Diretrizes com orientações sobre parto cesariana é publicado pelo Ministério da Saúde



O Ministério da Saúde divulgou hoje (4) um protocolo com diretrizes para reduzir o número de cesarianas sem necessidade no país. O documento lista as situações nas quais o parto cesárea é indicado em detrimento do parto normal. A pasta considera que o país vive uma epidemia de cesarianas e que o Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas para Cesariana pode reduzir as taxas destas cirurgias.

Em todo o país, 55% das crianças nascem por parto cirúrgico. Quando são levados em conta apenas os números da saúde privada, o percentual de cesarianas sobe para 84%. A taxa adequada de cesáreas seria até 30% do total de partos, segundo o ministério, com base em parâmetros da Organização Mundial da Saúde.

Ministério da Saúde quer reduzir números de cesáreas desnecessárias no país. Foto: Ana Nascimento/MDS/Portal Brasil.
O documento foi elaborado após meses de discussão e de consulta pública e estabelece um modelo de regulação do acesso assistencial, autorização, registro, indicação e ressarcimento dos procedimentos realizados.

O protocolo traz parâmetros a serem seguidos a partir de agora pelas secretarias de Saúde dos estados, municípios e do Distrito Federal. O objetivo é orientar os profissionais de saúde a diminuir o número de cesarianas desnecessárias. Isso porque o procedimento, quando não indicado corretamente, traz riscos como aumento da probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e de morte materna e infantil.

A nova diretriz destaca, por exemplo, que a cesariana não é recomendada como forma de prevenção da transmissão de mãe para filho dos vírus da hepatite B e C; mas sim para prevenir a transmissão de HIV. Outros pontos do documento avalizam a recomendação de cesariana para a mulher que tenha apresentado infecção primária do vírus herpes simples durante o terceiro trimestre da gestação e para as que tiveram três ou mais cesarianas anteriores.

Na lista de recomendações do protocolo também está o aconselhamento para gestantes que já fizeram cesariana, que considere as preferências e prioridades da mulher e os riscos e benefícios de uma nova cirurgia e de um parto vaginal, incluindo o risco de uma operação cesariana não planejada.

Aluna Daiane em resposta a vereadora que promoveu jantar: “quantos livros a senhora deixou de ler”?


Ao compartilhar em seu perfil na rede social facebook artigo publicado no Informações em Foco acerca da notícia em que a vereadora porto-alegrense Mônica Leal (PP) promoveu na última quinta-feira, 31 de março, jantar em comemoração aos 52 anos do golpe militar de 1964, a aluna da rede pública do estado do Ceará Ana Daiane não poupou críticas a parlamentar.

Quando eu penso que a sociedade está perdida pq pessoas foram as ruas, meses atrás, pedido intervenção militar, vem essa vereadora e consegue me surpreender promovendo um jantar para comemorar o golpe! E qual a minha reação?”, questionou inicialmente a aluna. “Um belo de um por que na mente que não me permite pensar logicamente em como um ser humano, pior, uma mulher consegue ter a ousadia de fazer isso!”, disse ela em tom de indignação.

Naquela oportunidade Mônica Leal, que é filha do coronel do Exército Pedro Américo Leal, ex-deputado estadual e ex-vereador e porta-voz do regime militar no Rio Grande do Sul, ao explicar a finalidade do jantar disse “O movimento cívico de 31 de março defendeu a nação brasileira. Foi um movimento democrático, que impediu a implantação do comunismo, combateu a ordem subversiva e a corrupção. Ah, e é importante destacar, que teve o apoio da população brasileira na Marcha da Família com Deus pela Liberdade”.

A discente ao dar destaque a explicação da parlamentar fez diversas indagações -  “... vem cá, senhora vereadora, quantas aulas de história, sociologia, filosofia, geografia e outras tantas a senhora perdeu? Quantas vzs a senhora foi à escola simplesmente esquentar cadeira? Quantas vzs se deixou levar por falsos moralistas ? E quantos livros a senhora deixou de ler, falando sobre ciência política e até mesmo sobre essa época de vergonha do Brasil?” E foi taxativa ao mais uma vez realizar questionamentos a edil. “Senhora vereadora, como tal, não procura saber a história de vida da atual presidenta do brasil? Como mulher, não procura saber o quanto essa época era horrível para tal?”.

