Barbalha Sediará II Seminário de Implantação da UFCA



Campus da UFC, em Juazeiro, onde será implantada a
nova Universidade Federal
O Município de Barbalha, na região metropolitana do cariri, sediará nos próximos dias 11 e 12 deste mês o II Seminário de Implantação da Universidade Federal do Cariri – UFCA.

De acordo com informações publicadas no site da Universidade Federal do Ceará, Campus Cariri, as inscrições para o evento se encerram no próximo dia 10 e os interessados em participar não pagarão.

Na oportunidade se fará presente o Magnífico Reitor, Prof. Jesualdo Farias e convidados da UFC, UNILAB e UFBA que dialogarão sobre os temas constantes na programação. Vale ressaltar que o evento ocorrerá no Auditório do Curso de Medicina em Barbalha.

A Universidade Federal do Cariri – UFCA foi criada através do Projeto de Lei 2202 de 2011 por desmembramento da UFC aprovado pela Câmara dos Deputados.


Confira a programação:

DIA 11 DE ABRIL – QUINTA-FEIRA

MANHÃ
08H30: ABERTURA (Direção do campus e Coordenações dos GTs)
09H00 ÀS 10H30 PALESTRA 01: PROF. BENILDO CAVADA – Desafios da pesquisa e da pós-graduação na nova universidade
10h30 ÀS 12H00 PALESTRA 02: ADM. FERNANDO HENRIQUE CARVALHO – A lei 12.772 e sua repercussão na nova universidade

TARDE
APRESENTAÇÕES:
14H30 ÀS 15H30 com DR. SILTON BEZERRA (PROCURADOR-CHEFE DA UNILAB) -
- Sistema de Controle da Administração Pública: A CGU e o TCU
- Procuradoria Federal junto à Universidade: atividade de Consultoria da Unidade e atuação de
Assessoria do Reitorado.
- Tramitação e formalização processual. Processo de Licitação e Contratos
15H30 ÀS 16H30 com ADENIA GUIMARÃES (SERVIDORA DA PRADM - UNILAB) –
- Experiências administrativas na implantação da UNILAB.
16H30 ÀS 17H30 - PROFA MARIA DE FÁTIMA FERREIRA LIMA (PROGRAD-UFC)
-Legislação e normas para a criação de cursos de graduação

DIA 12 DE ABRIL – SEXTA-FEIRA

MANHÃ
08H30: SAUDAÇÃO DO MAGNÍFICO REITOR
09H00 ÀS 10H30 PALESTRA 03: PROF. NAOMAR ALMEIDA FILHO (EX-REITOR DA UFBA) –Modelos de inclusão social na universidade nova
10h30 ÀS 12H00 - PALESTRA 04: PROFA. MARIA ELIAS SOARES (UFC)– Desafios para a internacionalização da nova universidade

TARDE
14H30 ÀS 17H30
DIÁLOGO COM O PROF NAOMAR SOBRE A PROPOSTA DE CURSOS EM CONSÓRCIO ENTRE AS
NOVAS IFES E EXTENSÕES.
DIÁLOGO COM A PROFa MARIA ELIAS SOARES SOBRE : ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS
SUPERIORES
OFICINA COM O GT DE TI E O ANALISTA DE TI LADISLAV TRUPL (UNILAB)
OBS. EVENTOS PARALELOS

Setores Sociais de Altaneira debatem Trabalho Infantil



A Dr. Fernanda, do CEREST, falou sobre a contribuição da
saúde do trabalhador no combate ao trabalho infantil
A Secretaria Municipal da Educação de Altaneira foi palco nesta última sexta-feira (05) do 1º Encontro do Programa de Educação Contra a Exploração do Trabalho Infantil – PETECA 2013.

O encontro reuniu os seguimentos sociais como os Coordenadores Pedagógicos das Escolas do Município, os Coordenadores de Programas Educacionais, Vereadores, Conselheiros Tutelares, professores e alunos, além do Secretário e da Coordenadora Municipal do PETECA, a professora Francisca Maurício.

