ABA iniciará Campanha de Logomarca da Rádio Comunitária Altaneira FM


Stúdio da Rádio Comunitária Altaneira FM.
Foto: João Alves.
A Associação Beneficente de Altaneira – ABA, entidade mantenedora da Rádio Comunitária Altaneira FM iniciará na próxima segunda-feira, 29 de setembro, campanha junto às instituições de ensino desta municipalidade com o propósito de escolher a logomarca que represente o único veículo de comunicação que atende a todos os altaneirenses.

Segundo Cláudio Gonçalves, Secretário de Atividades Sociais da ABA, em uma reunião nesta quinta-feira, 25, ficou acordado que a campanha será desenvolvida junto aos alunos dos ensinos fundamental e médio. Uma comissão foi formada para acompanhar todo o processo. Acordou-se ainda que haverá uma premiação (ainda a ser definido) para aquele/aquela que se sair vencedor.

A Comissão ficou composta por Alexandre Silva, Claudio Gonçalves, Cristiano Lima e Elenice Pereira.

Está programado ainda para este ano a II seleção de novos comunicadores, bem como uma formação com os que já são do quadro.



Abordagens sobre políticas patrimoniais no Enem


Neste texto apresentamos algumas dicas sobre políticas patrimoniais, assunto que pode ser tema de abordagens das provas do Enem. Trazemos, também, a análise de uma questão do Enem de 2012 especificamente sobre esse conteúdo.

As igrejas barrocas do interior de Minas Gerais são
consideradas Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
O tema das políticas patrimoniais é, por definição, interdisciplinar, já que interessa, de um lado, às disciplinas de humanidades, como a Museologia, História, Geografia, Sociologia e Filosofia – haja vista que um patrimônio histórico consiste naquele que foi produzido pela humanidade no passado –, e, de outro lado, às disciplinas da área de Ciências da Natureza, como a Biologia, Química e a Física, pois as técnicas de preservação e conservação dos bens patrimoniais implicam a participação dessas áreas do conhecimento.

Grosso modo, entende-se por política patrimonial o tipo de legislação que se refere à preservação de bens considerados importantes para a história de uma nação, de uma civilização ou da humanidade como um todo. Esses bens podem ser construções arquiteturais, como igrejas, palácios, templos e muralhas, como a Muralha da China ou o Muro de Berlim, ou, mesmo, cidades inteiras (como Brasília – DF e Ouro Preto – MG). Podem ser também obras de arte (pinturas, esculturas etc.) e projetos paisagísticos, como jardins, parques, entre outros.

As políticas patrimoniais têm o intuito de gerir os “lugares de memória” (segundo denominação do historiador francês Pierre Nora), isto é, aqueles lugares – como os mencionados no parágrafo anterior – que “testemunham” a ação humana passada, que guardam em suas estruturas os rastros da atmosfera do passado histórico. O patrimônio, segundo opinião do historiador François Hartog, em seu ensaio “Tempo e Patrimônio”, “se apresenta então como um convite à anamnese (rememoração) coletiva. Ao 'dever' da memória [...] se teria acrescentado alguma coisa como a 'ardente obrigação' do patrimônio, com suas exigências de conservação, de reabilitação e de comemoração.”

Sendo assim, o patrimônio é importante na medida em que articula nossas lembranças com a experiência histórica passada. É uma forma muito especial de documento histórico, exatamente em razão de seu caráter coletivo e agregador que se interpõe na vida de diferentes pessoas através de gerações. Instituições internacionais, como a UNESCO (Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura), fomentam desde a segunda metade do século XX legislações que visam à proteção e preservação de patrimônios do mundo todo, atentando sempre para o valor monumental que eles apresentam.

No caso específico de nações, como o Brasil, há desde muito tempo o cuidado com a guarda de patrimônio. Na época do Estado Novo, em 1937, Getúlio Vargas autorizou a criação de um serviço para o patrimônio histórico e artístico nacional, o SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), cuja denominação atual é IPHAN, mudando-se o termo “Serviço” para “Instituto”. A questão do Enem que trouxemos para análise aborda exatamente a criação desse órgão. Leia, a seguir, o texto da questão 13 do Enem de 2012 (caderno Azul):

O Enem 2012 abordou as políticas patrimoniais a partir de um
texto de um dos idealizadores do SPHAN, Rodrigo Andrade.
Esse texto foi escrito pelo historiador e jornalista Rodrigo Mello Franco de Andrade, um dos idealizadores do SPHAN, que depois se tornaria IPHAN. Inclusive o dia do patrimônio histórico, no Brasil, é comemorado no dia do nascimento de Rodrigo, em 17 de agosto. Veja agora como a questão se estruturou a partir do texto apresentado. A resposta correta está marcada na cor verde.

Alternativas relacionadas ao texto de  Rodrigo Andrade.
A questão exige que o candidato assinale a alternativa que corresponda ao tipo de ideias motivadoras da criação do SPHAN. Pois bem, percebe-se, no texto de Rodrigo Andrade, uma defesa da preservação do patrimônio artístico e histórico brasileiro com o objetivo de “livrá-lo do perecimento” para assim não prejudicar indescritivelmente a memória e a história do Brasil.

Das cinco alternativas apresentadas, apenas as duas últimas, D e E, mencionaram diretamente aquilo que Rodrigo deixou explícito no seu texto: a preocupação com o perecimento e a destruição do patrimônio histórico e artístico nacional. Entretanto, apenas a letra D, que está correta, mencionou o fator das políticas públicas como forma de proteger e resguardar esses bens culturais.

Fiquem atentos, portanto, a criação do SPHAN (IPHAN) no contexto da Era Vargas, bem como à importância que órgãos internacionais, como a mencionada UNESCO, dão às políticas patrimoniais. Além disso, leiam com atenção as questões do Enem. Uma boa interpretação é decisiva para um bom desempenho.


Via Vestibular.brasilescola

Conheça o Grupo de Estudo em Filosofia Social da Fundação ARCA


A fundação Educativa e Cultural ARCA, entidade sem fins lucrativos e que há mais de uma década vem desempenhando importantes trabalho no município de Altaneira, na região do cariri, está retomando mais um relevante projeto que de forma direta e indireta contribui na formação de opinião dos jovens desta municipalidade, gerando consciência crítica com vista a um posicionamento consciente frente à realidade nacional, estadual e municipal – o Grupo de Estudo em Filosofia Social.

Membros do Grupo de Estudo em Filosofia Social em roda de
conversa sobre o texto "Sexo e as Negas: Ei Globo, não sou
tuas negas" no último dia 20/09.
Tendo iniciado há cerca de dois anos e com adesão de jovens engajados nos projeto Inclusão Digital, Biblioteca ARCA da Leitura e Melodia sob a coordenação do professor da Universidade Regional do Cariri – URCA, Carlos Alberto Tolovi, o grupo ficou por mais de um ano sem ter continuidade em virtude da falta de disponibilidade de tempo de muitos dos seus integrantes. No mês de julho deste ano este blogueiro em reunião com membros da Fundação ARCA quando em visita do professor Tolovi a Altaneira apresentou a proposta da continuidade do grupo, além da Formação de um Movimento Negro sob a denominação de “Frente Negra Altaneirense”, o que foi aceito.

Em uma reunião preliminar entre os integrantes do Projeto ARCA foi exposta a importância da continuidade do grupo, levando a Rádio Comunitária Altaneira FM, a partir do programa Juventude em Debate (que vai ao ar as 09 horas da manhã) às temáticas a serem abordadas durante as rodas de conversas do grupo. Inicialmente a equipe está contando com cerca de 14 membros, a saber, Cláudio Gonçalves, Cristiano Lima, Cícero Herlândio, Elenice Pereira, Everton Amorim, Flávia Cícera, Flávia Regina, Francilene Oliveira, Fábio Barbosa, Givanildo Gonçalves, João Paulo Silva, Océlia Alves, Rafaela Chavier e este signatário.

Ainda nesta oportunidade ficou acordado que cada componente do grupo ficaria responsável por desenvolver durante as rodas de conversas uma temática visando gerar reflexão e debate. Para tanto, foi realizado um sorteio com 8 (oito) temas considerados primordiais para um bom entendimento das relações socais.  O primeiro encontro se deu no último dia 06 (seis) de setembro abordando Ética e Moral.

As reuniões ocorrem de 15 em 15 dias durante os sábado a partir das 16 horas na sede da Fundação ARCA localizada a Rua Padre Agamenon Coelho e é aberta ao público.

Confira listagem a abaixo
Negritude - Nicolau - 20/09
Religião - Everton - 04/10
Poder - Rafaela - 18/10
Política - Claudim - 01/11
Liberdade - Océlia - 15/11
Solidariedade - Flávia Cícera - 29/11
Educação - Gigi - 13/12
Capitalismo - Fábio - 27/12

MPF move ação contra SBT e declarações de Sheherazade


O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública contra o SBT por conta de declarações dadas por Rachel Sheherazade, apresentadora de telejornal na emissora, a favor de um grupo de “justiceiros” que agrediu, despiu e acorrentou a um poste um jovem de 15 anos, acusado de praticar pequenos furtos no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro (RJ).

O MPF pediu que a Justiça, antes da sentença, determine que o SBT veicule um quadro com retratação do comentário da jornalista, sob pena de multa de R$ 500 mil por dia. A ideia é que a emissora diga aos telespectadores que a postura de violência em questão não tem legitimidade no ordenamento jurídico e configura atividade criminosa ainda mais grave do que os crimes de furto atribuídos ao adolescente agredido.

SBT é processado por declarações de Rachel Sheherazade
em apoio a "justiceiros". (divulgação).
Na ação, o MPF pediu que o SBT seja condenado a pagar indenização de R$ 532,1 mil por dano moral coletivo. A quantia, segundo o órgão, foi calculada com base nos valores de inserção comercial praticados pelo canal de TV.

Após reportagem que mostrou a violência contra o jovem, exibida no telejornal “SBT Brasil” em fevereiro deste ano, a apresentadora fez o seguinte comentário: “(…) o que resta ao cidadão de bem que ainda por cima foi desarmado? defender-se, é claro! o contra-ataque aos bandidos é o que eu chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite (…)”.

Para o procurador Pedro Machado, Sheherazade defendeu a tortura praticada, que é proibida pela Constituição, e violou o princípio da dignidade humana. Além disso, segundo o MPF, a âncora considerou o jovem culpado e condenado, ignorando a presunção de inocência prevista na legislação.

Gravidade

O MPF destaca ainda a idade da vítima da barbárie e que a Constituição prevê que é dever prioritário do Estado, das famílias e da sociedade assegurar às crianças e adolescentes o direito à vida, dignidade, respeito e liberdade, além de protegê-los de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Na avaliação do órgão, a obrigação de preservar esse direito foi negligenciada nas declarações de Rachel Sheherazade.

A procuradoria também considerou que o tipo de comentário feito pela jornalista tende a estimular a prática de crimes, como os de tortura, e de se fazer justiça com as próprias mãos, ainda mais em canal de TV aberta.

As declarações da apresentadora, por possuírem forte poder de influência e repercussão social, são inspiração para inúmeras pessoas que assistiram ao programa – dentre as quais grupos radicais de perseguição e extermínio, conhecidos como ‘justiceiros/ vingadores’, que também formam sua opinião a partir do que é veiculado na mídia, o que pode aumentar de modo exponencial a violência contra jovens pela mera suspeita de cometimento de crimes de menor potencial ofensivo”, escreveu Pedro Machado.

Concessão pública

Na ação, o MPF diz que o SBT abusou do direito à liberdade de expressão e violou também as diretrizes da comunicação social. De acordo com a Constituição, a produção e a programação de rádio e TV devem dar preferência a conteúdo educativo, artístico, cultural e informativo. Também diz que Sheherazade contrariou o código de ética dos jornalistas porque o jornalismo não pode ser usado para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime.

O procurador Pedro Machado ressaltou que não se trata de censura, que o direito à liberdade de manifestação jornalística não é absoluto e que os veículos de comunicação devem ser responsabilizados caso violem outros direitos. A pedido do MPF, a Justiça poderá determinar que a União, responsável pelas concessões de radiodifusão, fiscalize o “SBT Brasil”. A ação foi divulgada nesta quarta (24).


Com Congresso em Foco/Pragmatismo Político

Personalidades Negras que Mudaram o Mundo: Chico Preto


Chico Preto, ou “Seu Chico Preto” como passou ao imaginário popular altaneirense, foi um dos poucos homens a fixarem residência no município de Altaneira a ultrapassar as barreiras dos cem anos.  Negro e trabalhador rural teve como ambiente do seu nascedouro a zona rural de Crato, em Serra Grande e na década de 60 do século passado encontrou na recém emancipada politicamente Altaneira o seu recanto, o seu lar.

Foi neste município que “Seu Chico Preto” viria a encontrar a sua companheira de vida, a Dona Maria, a “Maria do Café” em alusão a comércio montado que servia lanches e demais refeições. 

Há duas versões quanto à data do seu nascimento. Conflitos religiosos dão conta que a data de Chico Preto teria sido alterado, haja vista a grande diferença de idade entre ele e sua pretensa conjugue. A Igreja, na pessoa de um bispo (na fonte pesquisada não há menção quanto ao nome do sacerdote) não aceitou a união dos dois com essa diferença. Ele com 47 anos e Dona Maria tinha no período do enlace apenas 15 anos. O homem para quem seu Chico trabalhava sugeriu que fosse feito novos documentos objetivando reduzir a sua idade.

Seu Chico e a História

Chico Preto, homem negro e de características sociais a margem da sociedade altaneirense, viveu no mínimo cinco períodos da história política brasileira. Tendo nascido em 1887 esse cidadão simples e humilde acompanhou o fim do segundo império brasileiro ainda de fraudas e sendo amamentado. Toda via, toda a sua adolescência e a fase adulta foi vivenciada nos grilhões dos insurgentes modelos republicanos que perpassou pela República Velha, subdivida em dois momentos (República da Espada e República do “Café – com – Leite”). Ele experienciou ainda a Revolução de 30 que instaurou a “Era Vargas”.  É digno de registro ainda que “Seu Chico Preto” presenciou de longe o período assombroso que o Brasil passou entre os anos de 1964 a 1985 (Ditadura Civil-Militar) e acompanhou também a redemocratização e o nascimento da Constituição  Cidadã promulgada em 1988.


Ele, porém, não chegou a acompanhar um dos momentos mais emblemáticos e inusitados da recente história política de Altaneira – a eleição suplementar ocorrida em outubro de 2010 em face da anulação do processo eleitoral de 2008. Fato esse surgido em virtude dos gestores Antonio Dorival e Francisco Fenelon terem sido cassados por abuso de poder político. 

A borracharia localizada na Rua Apolônio de Oliveira, no centro do município, o café de sua esposa – ora no comercio, ora em um prédio na Rua Padre Agamenon Coelho e o Bar de Daice eram seus pontos de referência e de lazer.

De uma saúde admirável ele viveu um século e uma década, mais precisamente 119 anos. Não se tem notícias de que alguma doença grave tenha sido a causa da sua morte ocorrida em 2006.