Me decepciona ver 'educadores' pedir a ditadura de novo. Me revolta ser representada por pessoas como a senhora. Me revolta saber que no Brasil existe pessoas q nem a senhora. Me magoa cada vez mais, durante todos os anos, pessoas saindo das escolas pensando que a ditadura militar foi boa para o Brasil”, complementou a aluna.

Daiane é aluna do curso técnico em Redes de Computadores na EEEP Wellington Belém de Figueiredo, em Nova Olinda-Ce, e já está no terceiro ano. Às vésperas do estágio, a criticidade continua sendo um dos seus fortes e o feminismo uma das suas bandeiras de luta.

Segundo cientistas políticos, manifestações podem mudar decisões sobre impeachment



As manifestações ocorridas na última semana em diversas cidades do país, contrárias ao processo de impeachment, poderão mudar a percepção de que havia uma opinião predominante no país, favorável ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff, e até influenciar na decisão dos parlamentares sobre a questão. A avaliação é da professora Helcimara Teles, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo durante protesto esta semana em defesa da democracia e contra o golpe. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil.
Os movimentos estão reenquadrando a percepção que era vista como hegemônica, de que toda a opinião pública era favorável ao impeachment. Existem várias opiniões no Brasil favoráveis ao impeachment, mas existem outras também que tratam o impeachment como um golpe”, explica.

Segundo a professora Helcimara, as manifestações contrárias ao impeachment podem também influenciar nas decisões dos parlamentares em relação ao processo que está em curso no Congresso Nacional. “Uma parte significativa dos políticos brasileiros se pauta muito pela opinião pública, não se baseia em um programa, é muito flexível aos humores da opinião pública. Como se nota o crescimento desses grupos contra o golpe, uma parte da classe política pode recuar um pouco em relação a votar pelo impeachment.”

A professora de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) Flávia Biroli também acredita que os movimentos contra o impeachment podem ter um efeito na construção de um novo clima de opinião pública e também no cenário político. “Quando diferentes movimentos sociais vão para a rua dizendo que isso é um golpe, isso pode ter um efeito para os parlamentares e também pode ter um efeito indireto, incidindo sobre a opinião pública e mudando o clima político. Por mais que a grande mídia tenha trabalhando para construir um significado único para essa situação, ela não tem um significado único.”

Meios de comunicação

Para a professora Flávia, os meios de comunicação atuam na retratação dos movimentos sociais favoráveis e contrários ao impeachment. “Quando existem as manifestações conta o governo, elas são apresentadas como manifestações das pessoas, dos brasileiros, embora a gente veja lá entidades como a Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo]. Quando são manifestações contra o impeachment, a posição é outra, é como se fosse o PT, e isso não é verdade, o que a gente tem é um conjunto de movimentos sociais, de segmentos de esquerda preocupados com a nossa democracia.”

Helcimara Teles também avalia que há um problema de enquadramento da mídia sobre as manifestações. Segundo ela, as manifestações contrárias ao impeachment são formadas não apenas por integrantes de partidos políticos, mas por pessoas de todos os segmentos da sociedade. “A sociedade que estava apática quebrou a espiral do silêncio. Existe uma massa grande de pessoas de todos os segmentos, de todas as classes que estão retomando uma luta pela democracia inclusive de forma autônoma e desvinculada de partidos políticos.”

Conheça a vereadora que promoveu jantar para comemorar o golpe de 1964


Um movimento desconexo, distante até daqueles que marcham pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, ganhou força nos últimos tempos. Ganhou grupos nas redes sociais. E adeptos públicos, como a vereadora porto-alegrense Mônica Leal (PP), que participou na quinta-feira, dia 31, de um jantar em comemoração aos 52 anos do golpe militar de 1964.
Vereadora Mônica Leal (PP). 
O jornal Sul21 publicou o convite de Mônica na íntegra:

No dia 31 de março será realizado, às 20h, um jantar comemorativo do Movimento Cívico Militar de Março de 1964. Os participantes são representantes da sociedade gaúcha, militares da reserva e civis. O 31 de março de 1964 foi um movimento cívico militar na história do Brasil onde a sociedade reafirmou seus valores de liberdade, independência e progresso”.