Na abertura do evento, o Secretário Deza Soares discorreu sobre a importância da parceria entre o poder público e os órgãos no combate ao Trabalho Infantil.  “Temos que andar de mãos dadas para atingir esse objetivo”, argumentou.

Durante a manha a Dr. Fernanda Cândido Santos, Psicóloga do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador – CEREST, de Juazeiro do Norte, relatou através de uma palestra as ações para melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida do trabalhador por meio da prevenção e vigilância.

A encenação das diversas formas em que ocorre a exploração da criança e do adolescente foi feita mediante apresentação de uma peça pelos alunos do oitavo ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental 18 de Dezembro. Crianças vendendo picolé, sorvetes e engraxando sapatos nas ruas foi uma das questões levantadas na peça. Como reflexão, os alunos, no final, receberam livros em substituição as ferramentas de trabalho.

O encontro prosseguiu à tarde com a apresentação do coral de crianças coordenado pelo professor de música Sebastião Amorim. Ainda aqui, Elanny Cristina, Secretária de Assistência Social do município relatou as ações e, ou, os programas desenvolvidos no que toca aos cuidados com a Criança e o Adolescente.

“Neste momento o I Encontro agregou esse pequeno grupo de pessoas, pois o objetivo é prepara-los para o Fórum Municipal onde pretendemos contar com um número maior e, se possível com o Ministério Público do Trabalho”, disse Elias Pereira Dantas, Assessor Pedagógico Municipal.

A professora Francisca Maurício, encerrou o evento apresentando o Plano de Ação do programa para este ano. De acordo com ela uma das ações a ser desenvolvida é a realização do 2º Fórum do PETECA onde haverá mobilização de toda a sociedade civil no combate ao trabalho infantil. O Fórum ocorrerá no mês de Maio do corrente ano e terá duração de oito horas.
Confira fotos do Encontro:
A Coordenadora Francisca Maurício apresentando o
plano de ação do PETECA para 2013
Momento da dinâmica do amor e da vida durante a palestra
da Secretária de Assistência Social, Elanny Cristina
Secretário Municipal da Educação, Deza Soares fazendo a
abertura do Encontro
Setores Socias no I Encontro do PETECA 2013
Entrega de camisetas
Setores Socias no I Encontro do PETECA 2013
Elias Pereira Dantas, Assessor Pedagógico

 
Crédito das Fotos: Prof. Antonio Nonato

Falta consenso sobre reforma política até dentro dos próprios partidos



O nível de controvérsia da reforma política é tão alto que, nem internamente, os partidos conseguem chegar a um acordo. Cada parlamentar tem uma tese diferente e a polêmica surge até mesmo em relação à ordem de votação das propostas – fator crucial para o sucesso ou fracasso da reforma. A palavra final sobre como será o processo só será dada na reunião do colégio de líderes da Câmara, que deve ocorrer na própria terça-feira. Diante de tantas posições conflitantes, o resultado do embate ainda é uma incógnita.

O líder do PMDB na Casa, Eduardo Cunha (RJ), diz que a lista flexível nas eleições proporcionais e o financiamento público exclusivo das campanhas não têm respaldo da bancada – a segunda maior da Câmara, com 83 deputados. Na última semana, ele também defendeu que se vote, em primeiro lugar, o fim das coligações para as eleições proporcionais.

A postura de Cunha é reforçada pelo PSDB, que tem o terceiro maior número de representantes da Casa, com 49 deputados. “O fim das coligações seria um excelente ponto de partida. As demais questões ainda precisam ser discutidas mais profundamente”, afirmou o líder da bancada tucana, Carlos Sampaio.

A defesa esbarra nos interesses do grupo formado por PCdoB, PSD, PSB, DEM, PTB, PR, PRB, PDT e PSC. Reunidos no fim de março, os nove partidos – que, juntos, somam 219 deputados – decidiram que vão trabalhar para evitar que o fim das coligações nas seja o primeiro ponto da pauta.

Para a líder do PCdoB na Câmara, Manuela D´Ávila, a prioridade é apreciar o financiamento exclusivo público de campanha e a lista mista – caso contrário, segundo ela, é possível que a reforma política se resuma a mudanças pontuais.


Mais informações no O Povo

Renan injeta R$ 300 mil em 'empresa relâmpago'



Empresa reuniu Renan e seus
familiares em sociedade
Renan Calheiros (PMDB-AL) e sua família injetaram R$ 300 mil em dinheiro vivo em uma empresa imobiliária que funcionou por cerca de um ano. O parlamentar, eleito presidente do Senado em fevereiro prometendo total transparência em sua gestão, não quis comentar a operação.

Batizada de Tarumã Empreendimentos Imobiliários Ltda., a empresa foi aberta depois das eleições de 2010 em uma sala no Lago Sul de Brasília. Ela reuniu o parlamentar peemedebista e dois filhos na sociedade. O objetivo declarado era "administrar a compra e venda de imóveis próprios ou de terceiros".

Segundo documentos da Junta Comercial do Distrito Federal, Renan colocou inicialmente no negócio R$ 9 mil. Seus filhos Rodrigo e Rodolfo Calheiros entraram com R$ 500 cada. O contrato social da empresa foi assinado em 8 de dezembro de 2010. Porém, o registro da junta é de 22 de fevereiro de 2011.

Cinco meses depois, em 21 de julho, Renan deixou oficialmente a sociedade e cedeu lugar à mulher, Maria Verônica, que se associou ao empreendimento depois de aportar R$ 290 mil "em moeda corrente nacional" no negócio.

Desde 9 de janeiro de 2012, a empresa consta como extinta na base da Receita Federal, antes de completar oficialmente um ano.

Atividade privada. Renan manteve silêncio sobre o assunto. Disse que as operações da Tarumã são "pessoais e uma atividade privada". Legalmente, ele não tem obrigação de dar explicações sobre a abertura e a extinção da empresa. A operação teve de ser declarada à Receita Federal. Ela não deverá aparecer, porém, em sua declaração à Justiça Eleitoral, que é pública. Como o negócio foi realizado após a eleição de 2010 e antes da eleição do ano que vem - quando deverá se candidatar ao governo de Alagoas -, ele não precisará constar de sua declaração de bens obrigatória de bens.

"Se o ovo da serpente é o sigilo, então vamos aplicar uma overdose de transparência e controle social", disse ele na posse do comando do Senado, num dos quatro discursos em que prometeu "transparência".

Casada com o senador, a artista plástica Verônica compartilha com Renan os mesmos bens e propriedades. Em 2010, o hoje presidente do Senado declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 2,1 milhões, com um apartamento em Maceió, uma casa em Barra de São Miguel, um carro, cotas da Agropecuária Alagoas e pouco mais de R$ 3 mil em espécie depositado em bancos. A remuneração de Renan, como parlamentar, segundo dados do Portal da Transparência, é hoje de R$ 26,5 mil.

Incompatível. Na crise em 2007, relatório do Conselho de Ética, com base nas declarações de Imposto de Renda e laudos da Polícia Federal, atestava a incompatibilidade da evolução patrimonial do senador e indícios de patrimônio descoberto. Esses laudos subsidiaram a denúncia do Procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ao Supremo Tribunal Federal, feita às vésperas de sua eleição para comandar o Senador.

Renan foi denunciado por peculato - desvio de dinheiro público, 2 a 12 anos de cadeia -, falsidade ideológica - 1 a 5 anos - e uso de documento falso - 2 a 6 anos.

