tem como principal articulador o Secretário da Justiça, Hédio Silva Júnior indicado pelo Partido da Frente Liberal e incluído na equipe de secretário de Geraldo Alckmin num verdadeiro golpe de mestre.

O que temos a dizer a estes grupos e pessoas do movimento negro. a direita do movimento, é que o TIGRE NÃO PRECISA DIZER QUE É TIGRE. Somos independente pela nossa trajetória, pelas conquistas ao longo da história e por não abrirmos mão de forma alguma dos nossos princípios e, dia 22 de novembro estaremos mostrando mais uma vez como se combate o racismo e, como se caminha para a construção de uma sociedade sem racismo, enfrentando os racistas e juntando todos aqueles que se propõem a construir uma nova sociedade, sem explorador e explorados, sem racismo, machismo e outras formas de dominação.

Painel com algumas personalidades do Movimento Negro no Cariri. Da esquerda para a direita - Verônica Neves, Francisco Roserlândio, Karla Alves, Nicolau Neto, Valéria Carvalho, Dayze Vidal e Maria Eliana. 



Pós GOLPE PARLAMENTAR, Dilma fala ao povo brasileiro. Confira o pronunciamento na íntegra



A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (31), em pronunciamento à imprensa e à Nação, que irá recorrer em todas as instâncias contra a fraude do impeachment sem crime de responsabilidade, aprovado pelo Sendo Federal.
Publicado originalmente no seu portal

De acordo com Dilma, trata-se de uma inequívoca eleição indireta, em que “XX senadores substituem a vontade expressa por 54,5 milhões de votos”. A presidenta disse ainda que a os senadores que aprovaram o impeachment rasgaram a Constituição Federal.


Decidiram pela interrupção do mandato de uma presidenta que não cometeu crime de responsabilidade. Condenaram uma inocente e consumaram um golpe parlamentar,” disse.

A interrupção do projeto nacional progressista, inclusivo e democrático que representa não será definitiva, garantiu Dilma. “Nós voltaremos. Voltaremos para continuar nossa jornada rumo a um Brasil em que o povo é soberano.”

A união do campo progressista é sugerida pela presidenta: “espero que saibamos nos unir em defesa de causas comuns a todos os progressistas, independentemente de filiação partidária ou posição política.”


 “Proponho que lutemos, todos juntos, contra o retrocesso, contra a agenda conservadora, contra a extinção de direitos, pela soberania nacional e pelo restabelecimento pleno da democracia.”


Confira a íntegra do pronunciamento: