Globo caminha a passos largos na direção oposta ás redes sociais, pois teme perca de audiência




Facebook e Twitter não podem mais ser citados na Globo
Depois de proibir que empresas do grupo postem links em suas páginas do Facebook, a Globo deu outro passo em direção oposta às mídias sociais.

Desta vez, teria sido baixado decreto interno impedindo que os programas da casa citem os nomes Facebook e Twitter. As redes só devem ser mencionadas em último caso, conforme noticia a Folha de S. Paulo.

Sempre que houver necessidade de se falar dos sites, o Facebook deverá ser substituído por "uma grande rede social" e o Twitter, por "rede social de mensagens curtas".

É a segunda investida do maior grupo de comunicações de país contra o segmento que domina a internet. No começo de abril, veículos como Época (da Editora Globo) e G1 deixaram de publicar links no Facebook.
As postagens, desde então, vêm acompanhadas de convites como "entenda no site" .

Mais tarde, Juarez Queiroz, CEO da Globo.com, justificou em entrevista que o Facebook é irrelevante, em termos de acesso.



Michel Foucault e o neoliberalismo




O Filósofo Foulcault dá importância secundária à hipótese
 mais óbvia sobre a arte neoliberal de governar
O mundo se abriu para o novo milênio dominado por certezas que hoje se desmancham sob a ação demolidora da crise financeira. A ideologia neoliberal, quase sem resistências, tentou demonstrar que, com a queda do Muro de Berlim, o espaço político e econômico tornou-se mais homogêneo, menos conflitivo, com a concordância a respeito das tendências da economia e das sociedades. 

Não há mais razão, diziam, para se colocar em discussão questões anacrônicas, como a reprodução das desigualdades ou as tendências dos mercados a sair dos trilhos, frequentemente destrambelhados pelos excessos nascidos de suas engrenagens.

Após a crise, os porta-vozes desse quase consenso, economistas e que tais, recolheram-se ao silêncio. Passado o vendaval que ajudaram a semear, já agarrados aos salva-vidas lançados pela famigerada intervenção dos governos, entregaram-se a tortuosas e acrobáticas manobras para justificar suas convicções.

Michel Foucault, um dos pensadores mais fecundos do século XX, não é economista. Talvez por isso tenha compreendido com maior abrangência e profundidade o significado do neoliberalismo. Contrariamente ao que imaginam detratores e adeptos, diz ele, o neoliberalismo é uma “prática de governo” na sociedade contemporânea. O credo neoliberal não pretende suprimir a ação do Estado, mas, sim, “introduzir a regulação do mercado como princípio regulador da sociedade”.

Foucault dá importância secundária à hipótese mais óbvia sobre a arte neoliberal de governar, a que afirma a imposição do predomínio das formas mercantis sobre o conjunto das relações sociais. Para o filósofo, “a sociedade regulada com base no mercado em que pensam os neoliberais é uma sociedade em que o princípio regulador não é tanto a troca de mercadorias quanto os mecanismos da concorrência... Trata-se de fazer do mercado, da concorrência, e, por consequência, da empresa, o que poderíamos chamar de ‘poder enformador da sociedade’”.

As transformações ocorridas nas últimas décadas deram origem a fenômenos correlacionados que não se coadunam com os princípios do liberalismo clássico e sua imaginária concorrência perfeita protagonizada por um enxame de pequenas empresas sem poder de mercado.

A nova concorrência louvada pelos neoliberais admite a “centralização” da propriedade e o controle dos blocos de capital. O processo se deu pela escalada dos negócios de fusões e aquisições, alentada pela forte capitalização das bolsas de valores nos anos 80, 90 e 2000, a despeito de episódios de “ajustamento de preços”. A “terceirização” das funções não essenciais à operação do core business aprofundou a divisão social do trabalho e propiciou a especialização e os ganhos de eficiência microeconômica, além de avanços na produtividade social do trabalho.

A grande empresa que se lança às incertezas da concorrência global necessita cada vez mais do apoio de condições institucionais e legais – sobretudo na derrogação das regras de proteção aos trabalhadores – que a habilitem à disputa com os rivais em seu próprio mercado e em outras regiões.

Elas dependem do apoio e da influência política de seus Estados Nacionais para penetrar em terceiros mercados (acordos de garantia de investimentos, patentes etc.), não podem prescindir do financiamento público para exportar nos setores mais dinâmicos, não devem ser oneradas com encargos tributários excessivos e correm o risco de serem deslocadas pela concorrência sem o benefício dos sistemas nacionais de educação e de ciência e tecnologia.

Tanto a “nova ordem mundial” como a sua crise foram construídas e deflagradas no jogo estratégico disputado entre as empresas globais e seus respectivos Estados. Esse fenômeno político-econômico envolveu os protagonistas relevantes da cena global: os Estados Unidos, apoiados em sua liderança financeira e monetária, e a China, ancorada em sua crescente superioridade manufatureira.

A superação da crise atual não depende apenas da ação competente dos Tesouros Nacionais e dos Bancos Centrais, mas supõe um delicado rearranjo das relações políticas e concorrenciais que sustentaram o modelo sino-americano. Parece que não é fácil.


Constatada presença de animal pré-histórico por cientistas das Universidades Federais do Piauí e de Pernambuco




Amostra de um fóssil pré-histórico
Cientistas da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE) estiveram em Corrente durante esta semana realizando estudos e coletando amostras de um fóssil pré-histórico encontrado na localidade de Riacho Grande, interior do município. São eles o Zoólogo Dr. Paulo Auricchio, o Paleontólogo Dr. Juan Cisneros, a Arqueóloga e Mestrando em Palentelogia Mayana de Castro e a Bióloga Dra. Cláudia Madella.

O professor Paulo Auricchio relatou que ficou sabendo da informação de que havia algo em Corrente num congresso, onde ouviu o relato de uma aluna sua afirmando que havia um professor em Corrente que andava pela cidade carregando um osso muito grande nas costas. “Ela, que era daqui, fez alguns telefonemas e logo identificou que se tratava do professor Marcelo. Entrei em contato e depois de 4 (quatro) meses pude vir pessoalmente a Corrente e constatei que de fato o osso que o professor carregava se tratava de um úmero muito grande, já fragmentado”, contou o professor Auricchio.

Ao levar o fóssil a Teresina, o professor montou as partes fragmentadas e constatou que se tratava de um osso pertencente a uma preguiça gigante. O paleontólogo e especialista em Megafauna, Dr. Juan Cisneros auxiliou o professor Paulo Auricchio nos estudos preliminares do fóssil e a partir de então montaram um projeto com o objetivo de virem pessoalmente a Corrente.

O Dr. Juan afirmou que o que mais despertou seu interesse foi o fato de que não há registros de que esse tipo de animal tenha sido encontrado nesta região, havendo registros apenas na região de São Raimundo Nonato e cidades vizinhas. “Trata-se de um local novo destas descobertas sobre estes animais que viveram na Era do Gelo e sabe-se muito pouco a seu respeito”, esclareceu o professor.

Entre a descoberta do fóssil e a vinda dos cientistas foram dois anos de planejamento, sendo que hoje a UFPI, em parceria com a UFPE, são os apoiadores do projeto.

Os fósseis encontrados e coletados serão encaminhados ao laboratório de palenteologia da UFPI, onde passará por diversos processos. “Primeiramente será feito um tratamento de limpeza e conservação desses ossos, que é um processo que leva vários meses, pois são extremamente frágeis e requerem muito cuidado. Posteriormente confirmaremos que espécie de animal se trata, embora tenhamos uma boa idéia que se trata de uma preguiça gigante, da família dos Megatheriidæ, que são as maiores preguiças que já existiram”, afirmou o Dr. Juan Cisneros.

As preguiças gigantes já foram descobertas em várias localidades do Brasil, e se tratam de animais que medem aproximadamente de 5 a 6 metros de comprimento e pesam de 5 a 6 toneladas, o mesmo peso do maior elefante que hoje existe; podiam ficar apoiados nas patas traseiras para poderem se alimentar das plantas mais altas, chegando a altura de uma casa de dois andares. Pertenceram ao período Pleistoceno, podendo ter a idade de 10 mil a dois milhões de anos, embora as maiores preguiças pertençam no máximo à 100 mil anos.

Os fósseis encontrados em Corrente foram achados quando a argila começou a ser retirada para fabricação de telhas e tijolos, e ao encontrarem os ossos a população não sabia do que se tratava, sendo que vários ossos foram retirados. Os cientistas enfatizam a necessidade de que se propicie uma educação à comunidade no sentido de que, ao serem encontrados esses tipos de ossos, de forma alguma se mexa no local, pois mesmo que seja feito com muito cuidado, até a posição deles são de fundamental importância para os estudos. “Essa descoberta é muito importante para entendermos o passado do Piauí. A população precisa se conscientizar do cuidado que se deve ter com esses ossos e também com qualquer vestígio de presença humana, enfatizou o professor Paulo Auricchio, que ainda destacou que esses fósseis não possuem qualquer valor comercial.

Crime contra o Patrimônio Histórico: Pátio da Estação da Memória é pavimentado sem permissão do IPHAN




Patrimônio Histórico. Iphan deve ordenar a retirada do asfalto
Nos próximos dias, a Prefeitura de Joinville terá de dar explicações ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Tudo porque, na sexta-feira passada (25) foi realizado, com ordem do Ittran (Instituto de Trânsito e Transporte de Joinville), o asfaltamento do pátio da Estação da Memória, com o objetivo de instalar no local uma pista de simulações para a futura Escola Pública de Trânsito. 