Gurgel afirma que Renan apresentou ao Congresso notas frias e documentos falsificados para justificar a origem dos recursos que o lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, entregava, em dinheiro vivo, à jornalista Mônica Veloso, mãe de uma filha do senador, como pagamento de pensão. A denúncia está sendo analisada pelo ministro Ricardo Lewandowski, que não tem prazo para se manifestar. Renan nega que tenha cometido os crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República.

'Homem da mala'. As operações financeiras e contábeis da Tarumã desde a injeção de dinheiro em espécie e sua imediata extinção leva a assinatura de Bruno Mendes, assessor comissionado de Renan desde 2003 e que se notabilizou em 2007 por ter sido o "homem da mala" que fazia o leva e traz de dinheiro de empreiteiras que bancavam, a pedido de Renan, despesas de Mônica Veloso. Bruno Mendes também não quis se pronunciar sobre a empreitada da Tarumã.

Quatro especialistas em lavagem de dinheiro ouvidos pelo Estado - eles pediram para não ter o nome publicado por se tratar de um caso ainda sem investigação formal - consideraram a operação "suspeita".

Com informações do Estadão

A Permanência do Deputado e pastor Marco Feliciano a frente da CDHM é um risco a democracia





O pastor e deputado Marco Feliciano (PSC) é retrógrado, 
homofóbico e racista

Um dos assuntos mais discutidos das últimas semanas nas redes sócias, na TV, nos blogs, nos jornais escritos e falados, assim como nas ruas, nos bares, nos locais destinados à prática de esporte tem sido, não sem razão, a eleição do pastor e deputado Marco Feliciano (PSC) para presidir a Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da Câmara – CDHM.

Acusado de proferir discursos racistas e ser homofóbico, Marco Feliciano vem enfrentando em diversas localidades protestos objetivando a sua saída da Comissão. Recentemente, participei no município de Crato, localizado na Região Metropolitana do Cariri, de um ato de repúdio ao mesmo.

Recentemente também o vice-presidente do PSC, o pastor Everaldo Pereira disse que se for preciso, convocará “100, 200, 300, 500 ou mais manifestantes” para defender Marco Feliciano. Aos seus olhos, Feliciano é um deputado ficha limpa.

Devo lembrar aos leitores desse portal, ao qual tem como principal objetivo levar aos internautas informações sérias e que possam contribuir na formação de opinião, sempre na perspectiva do exercício da cidadania que, essa CDHM está alicerçada nos seguintes objetivos: receber, avaliar e investigar denúncias de violações de direitos humanos. Inclui-se ainda o discutir e votar propostas legislativas relativas à sua área temática e concomitantemente fiscalizar e acompanhar a execução de programas governamentais do setor. Junte-se a isso o colaborar com entidades não governamentais e realizar pesquisas e estudos relativos à situação dos direitos humanos no Brasil e no mundo, inclusive para efeito de divulgação pública e fornecimento de subsídios para as demais Comissões da Casa, ao passo que corrobora para a sua sustentação enquanto órgão representativo o cuidar dos assuntos referentes às minorias étnicas e sociais, especialmente aos índios e às comunidades indígenas, a preservação e proteção das culturas populares e étnicas do País.

São alicerces ainda desse órgão representativo (faço questão de frisar uma vez mais o “representativo”) o garantir que os direitos das minorias, ao qual está incluído aqui os homossexuais, as mulheres e afrodescendentes não sejam, sob hipótese alguma violados.

Diante desse cenário, pergunto: que garantias podemos ter, digo podemos, pois sou afrodescente, que os nossos direitos serão respeitados, que não teremos nenhuma violação a nós se o órgão que nos representa está sendo presidido por um ser retrógrado, homofóbico e racista? Como podemos acreditar que teremos voz e vez se o presidente desta Comissão profere discursos perturbadores contra o grupo para o qual ele foi “democraticamente” eleito? Como confiar em um ser que ver o homossexual como sendo um ser defeituoso, que quer a todo custo que o negro engula os preceitos da sua religião?

Os retrógrados de plantão se baseiam no discurso falsário de que ele foi eleito democraticamente e, por isso não pode sair do cargo. Ora, desde quando a democracia não pode ser questionada? Afinal, o ato de questionar uma ação, mesmo tendo sido pela via da democracia é, sem dúvida, democrático.  Assim, protestar contra a democracia é democrático.

Quem não se lembra que findando o regime militar (1985), quatro anos depois, o Brasil conheceu o primeiro presidente eleito pelo voto direto, o alagoano Fernando Collor de Melo (PRN). Na disputa, Luiz Inácio Lula da Silva, Leonel Brizola, Mário Covas, Paulo Maluf, Ulysses Guimarães, Aureliano Chavez, Guilherme Afif Domingos, Roberto Freire, Enéas e Fernando Gabeira. Lula e Collor se enfrentaram no segundo turno. Este último venceu.

Minha função, enquanto profissional da história é lembrar o que os outros esquecem e, principalmente o que os retrógrados de plantão fazem questão de não lembrar. Collor, eleito democraticamente sofreu diversas manifestações contrárias a seu governo. Esse fato culminou com o impeachment. Símbolo desse acontecimento foi os Caras-pintadas, um movimento estudantil brasileiro realizado no decorrer do ano de 1992 e tinha como objetivo principal o impeachment do Presidente do Brasil Fernando Collor de Melo e sua retirada do posto. O movimento baseou-se nas denúncias de corrupção que pesaram contra o presidente e ainda em suas medidas econômicas, e contou com milhares de jovens em todo o país.

Portanto, para mim, e para todos aqueles brasileiros que lutam por um Brasil sem as amarras do autoritarismo, da homofobia e do racismo, a permanência do pastor e deputado Marco Feliciano a frente da CDHM é um risco a democracia, é desrespeitar as minorias, em fim, é um retrocesso sem precedentes.

“Ele não tem as mínimas condições”, diz a deputada comunista Manuela sobre Feliciano



A Deputada Manuela D'Avila (PCdoB)
afirma que Marco Feliciano não
tem condições de exercer a presidência
da CDHM
A polêmica sobre a permanência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) no comando da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara poderá ser resolvida na reunião do colégio de lideres desta terça-feira (2). Em entrevista ao jornal Zero Hora, a líder do PCdoB na Casa, a deputada Manuela D’ Ávila (RS), disse que o parlamentar “não tem as mínimas condições” de permanecer no comando. 

A seguir a íntegra da entrevista:
Zero Hora: Como a senhora avalia a decisão do PSC de manter Feliciano à frente da comissão?
Manuela D’Ávila: Os partidos têm autonomia, mas essa é uma situação de contrariedade. Se existe espaço para que um parlamentar tenha posições conservadoras e preconceituosas, não existe espaço para que esse mesmo parlamentar presida uma comissão como a de Direitos Humanos, manifestando posições homofóbicas, racistas e machistas.
Zero Hora: O que representa a bancada evangélica ter o comando da comissão? 

MD: Não acho que o problema seja da bancada evangélica. O problema é esse parlamentar.
Zero Hora: Que medidas a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos deve adotar agora?
MD: A frente acolherá as denúncias e os problemas que chegarem à Câmara. Como uma mulher vítima de violência poderá procurar ajuda na comissão, se Feliciano diz que os direitos das mulheres são um problema? Como um homossexual agredido vai procurar a comissão, se o presidente diz que os gays são uma maldição? A frente receberá essas denúncias e encaminhará aos órgãos competentes.
Zero Hora: Como o pastor tratará temas como a homoafetividade? Manterá na agenda da comissão?
MD: Ele não tem as mínimas condições de tratar desses temas. Ele fomenta o preconceito.

Com informações do Portal Vermelho

Depois de três meses, Deza Soares voltará ao plenário da Câmara de Altaneira



Deza Soares, Secretário Municipal da Educação, exerceu
em 2011 a função de presidente da Câmara
O Secretário da Educação do Município de Altaneira, Deza Soares, protocolou na tarde desta segunda-feira, 01 de abril, ofício no legislativo municipal objetivando prestar esclarecimentos na sessão ordinária de terça-feira, 02, sobre as ações referentes à pasta ao qual responde.

Essa é a primeira vez que Deza Soares utilizará a casa do povo enquanto Secretário, casa que ele legislou e fiscalizou por três mandados consecutivos. No início do ano, ele abdicou do quarto mandado, no qual foi eleito em outubro do ano passado. Em seu lugar, assumiu a cadeira de parlamentar o companheiro de sigla partidária, Flavio Correia (PCdoB).

A Secretaria vem sendo alvos de críticas, tanto nas redes sociais quanto no legislativo pelo líder da bancada da oposição, o vereador professor Adeilton (PP).

Deza exerceu ainda, enquanto parlamentar, a função de presidente do legislativo em 2011. Na oportunidade, ele conseguiu dar uma nova dinâmica nos trabalhos da casa e conseguiu realizar uma das maiores ações em um curto período, como a reformulação da Lei Orgânica e do Regimento Interno a partir da Câmara Itinerante com ampla participação popular.





Comentários sobre o caso Marco Feliciano



Deputado Marcos Feliciano é alvo de constantes protestos
sobre a sua condição enquanto presidente da CDHM da Câmara
Por Vítor Sandes* e Leon Victor de Queiroz**

Marco Feliciano é um deputado federal, eleito em 2010 pelo Partido Social Cristão (PSC) de São Paulo, com um pouco mais de 210 mil votos. Em 2011, o deputado foi acusado de ter escrito comentários racistas e homofóbicos na rede social twitter.

Ele acusou os usuários de terem deturpado suas declarações. Sobre a afirmação que o levou a ser acusado de racismo, o deputado alegou ter se baseado nas passagens bíblicas. Em entrevista à Época, ele afirmou “a palavra lançada (a maldição) só é quebrada quando alguém encontra Jesus. Quando eles fazem isso, a maldição não repousa mais sobre eles. Ela é quebrada em Cristo”. Reproduzia, então, um discurso cristão de que a maldição só é quebrada quando o indivíduo aceita a religião cristã. Não apenas africanos, mas todos os indivíduos não-cristãos continuariam amaldiçoados, ou seja, estariam condenados a não entrarem no “reino dos céus”.

Sobre a acusação de que seria homofóbico, Feliciano fez a seguinte declaração: “que fique bem claro aqui de uma vez por todas, não sou homofóbico. O que as pessoas fazem nos seus quartos não é do meu interesse. Sou contra a promiscuidade que fere os olhos de nossos filhos, quer seja na rua, nos impressos, na net ou na TV”. Ele afirmou ainda: “O que eu não aceito é a prática da promiscuidade aos olhos dos meus filhos, as atitudes homossexuais em espaço público, dois homens se beijando na frente dos meus filhos. Isso fere o Cristianismo do qual faço parte. Entendo as pessoas, mas não sou obrigado a aceitar a atitude delas”. Então, novamente, observa-se que a afirmação se fundamenta no cristianismo, sob a lógica de que a união entre seres humanos deve ser sempre entre homem e mulher, que dentre tantas passagens talvez a mais clara esteja em Efésios 5: 21-33.

Estes argumentos cristãos das escrituras sagradas representam a forma de pensar de um grupo religioso de um determinado contexto geográfico num dado momento histórico. Muito já se passou até chegarmos ao Estado Democrático de Direito no qual encontra-se o Brasil atualmente. Trilhando pela história, o Império Romano difundiu o catolicismo, depois veio a Reforma Protestante e as variadas ramificações que deram origem a uma série de Igrejas Cristãs. Ao longo dos últimos séculos, veio a formação do Estado moderno, o processo de secularização, a conquista dos direitos civis, políticos e sociais. Mesmo com a expansão do cristianismo, muitos países e povos continuaram seguindo outras religiões. A diversidade cultural e religiosa, portanto, é uma marca das sociedades.