Por telefone, a vereadora explicou que acredita que o aniversário do golpe deve ser comemorado. “O movimento cívico de 31 de março defendeu a nação brasileira. Foi um movimento democrático, que impediu a implantação do comunismo, combateu a ordem subversiva e a corrupção. Ah, e é importante destacar, que teve o apoio da população brasileira na Marcha da Família com Deus pela Liberdade”.

Mônica é filha do coronel do Exército Pedro Américo Leal, ex-deputado estadual e ex-vereador. Sua vida política começou como supervisora no gabinete do pai na Câmara Municipal de Porto Alegre, em 1993, e após 11 anos ela virou sua herdeira política.

É autora do projeto de lei que impede homenagens a personagens históricos que considera subversivos, como Lamarca, Luiz Carlos Prestes e Carlos Marighella, assim como, é contrária a alteração do nome da antiga Avenida Castelo Branco para Avenida da Legalidade e Democracia, aprovada pela Câmara em 2014.

Mônica também tentou retirar do Memorial do Rio Grande Sul o acervo Luta Contra a Ditadura e se mostra insatisfeita com a apuração feita pela Comissão da Verdade, que investigou os crimes militares.

Seu pai, Pedro Américo era o porta-voz do regime militar no Rio Grande do Sul. Costumava afirmar nos jornais e redes de televisão que os militares não praticavam torturas e que faziam milagres para salvar o país.

Mônica perpetua a mesma crença e comemorou com seus pares, cerca de 150 pessoas, na Parrilla del Sur, no bairro Petrópolis, em Porto Alegre.

*Diplomada em comunicação social em Porto Alegre, colabora com publicações como Estadão, UOL, El País, Zero Hora, Sul21, Jornal Já, Caros Amigos e Notícias do Dia. Fez dois documentários: “Em Busca da Terra do Nunca” e “Vênus do Cárcere”.

Ao som de João do Crato, manifestantes do cariri vão às ruas em prol da democracia e contra o golpe



Centenas de manifestantes lotaram a praça Siqueira Campos, no centro do município de Crato, localizado na região do cariri cearense nesta quinta-feira, 31 de março e,  assim como em todo o país eles defenderam a continuidade do regime democrático de direito e se posicionaram  contra o impeachment do governo federal representado pela presidenta Dilma Rousseff (PT).

A Universidade Regional do Cariri (URCA) representada por professores, universitários e servidores, além de artistas e movimentos sociais com atuação na região fizeram parte da manifestação e contribuíram para exercerem o papel de protagonistas da HISTÓRIA.

O historiador e professor universitário da URCA Darlan Reis Jr ao compartilhar imagens em seu perfil na rede social facebook aproveitou o momento para tecer críticas a alguns reitores que, segundo ele, atacaram os docentes em greve realizada pela classe recentemente e foi taxativo ao afirmar:

Só um senão interno: aos reitoristas que atacaram duramente nossa greve docente na URCA, que atacaram até a cor vermelha (e hoje vestiam vermelho), que não respeitaram a Assembleia dos Professores, eu vos digo: estivemos juntos, porém, não misturados.
Somos contra o golpe político e contra todos os ataques aos trabalhadores.

A luta continua, nas ruas e na Universidade”.

João do Crato canta a música "Vai Passar", de
Chico Buarque, durante manifestação em Crato.
Imagem capturada do vídeo compartilhado
na rede social facebook por Henrique Alves;
Durante a manifestação o artista e membro da Rede de Educação Cidadã (RECID) João do Crato cantou a música  “Vai Passar”, do cantor e compositor Chico Chico Buarque. Centenas de vozes o acompanhavam nos versos mais fortes como esses:

A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Seus filhos
Erravam cegos pelo continente
Levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais....”

“Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral
Vai passar”.

Professores, Universitários e Movimentos Sociais em ato em favor da democracia e contra o golpe próximo da Universidade Regional do Cariri (URCA). Foto: Prof. Darlan Reis Jr.
Além da Praça Siqueira Campos, a própria URCA foi palco do encontro. Dentro e fora da universidade era perceptível o protagonismo de uma juventude que ainda acredita no poder da mobilização.

No último dia 18 de março as ruas do município de Juazeiro do Norte ficaram sem espaços durante o fim de tarde e início de noite em face de uma grande mobilização promovida por professores, universitários, movimentos sociais e demais membros da sociedade civil objetivando defender a democracia e se posicionarem contra o golpe que vem se desenhando nos últimos meses.