Karine Possamai, chefe do escritório técnico do Iphan em São Francisco do Sul, afirma que quem ordenou a obra será responsabilizado. “Foi feita sem autorização do Iphan, ficamos sabendo da pavimentação por denúncias. O caso será encaminhado para a superintendência do Iphan. É provável que seja ordenada a retirada do asfalto, já que o local faz parte do imóvel tombado”, garante Karine.

Enquanto o caso é investigado, na Prefeitura há duas versões diferentes para explicar como um patrimônio tombado recebeu uma obra sem autorização. De um lado, a Fundação Cultural, por meio do diretor Joel Gehlen, alega que a obra foi liberada porque o projeto inicial previa apenas a pintura do pátio e não o asfaltamento. “Pode ter acontecido que a empresa que executou a obra entendeu que a pintura não seria suficiente e asfaltou”, supõe Gehlen.

Segundo ele, aí pode estar o problema, pois mudaram o que seria feito, mas não mudaram o procedimento, sem que o Ittran consultasse o Iphan. O diretor conta que a Fundação Cultural pediu a interrupção da obra quando soube que seria colocado asfalto. “Chegamos a pedir a paralisação, mas já estava no fim”, diz.

Por outro lado, o presidente do Ittran, Eduardo Hamond Regua, afirma que desde o começo estava previsto o asfaltamento, porque, de acordo com ele, o piso estava irregular e precisava ser nivelado para receber a pista da Escola de Trânsito. “Era para ser assim desde o início, estava quebrado, precisava de uma camada de asfalto”, conta.

Em relação à situação do imóvel, o presidente garante que desconhecia o procedimento necessário, pois acreditava que apenas o prédio fosse tombado. “Solicitamos a área para a Prefeitura e a empresa fez o revestimento”, conta Regua. A obra não gerou nenhum custo, pois foi uma doação da empresa Vogelsanger.

“É o mesmo que pavimentar a praia”, diz historiadora

Com a interrupção da obra, ficaram faltando os últimos acertos, como sinalização e pintura no asfalto. Agora, a Fundação Cultural aguarda o parecer do Iphan. Gehlen garante que se o órgão solicitar a retirada do asfalto, isso será feito. “A última palavra é deles”, ressalta. No entanto, a FCJ tenta negociar a continuação do projeto da Escola de Trânsito.

Mas, para uma das representantes da sociedade civil na Comissão Municipal de Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Arquelógico e Natural de Joinville, a doutora em história e professora Sandra Guedes, o asfalto deve ser retirado. “Essa obra é um absurdo, um crime contra o patrimônio cultural, jamais poderia ser feito, é a mesa coisa que colocar asfalto na praia”, lamenta.

A presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais, Ilanil Coelho, diz estar preocupada com a situação, pois a obra descaracteriza o patrimônio. “É necessário um estudo detalhado, qualquer obra que for feita precisa de consulta e tudo precisa ser feito de forma legal”, alerta.


Aécio Neves, pretenso candidato ao Palácio do Planalto, será julgado por desvio de R$ 4,3 bilhões do setor da saúde



Desembargadores negaram recurso da defesa de Aécio
Neves e mantiveram ação por improbidade administrativa
Foto: Agência Brasil
Por três votos a zero, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu que o senador Aécio Neves continua réu em ação civil por improbidade administrativa movida contra ele pelo Ministério Público Estadual (MPE).

Aécio é investigado pelo desvio de R$ 4,3 bilhões da área da saúde em Minas e pelo não cumprimento do piso constitucional do financiamento do sistema público de saúde no período de 2003 a 2008, período em que ele foi governador do estado. O julgamento deverá acontecer ainda esse ano. Se culpado, o senador ficará inelegível.

Desde 2003, a bancada estadual do PT denuncia essa fraude e a falta de compromisso do governo de Minas com a saúde no estado. Conseqüência disso é o caos instaurado no sistema público de saúde, situação essa que tem se agravado com a atual e grave epidemia de dengue.

Recurso

Os desembargadores Bitencourt Marcondes, Alyrio Ramos e Edgard Penna Amorim negaram o provimento ao recurso solicitado por Aécio Neves para a extinção da ação por entenderem ser legítima a ação de improbidade diante da não aplicação do mínimo constitucional de 12% da receita do Estado na área da Saúde.

Segundo eles, a atitude do ex-governador atenta aos princípios da administração pública já que “a conduta esperada do agente público é oposta, no sentido de cumprir norma constitucional que visa à melhoria dos serviços de saúde universais e gratuitos, como forma de inclusão social, erradicação e prevenção de doenças”.

A alegação do réu (Aécio) é a de não ter havido qualquer transferência de recursos do estado à COPASA para investimentos em saneamento básico, já que esse teria sido originado de recursos próprios. Os fatos apurados demonstram, no entanto, a utilização de valores provenientes de tarifas da COPASA para serem contabilizados como investimento em saúde pública, em uma clara manobra para garantir o mínimo constitucional de 12%. A pergunta é: qual foi a destinação dada aos R$4,3 bilhões então?