Estados laicos, como o Brasil, devem tratar com neutralidade as questões religiosas. Devem garantir a liberdade religiosa, inclusive dos indivíduos serem politeístas, ateístas ou agnósticos. Em questões governamentais, assim, não deve haver interferência religiosa, qualquer que seja a religião, inclusive aquelas que se fundamentam no cristianismo.

Sendo assim, o deputado Marco Feliciano não descumpriu, necessariamente, a norma. Emitiu publicamente uma posição religiosa. Por outro lado, as pessoas que não concordam com tal posicionamento também podem discordar de suas declarações, inclusive protestando publicamente, seja nas ruas ou mesmo no Congresso Nacional. Até aí, tudo normal. A partir daí, passaram a existir alguns complicadores. Pelo menos, um grande complicador.

O deputado assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados. Esta é uma das 20 comissões permanentes da Câmara, e, segundo o próprio website da Comissão, tem como objetivo “receber, avaliar e investigar denúncias de violações de direitos humanos; discutir e votar propostas legislativas relativas à sua área temática; fiscalizar e acompanhar a execução de programas governamentais do setor; colaborar com entidades não-governamentais; realizar pesquisas e estudos relativos à situação dos direitos humanos no Brasil e no mundo, inclusive para efeito de divulgação pública e fornecimento de subsídios para as demais Comissões da Casa; além de cuidar dos assuntos referentes às minorias étnicas e sociais, especialmente aos índios e às comunidades indígenas, a preservação e proteção das culturas populares e étnicas do País”.

Como o próprio website declara, “o principal objetivo da CDH é contribuir para a afirmação dos direitos humanos. Parte do princípio de que toda a pessoa humana possui direitos básicos e inalienáveis que devem ser protegidos pelos Estados e por toda a comunidade internacional”. Assim, a Comissão assume ser protetora dos direitos humanos no sentido amplo, buscando defender inclusive a liberdade sexual e religiosa de indivíduos, grupos e povos, incluindo afrodescendentes e homossexuais.

Considerando os aspectos objetivos e formais, a eleição de Marco Feliciano para a Comissão seguiu o procedimento democrático. Deputados da comissão votaram e o parlamentar obteve a maioria dos votos. Mas quanto aos aspectos subjetivos? O deputado representa a defesa dos direitos humanos e das minorias?

Assim, a problemática não surge do fato de ele ser um deputado da bancada cristã ou do discurso ao qual ele se vincula, mas das questões simbólicas envolvidas sobre sua posse na presidência da comissão. O exercício deste cargo tem uma importância simbólica fundamental para as minorias sociais e étnicas. O discurso míope e opaco de suas declarações públicas, justificado à luz das escrituras sagradas cristãs, não abarca a complexidade das questões que a Comissão deve enfrentar. Além do poder de definir a agenda, o presidente tem um papel simbólico central, principalmente no processo de mediação junto aos diversos grupos minoritários da sociedade brasileira, especificamente junto aos grupos afrodescendentes e homossexuais (historicamente prejudicados). Acima de tudo, o presidente da Comissão deve representá-los, jamais julgá-los como “amaldiçoados”, não importando suas crenças e convicções pessoais.

Nesta Comissão, o deputado representa um grupo religioso minoritário e não os múltiplos grupos sociais, religiosos e étnicos presentes no Brasil. Apesar de sua eleição não ferir a democracia no sentido de Schumpeter, ela é um problema na medida em que é extremamente inadequada segundo os objetivos da Comissão especificamente e do processo mais amplo de conquistas de direitos civis e sociais. A escolha do deputado para o cargo é um retrocesso sem precedentes.


* Doutorando em Ciência Política (UNICAMP).
** Doutorando em Ciência Política (UFPE).