Mostrando postagens com marcador manifestação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador manifestação. Mostrar todas as postagens

Manifestantes ocupam 10 quarteirões da Paulista no #2OutForaBolsonaro

Ato contou com a participação de diversos movimentos e entidades. (FOTO/ Paulo Pinto/ Fotos Públicas).

O ato pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro chegou a ocupar 10 quarteirões da Avenida Paulista no momento de pico, entre 16h30 e 16h50, na maior mobilização deste sábado realizada no Brasil. A manifestação contou com dez carros de som entre os cruzamento com as ruas Pamplona e Consolação e o palanque principal ficou em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), onde houve maior concentração de pessoas.

O ato contou com a participação de diversos movimentos e entidades como Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, UNE, ABI, Coalizão Negra por Direitos, Acredito e Direitos Já, assim como as centrais sindicais, artistas, representantes dos povos indígenas e políticos de 21 legendas.

Segundo os organizadores, 100 mil pessoas estiveram na Avenida Paulista no sexto protesto da campanha Fora Bolsonaro. Também de acordo com a organização, ao todo, os protestos reuniram 700 mil pessoas em todo o país, com manifestações registradas em 304 cidades do Brasil e em 18 países.

Mobilização mais ampla

Em sua fala na manifestação, o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad falou da urgência da saída de Bolsonaro do poder. “Estamos aqui porque o povo quer comer e o Bolsonaro não deixa”, apontou. “Essa desgraça desse governo tem que acabar antes da eleição porque o povo não aguenta mais.”

Também presente na Avenida Paulista, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos falou, em entrevista ao portal Uol, sobre o fato desta mobilização ter contado com um espectro político mais amplo do que as manifestações anteriores contra o atual governo.

"Todo mundo que defende a democracia brasileira e é a favor do impeachment de Bolsonaro tem que estar nas ruas. Não só nas ruas, tem que orientar seus partidos a pressionar pela abertura do processo de impeachment na Câmara Federal”, disse Boulos. “Existe muita diferença política aqui na Paulista. Mas tenho certeza que com o risco democrático, as ameaças golpistas e o pesadelo que Bolsonaro representa, essas diferenças são menores do que aquilo que nos une para poder tirá-lo de lá.”

A presidente nacional do PT e deputada federal Gleisi Hoffman (PR) também saudou a unidade e o maior alcance da mobilização em seu perfil no Twitter. “Lindo o ato na Paulista, grande, muita energia de luta e com mais forças políticas, entidades sindicais, movimentos sociais e ativistas da sociedade civil. A ampliação da unidade dessas forças vai se construindo pelo objetivo comum de tirar Bolsonaro!”, postou.

______________

Com informações da RBA.

Chico Buarque lembra 1964 e diz que manifestantes estavam reunidos por apreço a democracia


"Vocês me animam a acreditar que não, de novo não, não vai ter golpe", afirmou Chico durante ato no centro do Rio.

O cantor e compositor Chico Buarque falou no início da noite de hoje (31) em ato contra o impeachment e pela democracia, realizado no Largo da Carioca, região central do Rio de Janeiro. Segundo ele, havia na manifestação pessoas que votaram ou não no PT e quem pode estar desiludido ou decepcionado com o governo, "mas não se pode pôr em dúvida a integridade da presidente Dilma Rousseff".

Segundo Chico, que já foi hostilizado em redes sociais e pelo menos uma vez na rua por suas posições políticas, que os participantes do ato estavam "unidos pelo apreço à democracia e em defesa intransigente da democracia".

Ele lembrou da data de hoje, quando se completam 52 anos do golpe que derrubou o presidente João Goulart, e destacou a importância do ato. "Vocês me animam a acreditar que não, de novo não, não vai ter golpe", afirmou.


Em manifestações nas ruas, venceu aquela que defendeu a permanência da Democracia



O primeiro round das ruas, após o pedido de impeachment ser aberto na Câmara, foi de vitória para a presidente Dilma Rousseff. As manifestações desta quarta-feira (16) em defesa da democracia, contra o golpe e pela deposição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que ocorreram em todo o país, foram mais fortes e reuniram mais pessoas do que os atos pró-impeachment que aconteceram no último domingo (13). Para se ter uma ideia, em São Paulo, mais de 55 mil pessoas se manifestaram contra o golpe, de acordo com o Datafolha. O número supera os manifestantes do ato de domingo, que reuniu 40 mil, segundo o mesmo instituto.




Um dos líderes do MST, Gilmar Mauro afirmou que o ato deve "colocar uma pá de cal" no impeachment e que o próximo passo será cobrar da presidente a discussão das "pautas dos trabalhadores".

Já o coordenador-geral da Central de Movimentos Sociais, Raimundo Bonfim disse que a reunião é uma oportunidade para Dilma "entender quem é que está com ela".

Coordenador do MTST, Guilherme Boulos afirmou que "esse impeachment é uma saída à direita para a crise" e também disparou contra o vice-presidente, Michel Temer: "Quer escrever carta, vai trabalhar nos Correios", atacou, em referência à carta enviada a Dilma no último dia 7.

O movimento também uniu a esquerda contra o golpe da oposição: “Existem três bandeiras que unificam a esquerda e estamos nas ruas por elas. Hoje marca o início de uma nova situação no país. Os movimentos precisam se organizar para lutar”, disse Jorge Paz, candidato a vice-presidente na última eleição na chapa encabeçada por Luciana Genro, do PSOL; as três bandeiras a que ele se refere são o “não vai ter golpe”, o “fora Cunha” e o “fim do ajuste fiscal”.

Os protestos pró-Dilma ocorreram em 25 Estados e no Distrito Federal.

Em outros Estados, os números também foram representativos:

No Rio, a CUT divulgou que por volta das 18h calculava em 6 mil os manifestantes reunidos na Cinelândia. A Polícia Militar não divulgou números em relação à presença de manifestantes. Na terça-feira da semana passada (8), cerca de cinco mil pessoas participaram de um protesto contra a proposta de impeachment no Rio. O movimento foi batizado de “Compromisso pelo desenvolvimento”.

Em Brasília, a Polícia Militar estimou a presença de 3 mil pessoas. Os organizadores falavam em 15 mil.

Em Manaus, a caminhada teve início por volta de 17h (19h Brasília) e encerrou às 19h (21h Brasília). Representantes de cerca de 20 entidades sindicais caminharam da Avenida Getúlio Vargas até a Avenida Eduardo Ribeiro, no Centro da capital. Os organizadores divulgaram um total de dois mil participantes, mas a PM-AM informou que o número foi de aproximadamente mil manifestantes.

Em Natal (RN), o ato a favor do governo Dilma Rousseff, segundo os organizadores do evento, reuniu 10 mil pessoas. A Polícia Militar estimou em 8 mil pessoas.

Em Aracaju (SE), cerca de 4 mil pessoas, segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), participaram do Dia de Mobilização Nacional Contra o Golpe e pelo Fora Cunha. No ato de domingo, foram cerca de 500 pessoas.

Em Vitória (ES), a manifestação contra o impeachment reunia 200 pessoas no centro no fim da tarde. O número foi contabilizado pela Polícia Militar no início do ato, na Praça Oito. A PM não tinha os números finais da manifestação. Os organizadores falavam em 1,5 mil pessoas.

Em Fortaleza (CE), quatro mil manifestantes, segundo os organizadores, e 1,5 mil conforme a PM, saíram pelas ruas centrais no movimento "Fica Dilma e Fora Cunha".

Manifestação reivindica a proibição de se manifestar


As aberrações de um grupo de lunáticos reivindicando intervenção militar e defendendo Bolsonaro, na rua e nas redes sociais, não me produzem raiva, mas tristeza. Me comovem negativamente por duas razões básicas:

1- porque o fato dessas pessoas pensarem e expressarem isso é o retrato de como as forças da ditadura permanecem vivas e influentes, mostra o quão todos os crimes de lesa humanidade, como tortura, estupro e assassinados são banalizados por alguns; e pior que isso, são reivindicados como "salvação do país" por muitos destes.

2- porque noto um desconhecimento colossal de parcela das pessoas que lá estão fazendo esse papel ridículo e degradante, sobre a história do país e, principalmente, sobre o que significou a ditadura empresarial-militar. São centenas os filmes, documentários, depoimentos, livros, pesquisas para se estudar, é abundante o material disponível para se libertar da ignorância e conseguir compreender seu entorno um pouco além do umbigo. Nos próximos dias sairá o relatório da Comissão Nacional da Verdade que será outra ferramenta pedagógica importante para estudos.

Se manifestar com liberdade, reivindicando não ter mais liberdade para se manifestar é um ato que só pode ser feito por quem usufruiu individualmente de privilégios na ditadura, por quem tem prazer em saber da existência de violenta repressão ou por quem não consegue viver sem exercer poder tirânico sobre os outros.

Quero deixar claro que não concebo esse tema no campo das divergências políticas e ideológicas, o trato como sintoma claro de problemas de sanidade mental, de saúde mental, de transtorno de personalidade. Isso se expressa tanto no saudosismo da "ordem" e da violência de Estado, como no grau de contradição, irracionalidade e falta de lógica dos argumentos, xingamentos, cântico e cartazes que expressavam tal saudosismo.

Com isso registro que na vida real ou virtual não terei tolerância com a defesa da total intolerância, ou seja, com a defesa da ditadura empresarial-militar e de seus representantes como Bolsonaro e outros. Não há nenhuma chance de uma pessoa que defenda tais dogmas e crimes representar um convívio saudável e agregador, pelo contrário.


Via Augere/O Fato e a História